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APÊNDICES E ANEXOS

ENTREVISTA 07 Codinome: Ana Clara

Profissão: pediatra de apoio no centro de saúde Tempo de formação: 29 anos

Tempo de atuação na atenção primária à saúde: 25 anos

Conte para mim, como é sua experiência com a caderneta na atenção à saúde da criança?

[Eu acho]1 assim, [muito bom principalmente por estar tudo anotado e a mãe acompanhar, né, o crescimento]1. Uma mãe que eu atendi hoje falou “ah, pode ser todo mês eu acho tão bom trazer, medir e pesar”. Eu falei que não podia por causa de agenda e marquei o retorno pra daqui a dois meses e ela quer todo mês. [Então, eu acho bom a mãe ver, né, as curvas, acompanhar o crescimento]1, tá tudo anotadinho e acompanhar as curvas, [ela ter uma visualização muito boa]1. E essa caderneta nova, ela tem mais dados do que a anterior, né, uma coisa mais interessante. E...onde você pode anotar de todas as vacinas. Então, eu acho que é uma coisa muito importante realmente pra gente que fica tudo anotado nela e pra mãe também ter todas aquelas anotações, aqueles gráficos, né. O que eu acho que...[é importante a gente está explicando pras mães, tá mostrando o peso, aí eu mostro o gráfico, como que eu anotei, né, pra mãe...se ela entende o quê que foi anotado, o que que é aquele gráfico, o que significa e aí ela vai se interessar mais, né, é importante esse cuidado]2? Tem muito dado aí de desenvolvimento, de tudo. Essa parte [como na prefeitura a gente tem que fazer doze consultas por dia, a gente tem vinte minutos por consulta é pouca coisa, né. Então, não dá pra gente abordar tudo como a gente gostaria eu acho que tem mais coisa pra ser aproveitada nessa caderneta que...o problema do tempo, não tem como]3. A gente foca naquilo que é mais importante, né, é pesar, é orientar alimentação, né. Uma coisa que eu gosto de focar muito é prevenção de acidentes, né. Aí o tempo eu uso mais pra isso, [gostaria de ter mais tempo]3, né. [No consultório eu fico, o que, uma hora com o menino aí dá tempo de olhar isso tudo, de mostrar todas as coisas]3.

Igual eu te falei, né. [As mães realmente vão acompanhando e gostam de ver. As vezes, se a curva desce]1, pode acontecer, né, uma variação normal do menino, as vezes ganha menos peso naquele mês aí [a mãe fica preocupada]1, né. Aí eu falo “não, vamos marcar um retorno pra daqui um mês e você vai ver que ela vai recuperar”, a gente sabe que é assim. Aí no outro mês a criança ganha peso direitinho e a mãe fica mais tranquila. Então, é uma coisa útil a caderneta pra isso.

Como é, para você, o preenchimento da caderneta?

Assim, [acho que os profissionais não usam muito]4, né? [É difícil ver anotações de enfermeiro, além dos gráficos, não sei se eles têm essa noção de que é o médico que tem que anotar]4, né. Hoje mesmo eu peguei uma criança que a mãe ela não

ganhou a caderneta, ela tinha aquele cartão só de vacina com aquela graficozinho de peso. Aí ela pediu pra eu anotar todos os dados porque a auxiliar de enfermagem que repassou a vacina disse que ela não podia anotar os gráficos, e que era pra pedir pra eu anotar. Então, eu noto que acha assim que só o médico pode anotar, né.

Mais alguma coisa que você queira falar?

Não, no momento eu não tô assim lembrando de nada não...Tem uma comparação que em outros países eles usam, né, essa caderneta. Então, eu achei muito interessante que tem uma que eles colocam um carbono então o médico escreve todo o exame físico e tudo mais, né, diagnósticos...na caderneta e aí eles destacam uma folha que fica com eles e a outra folha fica na caderneta...não sei se é Espanha mas eu achei isso muito interessante, você vê que o prontuário está na caderneta. Eles escrevem tudo e depois destacam a folhinha e a mãe tem o prontuário todo da criança com tudo anotado na caderneta. Acho que a França foi o primeiro carnet de santé de l'enfant, não é?

Agora outra coisa, [eu fiquei sabendo que mudou de caderneta porque a mãe chegou com a caderneta, falei “ah que legal, caderneta nova” (risos).]5 [Só criaram a caderneta mas não teve uma capacitação]6, né. Eu lembro que quando eles implantaram o gráfico da criança eu tive uma capacitação, o primeiro lá em 84. A gente preenchia até a alimentação, né.

E...[as vezes falta, quando a criança não recebe a mãe fica assim, arrasada. Por que os outros têm e ela não tem. E aí elas recebem aquele que é só um graficozinho que pra gente é pior, né]5.

[As vezes eu recebo alguma criança de maternidade que não preencheu, então anotam o peso, altura, PC e aí eu falo “e o resto, né” (risos), condições que nasceu...disso...aquilo]7. Muitas vezes vem um relatório separado que não é lançado na caderneta.

Mais alguma coisa?

Não, é isso mesmo.

Muito obrigada.

Entrevista 07 Código

da US Unidade de Significado (US) US transformadas na linguagem do pesquisador Denominação das US M 7.1 […] Eu acho […] muito bom principalmente

por estar tudo anotado e a mãe acompanhar, né, o crescimento […] Então, eu acho bom a mãe ver, né, as curvas, acompanhar o crescimento […] ela ter uma

Relata o significado da caderneta para que a mãe consiga visualizar o crescimento do filho por meio das curvas.

Exposição sobre o modo como a

CSC auxilia a mãe a

visualização muito boa […]

M 7.2 […] é importante a gente está explicando pras mães, tá mostrando o peso, aí eu mostro o gráfico, como que eu anotei, né, pra mãe...se ela entende o quê que foi anotado, o que que é aquele gráfico, o que significa e ela aí vai se interessar mais, é importante esse cuidado […]

Percebe a importância de explicar à mãe os dados anotados na CSC, o gráfico e, também, explicar como anotou para que a mãe consiga entender as anotações e, com isso, entender mais o instrumento.

Diálogo com a mãe/família da criança a partir das anotações realizadas na CSC.

M 7.3 […] como na prefeitura a gente tem que