• Nenhum resultado encontrado

2. FUNDA MENTAÇÃO TEÓRI CA

2.3 CUPI NS

2.3.1 Cl assifi cação e i mport ânci a

Os cupi ns são i mport ant es degr adador es de ma deira e par a i sso, usa m s uas enzi mas e s ua mi cr obi ot a i nt esti nal ( SHELTON &GRACE, 2003). Constit ue m part e da f auna do s ol o e s o ma m, co m as mi nhocas, a mai or part e da bi o massa. At ua m modi fi cando as partí cul as do s ol o, alt erando s ua di stri bui ção e t ext ura, el eva m o p H e aume nt a m os ní vei s de

nitrogêni o e de f ósf or o, fazendo co m que os s ol os onde est ão pr esent es seja m f avor ávei s par a a agri cult ura ( KOUASSI &LEP AGE, 1988; BAS APP A &RAJ AGOP AL, 1990; AS AWALAM &J OHNSON, 2007).

Os cupi ns são i nset os de hábit os subt errâneos e constit ue m o pri nci pal grupo dos i nset os eussoci ai s ( SÁ et al., 2008) que se agr upa m t odos na Or de m I sopt era, co m mai s de 2000 espéci es descrit as. Est ão r epresent ados nas Améri cas por 84 gêner os e m 5 f a míli as co m 514 espéci es. Regi stra m- se cerca de 200 espéci es no Br asil. A gr ande mai ori a das es péci es de cupi ns não é consi derada pr aga e são benéfi cas par a o a mbi ent e, princi pal ment e co mo efi ci ent es deco mposit ores de mat éri a or gâni ca (VAR MA & S WARAN, 2007). Cont udo, al gu mas espéci es são consi deradas pr agas de ma deira, da agri cult ura e de fl orest as. As pri nci pai s espéci es causador as de estragos e m ma deira estrut ural de edifi cações são dos gêner os Nas utit er mes, Copt ot er mes e Crypt ot er mes e e m pl ant as agrí col as e fl orest as nati vas são do gêner o Copt ot er mes ( BANDEI RA, 1998). As espéci es dos gêner os Ami t er mes, Cyli ndrot er mes e Nas utiter mes são consi deradas as pri nci pai s pr agas de plant ações de cana- de-açúcar.

No ger al, os cupi ns são conheci dos pel o hábit o de s e alime nt are m pr eferenci al ment e de celul ose e mat éri a or gâni ca mort a ou e m deco mposi ção, mas ali ment a m- se t a mbé m de veget ai s vi vos. Os ni nhos pode m ser dos ti pos mai s di versos ( Fi gur a 2), de acor do co m as espéci es; el es pode m ser ar borí colas, sendo construí dos e m t r oncos de ar vor es, geral ment e apodr eci dos co m co muni cação co m o sol o, xil ófagos, quando são f or mados l onge do s ol o e m ma deira, ou hu mí vor os no caso de construíre m seus ni nhos excl usi va ment e no sol o.

Fi gura 2. Ni nhos de cupi ns ar borí col as ( A), hu mí vor os ( B) e xil ófagos ( C).

A B

C

Font es: A: disponí vel e m <www. fli ckr. co m> acesso em 10 de set. de 2013; B: disponí vel e m <www. fli ckr. co m> acesso e m 10 de set. de 2013; C: disponí vel e m <www. nat al.rn. gov. br > acesso e m

10 de set. de 2013

De nt r o dos ni nhos, os cupi ns se or gani za m e m cast as, onde cada u ma é responsável por u ma f unção especí fica. Para que ocorra a manut enção e s obrevi vênci a do ni nho exi st e m os i ndi víduos al ados e repr odut ores conheci dos co mo ―alel ui as ou siriris‖ ( Fi gura 3 A), que sae m em r evoadas e m épocas quent es para copul ar. A cópul a no ent ant o não se dá no vôo e si m no chão quando el es per dem s uas asas. Exi st e m os i ndi ví duos ápt er os sexuados que pode m s e t or nar f ért eis através do desenvol vi ment o de seus ór gãos sexuai s e m caso de mort e do r ei ou da r ai nha ( Fi gura 3 B). Os operári os ( Fi gura 3C) constroe m o ni nho e são r esponsávei s pel a alime nt ação e cui dado dos fil hot es ( Fi gur a 3 D) e dos sol dados ( Fi gur a 3E), que recebe m esse nome por sere m os defensores da col ôni a.

Os operári os ali ment a m as outras cast as através da t r oca do ali ment o pel a boca, sendo cha mado de est o modéi co e correspondendo a u m l í qui do cl ar o. Essa t r oca de ali ment os

pel a boca possi bilit a o cont at o através de u m f er omôni o que é f unda ment al par a a or gani zação da col ôni a. Os i ndi ví duos ai nda na f ase l ar val que r ecebe m o ali ment o pode m t er s ua f unção (operári o ou s ol dado) esti mul ada através de diferent es f er o môni os, de acor do co m a necessi dade de i ndi ví duos da col ôni a. Levando em consi deração essa alt ernânci a de ger ações de r epr odut ores, rei s e r ai nhas, sol dados e operári os, t eori ca ment e u ma col ôni a de cupi ns poderi a ser et er na. No ent ant o por moti vos ai nda não escl areci dos após u m det er mi nado perí odo de t e mpo el a se exti ngue.

Fi gura 3. Cast as de cupi ns. ( A) Repr odut or al ado. ( B) Rai nha. ( C) Operário. ( D) Fil hot e. ( E) Sol dado.

A B C D E

Font es: A: Disponi vel e m <www. mul her uol. co m. br> acesso e m 07 de set. de 2013; B: extraí da do ví deo <htt p:// www. yout ube. co m/ wat ch?v=TAsr a NIjf8E> acesso e m 07 de set. de 2013; C:

Di sponi vel e m <www. a mbi ent al mani a. co m. br > acesso e m 07 de set. de 2013; D: Di sponi vel e m <www. det eti zador a mat suri.co m. br> acesso e m 07 de set. de 2013; E: Disponi vel em

<www. gaso met r oco mvoce. co m. br > acesso e m 07 de set. de 2013

No Br asil, exi st e m r epr esent ant es de quatr o f a míli as de cupi ns, que são: Kal ot er miti dae, consi derados pri miti vos, não constroe m ni nhos ne m possue m oper ári os, só at aca m e ali ment a m- se de madeira seca; Rhi not ermi ti dae, são na mai ori a subt errâneos, at aca m pl ant as vi vas e mort as e al guns são pr agas i mport ant es; Serrit er miti dae, que ocorre s ó no Br asil; e Ter miti dae, bast ant e di versi ficada, e co mpr eende cerca de 85% das es péci es de cupi ns conheci das do Br asil ( KAMBHAMP ATI e EGGLETON, 2000). Al guns são co medor es de madeira, de f ol has, de hú mus, e t a mbé m culti vador es de f ungo ( que não ocorre m no Br asil) e mui t os constroe m ni nhos grandes e co mpl exos.

De nt r o da f a mili a Ter mi ti dae, dest aca m- se quatro gêner os, por r epresent ar e m as pri nci pai s pr agas de mudas no ca mpo. São el es Conit er mes, Synt er mes, Anopl ot er mes e

Nas utit er mes. Suas espécies são e m ger al hu mí voras, mas no ent ant o, os Nas utit er mes pode m ni di ficar e m r aí zes de árvor es, sobre tr oncos, sob o s ol o e s obr e o s ol o, f or mando montí cul os al é m de frequent e ment e construir ni nhos e m t el hados, f orr os, e vãos estr ut urai s ( EDWARDS e MI LL, 1986; SCHEFFRAHN et al., 2002).

Nas utit er mes corni ger é u ma das espécies mai s co muns do gêner o ( SCHEFFRAHN et al., de 2005), sendo u ma espéci e ar bórea endê mi ca da regi ão neotr opi cal. Seus ni nhos são marr o m-escur o na s uperfí ci e e t ê m pequenas sali ênci as no seu ext eri or. A rai nha vi ve nu ma câ mar a l ocali zada no centr o do ni nho ( geral ment e pert o do t r onco ou r a mo ao qual o ni nho est á li gado). I ndi ví duos f ért eis de N. corni ger t ê m asas pr etas, cor pos escur os e ocel os que est ão l ocali zadas rel ati va ment e l onge dos ol hos.

Segundo Zanetti et al. (2002), cupi ns são de di fí cil contr ol e, u ma vez que são i nset os subt errâneos. São co mu ment e vor azes e endógenos na estrut ura edi fi cada e e m ár vores, mostrando pouco ou nenhu m si nal de s ua pr esença, poi s vi ve m e m ni nhos construí dos l onge do al i ment o e e m l ocai s ocult os e be m pr ot egi dos, sendo capazes de transit ar a mpl a ment e pel o a mbi ent e ( MI LANO &F ONTES, 2002). O trânsit o s ubt errâneo no sol o pel a popul ação de

cupi ns se deve pri nci pal ment e a ati vi dade de f orragea ment o de ali ment o que geral ment e abr ange u m t errit óri o, cuj o t a manho vari a de acor do co m a espéci e. A ati vi dade de forragea ment o e de t unela ment o para vári as espéci es de cupi ns de vári as regi ões do mundo são i nfl uenci adas t a mbém por f at ores a mbi ent ai s co mo a t e mper at ura mí ni ma, a u mi dade do sol o, a u mi dade r el ati va do ar, a t e mper at ura do s ol o, a pr eci pit ação pl uvi o mét ri ca, dent re outr os, sendo que há estrat égi as de co mpensação pel os cupi ns par a o f orragea ment o s ob diferent es condi ções a mbi ent ai s ( GUTI ERREZ &WHI TFORD, 1989; HAAGS MA & RUST, 1995; UMEH & I VBI J ARO, 1997; HAN & NDI AYE, 1998; CRI ST, 1998; SU & PUCHE, 2003; EVANS, 2003; HOUSE MAN & GOLD, 2003; AHMED & RI AZ, 2004; ARAB et al.,

2005; ARAB & COSTA- LEONARDO, 2005; GREEN et al., 2005).

Documentos relacionados