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1 INTRODUÇÃO

2.5 INDICADORES FINANCEIROS

2.5.3 Ciclo operacional e financeiro

O ciclo operacional e financeiro de uma empresa varia de acordo com o modelo de negócio e setor que ela atua, as empresas para se tornarem mais competitivas e fazer a diferença no mercado, necessitam não somente de produtos ou serviços, mas também é preciso compreender como acontece o ciclo/período em que os produtos permanecem nas empresas ou o tempo em que demoram para prestar um serviço, bem como as atividades da mesma.

Padoveze e Benedicto (2008, p.155) assim conceituam,

O ciclo operacional corresponde a todas as ações necessárias e exercidas para o desempenho de cada atividade. É o processo de gestão da cada atividade e inclui o planejamento, a execução e o controle.

O ciclo financeiro corresponde ao processo de efetivação financeira de cada evento econômico em termos de fluxo de caixa.

Assim pode-se afirmar que é o processo que se inicia desde a compra de mercadorias até o momento do recebimento da venda. De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 204) “O período operacional consiste na compra, fabricação, estocagem, venda e cobrança. Cada uma dessas fases possui determinada duração”.

O ciclo operacional segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 204) é apresentado pela seguinte fórmula:

COP = PMEMP + PMF+PMV+PMC

Sendo:

PMEMP = prazo médio de estocagem matéria-prima PMF = prazo médio de fabricação

PMV = prazo médio de vendas PMC = prazo médio de cobrança

O ciclo financeiro de acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 206) é calculado utilizando-se a fórmula semelhante a do operacional, porém neste é incluído o prazo médio para pagamento a fornecedores como um redutor, conforme representado pelos autores:

CF= (PMEMP + PMF+PMV+PMC) – PMPF

Para o desenvolvimento dos ciclos operacional e financeiros existem os elementos que compõem estas estruturas, assim serão demonstrados os estoque de produtos, pagamentos de fornecedores e recebimento de clientes.

a) Estoques de produtos

Por meio desse indicador é possível compreender o período que os produtos ficam em estoque, com um adequado controle na organização além de controlar o espaço físico da empresa pode-se prevenir o desperdício de produtos e mesmo a falta deles, saber o que entra e o sai do estoque traz vantagens aos gestores.

Por exemplo: saber quais os produtos são mais vendidos, quais estão a mais tempo sem saída e quando será necessário repor determinado produto, facilita a identificação de tudo o que a empresa possui no estoque. Definindo a cada item a quantidade mínima para se ter em estoque favorece para um bom controle não deixando faltar produtos para os clientes e nem deixa que sobre produtos o que pode significar dinheiro parado.

Müller e Antonik (2008, p.141) apresentam a fórmula de giro de estoque da seguinte maneira:

Giro dos Estoques (GE) = Custo das Mercadorias Vendidas / Estoque médio

Os autores complementam que “Giro de estoque alto não significa eficiência, pois estoque muito pequeno (giro alto) pode indicar: dificuldades para entregar o pedido e falta de caixa”, (MÜLLER; ANTONIK. 2008, p.141).

Por este motivo o controle do estoque é tão importante quanto qualquer outra atividade adotada pela empresa, o mesmo pode ser elaborado por meio de planilhas ou mesmo em um sistema de software dessa forma será possível fazer estimativas de pedidos a fornecedores, estimativa de vendas e potencializar os investimentos do estoque.

b) Pagamento de fornecedores

O pagamento de fornecedores é uma atividade que representa os recursos financeiros gastos para a compra de produtos a serem comercializados ou mesmo produzidos, formando assim o principal item de saída de dinheiro do caixa. É importante que os gestores avaliem a disponibilidade de recursos para pagar suas obrigações.

De acordo com Padoveze e Benedicto (2008, p.159), a fórmula apresentada é:

Prazo Médio de Pagamento =

Fornecedores (Duplicatas a Pagar) x 360 dias Compras de Materiais (Bruto)

Esta é uma fórmula que apresenta o prazo médio de pagamento da empresa, exemplificando uma empresa de pequeno porte que tenha duplicatas a pagar no valor total de R$ 2,800. 00 (Dois mil e Oitocentos Reais) multiplicado pelos 360 dias correspondente ao período de um ano e dividido pelo valor de R$ 66,000. 00 (Sessenta e seis mil reais) compra de materiais ou produtos brutos do ano teremos uma média de prazo em 15 dias para o pagamento de fornecedores.

c) Recebimento de clientes

Oferecer crédito aos clientes pode ser um ponto positivo entre os vários fatores que levam o cliente entrar e comprar em determinada empresa, porém é necessário assim como qualquer outro processo que se tenha planejamento, cautela e controle ao ofertar crédito pois esta em jogo a saúde financeira da empresa.

O prazo é estipulado por políticas adotadas da empresa, é o tempo em que a empresa leva para cobrar do cliente aquilo que lhe foi vendido. De acordo com Müller e Antonik (2008, p.143),

Avalia a política de crédito da empresa. É obtido pela divisão das duplicatas a receber (DR) pelas vendas médias diárias (VMD). Esta por sua vez representa o cociente de vendas anuais (VA) em 360 dias. Se a empresa normalmente concede 30 dias para pagamento, o prazo médio de pagamento (PMC), isso servirá de parâmetro para avaliar o quanto, na prática, a política de crédito funciona.

Assim o prazo médio em vendas é o período de dia da venda até o recebimento da mesma, mas vale lembrar que em se tratando de empresas de pequeno porte os prazos podem variar de acordo com o produto e cliente.

Padoveze e Benedicto (2008, p.161), apresentam a fórmula da seguinte maneira,

Prazo Médio de Recebimento =

Clientes (Duplicatas a Pagar) x 360 dias Vendas (Receita Operacional Bruta)

O cálculo sendo efetuado de acordo com a fórmula expressa indica o período em que a empresa demora em receber o valor em vendas, por exemplo: se a empresa vende parcelado em 3x sem entrada (0+1+1+1) seu prazo para recebimento será de 0% à vista, 33% em 30 dias, 33% em 60 dias e 34% em 90 dias.

Esta é uma ferramenta que exige planejamento e controle, pois essa é uma prática que pode prejudicar o fluxo de caixa se não for realizado de forma cautelosa.

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