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É relevante, enfatizar que, as ciências ambientais é um recurso importante do processo de gestão ambiental (Fig. 2.3). Uma vez que, nelas estão contidos vários “indicadores de sustentabilidade”. E, estes são necessários para avaliar o referido processo, pois as ciências ambientais por se tratar de um campo do saber interdisciplinar contribui para uma apreciação mais abrangente das casuísticas submetidas.

Na concepção de Milaré (2009) os indicadores de sustentabilidade se distinguem dos indicadores tradicionais de progresso econômico, social e ambiental. Já que outros padrões de referência exigem uma visão integrada do planeta com indicadores multidimensionais que evidenciem as inter-relações existentes entre eles. Já os tradicionais visavam apenas produzir crescimento econômico e desenvolvimento, não tinham uma preocupação com as questões ambientais.

Destarte, Albuquerque (2009) define indicador de sustentabilidade como um conjunto de parâmetros que auxilia na aferição das alterações antrópicas em determinado sistema e informa, de modo simplificado, a real situação deste sistema em relação às metas e aos critérios definidos para avaliar a sua sustentabilidade. Estes parâmetros colaboram na definição das estratégias para que se possa atingir as metas e superar os desafios propostos.

A avaliação do referido conjunto de parâmetros requer um tratamento multidisciplinar. Para Silva (2004) este tipo de tratamento é um requisito básico para a compreensão dos problemas ambientais, o que exige o trabalho de profissionais de diferentes formações atuando de modo articulado e envolvendo a sociedade.

A percepção interdisciplinar sobre o processo de gestão ambiental, conforme Philippi Jr et al (2004) deve iniciar quando se provocam adequações no ambiente natural, de modo a adaptá-lo as necessidades individuais ou coletivas, produzindo dessa forma o ambiente urbano nas suas mais variadas multiplicidades de conformação e escala. Deste modo, segundo exposto pelos editores, o ambiente urbano é a consequência de aglomerações localizadas em ambientes naturais modificados, e que para a sua sobrevivência e ampliação necessitam dos recursos do ambiente natural.

Nesta perspectiva, Philippi Jr et al (2004) destacam que uma vez percebido o problema e as variáveis ambientais comprometidas pelo ambiente urbano a partir dos seus processos de expansão, a próxima medida a ser adotada deve ser direcionada ao enfrentamento dos impactos que foram gerados.

Desse modo, percebe-se que a composição da equipe que trata dos problemas suscitados precisa ser multidisciplinar, congregando diversos campos do saber em busca de soluções factíveis para uma gestão ambiental eficaz voltada para o bem-estar da população.

Os impactos que foram gerados comprometendo as variáveis ambientais impõem desafios para os gestores que através de políticas públicas estabelecem estratégias para o enfrentamento dos referidos impactos. Uma das estratégias que vem sendo adotada é a educação ambiental.

Para os editores Philippi Jr et al (2004), a educação ambiental representa a própria educação, com sua base teórica produzida historicamente e que tem como finalidade última melhorar a qualidade de vida e a qualidade do meio ambiente, como foco na sustentabilidade. Segundo os editores, se os problemas ambientais são extremamente complexos e são causados pelos modelos de desenvolvimento adotados, suas soluções estão sujeitas à distintos saberes de pessoas com formações variadas voltadas para o fim comum de minimizar as dificuldades apresentadas.

Nesta linha, os referidos editores interpretam as ciências ambientais como um conhecimento disciplinar que possibilita uma visão integral desses problemas ambientais. Sendo que, para Philippi Jr et al (2004) a gestão ambiental consiste numa série de intervenções humanas sobre o patrimônio ambiental que se setoriza em determinado território. Os atores dessas intervenções são o poder público e a coletividade.

Ao focalizar os estudos interdisciplinares desencadeados, a partir da relação entre a cidade e o meio ambiente, Gonçalves e Santos (2010) ressaltam temas como, planejamento e gestão ambiental urbana, como essenciais para compreender a citada relação. Segundo os autores tratar da cidade representa refletir sobre as espacialidades e temporalidades.

Em face da relevância de se refletir sobre os problemas que circundam a questão ecológica faz-se necessário, também, ampliar o campo de debate sobre os referidos problemas. Pois, estes tem sido uma preocupação premente da humanidade, por isso, os olhares sobre a utilização dos recursos naturais, por exemplo, têm ganhado destaque na sociedade hodierna, de modo que, a promoção da qualidade de vida tem sido uma preocupação do poder público.

Neste contexto, as ciências ambientais e os conhecimentos interdisciplinares são ferramentas que podem ser utilizadas na busca de soluções para os problemas ambientais que preocupam a coletividade. A produção de conhecimento acerca de como implementar uma determinada ação colabora para atingir os objetivos almejados.

Ainda, no que se refere a produção de conhecimento, Milaré (2009) salienta que a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um dos instrumentos para salvaguardar os interesses socioambientais, o referido instrumento foi implementado pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981). Outro recurso fundamental para a proteção do Meio Ambiente é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) consolidado pela Constituição Federal de 1988 (CF/88). Ressalta-se que o EIA é um estudo mais detalhado sobre o impacto ambiental de determinada ação/empreendimento, sendo que os dados coletados com a AIA podem servir como base para o desencadeamento do estudo em tela.

A diversidade de normas e princípios ambientais serve para que o poder público possa direcionar suas políticas ambientais. Para ajudar nesta reflexão recorre-se ao esclarecimento acerca do papel das normas e dos princípios ambientais dentro do processo de gestão ambiental. Um dos principais papéis exercidos é o de estabelecer parâmetros que contribuem na interpretação dos desafios e estratégias contidos no referido processo.

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