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Chapecó (SC): Zoneamento urbano na Avenida São Pedro (2014)

De início, é possível perceber a proximidade com a área urbana central, que garante, entre outros fatores, o potencial de desenvolvimento de atividades econômicas, aproveitando-se da infraestrutura que dispõe a área central. Além disso, os bairros São Cristóvão e Jardim América estão localizados próximo as principais vias de escoamento da produção – a Avenida Fernando Machado, principal via de acesso a cidade pela porção norte e a Avenida São Pedro, que faz a ligação para o oeste do estado de Santa Catarina – fator que favorece o desenvolvimento de atividades de grande porte. A ocupação dessa área data de 1950, quando as leis municipais incentivavam a ocupação gradativa em círculos nas regiões que compunham a área central. Fatores como a instalação de agroindústrias nas principais vias estruturais da cidade acabaram por propiciar a implementação de infraestrutura básica para acompanhar o crescimento das empresas.

Localizada entre a Avenida São Pedro e a rua João Martins, está a Unidade Industrial Consolidada, que compreende “[...] as indústrias implantadas e consolidadas

em área urbanizada, localizadas próximo aos locais de moradia [...]” (PMC, 2014a, p. 39).

Nesse local, no ano de 1967 instalou-se a Cooperativa Regional Alfa, que realizava (e realiza) a função de recolher, beneficiar, processar e industrializar cereais (feijão, milho, soja e trigo), fornecendo, atualmente, matéria prima para a Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), instalada em 1969 também no bairro São Cristóvão, e que iniciou suas atividades na área de abate de suínos em 1975 (ALBA, 2002). Conforme Reche e Sugai (2008), a instalação das agroindústrias neste local foi o que propiciou a ocupação dessa área, principalmente com a vinda de migrantes que procuravam emprego nas agroindústrias da cidade. No ano de 1974, diferente da ocupação do bairro Efapi, a área que compreende os bairros São Cristóvão e Jardim América já era considerada como parte do perímetro urbano, entretanto, após a década de 1980 ocorre uma intensificação da ocupação e urbanização de ambos os bairros, como pode ser visto na figura 13, mostrada na página 124.

Os bairros São Cristóvão e Jardim América, de tal modo, se estruturaram tendo por base a necessidade residencial criada pelos trabalhadores das agroindústrias e propiciaram, consequentemente, o aparecimento de estabelecimentos voltados ao comércio e aos serviços, que encontravam nesse local grande potencial de desenvolvimento, tanto em virtude da demanda por parte dos moradores quanto pela

A área que compreende o bairro São Cristóvão entre as Avenidas Fernando Machado, Avenida São Pedro e a rua Licínio de Córdova é classificada pelo Plano Diretor como unidade funcional de descentralização do desenvolvimento nível 1, como pode ser visto no mapa 9. Esta unidade, juntamente com a Avenida São Pedro (classificada pelo plano diretor como unidade funcional de descentralização do desenvolvimento nível 2), no contexto da formação de subcentros, são as mais significativas dos bairros, pois denotam que o planejamento municipal está classificando essas áreas como as que possuem ou estão propícias ao desenvolvimento de atividades econômicas. Como descrito no plano diretor (PMC, 2014, p. 37), a Unidade Funcional de Descentralização do Desenvolvimento Nível 1 é entendida como “[...] unidade territorial urbana organizada preferencialmente em vias arteriais e coletoras, com o objetivo de promover a descentralização das atividades de desenvolvimento econômico junto às Unidades de Moradia”. Entre as vias destacadas pelo plano, estão as Avenidas Fernando Machado –

classificada como parte da área urbana central – e a Avenida São Pedro, classificada neste

trabalho como um subcentro.

Esta área, como prevista no Plano Diretor (2014), é direcionada a implantação de atividades econômicas de pequeno e médio porte, entretanto, nos trabalhos de campo efetuados nesta área não foram encontradas atividades comerciais, de serviços e gestão suficientes para sua classificação como subcentro, com exceção da rua Licínio de Córdova, rua localizada no limite entre a unidade funcional de descentralização do desenvolvimento nível 1 e a área urbana de transição.

A área urbana de transição, de tal modo, compreende a faixa de transição entre a área urbana central e a unidade de moradia, apresentando média densidade de edificação e é destinada ao uso residencial e atividades econômicas complementares (PMC, 2014a). A unidade de moradia também é destinada ao uso residencial e, assim como a área urbana de transição, permite o desenvolvimento de atividades econômicas de pequeno potencial de degradação ambiental, garantida a qualidade de vida e o bem-estar da população residente (PMC, 2014a).

Com o crescimento populacional e do tecido urbano, atividades comerciais e de serviços foram se desenvolvendo para atender as necessidades da população que residia nesta área. Atualmente, na Avenida São Pedro e na rua Licínio de Córdova são encontrados vários estabelecimentos comerciais, de serviços e de gestão que atendem não

somente a população local, mas por estarem localizadas nas principais vias da cidade, também atendem a população de passagem.

Por meio dos trabalhos de campo realizados na Avenida São Pedro e nos bairros São Cristóvão e Jardim América, constatou-se que as atividades significativas para a delimitação de uma área como um subcentro, qual sejam, as atividades centrais e atividades típicas da zona periférica do centro, estão localizadas predominantemente na Avenida São Pedro e na rua Licínio de Córdova. A Avenida São Pedro, como destacamos anteriormente, representa em parte de sua extensão, a divisa dos bairros São Cristóvão e Jardim América, e as atividades presentes nessa via atendem ambos os bairros. Por tais motivos, optamos por nomear o subcentro como subcentro São Cristóvão/Jardim América. No mapa 10 é possível observar os tipos de uso do solo encontrados neste local.

Nos levantamentos realizados neste local, foram encontradas 281 unidades de uso do solo, onde 31,3% das atividades correspondem a atividades centrais (81 unidades), 30,6% representam uso típico da zona periférica do centro (86 unidades) e 28,8% das atividades foram classificadas como atividades não centrais (81 unidades). É possível observar, de início, que o subcentro comporta uma certa igualdade de funções, mesclando os usos residenciais com atividades de comércio, serviços e gestão. Os lotes vagos ou em construção encontrados no subcentro São Cristóvão/Jardim América perfazem 3,9% do uso solo (11 unidades), enquanto os estabelecimentos fechados ou disponíveis para locação representam 5,3% do uso do solo (15 unidades), como pode ser observado na tabela 5.

Tabela 5 - Chapecó (SC): Distribuição do uso do solo no subcentro São Cristóvão/Jardim América (2015) Tipo de uso unidades Nº de % do uso do solo

Atividades Centrais 88 31,3

Atividades Típicas da ZPC 86 30,6

Atividades Não centrais 81 28,8

Fechado/Aluguel 15 5,3

Lote vago/Em construção 11 3,9

Total 281 100