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3.2 Estudo 1 – Psicométrico

3.2.4 Procedimentos

3.2.4.2 Codificação e Tratamento dos Dados

Os dados obtidos com a aplicação do IHS-Del-Prette e SPIN foram codificados manualmente e alocados em um banco de dados, criado em uma planilha eletrônica do Excel disponível no programa computacional do Windows. Para posterior análise, este banco de dados foi convertido para o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) para o Windows, versão 10. Na codificação dos dados referentes ao IHS, procedeu-se a uma inversão das pontuações dos itens 2, 8, 9, 13, 17, 18, 19, 22, 23, 24, 26, 33, 34, 36 e 37 para a obtenção dos escores, por serem compostos por fraseado negativo. Desta forma, transformou- se o 0 em 4, o 1 em 3, o 3 em 1, o 4 em 0, e o 2 não teve alteração. Nestes casos, as freqüências maiores são avaliadas como indicadoras de déficits e freqüências menores como indicadoras de recursos em habilidades sociais apresentadas pelos sujeitos.

Este delineamento empregou muitas provas paramétricas que requerem que as variáveis estudadas se ajustem à curva normal. Assim, o Teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para verificar se o conjunto de dados referente ao IHS-Del-Prette possuía distribuição normal. Este teste serve para comparar a distribuição empiricamente observada com a distribuição normal teórica, sendo, portando, uma prova de qualidade de ajuste.

A análise dos dados sociodemográficos e clínicos da amostra estudada foi realizada por meio de testes estatísticos descritivos e paramétricos. Para a comparação de grupos foram empregados os Testes t de Student e Qui-Quadrado ( χ2).

Os testes estatísticos descritivos e paramétricos também foram utilizados para a análise dos indicadores psicométricos do IHS-Del-Prette.

No tocante à freqüência dos itens, foram calculados os escores médios e desvios- padrões para cada item do IHS-Del-Prette. Obtiveram-se também as porcentagens de pontuação ou freqüência nos escores de 0 a 4 para cada item deste instrumento.

Os postos percentílicos foram obtidos a partir da distribuição dos escores totais dos sujeitos, conforme o gênero a que pertenciam. Apresentar-se-á o valor de uma pontuação direta, expressa em escores brutos, e a sua transformação em outra pontuação de mais fácil interpretação, expressa em percentis.

A interpretação (classificação) do repertório de habilidades sociais dos sujeitos foi realizada de acordo com os percentis obtidos a partir de seus escores brutos, em conformidade com o modelo proposto por Del Prette e Del Prette (2001) no estudo de normatização do instrumento. Neste sentido, para a avaliação do repertório de habilidades sociais dos sujeitos, assumiu-se que a classificação “repertório deficitário em habilidades sociais” obtida por um indivíduo, corresponde aos valores que ficam abaixo de 25%; a classificação “bom repertório

de habilidades sociais (abaixo da mediana)”, aos valores situados abaixo de 50 até 25%; a

abaixo de 75 e acima de 50%; a classificação “repertório bastante elaborado de habilidades

sociais”, aos valores na faixa de 100 até 75%; e a classificação “repertório mediano” à

posição central do valor na distribuição, indicando que o indivíduo apresenta um repertório médio de habilidades sociais tal como a maioria dos respondentes do seu grupo amostral.

Visando identificar os itens do IHS-Del-Prette com maior poder discriminativo entre os sujeitos com e sem TAS (N = 1006), avaliaram-se quais itens apresentavam diferenças maiores nos escores médios entre os grupos (caso e não-caso de TAS). Observou-se também a porcentagem de pontuação para cada item nos escores menores ou iguais a 1.

Para determinar a consistência interna do IHS-Del-Prette, o cálculo do alfa de

Cronbach foi conduzido tanto para os escores totais obtidos pelos participantes no

instrumento como um todo, quanto para os escores parciais obtidos para cada fator medido por ele. Também foram obtidas correlações comparando cada item com os demais itens restantes que compõem a escala como um todo e os fatores isolados. Computaram-se ainda os coeficientes alfa de Cronbach para os grupos caso e não-caso de TAS, nos quais os sujeitos foram agrupados com base nos escores da Mini-SPIN.

No que diz respeito à validade concorrente entre os instrumentos empregados, os escores do IHS-Del-Prette foram comparados com os escores do SPIN e Mini-SPIN, utilizando-se o coeficiente de Correlação Momento-Produto de Pearson. O coeficiente de correlação entre o IHS e SPIN foi elevado ao quadrado para verificar quanta variância, em termos percentuais, as duas variáveis compartilham. Foram obtidas, ainda, correlações entre: (a) os itens individuais do IHS com o escore total e itens individuais do SPIN; e (b) o escore total do IHS e de seus respectivos fatores com as subescalas do SPIN. Para determinar se a correlação da validade concorrente entre o IHS e SPIN era significativamente maior do que a correlação da validade entre o IHS e Mini-SPIN, foi aplicada a fórmula recomendada por

Cohen e Cohen (1975) para testar a significância da diferença entre as duas correlações encontradas dentro da mesma amostra.

Adotaram-se os seguintes critérios para classificar as correlações obtidas entre as escalas totais e subescalas em: nula (r = 0); muito baixa (r < 0,20); baixa (r = 0,20 – 0,39); moderada (r = 0,40 – 0,59); alta (r = 0,60 – 0,79); muito alta (r = 0,80 – 0,99); e perfeita (r = 1) (BISQUERRA; SARRIERA; MARTÍNEZ, 2004). Estes critérios foram usados para avaliar tanto as correlações Momento-Produto de Pearson quanto as de Spearman.

Já para classificar as correlações interitens e os coeficientes alfa de Cronbach obtidos nas análises, foram empregados os seguintes critérios: boa (r = 0,20 – 0,30 e α = 0,70 – 0,80, respectivamente); moderada (r = 0,10 – 0,19 e α = 0,60 – 0,69, respectivamente); e fraca (r < 0,10 e α < 0,6, respectivamente) (ROBINSON; SHAVER; WRIGHTSMAN, 1991).

Para o estudo da validade discriminativa do IHS-Del-Prette ou validade do instrumento para grupos conhecidos (VAN DAM-BAGGEN; KRAAIMAAT, 1999), foi obtida a curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve), visando examinar os pontos de corte que correspondem ao diagnóstico do TAS, distinguindo assim sujeitos com TAS daqueles sem o transtorno, tomando como padrão-ouro a Entrevista Clínica Estruturada (SCID-IV/DSM-IV). Foram determinados também os escores de corte que: (a) maximizam conjuntamente a sensibilidade, a especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, minimizando a taxa de classificação incorreta do IHS; (b) maximizam a sua sensibilidade sem, entretanto, reduzir a especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo a níveis baixos; e (c) maximizam a especificidade sem reduzir a sensibilidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo a níveis baixos.

Ainda visando a avaliação da validade discriminativa do IHS-Del-Prette, os escores totais do IHS para os sujeitos agrupados como casos e não-casos de TAS foram comparados por meio do Teste t. Os sujeitos agrupados como casos e não-casos foram submetidos à

confirmação diagnóstica por meio da SCID. Esse mesmo teste foi aplicado sobre os escores médios de cada um dos itens obtidos para ambos os grupos, objetivando verificar se demonstrariam diferenças significativas nos itens isolados. Ainda com relação a esse aspecto, as normas de classificação do repertório de habilidades sociais do estudo original (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001) foram utilizadas para comparar as avaliações do repertório exibido pelos dois grupos, de acordo com o gênero dos sujeitos, com o intuito de examinar as diferenças.

O tamanho do efeito (d) foi calculado dividindo-se a diferença entre as médias de duas condições consideradas pela média dos seus desvios-padrões. Assim, o tamanho do efeito mede o quanto duas médias diferem em termos de desvios-padrões. Adotaram-se as recomendações de Cohen (1988) para especificar a medida do tamanho do efeito em: pequeno (0,20 ≤ d < 0,50), médio (0,50 ≤ d < 0,80) ou grande (d ≥ 0,80).

Também foram identificados os itens do IHS-Del-Prette com maior poder discriminativo entre os sujeitos dos grupos caso e não-caso de TAS (N = 86), que receberam confirmação diagnóstica pela SCID, adotando-se o mesmo procedimento descrito acima para os grupos avaliados somente pela Mini-SPIN.

A análise fatorial (AF) do IHS-Del-Prette foi realizada pelo método de análise dos componentes principais (ACP) que analisa toda a variância dos dados, tanto a compartilhada quanto a exclusiva. A técnica de rotação ortogonal Varimax, com normalização de Kaiser, foi empregada para agrupar os itens (variáveis) com cargas altas em um único fator, permitindo assim que cada fator estivesse fortemente relacionado com alguns itens, mas fracamente relacionado com outros.

No que diz respeito à comparação de variáveis, adotaram-se análises tanto univariada (ANOVA) como multivariada (MANOVA). Testes post hoc para as diferenças significativas encontradas foram executadas, empregando-se o Teste t. Para a obtenção dos escores fatoriais,

somaram-se os pontos obtidos pelos sujeitos nos itens de cada fator e dividiu-se pelo número total de itens que compunha cada fator.

Com exceção dos Testes de Kolmogorov-Smirnov e M de Box, adotou-se o nível de significância de p ≤ 0,05 para todos os demais testes estatísticos aplicados. Os Testes de

3.3 Estudo 2 – Empírico (Teste de Simulação de Falar em Público - TSFP)