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APÊNDICES E ANEXOS

ENTREVISTA 10 Codinome: Vitória

Profissão: pediatra de apoio no centro de saúde Tempo de formação: 14 anos

Tempo de trabalho na atenção primária à saúde: 14 anos

Conte para mim, como é sua experiência com a caderneta na atenção à saúde da criança?

Olha, eu acho que é um instrumento que me permite em uma análise rápida ter uma noção do que está acontecendo com a criança, desde que ele esteja devidamente preenchido. E...[o que eu acho muito triste é, por exemplo, o Ministério lançou aquela caderneta que era a mesma para menino e menina, foi ótimo, daí a pouco ele parou e aí ficou um espaço enorme e chegou outra, né, então, você tem um instrumento picado]1. [Você tem que enrolar a pessoa porque acabou e você não tem ele mais]1. Mais é excelente, tanto para o profissional quanto para a mãe. Quando eu tenho [as minhas crianças que tem o instrumento eu faço questão de ter esse cuidado, de desenhar o gráfico, mostrar o gráfico pra mãe, explicar o gráfico pra ela]2, entendeu? É muito importante. [Eu tenho as condições do nascimento, eu tenho a vida da criança, se ele for bem preenchido, né. Agora no dia-a-dia a gente vê que ele sai da maternidade mal preenchido]3 já, né, mas já é alguma coisa você tem aqui as condições do nascimento, tem o apgar, tem tudo. E quando você consegue fazer o gráfico dele aqui, acompanhar por aqui você tem uma noção tanto do desenvolvimento da criança quanto do cuidado da mãe, se é uma mãe que leva, se não leva nas consultas, né, fora as partes da vacina. Eu acho um instrumento excelente mas que [deveria ser uma coisa contínua, né, é mal aplicada, igual ficou um intervalo muito grande de uma caderneta pra chegar a outra]1, né. [A mãe reclama, as mães que tinham interesse ficavam doidas atrás]1...e você acaba perdendo o hábito porque aquele outro cartãozinho é muito ruim só tem o gráfico do peso e mais nada, né. Posso falar uma coisa que [quando começou a caderneta de novo e chegou uma mãe com uma eu pensei que ela fosse de São Paulo, porque São Paulo tem umas bonitinhas, né (risos). Aí eu falei “nossa que legal é de São Paulo?” Aí ela falou “não é daqui”]1. Aí que eu fiquei nossa, [não foi mostrado, não foi apresentado, até pro pessoal do PSF mesmo ninguém nunca falou tem que falar a importância disso]4. Fora que pras mães a mãe que é realmente interessada ela vai ler e ter todas as informações. Pra algumas, né, porque muitas nem lêem, [tem mãe que você vê que chega com ela encapadinha, com o retrato do menino, ela anota tudo, faz questão das anotações do peso, lê, pergunta, se o bebê não está com aquelas habilidades elas perguntam “o que será? Mas é uma ou outra]5 Elas falam assim, olha o meu bebê tem dois meses e não fez isso aqui ainda, não está firmando, não fez isso”. Mas sem dúvida que pra uma mãe interessada e [se a caderneta fosse uma cultura de você ensinar pra mãe, mostrar pra mãe, né, que ela tem como acompanhar]6 o crescimento dela [por aqui]6 fica fácil.

[Eu acho que não é muita cultura de usar]7 até porque com o PSF não é o pediatra que acompanha, né? Por exemplo eu sou do PSF mais eu sou pediatra e eu manipulo a caderneta, agora [os colegas que não são pediatra não tem o hábito de manipular, olham a vacina]7. [Não dá pro generalista saber tudo, ter uma noção de tudo. É um instrumento que até ajuda o generalista, né, se você olhar você tem tudo aqui mastigado pra você]8,você olhou “oh, tem alguma coisa errada o neném não tá indo dentro do que é esperado, né”. [Eu acho que é um instrumento que merecia ser mais bem utilizado, se a mãe fosse mais orientada, se o profissional tivesse mais tempo de anotar, porque nem sempre a gente tem tempo de analisar isso]9. O objetivo seria você utilizar essa caderneta junto com a mãe, né, igual a gente faz “oh, tá indo bem, tá assim no gráfico” ou quando não tá informar a mãe que nem tudo tá dentro do padrão que tá aqui,né, nem toda criança segue esse padrão e isso não quer dizer que é um problema. Mas é fantástico, o instrumento é fantástico mas...[não é tão bem usado como deveria]9.

Como é, para você, o preenchimento da caderneta?

[Eu tenho um grupo de criança, a gente preenche todos os dados aqui, faz o gráfico, mostra pra mãe, todas as vezes analisa a vacina]10. Chega, a primeira coisa que a gente faz é conferir se a vacina tá em dia, todo dia de grupo. A enfermeira pesa, mede já põe o gráfico pra mim traz e eu faço a análise da criança. Agora [na consulta do dia-a-dia, eu tenho certeza que nem a gente aqui eu como generalista no dia-a-dia se a criança vem porque tá passando mal a gente não utiliza esse cartão, não dá tempo. A demanda é muito grande]11, tá com uma infecção de garganta vamo resolver e uso só no grupo, as minhas crianças vão ao grupo uma vez por semana. [Agora fora daqui eles não anotam, o pessoal não anota muito não, porque fica no prontuário]12 do médico e [eles não passam pra cá pra mãe]12, né.

Mais alguma coisa que você queira falar?

Não, eu só [acho que deveria ser dentro da Prefeitura mais...lembrada a caderneta, né. Mais estimulada porque tudo que você é estimulada a lembrar você usa]4, né. E eu acho que deveria ter assim um momento, porque essa [caderneta é entregue pra mãe na maternidade e acabou, se tivéssemos um momento de se orientar a mãe como usar essa caderneta, como ela pode trazer essa caderneta pra ela]6, né, ser o momento dela acompanhar, [porque se você não falar com ela isso vai ser sempre o cartão de vacina]6. Se você não mostrar pra ela que tem tudo isso, e isso demanda tempo, de repente não dá pra ser o médico, lá na maternidade a enfermeira na hora da alta.

Mais alguma coisa?

Não.

Entrevista 10 Código

da US Unidade de Significado (US) US transformadas na linguagem do pesquisador Denominação das US M 10.1 […] o que eu acho muito triste é, por

exemplo, o Ministério lançou aquela caderneta que era a mesma para menino e menina, foi ótimo, daí a pouco ele parou e aí ficou um espaço enorme e chegou outra, né, então, você tem um instrumento picado […]

Percebe a descontinuidade do

instrumento no serviço de saúde. Percebe a descontinuidade no uso da CSC além da atenção primária à saúde.