• Nenhum resultado encontrado

3 BENEFICIAMENTO DA PRODUÇÃO

3.3 COEFICIENTES TÉCNICOS

O aproveitamento industrial do dendê apresenta a composição percentual indicada no Tabela 06 para as variedades Tênera e Dura.

Vale ressaltar que os coeficientes são resultados de observação constante durante o processamento e de melhoria genética introduzida nos cultivos próprios da OPALMA e dos produtores individuais que recebem assistência técnica das indústrias.

TABELA 6: Rendimento industrial do dendê em percentagem, segundo as variedades.

Discriminação Tênera Dura

I. FRUTO 61,0 59,0 Pericarpo - Óleo de Palma - Água - Sólidos (resíduos) 49,0 21,0 17,0 11,0 30,0 15,3 9,5 5,2 Nozes (coco) - Casca - Amêndoa 12,0 7,9 4,1 29,0 23,2 5,8 II. BUCHA 28,0 30,0 III. ÁGUA 10,0 11,0 Total 100,0 100,0

Fonte: OPALMA, 1981

4 COMERCIALIZAÇÃO

A comercialização do dendê realiza-se basicamente através do produto “in natura”. Na região produtora participam no processo de comercialização duas grandes empresas que praticamente dominam todo o mercado regional (Tabela 7).

FONTE: ASSOCIAÇÃO .... 1995

A matéria-prima é recebida nas próprias unidades industriais ou nos postos de compra disseminados por toda a zona produtora.

É por meio destes postos de compra que operam os elementos de ligação das unidades industriais com os produtores, chamados de “agentes intermediários”.Esses agentes conhecidos do mercado se remunera mediante taxas e comissões auferindo constantemente sues ganhos, pela aquisição de maior quantidade de matéria-prima.

Indústria Localização Municípios For- Distância do Municí-

necedores pio à indústria (km)

OPALMA-Óleo de Palma S/A Iguape (Município de Santo Amaro 11,0

Santo Amaro) Cachoeira 38,6

Maragogipe 61,8

São Felipe 91,4

Salvador 71,2

OLDESA-Óleo de Dendê S/A Valença -

Nilo Peçanha 27,5 Ituberá 46,2 Cairu 45,5 Camamu 73,2 Taperoá 20,4 Maurú 216,8

Opalma- Óleo de Palma S/A Taperoá Taperoá -

Valença 20,4 Camamu 27,0 Cairú 25,1 Ituberá 25,8 Nlio Peçanha 7,1 Maraú 236,8

Oldesa- Óleo de Dendê S/A Nazaré Nazaré -

Jaguaripe 26,0 Itaparica 67,6 Aratuípe 5,6 Muniz Ferreira 13,8 Vera Cruz 61,6 São Felipe 47,2 D.Macedo Costa 27,0

Santo Antônio de Jesus 31,8

Pindorama- Agricultura Ilhéus Una 80,0

Com. Ind. S/A

Nesse circuito comercial são considerados o comerciante atacadista e o retalhista, como elementos que dispõem de um maior grau de liberdade com relação às unidades industriais, e conseguem garantir sua margem de lucro pela diferença entre o preço pago ao produtor e a venda às unidades industriais.

As unidades industriais mantêm sempre um “fundo rotativo”, que funciona como capital de giro, utilizado por seus agentes intermediários para aquisição da matéria-prima. Os recursos de “fundo rotativo” como adiantamento das industrias aos agentes para movimentarem suas próprias casas comerciais, inclusive adiantando mercadorias ou dinheiro aos pequenos produtores, geram um mecanismo que agrava a situação de subordinação e aviltamento de preço dos produtores.(SILVA, 1974).

A questão do peço pago aos produtores tem sido apontado como um dos principais pontos de estrangulamento da economia do dendê. De início, as industrias que atuam na área e que hoje monopolizam a compra de matéria-prima incentivaram os agricultores, dando-lhes assistência técnica, proporcionando-lhes infra-estrutura econômica (construção e manutenção de estradas vicinais), bem como pagando preços razoáveis aos produtores. Porém, como a política destas empresas dirigiu-se para a auto-suficiência, pelo menos parcial, no que diz respeito à matéria- prima, tendo em vista garantir seus compromissos com o mercado, como também a própria estrutura monopsônica da comercialização, terminaram por conduzir os produtores de dendê a uma situação caótica e de completo desestímulo, com o preço por kg da matéria-prima mal chegando cobrir os custos de produção, mesmo adquirido na fazenda.

Esta situação tem levado os produtores de dendê a buscarem outras opções econômicas, (economia de escopo) acelerando, desta forma, uma tendência para a diversificação das suas atividades produtivas. Hoje encontra, e pleno desenvolvimento nas regiões de Valença e Taperoá os cultivos de cacau, pimenta do reino, cravo-da-índia, guaraná, coco, piaçava, seringa, além da pesca e de manifestações de um forte potencial turístico.

Mas, a corrida para outras alternativas, por parte dos produtores de dendê, tem preocupado menos as agroindústrias do que o fato de muito agricultor ter voltado a produzir o óleo de dendê nas suas próprias fazendas, diretamente, através de “rodões” manuais e mecânicos.

Este fato vem ocorrendo a partir do congelamento dos preços pelas agroindústrias compradores de matéria-prima. Segundo esses empresários, as pequenas unidades processadoras do óleo de dendê (firmas marginais) vêm concorrendo na aquisição da matéria- prima, criando dificuldades, desta forma, para que possam manter com segurança sua oferta de óleo e outros subprodutos no mercado nacional.

Este problema, contudo, não parece ter caráter duradouro, posto que as pequenas unidades industriais já enfrentam dificuldades em processarem o óleo de dendê para o mercado alimentar, pois as grandes empresas também já entraram neste mercado, com preços bem abaixo dos vigentes.

O transporte da matéria-prima é um dos pontos problemáticos na comercialização do dendê. Geralmente o produto “in natura” é transportado das áreas de cultivo aos postos de compra; a partir daí, as indústrias assumem a responsabilidade, inclusive dos custos do transporte até as suas instalações. A pulverização das propriedades produtoras, bem como o precário sistema viário na região, mormente o que diz respeito a estradas vicinais, têm dificultado bastante a coleta do produto, comprometendo sua qualidade e causando elevadas perdas.

O sistema de armazenagem também é bastante precário, sendo suas unidades localizadas, freqüentemente, em áreas de difícil acesso. Como o processamento da matéria-prima deve realizar-se até 72 horas depois de colhido, o ideal seria o processamento no mesmo dia para que o azeite apresentasse um baixo índice de acidez, esta situação tem causado sérios problemas quanto à qualidade de óleo produzido pelas empresas. Como conseqüência, os lucros são diminuídos em função da redução no preço do produto final, quando entregue ao mercado consumidor.

Este problema pode também ser indicado como uma das causas de política das empresas visando a expansão de plantações próprias, de modo a garantir o suprimento da matéria-prima nas condições desejadas.

Documentos relacionados