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Dos 23 questionários realizados aos alunos do terceiro ano do Colégio Bom Sucesso, 18 foram considerados válidos.

Sobre a componente sociopolítica da cidadania

Os resultados registados relativamente à componente sociopolítica da cidadania foram de 34,25 (em 50,00 pontos de cotação máxima) correspondente a 68,50%.

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Envolvente da escola

Quase todos os alunos da turma (17 em 18) afirmaram conhecer bem o colégio e a sua envolvente. A maioria dos alunos afirmou ter visitado com o colégio, museus e monumentos. Na turma oito alunos afirmaram morar perto e oito alunos afirmaram morar longe da escola.

O corpo docente nas entrevistas efetuadas afirmou que o colégio tem uma localização privilegiada e que aproveitam essa localização. Visitam com regularidade o Museu da Marinha, o Centro Cultural de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.

Relação dos alunos com a escola

Todos os alunos afirmaram saber se a escola era nova ou velha e identificaram as festas nela realizadas, como o Natal, a Páscoa, o Dia da Escola (Open Day) ou o Dia da Criança. Segundo o corpo docente, o colégio pretende que os alunos se sentam parte de uma grande família – os alunos provêm de diferentes locais e estratos sociais. Foi, por isso, enfatizada a importância do hino do colégio e da farda.

Envolvimento da família em atividades da escola

Nenhum aluno se lembrava de atividades com os pais, avós ou irmãos na escola e/ou na sala de aula.

No entanto, o corpo docente referiu algumas atividades realizadas com as famílias, nomeadamente o Arraial, organizado em parceria com a Associação dos Antigos Alunos do Colégio, as conferências, organizadas em parceria com a Associação de Pais e onde os pais falavam na sala de aula dos seus filhos sobre a sua profissão. A professora de 3º ano relembrou a presença na sala de aula de um pai, engenheiro agrónomo, que foi falar sobre as plantas e que, com ele, puseram um feijão a germinar.

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O papel interventivo dos alunos dentro da sala de aula e na escola

Os alunos, na sua totalidade, afirmaram considerar não ter um papel interventivo na sala de aula. No entanto, quatro alunos afirmaram ter sido os promotores de ideias para a realização de projetos na escola.

Sobre a intervenção dos alunos na escolha de espaços a visitar ou de atividades a desenvolver, o corpo docente do colégio afirmou que normalmente as propostas são delineadas pelos professores e vão ao encontro do projeto da escola. No entanto, os alunos trazem alguns panfletos e, por vezes, os professores aproveitam algumas ideias. No colégio existia uma atividade – “ler, mostrar e contar”, onde os alunos trazem de casa um livro, um catálogo de uma exposição e apresentam à turma. No que diz respeito a projetos para ajudar as pessoas, o Colégio procura incentivar sempre a ajuda ao próximo, fazer como que os alunos pensem nas outras pessoas.

Resolução de Conflitos

Na resolução de conflitos com colegas, 12 dos 18 alunos afirmaram procurar a resolução entre pares. 6 alunos afirmaram pedir ajuda a um adulto. Relativamente a uma situação injusta entre colegas, a maioria (16 em 18) afirmou que procuraria ajudar a resolução entre pares, um aluno afirmou ir ter com o colega que tinha razão e um aluno afirmou preferir não se meter. Mas em relação a uma situação injusta entre o professor e um colega, 9 dos 18 alunos afirmaram preferir não se meter, 6 alunos afirmaram ir ter com o colega e dizer- lhe que o professor tinha sido injusto e 3 alunos afirmaram dizer ao professor que tinha sido injusto com o colega.

O corpo docente afirmou a importância de os alunos compreenderem que liberdade significa respeito pelos outros. A professora de terceiro ano explicou que a sua turma estava a fazer uma “intervenção social” porque um dos alunos não se conseguia dar com os colegas sem ser agressivo. Então a professora propôs à turma um desafio: dividiu a turma em grupos e cada grupo escreveu uma peça de teatro onde expunha uma situação real, que acontecia no recreio, e propunha uma solução. Depois implementaram as soluções apresentadas pelos grupos de alunos no recreio, e as situações lentamente foram melhorando. Esta intervenção continuou, pois, a professora percebeu que assim ia

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conseguindo que os alunos se expusessem um pouco mais. Sobre os castigos, o corpo docente afirmou que “o que é penalizado é o comportamento e não a pessoa”.

Tipologia de Projetos desenvolvidos no Colégio Bom Sucesso

Sobre a preferência dos alunos relativamente a tipologia dos projetos desenvolvidos no colégio, 12 alunos afirmaram preferir projetos com o objetivo de ajudar as pessoas e 6 alunos afirmaram preferir projetos que procurassem ajudar a proteger a natureza. Todos os alunos (exceto um) afirmam gostar mais de trabalhar em grupo.

O colégio, por ser uma escola cristã, promoveu uma serie de projetos de cariz social, nomeadamente a visita de alunos a um Lar de Idosos situado no bairro, o projeto Famílias com Alma, (transversal a todas as valências do colégio) que consiste na recolha de alimentos e de outros bens de primeira necessidade para famílias carenciadas que vivem perto do colégio.

O que os alunos consideravam importante

Relativamente ao que os alunos consideravam importante, 12 dos 18 alunos afirmaram considerar importante estar atentos e tentar fazer alguma coisa, 6 alunos afirmaram que consideravam importante fazer parte de projetos para fazer a diferença.

O corpo docente do colégio, nas entrevistas realizadas reiterou a importância da realização dos projetos para ajudar outras pessoas – porque ajuda os alunos a “descerem à terra, a

experienciarem outras realidades, a colocarem-se na pele do outro”. A professora de

terceiro ano afirmou falar constantemente com os seus alunos sobre o quão importante é aprender a olhar para o nosso semelhante.

Sobre a componente ético moral da cidadania

Os resultados registados relativamente à componente ético moral da cidadania foram de 22,97 (em 25,00 pontos de cotação máxima) correspondente a 91,89%. O segundo valor mais alto apurado.

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Postura dos alunos sobre os projetos em que participaram

Os alunos, na sua maioria (13 em 18) consideraram ser seu dever ajudar os outros, 5 alunos afirmaram não considerar ser seu dever, mas que gostavam de o fazer. 16 dos 18 alunos afirmaram que lhes poderia acontecer o mesmo (e que nessa altura também gostariam de ser ajudados) e 2 alunos afirmaram considerar que o mesmo nunca lhes aconteceria, mas achavam importante ajudar. Também 16 dos 18 alunos afirmaram considerar que as pessoas não tiveram a culpa do que lhes aconteceu, um dos alunos afirmou considerar injusto o que aconteceu às pessoas, que elas tiveram muito azar, e outro aluno afirmou considerar que as pessoas deviam ter feito alguma coisa para lhes acontecer o que aconteceu.

O corpo docente frisou a importância de se saber ser solidário, no dia-a-dia dentro e fora da sala de aula. Dentro da sala de aula com os colegas procurando que os colegas estivessem bem, para que não se sentissem expostos, e na escola, com a sua participação nos projetos de cariz social. Sempre dentro dos princípios cristãos. Os alunos desde o pré- escolar habituam-se a fazer parte de projetos para ajudar as pessoas.

Postura dos alunos sobre colegas de culturas diferentes

Sobre colegas de diferentes culturas, 15 dos 18 alunos afirmaram que, no caso de terem na turma colegas de culturas diferentes, procurariam conhecê-los melhor.

A professora de 3º ano falou no caso de um aluno que viveu em Angola, Timor e Moçambique, que era um comunicador e que contou histórias de realidades muito diferentes das dos alunos da turma – contou que em Moçambique viu crianças levarem um balde para a escola para servir de banco. Este aluno foi muito positivo para a turma, um dia aprendeu a dançar a marrabenta (dança típica de Moçambique) para mostrar aos colegas.

Postura dos alunos sobre colegas com dificuldades de aprendizagem

Na turma de terceiro ano do Colégio Bom Sucesso e em relação a um colega com dificuldades de aprendizagem, 15 dos 18 afirmaram tentar ajudá-lo como podiam e 2

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alunos afirmaram tentar dar-lhe espaço para ele tentar fazer as coisas sozinho, mas dando- lhe pistas.

A escola, segundo o corpo docente, considera cada criança única, detentora de um ritmo próprio que tem que ser respeitado.

Sobre a cidadania ambiental

Os resultados registados relativamente à cidadania ambiental foram de 21,36 (em 25,00 pontos de cotação máxima) correspondente a 85,44%.

Animais

Todos os alunos afirmaram ter tido contacto com animais, ganho respeito e aprendido sobre como se devem tratar os animais.

Embora não houvesse animais no Colégio, quando na disciplina de Estudo do Meio falaram dos animais, a professora de terceiro ano pediu aos alunos para trazerem os seus animais para a sala, para que pudessem dá-los a conhecer aos colegas. Um dos temas que abordaram na sala foi o abandono dos animais.

Horta

A maioria dos alunos afirmaram que o trabalho na horta era importante porque lhes permitiria perceber melhor e respeitar a vida das plantas.

À altura deste estudo o colégio ainda não tinha uma horta, mas os alunos eram sensibilizados pela professora de terceiro ano para a importância da preservação do ambiente, de um ar puro, também muito importante para a nossa saúde.

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Poupar recursos

A maioria dos alunos (exceto 3 alunos) da turma afirmou abordar no colégio a importância de poupar água.

O corpo docente, consciente do papel que os alunos podiam ter em casa advertiu os alunos que eles seriam os “sensibilizadores”, chamando a atenção dos pais para não deitarem os cinzeiros ou os cigarros para a rua, por exemplo. O Colégio fazia reciclagem de óleos, mas debatia-se com um problema de falta de espaço. Enquadrados nos projetos de cariz social também a recolha de tampinhas e a recolha de papel são promovidas pelo colégio.

O papel de cada um na preservação do ambiente

Em relação ao papel de cada um na preservação do ambiente a maioria da turma (14 em 18) considerava que cada um devia fazer alguma coisa. 4 alunos afirmaram considerar que deveriam fazer parte de grupos e tentar fazer algo útil.

Os alunos do colégio, habituados desde o pré-escolar a fazer parte de projetos de cariz social, transpuseram essa sua vontade para o papel que cada um devia ter na preservação do ambiente.