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CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA

2.6 CARACTERIZA ÇÃO DAS MPES, APLS, CLUSTER E REDES

2.6.3 Cluster de empresas

O termo Cluster representa uma concentração de empresas relacionadas entre si, numa zona geográfica relativamente definida, que conformam um pólo produtivo especializado com vantagens competitivas (Enciclopédia Livre). Para Freitas (2003) os grupos que adotam o conceito de clusters são empresas que se reúnem com interesse em colaborar quando surgem oportunidades de negócio (no caso necessidade de programa de atualização e educação profissional), por exemplo: cursos de educação continuada dirigido para MPEs e profissionais que atuam no mercado veterinários (médicos, farmácias, farmacêuticos, técnicos, vendedores ou representantes comerciais da área) conforme ilustra figura 9.

Figura 9 – Consórcios de Empresas - Profissionais por área afins. Fonte: Freitas,2003

As empresas que pertencem a Clusters competitivos trabalham de forma bastante sinérgica em busca de interesses comuns (de caráter tanto cooperativo quanto competitivo), entre os quais se podem citar: desenvolvimento tecnológico do setor, políticas públicas favoráveis ao setor ou à região, treinamento conjunto da força de trabalho, desenvolvimento de infra-estrutura, incentivo e certificações para a exportação, relações com o governo, universidades e outras instituições, entre outros.

2.6.4 Empresas em Redes

Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições de forma democrática e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns. Segundo Rits (2009), redes são estruturas flexíveis e cadenciadas, estabelecidas por relações horizontais, interconexas e em dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. As redes se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social. “Devido à conectividade da rede, as ações locais podem ter uma ressonância global, e as relações entre as dinâmicas locais e globais dependem criticamente da estrutura da rede”. (TEIXEIRA, 2005)

Geralmente são muito associadas a empresas do Terceiro Setor, pois podem ser caracterizadas também por comunidades virtuais ou presencialmente constituídas, inclusive por laços de afinidade, pactos sociais ou padrões de relacionamento.

Para Fleury e Oliveira Jr. (2001, p. 195), no processo de formação de cadeias e redes, a posição de cada empresa é em função do tipo de competências e conhecimentos por ela dominado; assim, para participar de uma cadeia de fornecimento, cada empresa deve adotar a estratégia e desenvolver as competências comerciais, de inovação de produto e de operações necessária para garantir a eficiência coletiva.

Apesar de haver interesse em comum, não é fácil reunir um grupo de empresas. É necessário buscar parcerias com outras instituições como universidades, pesquisadores, consultores, profissionais da área de Educação Corporativa com sensibilidade para acolher todos os anseios educacionais desse tipo de cliente, e não apenas oferecer um pacote educacional padronizado. A literatura aconselha, na maioria dos casos, um diagnóstico prévio das competências básicas. Essa nova filosofia de agrupamento das empresas exige que o conhecimento antes cobiçado

passe a ser compartilhado e que as entrada de novos membros seja realizada por meio de colaboração e não contratação, visto que, na maioria dos casos, existe independência em relação à razão social de cada membro do grupo.

Os parceiros podem compartilhar conhecimento tecnológico e mercadológico, financiar pesquisas em consórcios, ou explorar conjuntamente novas tecnologias, visando reduzir custos e riscos. As alianças poderão, ainda, promover a entrada em novos mercados e, em muitas ocasiões, permitir que pequenas e médias empresas se tornem grandes organizações globalizadas (MUNDIM; RICARDO, 2004, p.18).

Existem medidas de pequeno investimento, como o fomento do intra- empreendedorismo, que podem ajudar as MPEs a se tornarem mais competitivas. O intra-empreendedorismo diz respeitos à motivação dos funcionários em contribuir com idéias criativas e bons projetos desenvolvidos pela organização. Essa cultura de participação precisa ter o apoio da direção através do reconhecimento, da prática justa de remuneração e de programas de retenção de talentos.

2.7 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

Na revisão da literatura conduzida neste capítulo, apresentaram-se tópicos relacionados à importância da Educação na Sociedade do Conhecimento, no intuito de apontar a necessidade de maior integração dos objetivos estratégicos com o desenvolvimento humano e organizacional através de uma aprendizagem contínua. Em seguida, foi apresentada uma revisão sobre gestão de pessoas através das competências, pois para que ocorra o desenvolvimento humano e organizacional é importante conhecer quais competências são exigidas para o sucesso do negócio. Em contrapartida, foi apresentada também uma revisão sobre Educação Corporativa (EC), com a finalidade de descrever as principais abordagens, diferenças e fases do processo de implantação de um programa EC; a revisão seguinte, sobre Processo Decisório, serviu para enfatizar a importância de métodos de decisão nesse processo, evitando desperdício de tempo e recursos para a organização.

A criação de um movimento governista sobre Educação Setorial e os fóruns de competitividade para apoiar as micro empresas, permitiram uma breve revisão para divulgação do tema. Por último, foi apresentada uma revisão sobre as principais características de Micro empresas, Arranjos Produtivos, Clusters e empresas em rede, com o objetivo de compreender como essas variáveis tratadas no trabalho se comportam e como a associação pesquisada se classifica nessa situação.

CAPÍTULO 3

3 METODOLOGIA

Na apresentação do método proposto, desenvolveu-se um diagnóstico de Educação Corporativa em micro empresas e validou-se a primeira etapa do MADEC. Para tanto, foi feita uma pesquisa teórica, com revisão bibliográfica, seguida de uma pesquisa de campo, através de estudo de caso. O objeto de estudo é composto por 14 micro empresas associadas à rede de Supermercados Parceiros da Economia, instalados nas cidades de Natal, Parnamirim e Ceará-Mirim, no estado do Rio Grande do Norte.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa é de caráter exploratório descritivo, pois, segundo Gil (1999), as pesquisas descritivas são juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. Ainda em relação à pesquisa descritiva, afirma Vergara (2000, p. 47) que ela “...expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno”.

Apresenta uma pesquisa teórica para apoiar e aplicar os conhecimentos explorados e uma pesquisa de campo, realizada para investigar o que foi visto através da pesquisa teórica. Segundo Cervo (1996, p. 48), “qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação da questão, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e contribuições da própria pesquisa”.

A natureza dos dados é Qualitativa e Quantitativa, pois se preocupa com a compreensão que os agentes têm do método implantado e com a estratificação dos dados classificados e interpretados.

Em relação ao procedimento técnico, trata-se de um estudo de caso. Sobre o estudo de caso, comenta Yin (apud ROESCH, 1999, p. 155), “é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto [...], estudos de caso diferem do método histórico, por se referirem ao presente e não ao passado”.

Entende-se que os limites da pesquisa estão na fragilidade de generalizações proporcionada pelo método estudo de caso e as contribuições são muitas, visto que se trata da aplicação de um método que pode vir a ser uma ferramenta de apoio à decisão para muitas MPEs.

Quanto à finalidade, trata-se de uma Pesquisa Aplicada, devido ao fato de estar voltada para ganhar conhecimento ou compreensão sobre um assunto específico e escolhido antecipadamente. Dessa forma, pretende validar o MADEC e aplicar a primeira etapa (diagnóstico de EC) nas empresas pesquisadas. Por se tratar de uma aplicação, pode ser utilizada como exemplo para casos similares.

3.2 PROTOCOLO DE COLETA

O objetivo deste protocolo é apresentar os passos e detalhes que permitiram a concretização da pesquisa. A figura 10 apresenta o “caminho” da aplicação da pesquisa.

Figura 10 - Protocolo de Coleta dos Dados da Pesquisa Pesquisa Bibliográfica: leitura de teses, livros e dissertações Estudo do MADEC: estudo do Método para orientar a observação nas visitas e aplicação do roteiro Pesquisa de Campo: Visitas, entrevistas e aplicação de questionários 1ª Visita: Contato com o Presidente da Associação para autorização da Pesquisa 2ª Visita: Reunião de Sensibilização sobre a importância do tema (com todos

os associados) 3ª Visita: Entrevista ao Fundador e ao Presidente da Associação para colher dados da empresa e das necessidades de competências organizacionais 4ª Visita: aplicação dos questionários adaptados do Roteiro para 1ª etapa e das entrevistas realizadas, em cada loja, com os gestores e funcionários Objetivo: EC em MPEs Tabulação e Análise dos Dados

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