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2.ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE A ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL E EFEITOS DA APROPRIAÇÃO HUMANA NO

CIOAMBIENTAIS NA ÁREA DE M AMPOS VERDES-GO

onsiderações referentes à inserção da mine ctos físicos, socioeconômicos e os aspectos da ão dos aspectos socioambientais do municípi

IBGE, SEPLAN, do programa Levantamentos al.,1999) e do Sistema de Informações Geográf ento Industrial e Mineral (AGIM, 2002), Prefe pio de Campos Verdes (CGMCV, 2007) e inform

egional da área de garimpo é constituída, princ te antigas (Neoproterozóico). As coberturas r os areno-argilosos, devido o retrabalhamento da

ipalmente (LACERDA FILHO et al., 1999), vide

lógico de Campos Verdes (GO). Fonte: AGIM, 2002.

MINERAÇÃO DE

neração no município, os da saúde de Campos unicípio, foram utilizadas ntos Geológicos do Brasil gráficas (SIEG), Agência efeitura, Cooperativa de ormações in loco.

incipalmente, por rochas s recentes são formadas das rochas mais antigas vide Figura 4.4.

Abaixo, na Tabela 4.1, segue a descrição simplificada das Unidades Litoestratigráficas encontradas na área do empreendimento minerário, de acordo com LACERDA FILHO et al (1999):

TABELA 4.1 – UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS DA ÁREA DO GARIMPO DE ESMERALDAS - CAMPOS VERDES (GO).

Fonte: Adaptado de LACERDA FILHO et al(1999). Unidades Litoestratigráficas Descrição

Suíte Santa Tereza

Compreende um conjunto de granitóides encravados no contexto dos terrenos gnáissicos Neoproterozóico. Ocorre como corpos isolados de formas ovaladas, deformadas a discretamente deformadas. Possui uma coloração cinza-clara, granulação grosseira.

Seqüência Mara Rosa

Trata-se de uma seqüência meta-vulcano-sedimentar cuja direção preferencial é NNE. Esta seqüência possui metamorfismo na fácil xisto verde alto a anfibolito e é representada por faixas metavulcanicas e meta-sedimentares separadas por terrenos gnáissicos. Esta seqüência é dividida na literatura em seis unidades. A unidade encontrada no município de Campos verdes (Nmr³) é definida por clorita- quartzo xistos e algumas variações mineralógicas (magnetita, pirita, Granada, calciclorita), formações ferríferas, sericitas quartzitos com magnetita e turmalinitos associados. Localmente, são encontrados lentes de ultramáficas talcificadas (talco xistos e algumas variações mineralógicas como clorita, tremolita e dolomita) portadores de mineralizações de esmeraldas.

Ortognaisses do Oeste de Goiás

Estes terrenos são constituídos por gnaisses granitóides de idade Neoproterozoica (1.000 a 540 milhões de anos). São de natureza cálcica a calci-alcalina e coloração acinzentada a rosada, granulação média a grossa. Encontram-se intensamente cisalhados e deformados, metaformisados no fácil xisto verde alto a anfibolito. Ocupam quase toda a região do Município de Campos Verdes, conforme mapa geológico, na Fig. 4.4.

Aluvião

Estes depósitos caracterizam-se por sedimentos inconsolidados areno-argilosos. Aparecem, nas duas bacias hidrográficas estudadas, como faixas irregulares, restritas a planícies de inundação e ao longo das drenagens, na maior parte das vezes misturados aos rejeitos da mica – xistos.

Na geologia da área garimpeira, são encontradas rochas pertencentes à seqüência Mara Rosa e aos sedimentos recentes de Aluviões, como descrito anteriormente.

A geomorfologia é o reflexo da geologia, que influencia o relevo, o padrão de drenagem e as áreas de erosão e sedimentação. São estas condições que, a partir da morfologia, estruturas e os processos genéticos evolutivos, proporcionaram a distinção dos compartimentos geomorfológicos do Estado de Goiás agrupados em seis regiões e vinte unidades geomorfológicas apresentadas, conforme Figura 4.5.

Figura 4.5 – Mapa geomorfológico do Estado de Goiás e localização da área de estudo.

Fonte: Modificado em (2008). Adaptado de LACERDA FILHO et. al.(1999). Campos Verdes (GO).

Segundo Lacerda Filho (et al, 1999), Campos Verdes está inserida na região geomorfológica das superfícies Aplainada, Sub-unidade Superfície do Araguaia (ver Figura 4.5). A Sub-unidade da Superfície do Araguaia é caracterizada, no geral, por vertentes com fracos declives, drenagens pouco aprofundadas e interflúvios amplos. Nas áreas de pedimentos, os espaçamentos interfluviais são menores e a drenagem é mais aprofundada. No assoalho da superfície, há, frequentemente, material concessionário às vezes associado a

fragmentos de quartzo e quartzito. A natureza das formações superficiais é variável, predominando a textura média e, subordinadamente, a argilosa e arenosa.

A área em estudo insere-se na unidade denominada Planalto Central Goiano, que compreende um grande planalto sub-compartimentado em níveis topográficos distintos e com características próprias, ligadas entre si com traços genéticos comuns. A superfície mais elevada compreende formas tabulares conservadas ou suavemente dissecadas, observando-se apenas uma dissecação mais intensa nas bordas escarpadas, incluindo voçorocas de grandes dimensões.

Tanto as chapadas, quanto os pediplanos e pedimentos são residuais de aplainamento Cenozóico, tendo sido as chapadas modeladas em virtude do aplainamento por corrosão e desnudação lentas, causado pelo intemperismo diferencial químico durante o Terciário, e os pediplanos e pedimentos, por processos iniciados no Plioceno e interrompidos durante o Quartenário, por fases de dissecação ao longo dos vales.

A pedologia que predomina na área de garimpagem apresenta uma associação de latossolos vermelho-escuros com vermelho-amarelos, ambos com textura argilosa. Todos são distróficos, apresentando relevo suavemente ondulado. Observa-se, ainda, circundando os cursos d’água e as planícies de inundação, uma associação de solos Glei pouco húmico com textura argilosa, relevo plano com plintossolos de textura argilosa ou médio-argilosa, relevo plano e ambos suavemente ondulados, todos distróficos.

Quanto aos aspectos hidrogeológicos, a região é compreendida do aqüífero tipo fraturado, significando que a água fica acumulada nas fraturas da rocha e que sua permeabilidade e porosidade primárias têm valores mínimos, chegando a serem considerados impermeáveis pela literatura. Já as porosidades e permeabilidades secundárias são responsáveis pela circulação da água subterrânea nas fraturas das rochas (FEITOSA; MANOEL FILHO, 2000).

Assim, a questão hidrológica deve ser considerada, devido ao processo de extração mineral ser exclusivamente por poços e galerias subterrâneas e, obviamente, este fato está relacionado com o rebaixamento do lençol freático, pois é este procedimento que viabiliza a extração de esmeraldas.

O município de Campos Verdes localiza-se sobre um divisor de águas e está inserido entre duas bacias hidrográficas: a Bacia do Rio do Peixe e a Bacia do Rio dos Bois, esta última utilizada para o abastecimento da cidade. Os cursos d’água que nascem na porção esquerda do município correm para a Bacia hidrográfica do Rio do Peixe. E os cursos d’água que nascem na porção direita correm para a Bacia Hidrográfica do Rio dos Bois.

Figura 4.6 – Principais mananciais Fonte: SIEG-GO - I com a escala 1:25.00 Modificado: Nascim

A Bacia Hidrogr seu principal manancial e o município. A sub-bacia do C

ciais das Bacias Hidrográficas de Campos Verdes. Áreas Imagem de Satélite do Município de Campos Verdes. .000 (IBGE). Carta : SD- 22- Z-A –III-4 NO- Goiás. Ima imento, I, (2008).

ográfica do Rio do Peixe abastece a porção esque o Córrego Landi, cuja nascente encontra-se na do Córrego Landi é composta por micro-bacias

Trecho Velho Área do Valetão/ Trecho Novo as de interesse econômico. Articulação compatível magem LANDSAT- 2007 esquerda do município e na extremidade norte do que passa pela área do

Valetão, conforme a Fig.4.6.; a maior parte delas são sazonais, dentre elas a que passa nos fundos do lixão da cidade.

A Bacia Hidrográfica do Rio dos Bois abastece a porção direita do município e é representada pela micro-bacia do Rio Taguaruçuzinho, cuja nascente encontra-se pouco acima dos principais lavadores existentes no município próximo ao Trecho do Netinho e que ‘desaparece’ no meio das taboas, após abrir em conformação semelhante a uma lagoa. Assim, este manancial, sazonal, é utilizado para receber a água de vários lavadores existentes ao longo de sua margem.

A Reserva garimpeira de Campos Verdes possui uma área de 2.930 hectares, caracterizada por vários tipos de cerrado dentro de sua biodiversidade, do tipo mosaico de formações. As características climatológicas predominantes no município, de acordo com a classificação de Köppen são dois períodos bem definidos: seco, de maio a setembro e chuvoso, de outubro a março.

O tipo vegetacional encontrado na área em estudo foi o cerrado, propriamente o Cerradão, identificado pela densidade vegetal e pelo seu aspecto florestal, é predominante, principalmente, nas áreas limites da reserva, ocorrendo também nas proximidades do limite oeste da mesma. Em seguida, está o cerrado sensu stricto de aspecto árido, presente em grande parte da área de garimpo. Ele é bastante comum por apresentar as características fitofisionômicas básicas: vegetação arbustiva e de extrato lenhoso de pequeno e médio porte, de aspecto grosso retorcido. Há também áreas de extensão considerável de mata galeria e de vegetação secundária formada, principalmente, por gramíneas, originada de ações antrópicas, como formação de pasto e atividades de lavra garimpeira.

Outra formação vegetacional observada são as áreas brejeiras pertencentes às drenagens naturais. Os brejos exercem papel importante na manutenção do habitat, pois é o nicho de espécies animais e vegetais exclusivas e são fundamentais na reprodução de anfíbios.

Os brejos contribuem também para o controle das características bioclimáticas (umidade e temperatura), assim como dos aspectos físicos do meio.

4.3.2 - Aspectos Socioeconômicos

O município de Campos Verdes detém, dentre equipamentos e serviços, uma sede administrativa e uma estrutura urbana considerável, podendo-se considerar como um dos aspectos positivos advindos da atividade extrativista no município atualmente.

Segundo o IBGE (2008) e a Prefeitura local (2007), a cidade dispõe de: dois postos de saúde, duas quadras de esporte, uma feira coberta, nove escolas, sendo seis municipais e três estaduais, um hospital municipal, uma farmácia básica, cinqüenta e dois estabelecimentos varejistas, Delegacia de Polícia local e Polícia Militar e Civil e uma agência bancária do Banco Bradesco. Quanto aos meios de comunicação, existem uma agência dos Correios, uma rádio comunitária, e serviços de telefonia fixa.

O abastecimento de água tratada atende 95% da população urbana, com uma estação de tratamento da água captada em poços artesianos próximos ao Rio dos Bois - Saneamento do Estado de Goiás – SANEAGO, S/A. Porém, o município não possui rede de coleta de esgotos, sendo os dejetos depositados em fossas. O lixo urbano, após a coleta, é depositado em um lixão, distante da área urbana 1 km, aproximadamente.

A tabela 4.2 resume o número de redes e ligações de água do município no período de 2000 a 2007.

TABELA 4.2 - REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE CAMPOS VERDES (GO), MAR/2008.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007