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CERCAMENTOS DOS CAMPOS E DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO AGRÁRIO INGLÊS NA PERSPECTIVA DE RAYMOND WILLIAMS

Retomando o discurso da expropriação de terras da população do campo já iniciada anteriormente, e relacionando-o a formação das grandes propriedades nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra, Raymond Williams (1989), enfatiza como se deu esse processo e suas consequências na sociedade inglesa. Dito isto, o autor atenta para a questão dos cercamentos 44MACHADO, Evandro José. Considerações em torno da obra O Capital de Karl Marx no que tange à mercadoria, valor e trabalho. Kínesis, Vol. II, nº 03, Abril – 2010. p. 89 – 102. Passim. Disponível em:

http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/7_EvandroJoseMachado.pdf Acesso: 15/01/2017 45Ibid., p. 96.

das terras, abolição de comunidades comunais ou aldeias, e o desenvolvimento do capitalismo agrário nas zonas rurais.

Antes de adentrar nessas discussões sob a perspectiva de Williams, é preciso compreender que esse processo de desenvolvimento da agricultura sob o domínio do capital não se deu por toda a Europa. É importante considerar que “somente algumas áreas levaram o desenvolvimento agrário mais adiante, rumo a uma agricultura capitalista. A Inglaterra era a principal deles46[…]”. E é sobre isso que será tratado aqui; o desenvolvimento do capitalismo agrário inglês e suas consequências.

Com isso, apontamos que a formação das grandes propriedades em fins do século XVII e início do XVIII na Inglaterra, se deu a partir da retirada de pequenos proprietários do campo através de um novo método que fora implantado como forma de usurpar as terras produtivas, isto é, as apropriações de terras cultiváveis se deram a partir da imposição de um novo procedimento que favorecia a burguesia: a ordem parlamentar nos séculos XVIII e XIX que garantia por lei os cercamentos de terras para as classes dominantes do campo.

Para elencar melhor essa questão, Raymond Williams discorre acerca dos períodos em que houve os cercamentos de terras.

Não há por que negar a importância crucial do período dos cercamentos por ordem parlamentar, do segundo quartel do século XVIII até o primeiro quartel do século XIX. Através de quase 4 mil atos legislativos, mais de 2,4 milhões de hectares de terras foram apropriados pelos proprietários politicamente dominantes: cerca de um quarto da totalidade das terras cultivadas47.

Os cercamentos de terras nesse período se deram assim, através de ordens parlamentares, onde as terras que antes pertenciam a pequenos proprietários ou ocupadas por arrendatários foram açambarcadas e se tornaram legalizadas, ou seja, a expropriação tornou-se “legal”, mas não legítima, por meio da introdução de “um sistema social capitalista48” formado pela aristocracia rural que extirpou os direitos das classes trabalhadoras do campo, através da usurpação das propriedades por meio de elaboração de leis.

Podemos entender melhor essa questão a partir da fala de Williams, quando este diz que houve “[…] nas regiões economicamente dinâmicas, a imposição de um sistema social 46HOBSBAWM. Eric. J., 1917. “O mundo na década de 1780”, In: A era das Revoluções: 1789 – 1848. pag. 42. São Paulo: Paz e Terra.

47Ibid., p. 138.

48Sistema que realizava confiscos (por meio de decretos) que eram realizados por representantes das classes beneficiadas. Ver em: WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia das letras, 1989, p. 139.

capitalista através de confiscos legalizados, realizados por representantes da classe beneficiada […]49”, e mais, “[…] o recurso ao Parlamento para promover cercamentos tornou esse processo ao mesmo tempo mais público e mais bem documentado50”.

Reforçando ainda a questão da formação das grandes propriedades, na qual se deu pela posse e expulsão de pequenos proprietários de terras agrícolas, onde essas propriedades passaram a ser cercadas (consequência do avanço do capitalismo agrário), é importante frisar que não foram apenas as pequenas propriedades de terras ou pequenos arrendatários que foram afetados pelo capitalismo agrário na Inglaterra, as aldeias ou comunidades comunais (e outras) também sofreram impactos; sentiram forte pressão do capital agrícola em desenvolvimento. Sobre isto, o autor enfatiza:

A importância social dos cercamentos, pois, não é terem introduzido na estrutura social um elemento inteiramente novo, e sim o fato de, ao abolirem as últimas aldeias onde vigorava o sistema de campo aberto e os direitos comuns, em algumas das regiões mais populares e mais prósperas do país, complementaram a pressão econômica geral sentida pelos pequenos proprietários e, especialmente, pelos pequenos arrendatários; em muitos casos, os cercamentos até foram causados por tais pressões51.

Levando em conta também outros espaços que foram alvos da expansão capitalista no meio rural, vale complementar que,

Os cercamentos por ordem parlamentar não atingiram somente as terras comunais e urzais. Houve ainda os cercamentos de terras baldias que nos séculos XVIII e XIX totalizaram cerca de 800 mil hectares, e os cercamentos de terras aráveis abertas, já cultivadas, cerca de 1,6 milhões de hectares52. A partir dessa discussão, podemos elencar ainda a questão de como se deram esses cercamentos; compreender os motivos que levaram a essas ações que modificou por inteiro o campo; e, consequentemente, causando também transformações nas estruturas das urbes, que passaram a receber grandes quantidades populacionais originários do meio rural. Os problemas que ocorreram no campo aconteceram também na cidade, os efeitos do desenvolvimento capitalista são sentidos assim, nos dois espaços.

Contudo, como dito anteriormente, esses cercamentos aconteceram através de elaborações de leis o que implicou numa grande quantidade de terras atingidas53. Isso pode ser explicado 49Id.

50Ibid., p. 138. 51Ibid., p. 138-139. 52Ibid., p. 144. 53Ibid., passim.

pelo fato de que houve progresso no campo, ocorreu aumento de terras cultivadas (aumento da produção agrícola) por conta de um melhor desenvolvimento tecnológico nos setores agrícolas que acabou levando à formação de uma burguesia rural que se beneficiou em detrimento da população campesina. Estes passaram então a pressionar o parlamento para que os confiscos de terras se tornassem legalizados.

Deste modo, o campo foi transformado pelo capitalismo. O avanço deste causou sem dúvidas, o crescimento da pobreza das populações atingidas aumentando a acumulação e concentração de riquezas. Interessante citar também nesse processo de desenvolvimento do capitalismo agrário inglês, “[…] a estratificação de proprietários e arrendatários e do número crescente de pessoas sem terra como consequências gerais do capitalismo agrário54”. Podemos falar, então, na intensificação da concentração da propriedade e da riqueza em detrimento do campesinato.

A expropriação e expulsão dos campesinos causaram, além do crescimento do trabalho assalariado, concentração fundiária, bem como a migração dessa população rural para os centros urbanos – principalmente para as zonas mais periféricas – já que provavelmente muitos dos que habitavam o campo ou as terras comunais fugiam do cerco a terra e a vida causado pelas grandes transformações que se seguia no campo com os cercamentos. Consequentemente, a grande leva de pessoas vindas do meio rural para as cidades implicou em transformações significativas, inclusive também em “[…] um quadro de crescimento urbano e pobreza55.

Em relação ao crescimento da classe trabalhadora no período de formação de grandes propriedades, do desenvolvimento do capitalismo agrário e mercantil, e o grande crescimento de trabalhadores industriais, Raymond Williams não atribui somente a Revolução Industrial o incremento de assalariados. A respeito disso, nos diz o seguinte:

Mas o crescimento da classe de trabalhadores industriais deve também ser relacionado – e talvez atribuído fundamentalmente – ao crescimento da população, por si só extraordinário, o qual, embora basicamente decorrente das mudanças ocorridas nas taxas de natalidade e mortalidade como parte do processo geral de modernização da sociedade, também está ligado ao aumento da produção agrícola tão acentuado no século XVIII […]56.

54Ibid., p. 140.

55DAN, Vivian Lara Cáceres. O acesso à cidade: questões sócio-econômicas da cidade de Cáceres com enfoque na Praça da Feira. Dissertação de Mestrado pela UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon. Paraná: 2010. p. 116.

Portanto, podemos perceber a partir da visão do autor, a estreita relação entre os altos índices das taxas de natalidade com o aumento da produção agrícola no século XVIII. Deste modo, o crescimento populacional não está apenas ligado ao processo da Revolução Industrial do século XVIII, mas por causa do desenvolvimento que houve no campo com o avanço da produção, sob a hegemonia do capital57.

Interessante notar que as mudanças ocorridas no campo afetaram não somente toda sua estrutura, as cidades também sofreram modificações; impactos socioeconômicos profundos. Essa questão pode ser percebida a partir do momento em que estas (as cidades) passaram a receber grandes contingentes populacionais vindos de outras regiões.

Vivian Lara Cáceres Dan em seu trabalho intitulado “O acesso à cidade: questões sócio-

econômicas da cidade de Cáceres com enfoque na Praça da Feira58” aponta algumas

considerações pertinentes acerca das relações entre o campo e a cidade (como os processos de urbanização decorrentes das migrações no Brasil), dando enfoque aos problemas nesses ambientes provocados pela expansão do capitalismo. Dessa maneira, ressalta que ambas as partes (campo x cidade) não podem ser pensados separadamente; as transformações que afetam o espaço rural prejudicam também a cidade. A autora discorre sobre o processo de urbanização e dependência recíproca entre campo e a cidade.

O processo de urbanização, ou seja, de maior crescimento da população urbana em relação à rural é aquele que dá conformação à cidade e está vinculado ao desenvolvimento industrial e ampliação do setor de serviços. A cidade, então aqui, não deve ser pensada em separado ao espaço rural mas, em interdependência com este, sendo um espaço produzido e apropriado por grupos de pessoas e acima de tudo, como um processo sob a hegemonia do capital. Portanto, os problemas que ocorrem no campo […], liberação de mão de obra rural, injusta concentração fundiária entre outras, ou na cidade, migração campo-cidade, desemprego, injusta concentração de renda, formação e expansão de favelas, falta de infra-estrutura básica, não devem ser analisados de forma isolada, pois os efeitos são sentidos nos dois ambientes. Assim, qualquer solução que possa ser pensada também deverá afetar a vida no campo e na cidade59.

De tal modo, todas as transformações que modificaram relações de trabalho no campo, as quais geraram acumulação fundiária, exclusão e desemprego no meio rural, ocasionaram, também, novas formas de organização sociais nas cidades.

57Id..

58DAN, Vivian Lara Cáceres. op. cit., passim. 59WILLIAMS, Raymond. op. cit., p. 90-91.

Uma das consequências do desenvolvimento capitalista foi o inchaço populacional nas cidades (crescimento demográfico acelerado), e com isso o aumento de desigualdades socioeconômicas tais como a miséria, exclusão, grande concentração de mão de obra (e consequentemente sua exploração) desemprego, segregação socioespacial, falta de infraestrutura pública e entre outras consequências nocivas às classes trabalhadoras.

Em relação a segregação socioespacial, esta acontece justamente pelo aumento desenfreado da população nas cidades, situação essa decorrente da falta de organização/planejamento urbano, pela falta de interesses por parte dos setores públicos, principalmente para com as classes mais pobres que passam a ocupar também as regiões mais carentes e de maneira desordenada. Portanto, as consequências da expansão capitalista podem ser vistas tanto no meio rural quanto no urbano.

Para elencar a questão das relações capitalistas no campo e na cidade, Williams tece contribuições relevantes acerca desse processo na sociedade inglesa do século XVIII e XIX. Nos diz o seguinte:

A crise da pobreza, tão intensa nas cidades quanto nas aldeias no final do século XVIII e início do XIX, foi resultado desse processo socioeconômico como um todo e não pode ser explicada como a queda de uma ordem e a ascensão de outra. As ligações essenciais entre cidade e campo, evidentes durante todo esse tempo, chegaram a uma nova fase, mais explícita e, por fim, crítica. A Inglaterra rural, antes da Revolução Industrial e durante esta, estava caracteristicamente exposta à penetração crescente das relações sociais capitalistas e ao domínio do mercado, justamente porque aquelas e este vinham se desenvolvendo e tornando-se poderosos no contexto das estruturas do campo. No final do século XVIII já se pode falar de uma sociedade capitalista organizada, na qual tudo aquilo que acontecia com o mercado, em qualquer lugar, quer na produção industrial, quer na agrícola, terminava afetando tanto a cidade quanto o campo, como partes de uma mesma crise60”.

As transformações nas cidades ocorreram num “rápido processo de expansão e transformação da cidade (Londres)61” no século XVIII paralelo a crescimento, desenvolvimento, expansão das indústrias e comércio. Isto se fez notar ainda mais o embate entre as relações de classes, a qual foi se tornando cada vez mais presente e cada vez mais problemática a partir da grande concentração de pessoas na cidade.

A esse respeito, Williams fala dessa relação e dos conflitos existentes na sociedade inglesa, deixando claro que “[…] o contraste entre riqueza e pobreza não eram 60Ibid., p. 140.

61“[…]” A cidade, Londres em particular, era símbolo do progresso e das luzes; sua mobilidade social era a escola da civilização e da liberdade. WILLIAMS, Raymond. 1989, p.202.

qualitativamente diferentes dos conflitos existentes na ordem rural, mas eram mais intensos, mais gerais e mais claramente problemáticos devido a sua concentração na cidade de crescia febrilmente62”. Isso, certamente, acarretou reações no sentido de uma maior organização social das camadas populares contra a burguesia. Utilizando as palavras do o autor: “a turba era muitas vezes violenta, imprevisível e manipulada pela reação […]63”. (RUDÉ, George 1964, Apud WILLIAMS, Raymond 1989).

A burguesia, segundo Raymond Williams, queria usufruir de todos os benefícios trazidos pela expansão e desenvolvimento da cidade em oposição às camadas mais pobres da população, utilizando dos melhoramentos/progressos de um processo construído pelos mesmos, por assim dizer, excluindo e marginalizando a classe trabalhadora. Com isso, houve a necessidade de controlar ou suprimir a pobreza; a parte menos interessante de toda a transformação que estava ocorrendo, e que era consequência da mesma. A intenção era segregar, tomar o espaço que também pertencia às populações e afastar o “mal” do centro, da sociedade tida como civilizada, “impedir os pobres se instalarem na cidade64”.

Nesta ocasião, aconteceram movimentos para refrear a expansão da cidade visto que com esta, vieram também as consequências como as desigualdades socioeconômicas. Aglomeravam-se números cada vez maiores de mendigos nas ruas, pobres desabrigados, entre outros. Com isso, houve a necessidade de frear a expansão, sendo que esta tentativa não obteve êxito; tornou-se impossível a exclusão total dessa classe já que havia a migração em grande escala de populações vindas de outros locais que passaram a se instalar nas cidades, criando suas próprias condições de moradia e de vida/sobrevivência65. Era, no caso, a segregação espacial como resultado das grandes desigualdades criadas pelo capitalismo desenvolvido.

A respeito disso, Williams assinala pontos interessantes acerca das consequências dessa expansão capitalista na cidade, tomando como referência Londres.

[…] Os pobres e vagabundos, vítimas de uma economia em transformação, ou as pessoas ambiciosas ou em dificuldades financeiras que procuravam em Londres uma alternativa para sua ausência de perspectivas, eram alvos expressos das leis excludentes. No entanto, as transformações gerais do período eram de tal ordem que a exclusão tornava-se impossível. Além dos séquitos de criados, milhares de outros migrantes chegavam à cidade, e o principal resultado das restrições foi uma prolongada construção e adaptação

62Ibid., p. 203. 63Id.

64Ibid., p. 204. 65Ibid., p. 203-204.

de imóveis dentro dos limites legais, gerando habitações superlotadas e perigosas: labirintos e becos para a população pobre66.

Importante notar que assim como E. P. Thompson tratou em Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional os movimentos das classes pobres da sociedade inglesa do século XVIII movidas pelos seus interesses, por direitos no comércio de alimentos, partindo da luta coletiva contra a burguesia, Williams também trata desta questão, isto é, da reação à nova ordem estabelecida, mostrando como no século XIX as classes trabalhadoras, organizaram-se em ação coletiva na luta por melhores condições sociais. Procuraram desmistificar a ideia de desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico, outros fatores também são essenciais, como os aspectos socioculturais e de desenvolvimento humano.

Sendo assim, a luta não era apenas do campo contra os processos excludentes do capitalismo, era também da população urbana. Havia, pois, nessa sociedade, formas de lutas contra o sistema socialmente imposto. Havia, portanto

Uma luta no sentido de criar formas de governo local […]. Lutava-se também pelo direito de voto e pela Reforma do Parlamento, outra luta concentrada nas cidades. Lutava-se pela educação, principalmente nas cidades, uma luta que terminou sendo levada com muita dificuldade às áreas rurais, ainda governadas pelos proprietários e seus dependentes, interessados em manter o povo na ignorância. […] E ainda havia outra coisa, numa dimensão diferente desses importantes melhoramentos liberais: a organização crescente da própria classe trabalhadora, a grande reação civilizadora à tirania e à anarquia da indústria, a criação dos sindicatos a partir da rede de sociedades fraternais e beneficentes das cidades e, além dessa manifestação de uma nova e ativa solidariedade, a visão de reciprocidade como uma nova forma de sociedade: as cooperativas, o socialismo, também nas novas cidades67”.

Como observado na obra de Raymond Williams, o trabalho rural fora integrado ao sistema capitalista. Isso pôde ser observado quando do desaparecimento de pequenos proprietários e arrendatários das regiões agrícolas inglesas pelos cercamentos, e o estímulo a novas técnicas nas produções agrícolas. Os cercamentos de terras permitiram que a burguesia inglesa tomasse para si grandes quantidades de terras, o que causou levas de camponeses para os centros urbanos que contribuíram para o desenvolvimento capitalista e acumulação, e introduzindo novos modos de vida. Vimos também que com o crescimento e desenvolvimento das cidades surgem inúmeros problemas sociais, já que o desenvolvimento produzido pelo 66WILLIAMS, Raymond. op. cit., p. 204.

capitalismo não atinge a todos de maneira igual. O que sabemos é que a reprodução ampliada do capital gera benesses às classes dominantes, e contraditoriamente gera a desigualdade, deixando à margem grande parte da população.

O estudo sobre a noção de costumes apresentada por Thompson servirá para trabalhar em cima das experiências dos trabalhadores feirantes em Delmiro Gouveia-AL, no período de (1980-1990), tentando compreender como se deram as relações entre os trabalhadores da feira livre e o poder público no período de transferência da feira para outra localidade, investigando a partir dos traços culturais da população (vendedores de frutas, legumes, etc) como se deram as transformações no espaço público da cidade e a consequência dessas ações entre os traba- lhadores. O debate se dará também em torno da questão entre campo e cidade; tentando com- preender a relação de ambos “na configuração do costume feirante68”.

68PACHECO, Larissa Penelu B. Trabalho e costume de feirantes de alimentos: pequenos comerciantes e regulamentações do mercado em Feira de Santa (1960/1990). Dissertação de Mestrado – UEFS, 2009, p. 20.

CAPÍTULO III

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PARA O NORDESTE: A INTERVENÇÃO