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COMMUNITY DENTISTRY AND ORAL EPIDEMIOLOGY 149 ANEXO H – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO PERIÓDICO QUALITY

1.5 MATERIAIS E MÉTODOS

1.5.3 Coleta de dados

Dados referentes aos fatores biológicos (sangramento gengival, biofilme dental, cárie e maloclusão), fator comportamental (uso de serviços odontológicos por motivo de dor), fatores demográficos (idade, sexo e raça/etnia), condição socioeconômica dos pais (renda familiar, escolaridade materna e paterna) e fatores psicossociais (autopercepção de saúde bucal, prática religiosa, grau de felicidade e QVRSB) foram mensurados da mesma forma nas duas avaliações desse estudo. Dados contextuais foram coletados a partir de publicações oficiais do município em 2012.

1.5.3.1 Fatores biológicos

Os fatores biológicos foram coletados a partir de exames bucais realizados nas escolas, sob iluminação natural, espelho bucal plano e sonda periodontal (sonda CPI), segundo critério internacional padronizado utilizado em levantamentos de saúde bucal da OMS (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013). Os escolares foram examinados individualmente em uma sala adequada, porém em local diferente da sua própria sala de aula para preservar a sua individualidade, evitando assim qualquer eventual constrangimento na realização do exame.

O sangramento gengival foi avaliado de acordo com o Índice Periodontal Comunitário (IPC) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013) e as condições registradas incluíram os escores IPC 0 (saudável) e 1 (sangrante). Seis sítios de todos os dentes presentes em boca foram avaliados e um escore por dente foi obtido.

Outras variáveis clínicas foram coletadas: biofilme dentário através do Índice de Placa Visível (AINAMO; BAY, 1975); cárie dentária através do Índice de Dentes Permanentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2013); e presença e severidade de distúrbios oclusais através do Índice de Estética Dental (Dental Aesthetic Index - DAI) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1997). Todas as variáveis clínicas foram registradas em uma ficha clínica conforme disposto no Apêndice C.

1.5.3.2 Fator comportamental

O comportamento dos escolares em relação ao motivo de uso do serviço odontológico foi coletado através da pergunta: “Qual o motivo da última consulta? (1) dor de dente; (2) dor na boca; (3) batidas e quedas; (4) exame e rotina; ou (5) outros” conforme disposto no Apêndice D.

1.5.3.3 Fatores demográficos e condição socioeconômica

As questões referentes aos fatores demográficos e as condições socioeconômicas dos pais foram registradas através de um questionário semiestruturado enviado à casa dos escolares para ser respondido pelos pais/responsáveis conforme disposto no Apêndice D. A confiabilidade do questionário foi previamente avaliada em 20 pais durante o processo de calibração do levantamento epidemiológico. Esses pais não participaram da amostra do estudo. A classificação de raça/etnia foi realizada de acordo com os critérios utilizados em levantamentos de base populacional (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010a), usando a seguinte pergunta “Você considera seu filho da raça? (1) branco; (2) negro; (3) pardo; ou (4) outro (oriental/ índio)”.

Com relação às condições socioeconômicas individuais, a renda familiar foi coletada através de Salários Mínimos Brasileiros que correspondeu a R$700,00 em 2012 e R$800,00 em 2014 – 2015. Renda equivalente foi obtida pela razão entre renda familiar mensal e a raiz quadrada do número de pessoas da casa. Assim, considera-se a renda total pelo tamanho do

agregado familiar, reconhecendo que cada pessoa adicionada não aumenta o total das despesas domésticas igualmente.

O nível de escolaridade dos pais avaliou os anos de ensino formal completos através da seguinte pergunta: “A mãe/pai estudou até: (1) não estudou; (2) 1° grau incompleto; (3) 1° grau completo; (4) 2° grau incompleto; (5) 2° grau completo; (6) 3° grau incompleto; ou (7) 3° grau completo”.

1.5.3.4 Fatores psicossociais

A autopercepção de saúde bucal foi avaliada pela pergunta: “Você diria que a saúde de seus dentes, lábios, maxilares e boca é: (1) excelente; (2) boa; (3) regular; (4) ruim; ou (5) péssima?” (LOCKER, 2009).

A prática de atividade religiosa foi utilizada como um aspecto do capital social (TOMAZONI et al., 2017; VAN OLPHEN et al., 2003), avaliada a partir das perguntas: “Com que frequência você vai a uma igreja, templo ou outro encontro religioso?”; “Com que frequência você dedica o seu tempo a atividades religiosas individuais, como preces, rezas, meditações, leitura da bíblia ou de outros textos religiosos?”; “Em minha vida, eu sinto a presença de Deus (ou do Espírito Santo)?”; ”As minhas crenças religiosas estão realmente por trás de toda a minha maneira de viver?”; e “Eu me esforço muito para viver a minha religião em todos os aspectos da vida?”. As opções de resposta encontram-se descritas no questionário semiestruturado conforme disposto no Apêndice D.

O grau de felicidade foi avaliado através de uma escala previamente traduzida para o português e validada para uso na população brasileira (RODRIGUES; SILVA, 2010), a Escala Subjetiva de Felicidade (Subjective Happiness Scale, SHS) (LYUBOMIRSKY; LEPPER, 1999) conforme disposto no Anexo A. O instrumento é composto por quatro itens com opções de resposta em uma escala Likert pontuada de 1 a 7. O escore final da SHS é computado através da média aritmética das respostas dos 4 itens e os escores podem variar de 1 a 7. Escores mais altos indicam um maior grau de felicidade. O questionário foi respondido pelo escolar através de entrevista ‘face a face’, realizada pelos examinadores previamente treinados no mesmo local e momento do exame.

QVRSB foi mensurada a partir da versão reduzida (TORRES et al., 2009) do questionário CPQ11-14 (JOKOVIC et al., 2002), o qual foi previamente adaptado e transcrito culturalmente para ser utilizado em crianças brasileiras na referida faixa etária (GOURSAND

et al., 2008). O questionário em seu formato reduzido (TORRES et al., 2009) foi respondido pelo escolar através de entrevista ‘face a face’ conforme disposto no Anexo B. Escores mais altos indicam uma pior QVRSB.

1.5.3.5 Fatores contextuais

Dados socioeconômicos contextuais relacionados à escola foram coletados para avaliar a influência do ambiente escolar na condição gengival e QVRSB. As variáveis consideradas foram: renda média do bairro no qual a escola estava localizada (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010b) e Índice de Desenvolvimento Escolar Básico (IDEB) da escola (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2011). O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Inep. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil (para IDEBs de escolas e municípios) e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (no caso dos IDEBs dos estados e em nível nacional). O índice é utilizado pelo governo brasileiro para classificar as escolas públicas de acordo com a qualidade de educação promovida. Esses dados foram obtidos através de publicações oficiais da cidade de Santa Maria.