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CAPÍTULO 4 – CONTROLE SOCIAL E SAÚDE DO TRABALHADOR

4.4 Comitê de Gestão Participativa de Cerest

São órgãos colegiados que objetivam ampliar a inserção e a abrangência da participação democrática no processo de gestão das unidades de saúde. Têm o papel de contribuir para o aperfeiçoamento do processo de gestão e podem ter natureza consultiva ou deliberativa dentro do seu âmbito de atuação, ou seja, no que se refere à unidade de saúde. Devem ser constituídos como órgãos colegiados permanentes, assegurando a participação da população, dos trabalhadores e dos gestores no planejamento, acompanhamento, fiscalização, avaliação e controle da execução das políticas, serviços e ações de saúde, no âmbito de atuação de cada unidade, em conformidade com os princípios e diretrizes dispostos na legislação sanitária. Devem também garantir a implementação e fiscalização das recomendações e deliberações dos Conselhos de Saúde, em especial dos Planos de Saúde, além de avaliar e aprovar os relatórios de atividades, de produção e de desempenho da unidade de saúde.

Os Comitês de Gestão Participativa de Cerest são criados por lei estadual, distrital ou municipal ou por ato do executivo.

75 Em função da existência de diversos conselhos gestores no âmbito da gestão dos Cerest, sem atender uma legislação específica, a formalização neste manual do Comitê de Gestão Participativa de Cerest visa unificar/homogeneizar os procedimentos relativos à criação destas instâncias, que têm caráter facultativo.Recomenda-se que os Comitês de Gestão Participativa de Cerest regionais contemplem em sua composição representantes dos usuários dos municípios da área de abrangência.

Eles devem reunir-se regularmente (pelo menos a cada dois meses) e extraordinariamente, quando convocados por seu presidente ou coordenador (a) ou por, no mínimo, 1/3 (um terço) de seus membros, devendo ser suas reuniões públicas e abertas. As secretarias estaduais e municipais de saúde devem lhes proporcionar as condições necessárias, incluindo apoio técnico a seu pleno e regular funcionamento. Os Comitês de Gestão Participativa de Cerest devem atuar em consonância com o Conselho de Saúde na sua respectiva esfera de governo e respeitar as atribuições da coordenação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, no encaminhamento das questões técnico-científicas e administrativas, conforme estabelecido nas normas e regulamentos.

Atribuições:

 acompanhar e fiscalizar os serviços e as ações de saúde prestados, expressos no plano de trabalho do Cerest enquanto unidade de serviço, visando à qualidade e eficácia;

 sugerir prioridades e metas de ação que poderão orientar a elaboração do planejamento anual;

 propor medidas para aperfeiçoar o planejamento, a organização, a avaliação e o controle das ações e dos serviços;

 acompanhar a execução das prioridades e metas estabelecidas para a unidade (Cerest);

 elaborar e aprovar normas próprias de funcionamento, inclusive o Regimento Interno do Comitê de Gestão Participativa de Cerest – e a agenda de reuniões com a finalidade de efetivar e sistematizar a atuação e organização do conselho;

 avaliar a relação da capacidade instalada e as atribuições da unidade (Cerest) junto aos gestores do SUS, da correspondente esfera de governo, e à sociedade em geral;

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 analisar as informações de caráter técnico-administrativo, econômico-financeiro e operacional relacionadas à unidade (Cerest) que subsidiem o monitoramento da execução financeira;

 promover a articulação e integração entre Gestores e Conselheiros, da área de abrangência, permitindo a busca de soluções, estratégias e encaminhamentos comuns, visando assim a garantia do acesso dos trabalhadores à atenção à saúde;

 criar mecanismos de articulação e integração com os respectivos Conselhos de Saúde encaminhando as demandas atinentes ao âmbito de atuação destes Conselhos;

 encaminhar ao Conselho de Saúde as irregularidades observadas quanto à aplicação de recursos financeiros, o não cumprimento de metas e execução de ações da Renast; e

 estabelecer estratégia de ação conjunta, quando se fizer necessária, com a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador correspondente.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Saúde. Dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST no Sistema Único de Saúde - SUS e dá outras providências. Portaria GM/MS nº 2.437, de 7 de dezembro de 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e dá outras providências. Portaria GM/MS nº 2.728, de 11 de novembro de 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Dispõe sobre a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador no SUS e dá outras providências. Portaria GM/MS nº 1.679, de 19 de setembro de 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Portaria MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 - Lei Orgânica da Saúde. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Presidência da Republica: Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Publicado no Diário Oficial da União em 20 de setembro de 1990.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Amplia para 210 (duzentos e dez) a quantidade de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) passíveis de implantação no território nacional. Portaria GM/MS nº 2.978, de 15 de dezembro de 2011.

BRASIL. Decreto Presidencial nº 7.602/2011. Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Articulação Interfederativa. Coordenação-Geral de Cooperação Interfederativa. Caderno de Informações para a Gestão Interfederativa no SUS. 2012. Atualizado em 26/10/2012.

BRASIL. Lei Complementar nº 141/2012. Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e no 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria GM/MS nº 1.378, de 09 de julho de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Institui o sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Portaria GM/MS nº 1.412, de 10 de julho de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Portaria GM/MS nº 2.135, de 25 de setembro de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Altera o cadastramento dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). Portaria SAS nº 1.206, de 24 de outubro de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Altera a Portaria SAS nº 1.206, de 24 de outubro de 2013. Portaria SAS nº 8, de 06 de janeiro de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Define a Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsórias de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, e dá outras providências. Portaria GM/MS nº 1.271, de 06 de junho de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estabelece o remanejamento de recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) para o Teto Financeiro Anual de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar dos Estados, Distrito Federal e Municípios, destinados ao custeio dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). Portaria GM/MS nº 1.367, de 03 de julho de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Define a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, na forma do Anexo, a serem monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes. Portaria GM/MS nº 1.984, de 12 de setembro de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Portaria GM/MS nº 2.446, de 11 de novembro de 2014.

BRASÍLIA. Diretrizes para Implementação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS, 2014. Disponível nos sítios www.saude.gov.br e www.renastonline.org.

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CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Aprova as diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Que os Conselhos de Saúde nos âmbitos Estadual, Distrital e Municipal, promovam a criação da CIST, por meio de resolução para assessorar ao Plenário do referido Conselho resgatando e reiterando os princípios do SUS e do controle social e dá orientações sobre os objetivos e finalidades da CIST; Composição; Coordenação e funcionamento. Resolução nº 493, de 07 de novembro de 2013.

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