Apresentada as terminologias da área, chega-se o momento da identificação dos custos. Nesse aspecto, os custos são classificados de acordo com sua identificação no produto e seu volume de produção. Na sequência do trabalho demonstra-se as classificações dos custos.
9.2.1 Custos diretos
Os custos diretos são dispêndios financeiros realizados no processo produtivo que se caracterizam pela alocação direta aos produtos fabricados, como salienta Riberio (2015, p. 33) “Custos diretos compreendem os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação aplicados diretamente na fabricação dos produtos.”
Megliorini (2011) segue o mesmo pensamento salientando que nos custos diretos a apropriação de um custo ao produto se dá pelo que esse produto consumiu de fato. No caso da matéria-prima, pela quantidade efetivamente consumida e no caso da mão de obra direta pela quantidade de horas trabalhadas.
Já Wernke concorda com os autores acima, acrescentando que os custos diretos não precisam ser rateados:
Os custos diretos são os gastos fácil ou diretamente atribuíveis a cada produto fabricado no período. São aqueles custos que podem ser identificados com facilidade como apropriáveis a este ou aquele item produzido. Por suas características próprias de objetividade de identificação no produto pronto, esses gastos são atribuídos aos artigos produzidos por medições ou por controles individuais (como a ficha técnica) sem a necessidade de recorrer a algum tipo de divisão ou rateio mais complexo. Essa categoria abrange, então, todos os custos efetuados exclusivamente com a fabricação do produto. Assim, não sendo produzida a unidade esses gastos não ocorrem. Os exemplos mais adequados para os custos diretos são as matérias primas e a embalagem que compõem os produtos elaborados (WERNKE, 2005, p. 7).
Bruni (2018) identifica os principais custos diretos estão concentrados em três grandes grupos, conforme a Figura 24.
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Figura 24 – Principais Custos Diretos
Fonte: Bruni (2018).
Pela Figura 24 observa-se que os principais custos diretos são os materiais utilizados no processo produtivo, a mão de obra direta aplicada na produção e os demais aplicados na produção que podem ser facilmente mensuráveis.
9.2.2 Custos indiretos
Os custos indiretos são sacrifícios financeiros caracterizados pela impossibilidade de alocação direta ao processo produtivo, precisando de um parâmetro previamente estabelecido para que esse custo possa ser distribuído de maneira coerente. Para Veiga e Santos (2016) os custos indiretos não se podem apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função no momento de sua ocorrência, sendo apropriados aos bens mediante critério de rateio predeterminado.
Padoveze (2013) segue a mesma linha de pensamento, ressaltando que os custos indiretos não podem ser alocados diretamente ou objetiva aos produtos, segmento ou atividade operacional. O autor comenta que caso esses gastos sejam alocados aos produtos, segmento ou atividade operacional precisam passar por critérios de distribuição como o rateio, alocação ou apropriação.
Para Dutra (2017) os custos indiretos surgem no momento em que as empresas fabricam mais de um tipo de produto ou prestam mais de um tipo de serviço. Nesse sentido o autor também salienta que geralmente quanto maior a quantidade de produtos e serviços diferentes, maior é a quantidade de custos indiretos e menor é a quantidade de custos diretos.
Para Ferreira (2007) são exemplos de custos indiretos o aluguel, a supervisão, a energia elétrica, os combustíveis, a água e os materiais consumidos na limpeza.
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9.2.3 Custos fixos
Os custos fixos são gastos que a empresa possui de caráter permanente, independente do volume fabricado com destacam Viceconti e Neves (2018, p. 35) “Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa.”
Wernke traz um conceito mais abrangente sobre os custos fixos, destacando que muitos desses custos estão ligados a manutenção da organização.
Os custos fixos são aqueles cujos valores totais tendem a permanecer constantes (“fixos”) mesmo havendo alterações no nível de atividades operacionais do período. São os custos que têm seu montante fixado independentemente de oscilações na atividade fabril, não possuindo qualquer vinculação com o aumento ou redução do número de unidades produzidas no mês. Mesmo que a quantidade de peças, quilos, metros, unidades ou litros produzidos seja maior ou menor, tais custos terão o mesmo valor no final do período. Relacionam-se mais especificamente com a capacidade instalada, ou com a estrutura física que a empresa possui, sendo seu valor total desvinculado do volume fabricado. Por isso, existem mesmo que a empresa esteja produzindo ou parada no período (WERNKE, 2005, p. 8).
Para Crepaldi e Crepaldi (2018) são exemplos de custos fixos a depreciação de máquinas da fábrica, os salários dos supervisores, o aluguel da fábrica e o seguro da fábrica. Eles também acrescentando que o custo fixo vai ficando cada vez menor em termo unitário com o aumento do volume de produção. A Figura 25 representa essa relação.
Figura 25 – Relação custo-produção
Fonte: Megliorini (2011).
Observa-se pela Figura 25 que o custo fixo vai se diluindo conforme se aumenta a produção. Dessa maneira, quanto mais a empresa produzir, menor será seu custo fixo unitário.
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9.2.4 Custos variáveis
Os custos variáveis são dispêndios financeiros realizados pela empresa que se são influenciados diretamente pela produção da fábrica. Para Lorentz (2015) os custos variáveis são aqueles que se alteram em função de produção da empresa. Estes custos têm variação diretamente proporcional á quantidade produzida, ou seja, quanto maior a produção, maior será o consumo, quanto menor a produção, menor será o consumo.
Izidoro (2016) segue a mesma linha de pensamento. Para ele, custos variáveis são aqueles que se alteram de acordo com o volume de produção, dependendo diretamente do montante total produzido. A Figura 26 representa essa tendência.
Figura 26 – Custo variável
Fonte: Megliorini (2011).
Pela Figura 26 nota-se que o custo variável tem relação direta com a quantidade produzida. Quanto maior a produção, maior será o custo dos produtos.
Dutra (2017) Concorda com os autores acima, Para ele um custo é determinado como variável, se o total variar em proporção direta ao volume de produção. O autor complementa dizendo que os principais custos variáveis são a matéria-prima, a mão de obra direta, o combustível de máquinas e energia elétrica.