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Os diversos problemas observados in loco e as entrevistas realizadas com trabalhadores no garimpo atingiram o objetivo da pesquisa. A inexistência de dados estatísticos oficiais sobre acidentes e doenças do trabalho, na atividade do garimpo e a dificuldade de obtê-los junto aos órgãos oficias no município constituíram um empecilho que exigiu um estudo mais genérico.

Até o momento da pesquisa, havia oito minas em operação no garimpo; destas, foram visitadas três, onde a maior parte das atividades de extração mantinha empregos informais. Consequentemente, estes trabalhadores são mais afetados do ponto de vista das condições de trabalho e carecem de normas básicas de higiene e segurança do trabalho. Contudo, os riscos existentes no garimpo nem sempre são comuns em todas as frentes de mina subterrânea, porque cada uma tem suas peculiaridades.

Assim, segue-se à exposição de riscos em que se encontram os trabalhadores no ambiente subterrâneo, a conclusão de que, para estes trabalhadores, não existem riscos em maior ou menor grau, pois os riscos emanam de diversas maneiras e podem acarretar danos imprevisíveis ou irreversíveis aos mesmos. A precariedade e a ausência de medidas para a prevenção de acidentes e controle da exposição a poeiras, bem como a falta de conscientização de empregadores e trabalhadores agrava ainda mais a situação relatada.

Os indicadores de riscos propostos neste estudo não esgotam as análises futuras, que poderão ser feitas mais abrangentes, a partir de paramêtros de referências de forma quantitativa e qualitativa e da avaliação das condições de trabalho no garimpo. A precisão de dados é indispensável para a determinação de programas de prevenção de acidentes e controle da poeira, para a melhoria das condições de trabalho subterrâneo a nível local.

Neste sentido, é necessário estudar constantemente os perigos existentes nos locais de trabalho e prever os potenciais efeitos dos mesmos, no sentido de adotar para cada caso medidas de segurança mais apropriadas para a questão ambiental e a saúde do trabalhador. Como bem ressalta Mendonça (2004, p.134), em seu discurso, “a meta principal de tais estudos [...] são as ações na direção da busca de soluções do problema”.

Portanto, para que se tenha melhor eficiência, eficácia e efetividade na atividade de exploração de esmeraldas, faz-se necessário um plano de segurança do trabalhador e que o mesmo faça parte de um conjunto que envolve organizações governamentais, Cooperativa, empresas, trabalhadores e comunidades, como também a aplicabilidade de leis mais rígidas no

controle e fiscalização das atividades de garimpo a nível local, regional e nacional, formando um elo na tomada de decisões para a redução dos níveis de riscos de acidentes e promoção da saúde do trabalhador.

i. RECOMENDAÇÕES

O diagnóstico dos problemas socioambientais no município de Campos Verdes (GO) indica que, para um controle ambiental eficaz e melhoria das condições de vida e trabalho da população garimpeira, faz-se necessário a adoção de um Plano Diretor de Mineração – PDM.

Recomenda-se a elaboração de uma matriz normativa para o garimpo, com planejamento obtido pelo cruzamento das leis e diretrizes de uso e ocupação do solo e da exploração dos bens minerais, bem como programas de saúde para os trabalhadores no garimpo e programas socioeconômicos sustentáveis, considerando-se as prioridades. Esta matriz deve observar as questões:

a. Ambientais:

A aplicação de leis como Programas de Recuperação de Áreas Degradadas- PRADs: A Lei Nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº 99.274/90, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em seu Art. 4º, afirma que a Política Nacional do Meio Ambiente visará:

VII - (..) obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

O Decreto Nº. 97.632, de 10 de abril de 1989, que dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º, inciso VIII, da Lei Nº. 6.938, determina:

Art. 1º - Os empreendimentos que se destinem à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de área degradada.

(...) são considerados como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais.

Por fim, em seu Art. 3º, o decreto estabelece a finalidade dos PRAD:

A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.

Na prática, este e outros instrumentos também formulados legalmente (Plano de Controle Ambiental - PCA e Relatório de Controle Ambiental - RCA) têm sido muito mais aplicados no setor de extração mineral. Aliás, PCA e RCA são específicos para a extração mineral (Resolução CONAMA Nº 09 e Resolução CONAMA Nº 10, respectivamente, ambas de seis de dezembro de 1990).

Todavia, os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas também são importantes instrumentos da gestão ambiental para outros tipos de atividades antrópicas, sobretudo aquelas que envolvem desmatamentos, terraplenagem, exploração jazidas de empréstimos e bota-foras.

Os levantamentos de passivo ambiental podem ser os instrumentos que antecedem um PRAD. Um EIA também pode demandar um PRAD na qualidade de medida mitigadora. O mesmo é válido para um plano de zoneamento ambiental e para um sistema de gestão ambiental. Assim sendo, sugere-se o plano de zoneamento para os trechos Velho, Novo e Netinho (Figura.7.1).

Figura 7.1- Proposta de Zoneame Nascimento (2008).

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b. Condições de Trabal

Nos últimos 15 nos ambientes de trabalho. concepção, principalmente empregados, existindo pre

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