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3. METODOLOGIA E MÉTODO

3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Foi utilizada a taxonomia presente em Marconi e Lakatos (2006) para classificar esta pesquisa quanto ao método de abordagem e aos métodos de procedimento adotados.

O método de abordagem utilizado neste projeto de pesquisa é o hipotético-dedutivo, no qual inicialmente hipóteses (ou suposições) são construídas a partir de observações, experiências, teorias existentes e de trabalhos anteriores. Estas hipóteses são, então, testadas para verificar sua falseabilidade.

Já os métodos de procedimento utilizados foram o comparativo e o estruturalista. O método comparativo estuda as semelhanças ou diferenças entre diversos grupos, sociedades ou povos. Neste trabalho, esse método foi empregado para encontrar similaridades e explicar diferenças entre as diversas composições de equipes Scrum e a relação existente com o sucesso do projeto. Segundo Marconi e Lakatos (2006), o método estruturalista é aquele que “parte da investigação de um fenômeno concreto, eleva-se, a seguir, ao nível abstrato, por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo, retornando, por

fim, ao concreto, desta vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social”. O método Estruturalista preocupa-se com a sociedade como um todo para explicar o comportamento de setores mais específicos ou de indivíduos. Neste trabalho, o método estruturalista foi empregado para construir um modelo de adequação dos papéis funcionais da equipe Scrum aos perfis de comportamento pessoais definidos por Belbin (1981).

Para a classificação do tipo de pesquisa, tomou-se como base a taxonomia apresentada por Vergara (2009), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa é classificada como exploratória em sua primeira fase, e explicativa e aplicada na segunda fase. Quanto aos meios, caracteriza-se como bibliográfica, ex post facto e de campo.

Segundo Vergara (2009), a pesquisa exploratória é realizada em uma área em que se tem pouco conhecimento acumulado e sistematizado, geralmente não comportando hipóteses iniciais claras, que deverão aparecer durante ou ao final do estudo; já a pesquisa explicativa propõe-se a esclarecer quais fatores contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno, pressupondo pesquisa descritiva como base para suas explicações. A investigação aplicada propõe uma solução para um problema concreto, de ordem prática.

Dessa forma, a primeira fase deste estudo é classificada por exploratória. Nesta fase, foi desenvolvido um estudo de campo a fim de identificar, através da análise das percepções, relatos e opiniões dos Scrum Master, quais papéis funcionais compõem uma equipe Scrum e quais seriam as principais habilidades necessárias para se fazer parte deste tipo de equipe, seja como Team, seja como Scrum Master ou Product Owner. A segunda fase da pesquisa foi classificada como explicativa porque tem o objetivo de explicar a relação existente entre a adoção de práticas ágeis e o sucesso dos projetos de software que utilizam Scrum. Classifica- se também como aplicada, visto que objetiva dar suporte à formulação de um modelo que auxilie na montagem de equipes Scrum, sendo assim de aplicação prática.

Seguindo os conceitos apresentados por Vergara (2009), a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Já a pesquisa exp post facto é uma pesquisa experimental, ou seja, investigação empírica, porém o pesquisador não pode manipular as variáveis, pois se referem a um fato já ocorrido. A pesquisa de campo é a investigação empírica realizada em local onde ocorre ou ocorreu o fenômeno ou que dispõe

de elementos para explicá-lo. Esta pesquisa foi classificada como bibliográfica, pois, para a fundamentação teórica do estudo, foi realizada uma investigação, sobre os seguintes assuntos: Scrum, com ênfase na composição de times, perfis comportamentais de Belbin (1981, 1993) e fatores de sucesso de projetos ágeis de desenvolvimento de software. Classifica-se como ex post facto, visto que serão estudados projetos já finalizados, pois se precisa analisar o sucesso dos projetos Scrum, cujas equipes foram avaliadas através do questionário de Belbin (1981). Por fim, caracteriza-se como uma pesquisa de campo, pois os dados sobre os projetos Scrum serão obtidos através de entrevistas e questionários aplicados a equipes de projeto que utilizam Scrum no desenvolvimento de software.

No que diz respeito ao paradigma adotado, neste estudo, optou-se pela utilização do paradigma qualitativo na primeira fase e quantitativo na segunda fase.

Myers (1997) em seu estudo “Qualitative Research in Information Systems” classifica uma pesquisa como qualitativa, quando a mesma envolve a utilização de dados qualitativos, obtidos através de, por exemplo, entrevistas, documentos, e observação participativa, a fim de compreender e explicar fenômenos sociais. Myers (1997) ressalta ainda que pesquisadores podem empregá-la em diversos campos e disciplinas, usando, para isso, vários métodos e técnicas.

Na pesquisa qualitativa existe uma busca em entender o fenômeno em profundidade, trabalhando com comparações, interpretações e descrições, enquanto que na pesquisa quantitativa utiliza-se de procedimentos estatísticos, para a quantificação dos dados obtidos. Isso se deve ao fato de o objetivo da pesquisa qualitativa, diferir da pesquisa quantitativa, utilizada na segunda fase, onde os procedimentos estatísticos são amplamente utilizados.

Poucos são os estudos que definem etapas e processos para pesquisas na área de engenharia de software, principalmente em se tratando de pesquisas qualitativas. Runeson e Host (2008), em seu estudo “Guidelines for conducting and reporting case study research in software engineering” definem um estudo de campo como vários estudos de caso agrupados,

sendo, seu guia aplicado também para esse tipo de estudo. Os mesmos autores ressaltam ainda que existem cinco passos a serem percorridos durante um processo de investigação. São eles: desenho do estudo; preparação para a coleta de dados; coleta de dados; análise dos dados coletados e apresentação dos resultados. Os passos propostos por Runeson e Host (2008) estão de acordo com o proposto por outros autores como Vergara (2009) e Marconi e Lakatos (2002).

O paradigma qualitativo foi selecionado para direcionar a primeira fase do estudo, pela necessidade de se compreender a composição das equipes Scrum, de acordo com a visão dos Scrum Masters. Já na segunda fase, a análise quantitativa possibilitou, através da estatística descritiva, identificar a correlação existente entre o sucesso do projeto, na percepção dos respondentes, e os fatores críticos de sucesso analisados (que representam práticas ágeis), bem como analisar, dentre os fatores críticos, quais estão sendo mais utilizados pelas equipes Scrum.

O quadro da classificação dessa pesquisa encontra-se resumido no Quadro 10.

Quadro 10 - Resumo da classificação da pesquisa

Resumo da Classificação da Pesquisa

Método de Abordagem Hipotético-dedutivo

Método de Procedimento Comparativo e Estruturalista Quanto aos fins Exploratória, explicativa e aplicada Quanto aos meios Bibliográfica, ex post facto, de campo Paradigma Qualitativo (1ª fase) e Quantitativo (2ª fase)

Fonte: Elaboração própria