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Chamadas Públicas Finep

No documento Maria Fernanda de Oliveira (páginas 154-156)

A realidade apresentada neste campo é bem distinta daquela imaginada quando da concepção do projeto de pesquisa. Os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia, em especial o CT-Biotecnologia, eram tidos, por sua história e pelo potencial percebidos, como fontes importantes de financiamento das empresas de biotecnologia no Brasil, sendo responsáveis pelo avanço do setor. Contudo, a análise do universo de chamadas públicas FINEP (Gráfico 28) com chamadas públicas encerradas e resultados disponíveis mostra que passados dez anos de criação do CT-Biotecnologia, os investimentos a ele destinados beiram a taxa zero.

Gráfico 28: Fundos Setoriais e Programas FINEP com chamadas públicas encerradas (2002 – 2010).

Fonte: Financiadora de Estudos e Projetos, (2011?)

Se “os recursos não podem ser transferidos entre os Fundos e devem ser aplicados para estimular a cadeia do conhecimento e o processo inovativo do setor no qual se originam” (FINANCIADORA..., 2011?) e a fonte dos recursos advém de 7,5% da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (CIDE), que por sua descrição, ainda que pequena, acredita-se ser um provimento contínuo do Fundo, torna-se importante compreender onde estes valores estão sendo investidos, uma vez que as chamadas públicas, principal forma de seleção de projetos, não têm apresentado resultados positivos neste setor de biotecnologia. Ou

1 1 2 3 5 7 7 8 8 9 9 10 11 16 17 18 21 69 0 10 20 30 40 50 60 70 80 CT-Biotec CT-Mineral CT-Agro CT-Amazônia CT-Aquaviário CT-Info Sub. Econômica Audiovisual CT-Aero CT-Energ Verde-Amarelo CT-Saúde CT-Petro CT-Hidro Funttel CT-Infra Outras Fontes Ações transversais

Número de Chamadas públicas

Fu n d o s Se to ri ai s e Pr o gr am as d e in ce n tiv o Fi n e p

questiona-se ainda se os resultados das chamadas públicas estão todos disponíveis na fonte de informação utilizada, que teoricamente, deveria apresenta-los à sociedade.

Ressalta-se, contudo, que os CT Ações Transversais, Agronegócio, Saúde, Infraestrutura, Verde-Amarelo e Amazônia, o Programa Subvenção Econômica, além de outros como o Pequena Empresa Inovadora (PRIME)36 podem contemplar áreas direta ou

indiretamente ligadas à biotecnologia.

A análise das doze chamadas públicas oriundas dos Fundos Setoriais e do programa de Subvenção Econômica foi realizada e tem seus dados apresentados a seguir.

A suposição inicial, de que haveria áreas da biotecnologia mais beneficiadas que outras, ou consideradas mais estratégicas que outras tendo sua elucidação nas chamadas públicas FINEP, foi negada. As chamadas públicas disponíveis no site FINEP permitem supor que a biotecnologia é vista como uma área geral e as empresas concorrem de forma igual, se for considerada área específica de atuação. Apesar disso, uma atenção foi concedida pelo programa de Subvenção Econômica à captação de recursos humanos especializados para áreas estratégicas do país ao longo dos últimos anos, mesmo pela exigência da Lei da Inovação, que incentiva a inserção de pesquisadores nas empresas.

Apesar de não existir um padrão engessado na composição das chamadas públicas, nota-se a preocupação em deixar claro alguns aspectos como:

 Objetivo da chamada pública;

 Critérios de elegibilidade das instituições a participarem do edital;  Os recursos financeiros a serem concedidos

 As obrigações das partes;

 Os prazos desde o lançamento da chamada até a data de divulgação final do resultado;

 As despesas que poderão ser apoiadas com os recursos da chamada;  Documentos exigidos;

 Formato de apresentação das propostas

 Os critérios de avaliação das propostas, bem como os passos a serem realizados pelos avaliadores.

Na literatura, Alcântara (2009) afirma que uma das principais queixas dos proponentes

às chamadas públicas da FINEP é a falta de clareza nos critérios dos avaliadores para aprovação dos projetos. Contudo, a análise dos documentos contradiz essa colocação. Em

36 O PRIME cria condições financeiras favoráveis para empresas nascentes de alto valor agregado transpor a fase

todos as chamadas públicas consta a descrição dos critérios a serem utilizados nas avaliações. Os recorrentes são:

 Grau de compatibilidade efetiva da proposta com os objetivos definidos na chamada;

 Qualificação da equipe executora e sua adequação às necessidades da proposta;  Clareza, coerência e adequação da metodologia, cronograma físico e indicadores

de progresso;

 Adequação do orçamento e cronograma de desembolso aos objetivos da proposta. A dificuldade maior em se adequar às chamadas públicas e ter as propostas aprovadas, na visão da própria FINEP, teria mais relação com o perfil do fundador da empresa. Uma vez que a maior parte deles tem origem acadêmica, é comum escreverem projetos de financiamento como escrevem projetos de pesquisa científica, sendo que os focos são totalmente distintos. Assim informações desnecessárias dão origem a dezenas de páginas e outras informações importantes deixam de ser mencionadas, pela falta de experiência do elaborador da proposta (ALCÂNTARA, 2009).

Quando as chamadas públicas propõem recursos exclusivos às empresas privadas ou às parcerias com empresas privadas, há a necessidade de coleta de diversos documentos. Esse poderia ser outro empecilho para a aprovação das propostas, contudo os prazos das chamadas públicas entre o lançamento da chamada e a data limite para entrega da proposta são razoáveis, com mínimo de um mês para construção e apresentação da proposta.

Nesse ponto, crê-se ser importante uma gestão da informação eficiente na organização, que disponibiliza as informações e documentos necessários a elaboração da proposta de forma rápida e, o mais importante, eficiente, permitindo ao responsável pela elaboração da proposta as ferramentas necessárias à construção do projeto. Além disso, o estudo de chamadas públicas

anteriores, pode preparar o gestor ou responsável pela elaboração de propostas, através do conhecimento de cada uma dessas características gerais apresentadas e outras específicas de cada fonte de financiamento: Fundo Setorial, Subvenção Econômica, Prime, etc.

5.5 Proposta de um modelo simplificado para gestão da informação em empresas de

No documento Maria Fernanda de Oliveira (páginas 154-156)