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9.3 MÉTODOS DE CUSTEIO

9.3.4 Custeio padrão

O custo padrão é um sistema de custeio que busca determinar o custo de um produto de maneira planejada. Esse método prevê o cálculo do custo de forma antecipada, levando em

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consideração o consumo de tempo e recursos anteriormente definidos em condições normais de operacionalidade como define Lopes de Sá (1989 apud LEONE, 1997, p. 281):

Custo determinado a priori, ou seja, predeterminado, e que se fundamenta em princípios científicos e observa cada componente de custos (matéria prima, mão de obra e gastos gerais de fabricação) dentro de suas medidas de verdadeira participação no processo de produção, representando o quanto deve custar cada unidade em bases racionais de fabricação (LOPES DE SÁ, 1989 apud LEONE, 1997, p. 281).

Dutra (2017) segue a mesma linha de raciocínio salientando que o custo padrão é a determinação antecipada dos componentes dos produtos e dos serviços, em quantidade e valor, apoiado na utilização de dados de várias fontes como os custos históricos, a engenharia de produção e o estudo de tempos e movimentos.

Além do controle dos custos, esse sistema permite o comparativo entre o os tempos e movimentos estipulados no padrão com o que realmente ocorreu no processo produtivo. Nesse aspecto, pode-se comparar o desempenho humano, a atividade do maquinário e o consumo de material ocorridos no trabalho com o que realmente aconteceu, buscando corrigir no padrão as diferenças mais relevantes. Nesse sentido, Padoveze (2013) salienta que o custo padrão possui alguns objetivos como a determinação do custo, a avaliação das variações ocorridas entre o real e o padronizado e avaliação da de desempenho e eficácia operacional.

9.3.4.1 Tipos de custo padrão

O estudo do custo padrão contempla três modalidades de sistema de custeio que oferecem resultados diferentes e permitem a comparação entre os sistemas. Na sequência, apresentam-se os modelos de custo padrão existentes.

9.3.4.1.1 Custo padrão estimado

Esse tipo de custo padrão consiste numa projeção de custos futuros realizados com base em resultados incorridos anteriormente, com os ajustes necessários. Para Bruni e Fama (2019) custo estimado são custos estabelecidos com base em resultados passados, ajustados em função das expectativas de ocorrências futuras. Viceconti e Neves (2018) seguem a mesma linha de raciocínio sobre o custo padrão estimado acrescentando que não há preocupação em avaliar se ocorreram ineficiências na produção como o desperdício de

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matéria prima, a baixa produtividade de mão de obra ou o preço mais elevado pago por um material.

9.3.4.1.2 Custo padrão ideal

O custo padrão ideal é aquele em que todo o processo produtivo ocorre em condições perfeitas, usufruindo ao Maximo da capacidade disponível, gerando o resultado com a máxima eficiência. Para Megliorini (2011) O custo ideal é aquele em que a produção é realizada nas melhores condições possíveis com a utilização de matéria prima de alta qualidade, mão de obra qualificada e maquinários nas melhores condições. O autor também salienta que se trata de um custo cientificamente calculado de difícil aplicação.

Crepaldi (2018) segue a mesma linha de raciocínio referente a o custo padrão ideal. Para o autor esse custo supõe a utilização com máxima eficiência dos recursos produtivos como matéria prima, mão de obra e gastos gerais de fabricação e não leva em conta desperdícios normal de materiais, diminuição do ritmo de trabalho dos funcionários e possíveis quebra de equipamentos.

9.3.4.1.3 Custo padrão corrente

O custo padrão corrente é um método de custeio que se caracteriza por considerar as falhas e desperdícios do processo produtivo. Diferentemente o custo padrão ideal que considera a produção em perfeitas condições, o custo padrão corrente leva em consideração pausas e perdas do processo produtivo como a redução da produtividade, o setup, problemas com materiais, quebra e manutenção de maquinário.

Para Viceconti e Neves o custo padrão corrente deve levar em consideração as deficiências que reconhecidamente existem, mas que não podem ser sanadas a curto e médio prazo como materiais comprados de terceiros e falta de mão de obra especializada.

Além de apurar o custo em condições normais de operacionalidade, o custo padrão corrente oferece a oportunidade para a empresa em definir parâmetros para acompanhar a performance e desempenho da produtividade e da qualidade da produção. Para Padoveze (2013) Devem-se incorporar no custo padrão todos os objetivos de busca de eficiência, de produtividade e de qualidade fabril que estejam disponíveis a empresa.

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a) eliminação das falhas no processo produtivo: Já que os padrões são determinados com base no estudo e análise das condições normais de produção, dentro de parâmetros associados ao uso eficiente das matérias-primas, utilização adequada de máquinas e equipamentos, emprego correto de mão de obra. Na implantação das medidas padrões, os fatores devem ser criteriosamente ponderados. Assim, a comparação entre o padrão e o realizado permite a constatação e a apuração de eventuais falhas;

b) aprimoramento dos controles: os padrões podem funcionar com bom instrumento de controle interno, quando bem empregados. Os desvios verificados entre os custos reais e os padrões permitem identificar o ponto exalto do desvio;

c) instrumento de avaliação de desempenho: os funcionários, a partir da adoção de padrões, sabem que existem medidas de fácil aplicação e utilização periódica do desempenho profissional nas diversas atividades. Assim, o efeito psicológico da existência dos padrões contribui para a maximização no desempenho de diversos executivos e departamentos;

d) contribuição para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real: algumas análises entre o padrão e o real podem indicar a necessidade de revisão de algumas etapas de apuração dos custos reais. Por exemplo, em decorrência de falha do registro e controle, o consumo de matéria-prima de determinado mês pode ter sido contabilizado erroneamente, no mês posterior. Esse fato reforça a necessidade da existência de ambos os sistemas – um complementando as informações fornecidas pelo outro;

e) rapidez na obtenção de informações: os padrões permitem a obtenção mais ágil de algumas informações, como, por exemplo, as necessárias para a realização de pequenos orçamentos e cotações de vendas – quando não existe tempo disponível para a apuração do custo real (BRUNI; FAMÁ, 2019, p. 108).