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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Definição dos sujeitos da pesquisa para a coleta de dados

4.1.2 A coleta de dados com os

A coleta de dados obtida junto aos docentes se deu por meio do registro em entrevistas, captado pelo gravador de áudio do celular, sendo previamente acordada com cada professor, a permissão para gravação.

Todos os professores participantes foram receptíveis, embora alguns tenham expressado a princípio, que não deveriam participar ou até mesmo que seriam entrevistas que não agregariam tanto ao trabalho, mas consciente do êxito, coube o agradecimento da pesquisadora pela estimada contribuição.

Ao falar-se em êxito, parece até que foi algo fácil de articular. Porém, sentiu-se um pouco de dificuldade, tendo em vista que a maioria dos docentes reside fora de Sobral, cabendo um agendamento com antecedência e propício a um novo agendamento, em função dos compromissos acadêmicos de rotina, conforme ocorreu com alguns.

Independentemente da agenda antecipada, aproveitava-se sempre os tempos de permanência no campus, e de forma atenta, a pesquisadora se mantinha em prontidão aos professores que por ventura se colocassem à disposição. Dessa forma, foi possível entrevistar 4 (quatro) professores numa mesma tarde.

Animada com a experiência, achando que logo conseguiria com os demais, teve- se a vivência de esperas, de adiamentos e até mesmo de desistência, dado o fato de aproximação do recesso acadêmico no final do ano de 2018. E assim, aconteceu. Não foi possível entrevistar um dos docentes agendados, pelo fato do mesmo ter viajado logo que concluiu a última semana de aula.

Ainda compondo o fator dificuldade, coloca-se o contato ignorado por um professor, que não deu nenhum posicionamento aos e-mails enviados. E por demonstrar uma postura fechada ao diálogo pedagógico, a pesquisadora sentiu-se inibida a procurá-lo pessoalmente.

Frente ao contexto exposto, não se pode deixar passar despercebida uma questão relevante nesse processo, que se agrega a obtenção dos dados. Trata-se da oportunidade de diálogo da pesquisadora com os docentes participantes da pesquisa, que até então era muito tímido. E para tornar a entrevista, uma ação digna de suas contribuições, viu-se a importância de fazer uma breve apresentação do objeto de pesquisa, contextualizando-o ao processo de percepções que deram origem ao mesmo.

Nesse movimento dialógico, notou-se uma escuta atenciosa de todos e de forma receptiva, responderam as indagações anunciadas na entrevista.

Considera-se que todas as falas tiveram seu grau de importância, expressadas por profissionais que acima de tudo, exercem o ato da docência com motivação, mostrando-se felizes no que fazem, agindo por vezes, de forma solidária às causas dos alunos, sobretudo, dos que residem em outros municípios.

A próxima etapa foi a transcrição do conteúdo contido no arquivo do celular. A reprodução desse material se deu por meio de escuta atenta e, simultaneamente, era feita a digitação em arquivo do editor de texto Word for Windows. O texto integral das entrevistas foi organizado em um anexo, à parte, do texto da dissertação.

4.2 A técnica de coleta de dados

Ao tratar do questionário e da entrevista como técnica utilizada nesta coleta de dados pode-se considerar que “verdadeiramente, os questionários e entrevistas são meios "neutros" que adquirem vida definida quando o pesquisador os ilumina com determinada teoria”. (TRIVIÑOS, 1987, p. 137).

Nessa condição, definiu-se o uso do questionário para os alunos em fase final da licenciatura e a entrevista para os docentes das disciplinas pedagógicas e específicas do curso.

Para ambos os instrumentos, elaborou-se um conjunto de 6 (seis) questões, apresentando indagações similares, objetivando captar tanto dos estudantes, como dos docentes, indícios necessários à compreensão do objeto investigado.

Intencionando uma melhor compreensão, convém perceber especificamente o conceito de cada técnica, para se entender o viés de sua aplicabilidade. Assim, o “questionário pode ser definido como uma técnica para obtenção de informações sobre sentimentos, crenças, expectativas, situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o pesquisador (a) deseja registrar para atender os objetivos de seu estudo”. (OLIVEIRA, 2008, p. 83).

De fato, o uso do questionário cumpriu seu papel, tendo em vista o registro de expressões dos estudantes que transcendem o teor de respostas às indagações colocadas. Claramente, os textos apresentam não só informações, mas principalmente, percepções armazenadas na memória que retratam contextos de vivências em sala de aula que fizeram ser os estudantes que são até aquele momento e os profissionais que serão no futuro, sobretudo, quando se trata do processo de formação docente que a licenciatura em Física se empenha.

Quanto aos docentes, optou-se como técnica de coleta de dados a entrevista estruturada que segundo Gil (2002, p. 117) é “estruturada quando se desenvolve a partir de relação fixa de perguntas”.

Na percepção da pesquisadora, mediar uma lista fixa de perguntas, foi uma forma de apresentar-se aos docentes como uma ação rápida sem precisar investir muito tempo, além de corroborar ao processo de transcrição e interpretação. Ademais a esse aspecto, considera-se o ponto de vista de Oliveira (2008, p. 86) quando afirma que “a entrevista é um excelente instrumento de pesquisa por permitir a interação entre pesquisador (a) e entrevistado (a) e a obtenção de descrições detalhadas sobre o que se está pesquisando”.

É bem verdade a fala da autora, visto que a entrevista se inicia por um processo de aproximação pessoal do pesquisador (a) com o entrevistado (a) e a partir de então há um compartilhamento do compromisso da pesquisa que conta com a disposição do outro para alcançar o êxito da investigação.

É percebido também que na entrevista há naturalmente um processo de detalhamento dos fatos por parte do entrevistado, principalmente quando o sujeito se coloca por inteiro na ação. Assim, sente-se à vontade e na espontaneidade do diálogo se motiva a contribuir e a fala vai longe. Por vezes, parece querer explicar a fundo sua opinião e nesse movimento expressivo, apresenta elementos importantes que transcendem à solicitação da pergunta.

Por outro lado, esse detalhamento se amplia, a ponto de sair do foco da questão, demandando uma atenção máxima do (a) pesquisador (a) no processo de análise, para tentar captar a unidade de sentido ali presente.

Foi notável, que do conjunto de informações obtidas via fontes primárias, a tentativa contínua se voltava à análise do significado que os sujeitos atribuem ao papel da licenciatura em Física no processo de formação de professores para a Educação Básica. E de forma considerável, coloca-se que, atrelado a esse processo, manteve-se integralmente um olhar revestido pela avaliação do processo ensino-aprendizagem que buscava na subjetividade dos participantes, relacionar as ações do professor e o aprendizado dos alunos na construção dos saberes da docência.

4.3 Análise descritiva da pesquisa

Para efetivação de uma análise mais atenta do conteúdo contido no material coletado tanto dos alunos como dos professores, a análise qualitativa se utilizou da descrição. Para isso, cada instrumento permitiu à pesquisadora, a condição de realizar a análise dos dados, tendo o zelo de observar informações complementares e por vezes, úteis na compreensão geral do objeto investigado.

É importante perceber, que ambos os instrumentos foram compostos por duas partes, estando a primeira tratando do perfil dos participantes e que será descrita inicialmente. A parte seguinte estará descrita na análise dos dados da investigação, onde a pesquisadora desenvolve a referida análise utilizando-se do método da redução fenomenológica de Edmund Husserl.