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3. METODOLOGIA

3.1. Classificação da Pesquisa

Pesquisa é o procedimento sistemático e racional cujo objetivo é responder ao problema proposto, que pode ser motivada por razões intelectuais e/ou práticas. Poderia, ainda, de forma simplificada, ser entendida como a busca de responder alguma coisa.

Entendendo-se que ciência é o conhecimento, pesquisa científica nada mais é do que a busca de produzir o conhecimento acerca de algo.

A classificação quanto aos fins busca determinar o tipo de pesquisa de acordo com o resultado final que ela deseja alcançar, sua lógica, portanto, está baseada no objetivo geral que o pesquisador busca atingir ao realizar suas atividades. Uma pesquisa pode ser classificada quanto aos fins em exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada ou intervencionista (VERGARA, 2000 p.47).

Já de acordo com Gil (2002 p.46), as pesquisas podem ser classificadas em três grandes grupos com base em seus objetivos (fins), quais sejam: exploratórias, descritivas e explicativas. A seguir, uma breve descrição de cada tipo de pesquisa.

• Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória é realizada, segundo Vergara (2000 p.47), em áreas em que existe pouco conhecimento acumulado e sistematizado. É, portanto, adequada para o objetivo de aumentar o número de conhecimentos sobre o assunto, ou, nas palavras de Gonçalves e Meirelles (2004, p. 37), é “realizada para descobrir ou descrever melhor o(s) problema(s)-raiz que são apontados através de sintomas (ou queixas) para se alcançar os objetivos.”

Silva (2007 p.64) afirma que a pesquisa exploratória é muito utilizada como primeira etapa para outras pesquisas e objetiva familiarizar o pesquisador com o fenômeno investigado, realizando descrições precisas da realidade e buscando identificar as relações existentes entre seus componentes. Adicionalmente, ela pode ser considerada como uma importante forma de

produzir hipóteses que serão testadas em pesquisas posteriores, tornando a pesquisa exploratória que, pelas suas características, é fortemente qualitativa, um delineamento que pode ser usado para iniciar estudos quantitativos.

• Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva trabalha com as características de uma população ou de um fenômeno, podendo estabelecer correlações entre variáveis, definindo também a natureza de tais correlações, sem se comprometer com a explicação dos fenômenos descritos (VERGARA, 2000 p. 48).

Para Silva (2007, p. 65), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. “Busca descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características”. Normalmente esses fatos e fenômenos, quando associados diretamente a uma população, não estão consolidados em documentos e os dados têm que ser coletados diretamente onde são encontrados, ou seja, na realidade natural da população pesquisada (SILVA, 2007 p. 64-66).

A pesquisa descritiva normalmente é delineada quanto aos meios através do levantamento, se observa que, em alguns casos, a pesquisa descritiva se aproxima da explicativa, no momento em que o pesquisador procure determinar também o relacionamento entre os fatos (GIL, 2002 p.43).

• Pesquisa explicativa

Este tipo de pesquisa analisa um fenômeno na busca de esclarecê-lo, torná-lo compreensível ou justificá-lo, baseando-se numa pesquisa descritiva previamente realizada (VERGARA, 2000 p.48). Ao procurar identificar os fatores que determinam, ou contribuem para, a ocorrência dos fenômenos, baseiam-se no método experimental ou na observação, sendo normalmente utilizados como meios de pesquisa a experimentação e a pesquisa ex- post-facto (GIL, 2002 p.47).

• Pesquisa metodológica

Está voltada para os métodos e instrumentos utilizados para captar e manipular a realidade, ou seja, para os meios destinados a alcançar um determinado fim (VERGARA, 2000 p.47). É uma pesquisa que trabalha com a própria pesquisa, buscando definir se

determinado meio é adequado ou não para produzir o conhecimento pretendido e, portanto está direcionada para problemas teóricos e de produção do próprio conhecimento. Exige grande domínio do fenômeno pesquisado, pois ela envolve o questionamento da forma mais adequada para abordá-lo, investigá-lo e compreendê-lo.

• Pesquisa Aplicada

É um delineamento que busca solucionar um problema concreto, prático, da realidade (VERGARA, 2000 p.48). A pesquisa aplicada normalmente identifica a situação- problema e busca, dentre as possíveis soluções, aquela que possa ser mais adequada para o contexto específico. Dessa maneira, não se pode ter a pretensão de pesquisa capaz de criar conhecimentos novos, somente a de aplicar conhecimento já existente a uma situação- problema.

• Pesquisa intervencionista

A pesquisa intervencionista é aquela que se fundamenta numa intervenção do pesquisador na realidade estudada, com a pretensão de modificá-la, de solucionar um problema. Ao contrário da pesquisa aplicada, pressupõe-se nesta forma a participação direta do pesquisador na realidade estudada (VERGARA, 2000 p.48), abandonando toda e qualquer pretensão de neutralidade e agindo na busca da mudança.

A classificação quanto aos meios aprofunda a classificação quanto aos fins, no sentido de que um meio pode ser usado em mais de um tipo referido na listagem anterior. A classificação quanto aos meios representa, portanto, uma forma mais completa de determinar como será feita a pesquisa e pode ser utilizada como uma indicação do que se pode esperar em termos de instrumentos de coleta de dados. (GIL, 2002 p.47-48)

De acordo com Vergara (2000 p.47), as pesquisas se classificam quanto aos meios em pesquisas de campo, de laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex-post- facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso. Segue a descrição de cada tipo.

• Pesquisa de campo

É feita no local onde ocorre ou ocorreu um determinado fenômeno, havendo nestes elementos que permitam explicá-lo, sendo os dados coletados por intermédio de entrevistas, questionários, testes ou observação participativa (VERGARA, 2000 p.48).

• Pesquisa de laboratório

O laboratório é um local restrito, em que se possa conduzir uma experiência que, no campo, seria impossível. O laboratório não é necessariamente um lugar físico: uma simulação da realidade feita por computador pode ser classificada como uma pesquisa de laboratório, de acordo com Vergara (2000 p.49).

• Pesquisa documental

É a pesquisa realizada em documentos arquivados em locais públicos ou privados, com pessoas, registro, anais, diários, cartas, comunicações informais, etc. Ou seja, com fontes de dados ainda não tratadas analiticamente ou reelaboradas por outros autores, divididas em fontes de primeira mão (conservadas em arquivos ou pessoais) e de segunda mão (relatórios empresariais ou de pesquisa e dados estatísticos), que devem ser representativos e corretamente interpretados pelo pesquisador (VERGARA, 2000 p. 50).

• Pesquisa bibliográfica

É a pesquisa realizada através de material já publicado em livros, revistas, jornais, meios eletrônicos acessíveis ao público em geral (VERGARA, 2000 p.51).

A pesquisa bibliográfica é um meio de formação de conhecimento e busca o domínio de um determinado tema, podendo inclusive ser produzida para um trabalho científico original (SILVA, 2007 p.58).

• Pesquisa experimental

Um experimento é uma investigação na qual o pesquisador manipula e controla variáveis independentes e observa seus efeitos no comportamento das dependentes, sendo normalmente realizada em campo, embora também possa ser feita em laboratório ou, mais simplesmente, ela “consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto” (GIL, 2002, p. 53).

• Pesquisa ex-post-facto

Este delineamento trabalha com um fato já ocorrido, não sendo portanto possível ao investigador controlar ou manipular as variáveis (VERGARA, 2000 p.52). É uma pesquisa quase experimental, baseando-se nos mesmos pressupostos da experimental, diferenciando-se

desta pelo fato de que o pesquisador não controla as variáveis; permite considerar aspectos históricos essenciais para a evolução e comportamento das estruturas sociais e normalmente se baseia na comparação entre dois grupos semelhantes, mas com diferenças que possam ser atribuídas a um fator que ocorre em apenas um deles. É um “experimento” realizado depois dos fatos terem ocorridos, no qual esses fatos ocorreram espontaneamente, (GIL, 2002 p. 49). Observa-se que a pesquisa ex-post-facto mescla características da pesquisa qualitativa (como a ênfase na visão histórica) e da quantitativa (como os pressupostos da pesquisa experimental).

• Pesquisa participante

Qualquer delineamento participante pressupõe uma indistinção entre as figuras do pesquisador e a do pesquisado, exigindo, portanto que pessoas investigadas participem da pesquisa (VERGARA, 2000 p. 52). O pesquisador não é somente um observador da realidade, é um ator nela inserido. Dessa maneira, é uma pesquisa essencialmente qualitativa, não se podendo utilizá-la adequadamente em estudos quantitativos, pois o envolvimento do pesquisador com a realidade pesquisada impede que se tenha a neutralidade e a imparcialidade científicas característicos dos delineamentos quantitativos. Gil (2002 p.52) afirma que essa pesquisa normalmente pressupõe um comprometimento do pesquisador com a classe pesquisada, usualmente uma classe economicamente menos favorecida, e uma distinção entre uma “ciência popular” e uma “ciência dominante”.

• Pesquisa-ação

Pode ser considerada como uma variante da pesquisa participante, em que o pesquisador intervém na realidade pesquisada (VERGARA, 2000 p.53). Há um envolvimento participativo e cooperativo do pesquisador com os pesquisados, e a situação investigada normalmente corresponde a uma ação ou resolução de um problema coletivo, e o pesquisador age sobre a realidade pesquisada. Essa pesquisa é planejada e possui caráter social, educacional, técnico, etc., distinguindo-se, portanto da pesquisa participante (GIL, 2002 p.52).

• Estudo de caso

Um dos delineamentos mais populares de pesquisa, o estudo de caso trabalha com uma ou com poucas unidades de pesquisa: um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações ou inclusive uma situação observada, aprofundando e detalhando os conhecimentos sobre esta, podendo ser realizada em campo ou não (VERGARA, 2000 p.53).

Tal aprofundamento do conhecimento normalmente é impossível nos outros delineamentos. Isso torna o estudo de caso uma classificação ideal para as pesquisas exploratórias. (GIL, 2002 p.63).

O estudo de caso é criticado por não permitir a generalização das conclusões, sem base amostral que o solidifique, e por conferir ao pesquisador a sensação de que ele domina uma realidade específica. Um ponto importante refere-se ao fato de que o pesquisador envolvido em um estudo de caso normalmente não possui controle sobre a realidade pesquisada, sendo a pesquisa realizada dentro do contexto em que o fenômeno se verifica, apoiado por um embasamento teórico (VERGARA, 2000 p.53)

Com base nas descrições apresentadas, este relatório de estudo classifica-se quanto aos fins como uma pesquisa explicativa, que procurou identificar os fatores que determinam a falta de fornecimento da matéria prima, e exploratória, porque serão realizadas pesquisas de campo com o intuito de coletar novas informações que serão úteis para a formulação das sugestões conforme os objetivos propostos.

Segundo Malhotra (2006 p.98): “A pesquisa exploratória é usada em casos nos quais é necessário definir o problema com maior precisão, identificar cursos relevantes de ação ou obter dados adicionais antes de poder desenvolver uma abordagem”. De acordo com Gil (2008 p.47), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema. Malhotra ainda salienta que “pesquisa exploratória se caracteriza por flexibilidade e versatilidade com respeito aos métodos, porque não são empregados protocolos e procedimentos formais de pesquisa”.

Quanto aos meios, classifica-se como pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e estudo de caso, pois será realizada uma investigação, a partir de entrevistas, com questionários semiestruturados.

Pesquisa bibliográfica, de acordo com Vergara (2005 p.48) é o “estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Portanto entende-se que este trabalho se enquadra como pesquisa bibliográfica em vista de que o mesmo está sendo apoiado em procura em livros, revistas especializadas, trabalhos acadêmicos e material disponível na rede eletrônica com o intuito de aprofundar o conhecimento necessário para o desenvolvimento deste trabalho.

“A pesquisa de campo é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou não”. (VERGARA, 2005 p.48). Para este trabalho foram realizados questionários voltados aos produtores rurais (fornecedores), a fim de se familiarizar com o meio externo e conhecer o cenário em que a organização se encontra.

Segundo Vergara (2005 p.49), estudo de caso “tem caráter de profundidade e detalhamento e pode ou não ser realizado no campo”, a autora salienta também que considera o tipo de estudo reduzido “a uma ou poucas unidades, entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país”. E neste trabalho fez-se uma pesquisa na organização estudada com o proprietário da empresa, identificando os problemas e dificuldades enfrentadas para atrair e reter fornecedores, sendo possível assim obter os dados necessários para a elaboração do trabalho.

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