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S‹o il’citas as provas obtidas por meio de intercepta•‹o telef™nica determinada a partir

apenas de denœncia an™nima, sem investiga•‹o preliminar. Com efeito, uma denœncia an™nima n‹o Ž suficiente para que o juiz determine a intercepta•‹o telef™nica; caso ele o fa•a, a prova obtida a partir desse procedimento ser‡ il’cita.

(PC / DF Ð 2015) Suponha-se que um policial, imediatamente ap—s a pris‹o em flagrante, tenha verificado, no celular do preso, os registros das œltimas liga•›es. Nesse caso, essa prova Ž l’cita, pois a intercepta•‹o telef™nica n‹o se confunde com os registros telef™nicos.

Coment‡rios:

Essa Ž uma jurisprud•ncia interessante do STF. O art. 5¼, XII, CF/88 protege a comunica•‹o de dados (e n‹o os dados em si). Portanto, Ž l’cita prova obtida por policial que verifica no celular do preso os registros das œltimas liga•›es. Quest‹o correta.

(MPE-RS Ð 2014) N‹o se deve confundir a intercepta•‹o telef™nica, esta autorizada pela Constitui•‹o, desde que por ordem judicial, nas hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga•‹o criminal ou instru•‹o processual penal, com o sigilo dos registros telef™nicos, que nada mais s‹o do que os telefonemas registrados nos bancos de dados das operadoras de telefonia e que n‹o est‹o sujeitos ao princ’pio da reserva absoluta de jurisdi•‹o, podendo as Comiss›es Parlamentares de InquŽrito, segundo precedente do Supremo Tribunal Federal, ter acesso a tais dados sem a necessidade de ordem judicial.

Coment‡rios:

O enunciado faz uma distin•‹o acertada entre Òintercepta•‹o telef™nicaÓ e Òquebra de sigilo telef™nicoÓ. A intercepta•‹o telef™nica s— pode ser determinada pelo Poder Judici‡rio, ao passo que a quebra de sigilo telef™nico

pode ser determinada pelo Poder Judici‡rio ou por Comiss‹o Parlamentar de InquŽrito (CPI). Quest‹o correta.

XIII - Ž livre o exerc’cio de qualquer trabalho, of’cio ou profiss‹o, atendidas as qualifica•›es profissionais que a lei estabelecer;

Trata-se de norma constitucional de efic‡cia contida que trata da liberdade de atividade profissional. Esta disp›e que, na inexist•ncia de lei que exija qualifica•›es para o exerc’cio de determinada profiss‹o, qualquer pessoa poder‡ exerc•-la. Entretanto, existente a lei, a profiss‹o s— poder‡ ser exercida por quem atender ˆs qualifica•›es legais.

Segundo o STF, nem todos os of’cios ou profiss›es podem ser condicionadas ao cumprimento de condi•›es legais para o seu exerc’cio. A regra Ž a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade Ž que pode ser exigida inscri•‹o em conselho de fiscaliza•‹o profissional. A atividade de mœsico, por exemplo, prescinde de controle. Constitui, ademais, manifesta•‹o art’stica protegida pela garantia da liberdade de express‹o42.

Cabe destacar ainda que o STF considerou constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, o exerc’cio da advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao Estado limitar o acesso ˆ profiss‹o e o respectivo exerc’cio. Nesse sentido, o exame de sufici•ncia discutido seria compat’vel com o ju’zo de proporcionalidade e n‹o alcan•aria o nœcleo essencial da liberdade de of’cio. No concernente ˆ adequa•‹o do exame ˆ finalidade prevista na Constitui•‹o Ð assegurar que as atividades de risco sejam desempenhadas por pessoas com conhecimento tŽcnico suficiente, de modo a evitar danos ˆ coletividade Ð aduziu-se que a aprova•‹o do candidato seria elemento a qualific‡-lo para o exerc’cio profissional. 43

Ainda relacionada ˆ liberdade do exerc’cio profissional, destacamos entendimento do STF no sentido de que Ž inconstitucional a exig•ncia de diploma para o exerc’cio da profiss‹o de jornalista. 44

Outra importante jurisprud•ncia Ž a de que n‹o pode a Fazenda Pœblica obstaculizar a atividade empresarial com a imposi•‹o de penalidades no intuito de receber imposto atrasado45. Nesse sentido, o STF editou a       

42 STF, RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1¼-8-2011, Plen‡rio, DJE de 10-10-2011.

43 STF, RE 603.583, Rel. Min. Marco AurŽlio, julgamento em 26-10-2011, Plen‡rio, Informativo 646, com repercuss‹o geral.

44 STF, RE 511.961. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe 13.11.2009.

45 STF, RE 413.782, Rel. Min. Marco AurŽlio. DJ 17.03.2005 

Sœmula no 323, segundo a qual ÒŽ inadmiss’vel a apreens‹o de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributosÓ.

TambŽm n‹o Ž admiss’vel a exig•ncia, pela Fazenda Pœblica, de fian•a para a impress‹o de notas fiscais pelo contribuinte em dŽbito com o Fisco.

Segundo o STF, Òa exig•ncia, pela Fazenda Pœblica, de presta•‹o de fian•a, garantia real ou fidejuss—ria para a impress‹o de notas fiscais de contribuintes em dŽbito com o Fisco viola as garantias do livre exerc’cio do trabalho, of’cio ou profiss‹o (CF, art. 5¼, XIII), da atividade econ™mica (CF, art. 170, par‡grafo œnico) e do devido processo legal (CF, art. 5¼, LIV)Ó. 46

(Prefeitura de Piraraquara Ð 2014) ƒ livre o exerc’cio de qualquer trabalho, of’cio ou profiss‹o, sendo defeso ao legislador ordin‡rio a cria•‹o de leis que estabele•am qualifica•›es profissionais como requisito para atua•‹o profissional do indiv’duo.

Coment‡rios:

Muita gente erra essa quest‹o porque n‹o sabe o significado da palavra ÒdefesoÓ, que Ž sin™nimo de ÒproibidoÓ, ÒvedadoÓ.

Pois, bem, ao contr‡rio do que diz o enunciado, o legislador ordin‡rio pode criar leis que estabele•am qualifica•›es profissionais como requisito para atua•‹o profissional do indiv’duo. Quest‹o errada.

XIV - Ž assegurado a todos o acesso ˆ informa•‹o e resguardado o sigilo da fonte, quando necess‡rio ao exerc’cio profissional;

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso ˆ informa•‹o (desde que esta n‹o fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informa•›es sem terem que revelar sua fonte. N‹o h‡ conflito, todavia, com a veda•‹o ao anonimato. Caso alguŽm seja lesado pela informa•‹o, o jornalista responder‡

por isso.

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pœblico, independentemente de autoriza•‹o, desde que n‹o frustrem outra reuni‹o anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prŽvio aviso ˆ autoridade competente;

      

46 RE 565.048 / RS, Rel. Min. Marco AurŽlio. Julg: 29.05.2014.

Esse inciso Ž bastante cobrado em provas. Do que voc• precisar‡ se lembrar?

Inicialmente, das caracter’sticas do direito de reuni‹o:

a) Esta dever‡ ter fins pac’ficos, e apresentar aus•ncia de armas;

b) Dever‡ ser realizada em locais abertos ao pœblico;

c) N‹o poder‡ frustrar outra reuni‹o convocada anteriormente para o mesmo local;

d) Desnecessidade de autoriza•‹o;

e) Necessidade de prŽvio aviso ˆ autoridade competente.

O STF foi chamado a apreciar a ÒMarcha da MaconhaÓ, tendo se manifestado no sentido de que Ž inconstitucional qualquer interpreta•‹o do C—digo Penal que possa ensejar a criminaliza•‹o da defesa da legaliza•‹o das drogas, ou de qualquer subst‰ncia entorpecente espec’fica, inclusive atravŽs de manifesta•›es e eventos pœblicos. Assim, admite-se que o direito de reuni‹o seja exercido, inclusive, para defender a legaliza•‹o de drogas; n‹o Ž permitida, todavia, a incita•‹o, o incentivo ou est’mulo ao consumo de entorpecentes na sua realiza•‹o. 47

ƒ importante destacar, tambŽm, que o direito de reuni‹o Ž protegido por mandado de seguran•a, e n‹o por habeas corpus. Cuidado com ÒpeguinhasÓ nesse sentido!

(MPU Ð 2015) ƒ incondicional o direito ˆ reuni‹o com fins pac’ficos em local aberto ao pœblico.

Coment‡rios:

O direito ˆ reuni‹o n‹o poder‡ frustrar outra reuni‹o convocada anteriormente para o mesmo local e depende de prŽvio aviso ˆ autoridade competente. Ou seja, h‡ certas condicionalidades que dever‹o ser observadas. Quest‹o errada.

XVII - Ž plena a liberdade de associa•‹o para fins l’citos, vedada a de car‡ter paramilitar;

XVIII - a cria•‹o de associa•›es e, na forma da lei, a de cooperativas       

47 ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 15-6-2011, Plen‡rio.

independem de autoriza•‹o, sendo vedada a interfer•ncia estatal em seu funcionamento;

XIX - as associa•›es s— poder‹o ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decis‹o judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o tr‰nsito em julgado;

Para que exista uma associa•‹o, Ž necess‡ria a presen•a de tr•s requisitos:

a) Pluralidade de pessoas: a associa•‹o Ž uma sociedade, uma uni‹o de pessoas com um fim determinado.

b) Estabilidade: ao contr‡rio da reuni‹o, que tem car‡ter transit—rio (espor‡dico), as associa•›es t•m car‡ter permanente.

c) Surgem a partir de um ato de vontade

Presentes esses requisitos, restar‡ caracterizada uma associa•‹o, a qual estar‡, por conseguinte, sujeita ˆ prote•‹o constitucional. Destaque-se que a exist•ncia da associa•‹o independe da aquisi•‹o de personalidade jur’dica.

E como a Constitui•‹o protege as associa•›es? Da seguinte forma:

a) A liberdade de associa•‹o para fins l’citos Ž ampla, independente de autoriza•‹o dos Poderes Pœblicos, que tambŽm n‹o podem interferir em seu funcionamento.

b) As associa•›es s— podem ser dissolvidas por decis‹o judicial transitada em julgado. AlŽm disso, suas atividades s— podem ser suspensas por decis‹o judicial (neste caso, n‹o h‡ necessidade de tr‰nsito em julgado). Perceba que a medida mais gravosa (dissolu•‹o da associa•‹o) exige um requisito mais dif’cil (o tr‰nsito em julgado de decis‹o judicial).

c) A cria•‹o de associa•›es Ž livre, ou seja, independe de autoriza•‹o.

J‡ a cria•‹o de cooperativas tambŽm Ž livre, porŽm h‡ necessidade de lei que a regule. Temos, aqui, t’pica norma de efic‡cia limitada.

Sobre esse assunto, Ž importante que destaquemos a veda•‹o ˆs associa•›es de car‡ter paramilitar. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, a nomenclatura dos postos e a utiliza•‹o ou n‹o de uniformes n‹o s‹o requisitos suficientes para definir o car‡ter paramilitar de uma associa•‹o;

deve-se observar se elas se destinam ao treinamento de seus membros a finalidades bŽlicas e, ainda, se existe organiza•‹o hier‡rquica e o princ’pio da obedi•ncia.

Por fim, como nenhum direito fundamental Ž absoluto, nem mesmo a autonomia privada das funda•›es, entende o STF que48:

ÒA ordem jur’dico-constitucional brasileira n‹o conferiu a qualquer associa•‹o civil a possibilidade de agir ˆ revelia dos princ’pios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que t•m por fundamento direto o pr—prio texto da Constitui•‹o da Repœblica, notadamente em tema de prote•‹o ˆs liberdades e garantias fundamentais. O espa•o de autonomia privada garantido pela Constitui•‹o ˆs associa•›es n‹o est‡

imune ˆ incid•ncia dos princ’pios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limita•›es de ordem jur’dica, n‹o pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade n‹o confere aos particulares, no dom’nio de sua incid•ncia e atua•‹o, o poder de transgredir ou de ignorar as restri•›es postas e definidas pela pr—pria Constitui•‹o, cuja efic‡cia e for•a normativa tambŽm se imp›em, aos particulares, no ‰mbito de suas rela•›es privadas, em tema de liberdades fundamentais.Ó

XX - ninguŽm poder‡ ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

N‹o h‡ muito a se falar sobre esse inciso: apenas que ninguŽm pode ser obrigado a se associar (filiar-se a um partido pol’tico, por exemplo) ou a permanecer associado. Caso cobrado o inciso, isso acontecer‡ em sua literalidade.

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, t•m legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Para que possamos compreender esse dispositivo, Ž necess‡rio apresentar a diferen•a entre representa•‹o processual e substitui•‹o processual.

Na representa•‹o processual, o representante n‹o age como parte do processo; ele apenas atua em nome da parte, a pessoa representada. Para que haja representa•‹o processual, Ž necess‡ria autoriza•‹o expressa do representado.

Na substitui•‹o processual, o substituto Ž parte do processo, agindo em nome pr—prio na salvaguarda de direito alheio. O substitu’do, por sua vez, deixa de s•-lo: sofre apenas os efeitos da senten•a. N‹o est‡ no processo. A senten•a, todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o

      

48STF Ð RE 201819 / RJ Ð 2» Turma Ð Rel». Min». Ellen Gracie Ð DJ 27/10/2006.

substitu’do. Quando cab’vel substitui•‹o processual, n‹o h‡ necessidade de autoriza•‹o expressa do substitu’do.

Apresentada essa distin•‹o, cabe-nos afirmar que o art. 5¼, XXI, CF/88, Ž um caso de representa•‹o processual. As associa•›es poder‹o, desde que expressamente autorizadas, representar seus filiados judicial e extrajudicialmente. Em outras palavras, poder‹o atuar em nome de seus filiados e na defesa dos direitos destes.

A necessidade de autoriza•‹o expressa dos filiados para que a associa•‹o os represente n‹o pode ser substitu’da por uma autoriza•‹o genŽrica nos estatutos da entidade. A autoriza•‹o estatut‡ria genŽrica conferida ˆs associa•›es por seu estatuto n‹o Ž suficiente para legitimar a representa•‹o processual.49 ƒ necess‡ria autoriza•‹o expressa, que pode ser obtida mediante delibera•‹o em assembleia ou individualmente (filiado por filiado).

Nesse sentido, somente os associados que manifestaram sua autoriza•‹o expressa Ž que estar‹o, a posteriori, legitimados para a execu•‹o do t’tulo judicial decorrente da a•‹o ajuizada pela associa•‹o. Aqueles associados que n‹o manifestaram sua autoriza•‹o expressa n‹o poder‹o executar o t’tulo judicial decorrente da a•‹o ajuizada pela associa•‹o.

(TCE / MG Ð 2015) NinguŽm poder‡ ser compelido a se associar nem a permanecer associado.

Coment‡rios:

ƒ exatamente a literalidade do art. 5¼, XX, CF/88. Quest‹o correta.

XXII - Ž garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atender‡ a sua fun•‹o social;

XXIV - a lei estabelecer‡ o procedimento para desapropria•‹o por necessidade ou utilidade pœblica, ou por interesse social, mediante justa e prŽvia indeniza•‹o em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui•‹o;

Estudaremos esses tr•s incisos em conjunto. Eles tratam do direito de propriedade, que Ž norma constitucional de efic‡cia contida e, portanto, est‡ sujeita ˆ atua•‹o restritiva por parte do Poder Pœblico. Como todos os       

49 RE 573.232/SC. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 14.05.2014

direitos fundamentais, o direito de propriedade n‹o Ž absoluto: Ž necess‡rio que o propriet‡rio d• ˆ propriedade uma fun•‹o social.

Entretanto, mesmo sendo relativo, a Constitui•‹o n‹o poderia deixar de estabelecer certas prote•›es a esse direito. Desse modo, no inciso XXIV do art.

5¼ da CF/88, garante-se que, se a propriedade estiver cumprindo a sua fun•‹o social, s— poder‡ haver desapropria•‹o com base na tutela do interesse pœblico, em tr•s hip—teses: necessidade pœblica, utilidade pœblica ou interesse social. A indeniza•‹o, nesses casos, ressalvadas algumas exce•›es determinadas constitucionalmente, dar-se-‡ mediante prŽvia e justa indeniza•‹o em dinheiro.

Observe bem o que a Constitui•‹o nos afirma: a indeniza•‹o, no caso de desapropria•‹o ser‡ mediante prŽvia e justa indeniza•‹o em dinheiro, ressalvadas algumas exce•›es determinadas constitucionalmente. Em outras palavras, h‡ casos em que a indeniza•‹o pela desapropria•‹o n‹o ser‡

em dinheiro. E quais s‹o esses casos?

a) Desapropria•‹o para fins de reforma agr‡ria;

b) Desapropria•‹o de im—vel urbano n‹o-edificado que n‹o cumpriu sua fun•‹o social;

c) Desapropria•‹o confiscat—ria.

A desapropria•‹o para fins de reforma agr‡ria obedece ao disposto no art. 184 da Carta Magna. ƒ de compet•ncia da Uni‹o e tem por objeto o im—vel rural que n‹o esteja cumprindo sua fun•‹o social. Dar-se-‡ mediante prŽvia e justa indeniza•‹o em t’tulos da d’vida agr‡ria, com cl‡usula de preserva•‹o do valor real, resgat‡veis no prazo de atŽ vinte anos, a partir do segundo ano de sua emiss‹o, e cuja utiliza•‹o ser‡ definida em lei. O ¤ 1o do mesmo artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias œteis e necess‡rias ser‹o indenizadas em dinheiro.

No que diz respeito ˆ desapropria•‹o de im—vel urbano n‹o edificado, subutilizado ou n‹o utilizado, ou seja, que descumpriu sua fun•‹o social, determina a CF/88 (art. 182, ¤ 4o, III) que a indeniza•‹o se dar‡ mediante t’tulos da d’vida pœblica de emiss‹o previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de atŽ dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeniza•‹o e os juros legais. A desapropria•‹o, nessa situa•‹o, ser‡ de compet•ncia do Munic’pio.

Existe, ainda, a possibilidade de que haja desapropria•‹o sem indeniza•‹o.

ƒ o que ocorre na expropria•‹o de propriedades urbanas e rurais de qualquer regi‹o do Pa’s onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr—picas ou explora•‹o de trabalho escravo. Tem-se, ent‹o, a

chamada Òdesapropria•‹o confiscat—riaÓ, prevista no art. 243 da Constitui•‹o.

(CNMP Ð 2015) A lei estabelecer‡ o procedimento para desapropria•‹o por necessidade ou utilidade pœblica, ou por interesse social, mediante prŽvia indeniza•‹o, em t’tulos da d’vida pœblica, ressalvados os casos previstos na Constitui•‹o Federal.

Coment‡rios:

Essa quest‹o cobrou a literalidade do art. 5¼, XXIV, CF/88. A indeniza•‹o prŽvia dever‡ ser em dinheiro. Quest‹o errada.

(TRT 8a Regi‹o Ð 2015) O direito de propriedade Ž garantido constitucionalmente, permitindo ao seu titular, o exerc’cio livre e irrestrito do direito de gozo, uso e disposi•‹o do bem.

Coment‡rios:

N‹o se pode falar no exerc’cio livre e irrestrito do direito de gozo, uso e disposi•‹o da propriedade. Isso porque a propriedade dever‡ atender a sua fun•‹o social. Quest‹o errada.

XXV - no caso de iminente perigo pœblico, a autoridade competente poder‡

usar de propriedade particular, assegurada ao propriet‡rio indeniza•‹o ulterior, se houver dano;

Esse inciso trata da requisi•‹o administrativa, que ocorre quando o Poder Pœblico, diante de perigo pœblico iminente, utiliza seu poder de impŽrio (de coa•‹o) para usar bens ou servi•os de particulares...

Fatiando-se o artigo, para melhor compreens‹o, temos que:

a) Em caso de iminente perigo pœblico, o Estado pode requisitar a propriedade particular. Exemplo: no caso de uma enchente que destrua v‡rias casas de uma cidade, a Prefeitura pode requisitar o uso de uma casa que tenha permanecido intacta, para abrigar aqueles que n‹o t•m onde ficar. Qual o perigo pœblico iminente que justifica tal ato estatal?

No exemplo dado, a possibilidade de a popula•‹o atingida adoecer ou morrer por falta de abrigo.

b) A requisi•‹o Ž compuls—ria para o particular, devido ao poder de impŽrio do Estado. Veja que o interesse pœblico (socorro ˆs pessoas desabrigadas) Ž maior que o particular (inconveniente de ter a casa cedida ao Poder Pœblico gratuitamente). Por isso, o œltimo cede lugar ao primeiro.

c) A propriedade continua sendo do particular: Ž apenas cedida gratuitamente ao Poder Pœblico. O titular do bem somente ser‡

indenizado em caso de dano. No exemplo acima, o Estado n‹o teria que pagar aluguel ao propriet‡rio pelo uso do im—vel.

d) O perigo pœblico deve ser iminente, ou seja, deve ser algo que acontecer‡ em breve. No exemplo dado, o Estado n‹o poderia requisitar a casa j‡ na esta•‹o da seca baseado na possibilidade de uma enchente ocorrer v‡rios meses depois.

Concluindo-se a an‡lise desse inciso, destaca-se que segundo o STF, n‹o Ž poss’vel, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente pol’tico requisite administrativamente bens, servi•os e pessoal de outro. Tal pr‡tica ofenderia o pacto federativo, e, alŽm disso, o art. 5o, XXV da Constitui•‹o limita o alcance da requisi•‹o administrativa ˆ propriedade privada, n‹o cabendo extrapola•‹o para bens e servi•os pœblicos.

(PC / GO Ð 2015) Se houver iminente perigo pœblico, a autoridade competente poder‡ usar de propriedade particular, assegurada ao propriet‡rio indeniza•‹o ulterior, se houver dano.

Coment‡rios:

ƒ o que prev• o art. 5¼, XXV. No caso de iminente perigo pœblico, a autoridade competente poder‡ usar de propriedade particular. Ser‡ devida indeniza•‹o ulterior apenas se houver dano. Quest‹o correta.

(MPE-PR Ð 2014) A previs‹o constitucional de que Òno caso de iminente perigo pœblico, a autoridade competente poder‡

usar de propriedade particular, assegurada ao propriet‡rio indeniza•‹o ulterior, se houver danoÓ contempla o chamado direito de requisi•‹o.

Coment‡rios:

ƒ isso mesmo. Essa prerrogativa do Poder Pœblico Ž denominada de requisi•‹o administrativa. Quest‹o correta.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela fam’lia, n‹o ser‡ objeto de penhora para pagamento de dŽbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Por meio desse inciso, o legislador constituinte deu, ˆ pequena propriedade rural trabalhada pela fam’lia, a garantia de impenhorabilidade. Com isso, visou ˆ prote•‹o dos pequenos trabalhadores rurais, que, desprovidos de seus meios de produ•‹o, n‹o teriam condi•›es de subsist•ncia. Entretanto, a impenhorabilidade depende da cumula•‹o de dois requisitos: i) explora•‹o econ™mica do bem pela fam’lia; ii) origem na atividade produtiva do dŽbito que causou a penhora.

Com isso, Ž poss’vel afirmar o seguinte:

a) a pequena propriedade rural trabalhada pela fam’lia pode ser objeto de penhora para pagamento de dŽbitos estranhos ˆ sua atividade produtiva.

b) a pequena propriedade rural trabalhada pela fam’lia n‹o pode ser objeto de penhora para pagamento de dŽbitos decorrentes de sua atividade produtiva.

c) a pequena propriedade rural, caso n‹o trabalhada pela fam’lia, pode ser penhorada para pagamento de dŽbitos decorrentes e dŽbitos estranhos ˆ sua atividade produtiva.

Note, tambŽm, a exig•ncia, pela Carta Magna, de lei que defina quais propriedades rurais poder‹o ser consideradas pequenas e como ser‡

financiado o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal.

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utiliza•‹o, publica•‹o ou reprodu•‹o de suas obras, transmiss’vel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - s‹o assegurados, nos termos da lei:

a) a prote•‹o ˆs participa•›es individuais em obras coletivas e ˆ reprodu•‹o

a) a prote•‹o ˆs participa•›es individuais em obras coletivas e ˆ reprodu•‹o

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