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2. Introduções

2.5 Clínica Ampliada: Práticas Clínico-gerenciais

Gostaria de ter tempo e condições para escrever pensando sobre todos os encontros clínicos que foram relatados em diário de campo neste período, e também alguns que não foram. Os apontamentos iniciais sobre limitações mais evidentes do trabalho em questão não bastariam para ignorar uma dimensão ética do cotidiano junto às pessoas em situação de rua.

Mantendo a tendência de partir dos desejos para escolher caminhos, faz-se necessário esclarecer que foi uma escolha (dentre outras ‘áreas’ da psicologia possíveis e disponíveis em duas circunstancias diferentes) trabalhar junto às pessoas em situação de rua. Me parece que um sofrimento passa pelo des-descobrimento54 desse desejo (o princípio e a causa final) de me aproximar destas figuras das ruas e de seus modos de vida. Por outro lado, é evidente que a clínica na rua sempre me pareceu mais excitante e muito mais interessante que as clínicas psi mais tradicionais.

Assim sendo, não pretendo pensar a vida na rua, por ora. Pensar a vida na rua seria me haver com um machismo que produz violências absurdas mais evidentes, mas não menos presentes na rua que nas instituições, enquanto relatasse meus encontros clínicos com uma mulher em situação de rua que, para ser identificada como a Geni de Chico Buarque, só careceria do zepelim; neste caso, seria necessário pensar o lugar das mulheres nas instituições e inevitável ressiginificarmos nossas relações com o Amor.

Geni: sem zepelim

“No Campo de Maia encontramos três pessoas, entre elas estava Geni, com um ferimento na sobrancelha profundo, exposto e sangrando. Convidei-a para ir comigo conversar e tomar café e que depois iríamos ao CSII fazer um curativo.

Fomos ao CSII, fez o curativo, mas se negou a seguir a orientação das enfermeiras de ir ao PS para tirar radiografia, pois apresentava inchaço. Geni descreveu um “briga de pauladas’’ com o parceiro, “por ciumeira”. Notei que teve sangramento no ouvido e a fotógrafa e Papí que tinha arranhões nas costas. Chegando ao CREAS ela quis voltar ao Campo de Maia e o motorista a levou.” “Chego atrasada e alguém me aguarda na recepção: Geni, a moça que o motorista não gostou de carregar por estar ‘fedida’. Me

54Não sei um antônimo para descobrimento que seja apropriado, que considere a

diz que deseja tomar um banho, ao que explico depois que ainda não temos kits de higiene com toalhas e sabonetes mas que serão providenciados em breve. Percebo antes de tudo que apresenta mais uma coleção de hematomas, escoriações e cortes, mas pergunto apenas como vão as coisas, e embora repita que não pretendia conversar muito além de pedir o banho, conversamos bastante tempo e consigo entender melhor o que acontece. Geni conta que é agredida, não por seu parceiro, mas por dois homens que têm casa, mas que vão até o Campo de Maia a noite, tentam abusar sexualmente dela e depois a agridem. Diz que gosta de ficar com o parceiro, mas que ele não tenta protegê-la e também briga com ela por ciúmes. Pensamos sobre possibilidade de denuncia e ela concorda, mas não sabe como chamam os homens, só sabe apelidos. Mais tarde ligo na Policia Civil e na Policia Militar para me informar sobre a possibilidade de ronda noturna e de denuncia. Informam que é possível fazer B.O. apenas com apelidos referidos.

Geni não quer se abrigar numa instituição que acolhe mulheres vitimas de violência pois lá não poderia fumar. Não tem visitados os pais e os filhos porque não quer se apresentar como está. Tenho a impressão que saiu do CREAS mais aliviada por poder falar com alguém a respeito. Lembro das Oficinas Culturais da próxima terça e ela diz que pretende ir.”

“Chegou Geni e me esperou. Conversei com ela depois, me contou que chamou a ambulância, esperou duas horas e depois desistiu de esperar e resolveu vir ao CREAS. Estava com cara de doente, eu disse. Relatou ter diarréia e falta de vontade de comer há 4 dias. Perguntei sobre as histórias de agressão e ela disse que não aconteceu novamente, que ‘uns irmãos’ tinham batido naqueles caras e que não voltariam a agredi-la novamente. Estava muito abatida então nem conversamos muito. Chamei a ambulância, aguardamos, deixei com ela o telefone do CREAS e pedi para me ligarem caso tivesse algum problema ou se negassem a atendê-la, pois eu não poderia acompanhá-la. Falei para pedir exames e perguntar sobre o PSF de referência para marcarmos consultas médicas.”

Me falou depois sobre a escova de dentes, pedindo. Eu disse que não poderia dar se fosse pra ela perder, que não teria mais. Mas ela disse que cuidaria sim, que tem a bolsa, que há tanto tempo não tem uma escova de dentes! Perguntei há quanto tempo “haaaa, mais de um ano, não vou mentir não” Perguntei onde foi parar e ela disse que jogou fora porque ficou velha. Fui buscar escova e pasta de dente e diante de sua alegria, pedi novamente, algumas vezes, para que cuidasse bem. Geni foi embora me chamando de benzinho, muito agradecida (...)”

Pensar a vida na rua seria me haver também com o fato de gostar demais de conversar com moradores de rua muito simpáticos e capazes de contar historias por horas! Sim, porque para ser reconhecido como um legítimo Major, o famoso general-tentente-capitão só careceria de um gabinete. Mentira, pois Major dizia que seu gabinete era aquele pontilhão mesmo, cujo teto era a Rodovia Anhanguera, onde recebia muitos cumprimentos, visitas, comida, dinheiro, cerveja, cachaça, cobertores (uma vez juntou oito!) e alguns cuidados; Major morreu em seu gabinete e eu mais colaborei com esse desejo (não seu único desejo), que pude agir para evitá-lo; neste caso, seria necessário pensar sobre o lugar das pessoas que morrem na rua55, e inevitável ressignificarmos nossas relações com a Morte nos Espaços Públicos.

Major: sem gabinete

“Quando chegamos ao viaduto, Major por sorte estava sentado sob seus cobertores. Usava uma camisa dos Rolling Stones! Gostei de vê-lo vestindo ela, pois tenho uma muito parecida, da mesma cor e estávamos nos reencontrando depois de um longo intervalo de festas de fim de ano. Agora penso que não o abordei

adequadamente, ou seja, como falaria naturalmente com qualquer “Como passou as festas?” Mas fui logo perguntando por que estava dormindo ali novamente, oferecendo carona para ir conosco até o CREAS. Major sorri e diz “Ô minha fofinha, você é demais hem?” Ele é um senhor muito simpático, capaz de contar suas histórias por horas. Me despedi deste querido usuário dizendo como sempre: “Se cuide, hem!”

“Depois de procurar muito, finalmente, reencontrei Major. Com as mesmas histórias, mas não estava confuso. Disse que não vai pro albergue porque ali come em restaurantes, corta os cabelos em barbearia e toma cerveja.”

“Quando me viu chegando Major fez uma cara feia, sisudo. Estava com dois ou três colegas e me dizia repetidamente: “-Que decepção! Que decepção!” Não entendi porque e perguntei, aí ele apontava o céu dizendo que tomou uma ‘pisa’, que tomou uma ‘pisa’! Achei que ele falava ainda da chuva de pedras que um dia o pegou de assalto. Então me explicou: “-quando você chega no meu gabinete, tenho que ficar assim, ó, em pé!” e me dava a mão em cumprimento. Olhei para seu colega ao lado e disse: “-Baiano, né?” e o homem responde: “Essa semana não.” “-Como? Eu perguntei se você é o Baiano!” “-Ah, sou sim, entendi que tinha perguntado se eu estava trabalhando!” Senti que isso dizia muito da minha função

policialesca. Estávamos nessa levada até que Major me disse “-Meu amorzinho, acabou a conversa.” Imediatamente eu disse, “-Tá bom, vou embora então.” e fui saindo... Major sorrindo muito, acenava para mim já na Kombi e dizia “-Meu amorzinhoo, tu mora aqui hem? (com a mão no coração) depois a gente conversa!”. Perguntou também em meio a gargalhadas se eu era de Pernambuco, e se comia com cachaça e limão. Não entendi nada e fui embora deixando-os em paz. Por hoje.”

“Perguntei logo para Major se estava sentindo dor, se tinha dor no estômago, se tinha dor no pé ou se estava com dor de garganta, e ele respondeu que não, fazendo um gesto de ‘absolutamente nada’. Perguntei ‘’você quer ficar nessa, mesmo?” para me fazer clara, e ele disse que ficar alí ‘’-é uma delicia!”, explicando que ali era seu

gabinete e que não tinha mosquitos. (Major diz não querer ficar no albergue porque lá há pernilongos que o incomodam) . Comecei a perguntar como poderia ajudá-lo, explicando que tenho oferecido várias coisas que ele não precisa e que gostaria de saber então como poderia ajudá-lo. Antes disso ele falava novamente sobre Fortaleza, dizendo que uns amigos que passam ali falaram de ajudá- lo a ir pra lá. Falei então sobre isso, que a prefeitura poderia ajudar a pagar a passagem se quisesse mesmo ir, mas que eu precisava conversar sempre com ele, lembrando que ele não vai ao CREAS me visitar e falar comigo. Notei as moscas e disse a ele: “-pra quem não gosta de mosquitos está rodeado deles”. Perguntando como posso ajudá-lo numa das vezes me responde que sentando no seu colo, contando que me queria em seu coração, ah e foi aí que começou a falar novamente de fortaleza, que lá, sabe o que faria? “-Nada! Ia tomar água de côco...” Tudo isso, lembre-se, muito difícil de escutar, (por conta do barulho dos carros passando pelo viaduto) em alguns momentos entendia via leitura labial. Major fala novamente sobre seus ‘amigos’ da academia de Pirassununga, pergunto nomes e ele, parecendo confuso, diz que não vai dizer, contando que passam por ali, que gritam: Major! General! Sadam Hussein! Pedi para que pensasse em como gostaria que eu o ajudasse, que poderíamos pensar em trocar de roupas e levar as suas pra lavar; Major me lembrou que eu estava vendo uma papelada sua (realmente, é preciso que eu ligue novamente atrás do primo que não me retornou ou em outros lugares da cidade do Ceará que sejam mais prestativos em providenciar seus documentos, visto que isso o interessa).

Perguntei porque não fazia uma catança ali, pra tirar as moscas, ele me disse que tudo que estava ali estava bom ainda, e eu disse que não, que tinha comida com mosquitos. Já tinha falado que viria amanhã de manhã visitá-lo novamente, então nessa hora tive a ideia de levar um saco de lixo e junto com ele, tratar de uma arrumação no gabinete. Falei isso, enfatizando que eu não ia limpar, mas traria o saco para o ajudar. (risos) “-Meu amorzinhô... ‘’ é o jeito de major lidar com minhas confusões profissionais, intromissões e tentativas de entendimento e de cuidados possíveis. Ele diz sempre, como

hoje, que moro em seu coração, e eu confesso aqui, que ele mora no meu também. Bonitinho. Como saber ‘’o que fazer’’ com ele, e para ele? Gostaria mesmo de levá-lo a Fortaleza, acompanhando-o, mas só imagino essa possibilidade depois de alguma ‘avaliação familiar’ ou da certeza de acolhimento de alguém de lá. Acabo de ligar em dois números de telefone do cartório lá, que já tinha pesquisado, mas ninguém me atende. Parecem bem precários os serviços por lá onde uma moça da Secretaria de Assistência Social me disse uma vez “- Não posso fazer nada, bem.” Enquanto eu explicava que nunca me atendiam no CREAS daquela cidade. Liguei novamente também para o primo de lá, mas nem completa a ligação.”

“Major viajou bastante. Contou suas historias de guerra. Deixei que falasse a vontade e só depois comecei a puxar o assunto para questões mais práticas. Pedi que contasse aos meninos (estagiários) sobre o Albergue, e ele fala dos pernilongos. Disse que queria contar uma história agora, pedi que ouvisse, e contei para os estagiários de quando ficou doente, de quando dormia no albergue e saia dar suas voltas diariamente. Contei que tem muitos amigos e conhecidos. Major conta que lhe trazem comida, e que seus parceiros da rua chegam lhe dizendo: “-Major estou com foooomeee” (ele gritava, risos) e que então, divide sua comida. Os meninos foram muito bacanas, atenciosos, prestando atenção em silencio e comentando coisas triviais. Major tem sua mania de ficar pegando e o fez. Antes de irmos embora, puxou a estagiária pequena num abraço quase no seu colo! Puxei ela de volta e pedi que não fizesse assim! Que me assustou e que não gostei. “-Tem que pedir!” disse a menina estagiária. Depois ela disse que não se importou, pois não sente nojo. Depois o motorista chegou com o saco de lixo e sugeri a Major a faxina no seu gabinete. Ele ficou sentado esperando que eu limpasse e eu disse que não o faria sozinha, que ajudaria apenas. Então ele se levantou e foi pegando toda a sujeira que via pela frente. Resistiu um pouco, mas foi mais fácil do que eu imaginava. Eu segurava o saco aberto e ele botava coisas dentro.

Antes disso, quando apertou a minha mão, notou: “Você

engordou é? (realmente) Parou de fumar?! Hem? Parou??” Eu disse que estava fumando só um pouquinho e ele “-Ahhhh. Pare de fumar, pare com isso!” E se não me engano, falou sobre o mal da tosse. Nos despedimos. Enquanto saíamos eu lhe disse: “Major, você sabe que mora aqui né? (no meu coração)”.56

(Trechos de Diário de Campo – Jan/Mar de 2015)

56 Notícia: Morador de Rua é Encontrado Morto Embaixo de Viaduto. Online [acesso

em ago 2015]. Disponível em: http://www.portallemenews.com.br/nossa- cidade/policial/4156-morador-de-rua-e-encontrado-morto-embaixo-de-viaduto

Pensar a vida na rua por último, mas não menos importante, seria me haver com o fato de também ocupar os lugares dos pobres coitados nas instituições (ainda que sabendo de sua potência e podendo apontar corresponsáveis). Neste caso, seria necessário pensar estes lugares e inevitável ressignificarmos nossas relações com vítimas, oprimidos, culpados, coitados, loucos ou idiotas. Sendo assim, pretendi compartilhar apenas os trechos dos relatos sobre encontros clínicos com Papí (o “pingaiada” que desocupava o lugar de coitado sem-teto na medida em que escolhia tornar-se um Cuidador Branco), que dissessem mais diretamente das práticas clínico- gerenciais, objeto de interesse neste trabalho.

Papí: sem emprego e sem casinha (sobre um Cuidador Branco) “Papí comparece ao CREAS, pois deseja preencher o papel que recebeu na primeira reunião do Fórum Permanente sobre a

População em situação de Rua. Auxilio no preenchimento das questões ‘EU REPRESENTO...’ e ‘POSSO COLABORAR COM...’, pensando junto. Papí entende que poderá colaborar representando as pessoas em situação de rua, pesquisando pessoas que não tenham endereço na cidade, convidando-as para participar conosco das atividades do CREAS e fornecendo informações. Pede um caderno e caneta para usar como material. Fala: quero ajudar mais que ser ajudado.”

“Trouxe mais quatro pessoas para o CREAS, pois tem trabalhado na sua pesquisa das pessoas que não tem endereço. Chamei-os todos de uma vez na sala em que trabalho e

conversamos em grupo sobre o trabalho do CREAS e o Fórum Permanente. Alguns deles demonstraram interesse em conhecer a ONG de acolhimento institucional. Outro só queria uma passagem, e depois da conversa resolveu ir embora.”

“Procurou-me para falar sobre o usuário que foi atendido ontem. Disse que ele estava deitado na esquina no CREAS embaixo de uma marquise e sugeriu que fôssemos falar com ele. Acompanhada de Papí, realizei a abordagem social daquele homem. Voltamos ao CREAS pegamos bolachas e café que Papí levou para ele tomar. Um tempo depois os dois aguardavam na recepção do CREAS.”

“Papí já aguardava na recepção. Notei estar surpresa com a assiduidade dele, primeiro nas segundas de Reuniões do Fórum e agora nas terças de Oficinas Culturais também. Papí é um

‘’pingaiada’’ conhecido na cidade. Sempre que me cumprimenta e digo Bom dia! ou Boa tarde! Me responde ‘’-agora está melhor ainda!” Diz que nós que trabalhamos no CREAS somos anjos na sua

vida. Quando voltei para este serviço, em agosto, Papí era o único usuário deste Núcleo que ainda frequentava. É vinculado à

coordenadora e às monitoras de projeto, que brincam que quando ele some por um tempo é só citar o nome dele que aparece! Aí quando alguém fala “e o Papí, por onde anda hem???’’ as outras dizem -“Xiiiiiuuu, que ele aparece aí”. Veio na última festa junina vestindo camisa xadrez e também esteve no buffet de Natal.”

“Estava eu explicando para Papí que o motorista estava de folga abonada (pediu pela segunda vez de terça-feira, e acho que pode ser porque afirma não gostar de “carregar pingaiadas’’ no “seu” carro) que, portanto iríamos até o Campo de Maia avisar o pessoal que essa semana tivemos esse problema com o motorista, mas que semana que vem não teríamos novamente e que as Oficinas mudariam para as quartas-feiras.”

“Uma vez chegou com um côco verde de presente que me deixou sinceramente emocionada (que presente mais legal!) e outra vez trouxe umas pêras que não liguei muito57 mas fiquei agradecida. Coisas que pede e ganha todos os dias. Essa parece ter sido sua estratégia. A minha foi incluí-lo em todas as tarefas do CREAS que pudesse realmente ajudar. Quando os usuários me pedem ajuda pra algo digo que só troco, pois também preciso de ajuda. Papí fica muito orgulhoso de trazer pessoas aqui, de frequentar o Fórum e de andar de carro conosco fazendo abordagens, mostrando os caminhos e novos lugares. Eu fico realmente agradecida e considero sua ajuda genuinamente bem vinda.”

“Papí também veio aqui e tentei fazer junto com ele seu

genograma, mas além dos irmãos, não se recordava de tios e avós. Se emociona e chora para contar suas histórias de infância, quando ele gostava de subir em árvores e ganhou um apelido de índio: Papí.”

“Esteve assistindo televisão aqui, durante boa parte da manhã, falei de longe com ele, pra ficar a vontade, e lembrei que agora podia ir ao Albergue tomar banho, jantar e trocar de roupas quando

quisesse.”

“Papí veio no CREAS e conversamos na recepção, ele pediu ajuda para arrumar um trabalho e eu sugeri que fizéssemos um currículo e que ele fosse levar no PAT. Disse que voltaria amanhã com seus documentos. Falou sobre se incomodar de ficar pedindo comida aqui e ali e eu lembrei que poderia almoçar na igreja e jantar no albergue. Ele disse que não tinha feito isso ainda, mas que iria.”

“Também gostaria de saber onde procurar o Papí, que não apareceu no CREAS depois do carnaval e isso me preocupa. Mas

não sei onde procurá-lo, pois da ultima vez me disse que ia dormir num posto de gasolina e não sei qual é. Desconfio qual seja, mas o motorista deu um de desentendido e acabamos não procurando. Vamos falar mais sobre ele no CREAS e esperar que apareça.”

“Durante as Oficinas Culturais: Papí volta com a gente para o CREAS, sempre nos ajuda muito trabalhando com a gente, observando tudo, quem esta faltando, do que precisamos.”

(Trechos de Diário de Campo – Jan/Mar de 2015)

Além do mais, participou de uma importante reunião para tratar da continuidade do trabalho deste Núcleo do CREAS, junto de outros usuários e das mais recentes gestoras da SADS. Acompanhou todo o período de Oficinas Culturais mais trabalhando que participando mais próximo dos outros usuários. Tirou muitas fotos e esteve pessoalmente em duas das Exposições de Fotografias. No dia da demolição do Campo de Maia participou da conversa com o Prefeito. Quando participou da Ocupação em 18 de maio em Campinas, tocou junto com a banda e ficou muito interessado em conhecer um CAPS AD. Quando conhecemos o NOT (Núcleo de Oficina e Trabalho) do serviço de saúde Dr. Cândido Ferreira esteve muito participante na conversa sobre estratégias para Geração de Renda, junto a profissionais do NOT, outros usuários e estagiários do CREAS e trabalhadora de uma Associação Comercial de Leme (que mais entendia o assunto). Papí poderia sem dúvidas ser

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