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CAPÍTULO 3 – Operacionalização da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador – Renast

3.4 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest)

3.4.1 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Estadual

Os Cerest estaduais têm como atribuição dar apoio técnico-científico, de forma matricial, como meio de assegurar retaguarda especializada e suporte-técnico pedagógico para as equipes dos Cerest regionais e demais serviços da rede que desenvolvem ações de ST no âmbito estadual e municipal.

Devem desenvolver projetos estruturadores para a produção de conhecimento e tecnologias que articulem ações de vigilância em saúde, promoção, prevenção, assistência, reabilitação, produção e comunicação de informações, em áreas e problemas identificados como prioritários para o estado. Esses projetos também devem ter como objetivo priorizar a produção de metodologia de intervenção em vigilância em saúde do trabalhador, aplicável em larga escala, visando à melhoria das condições de trabalho e dos processos produtivos. As atribuições do Cerest estadual se apresentam no quadro do Anexo B.

3.4.2 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Regional deve ser compreendido como uma ferramenta estratégica para a disseminação das práticas em saúde do

57 trabalhador na rede do SUS, no âmbito de uma região de saúde. Dessa forma, o Cerest representa, no âmbito de um determinado território, um pólo irradiador da cultura especializada subentendida na relação processo de produção/saúde/trabalho/meio ambiente, assumindo a função de suporte técnico e científico, deste campo do conhecimento, junto aos profissionais de todos os serviços da rede do SUS nele existentes, orientando-os nas suas práticas de atenção. Este suporte não deve se traduzir unicamente pela função de núcleo de inteligência, de supervisão ou de capacitação desta rede de serviços, mas deve, necessariamente, concretizar-se em práticas conjuntas de intervenção especializada e, particularmente, em práticas de vigilância e de assistência especializada, de maior complexidade.

Em decorrência do seu papel disseminador, o Cerest regional deve solicitar ao gestor municipal a inclusão de temas relacionados à Saúde do Trabalhador nas pautas de reunião da CIR – Comissão Intergestores Regionais da sua área de abrangência, bem como acompanhar as discussões e, pela mesma razão, deve relacionar-se continuamente com as instâncias da Educação Permanente em Saúde. As atividades do Cerest devem estar articuladas aos demais serviços da rede SUS, orientando-os e fornecendo retaguarda nas suas práticas, para que os casos de agravos à saúde relacionados ao trabalho possam ser acolhidos em todos os pontos de atenção, de forma integral e hierarquizada. Além desta função de matriciamento da rede de serviços do SUS e de retaguarda especializada, o Cerest deve concretizar práticas conjuntas de intervenção, principalmente ações de vigilância. As atribuições do Cerest regional se apresentam no quadro do Anexo C.

3.4.3 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Municipal

O papel do Cerest municipal, assim como do estadual e do regional, não deve se traduzir unicamente pela função de núcleo de inteligência, de supervisão ou de capacitação da rede de serviços do SUS, mas deve, necessariamente, concretizar-se em práticas conjuntas de intervenção especializada e, particularmente, em práticas de maior complexidade de vigilância e de assistência em Saúde do Trabalhador.

A implantação de Cerest de abrangência municipal está condicionada a uma população superior a 500 mil habitantes, sendo que os Cerest regionais já habilitados somente poderão alterar sua área de abrangência mediante prévia aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (Portaria MS/GM Nº 2.728/2009).

58 Como o Cerest municipal deve estar sediado em um município de grande porte (acima de 500 mil habitantes), infere-se, portanto, que este município seja referência para a região e até mesmo sede de micro ou macro região, na forma das Regiões de Saúde, que consiste em espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.

Sendo assim, mesmo com o uso e gestão dos recursos financeiros voltados para o município, o Cerest municipal tem um papel importante na região de saúde, enquanto unidade de referência, tanto para as ações de assistência quanto para as de vigilância. As atribuições do Cerest municipal se apresentam no quadro do Anexo D.

3.4.4 Estrutura física e equipe dos Cerest estadual, regional e municipal

A estrutura física do Cerest deverá contemplar as necessidades exigidas pelo conjunto das atividades previstas no plano operativo da unidade. De uma forma esquemática e sugestiva, a organização de um Cerest deve contemplar as seguintes áreas: Acolhimento e Atenção; Vigilância em Saúde do Trabalhador, Epidemiologia, Pesquisa e Informação; Educação Permanente em Saúde do Trabalhador; Comunicação e Educação Popular; Técnico-Administrativa; Recepção.

Recomenda-se que os Cerest estaduais tenham uma equipe de 05 profissionais de nível médio e de 10 de nível superior, de forma a atender a necessidade de realização das ações planejadas, sendo composta por pelo menos 01 médico e por profissionais de diferentes áreas do conhecimento, entre elas: Biologia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Química, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Veterinária, e de outras áreas como Administração, Arquitetura, Ciências Sociais, Comunicação, Direito, Educação, Engenharia e Estatística e Informação.

Para os Cerest regionais e municipais recomenda-se equipe de 04 profissionais de nível médio e de 06 profissionais de nível superior, de forma a atender a necessidade de realização das ações planejadas, sendo composta por pelo menos 01 médico e por profissionais das seguintes áreas: Biologia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Química, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Veterinária, e de outras áreas como

59 Administração, Arquitetura, Ciências Sociais, Comunicação, Direito, Educação, Engenharia e Estatística e Informação.

Os profissionais dos Cerest devem ter formação de preferência em Saúde Coletiva com ênfase nas áreas de Saúde do Trabalhador, Saúde Ambiental, Epidemiologia, Planejamento em Saúde, Vigilância em Saúde ou Promoção da Saúde, e estar capacitados para lidarem com as temáticas abaixo:

 gestão de serviços de saúde;

 coordenação de ações integradas intra e inter institucionais;

 diagnóstico em saúde do trabalhador;

 organização de dados e informações com enfoque epidemiológico;

 análise de situação de saúde;

 vigilância em saúde do trabalhador;

 organização de redes de atenção a saúde;

 processos pedagógicos de formação e de integração, para trabalhadores e seus representantes;

 metodologias de pesquisa em saúde;

 informação em saúde; e

 promoção da saúde.