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A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2008 e 2011 e foi realizada em diferentes locais e de diversas maneiras. O ponto inicial para a pesquisa foi a Academia Catarinense de Letras onde, em conversa

informal com o professor Lauro Junkes, na época presidente da Academia, tomou-se conhecimento de diversas escritoras que, mais tarde, vieram a fazer parte do corpo da pesquisa. Gentilmente, o professor autorizou a fazer uma busca nas prateleiras da biblioteca local. O trabalho era minucioso e exigia paciência, pois como não havia um registro de todas as obras ali presentes, foi necessário verificar livro por livro para encontrar o objeto de pesquisa. Nesse local, o número de obras de autoria feminina encontrado foi muito reduzido. Outros lugares visitados foram a Fundação Catarinense de Cultura e a Fundação Franklin Cascaes onde também se encontrou pouco material sobre o assunto – e isso trouxe uma triste comprovação: não existe um registro ou um controle em nenhum lugar de Santa Catarina (e isso ocorre provavelmente em todos os estados brasileiros) em que sejam registradas as obras as quais são lançadas pelas diversas editoras ou mesmo por publicação dos próprios autores, daí a importância de se reunir em um só local as obras de ficção de escritores (no nosso caso, escritoras) catarinenses.

Após as visitas a esses centros culturais, visitou-se a Academia Josefense de Letras, que fica localizada no Centro Histórico de São José – SC; a atividade de pesquisa nesse local foi praticamente impossível, pois as três vezes em que a pesquisadora foi lá, em diferentes horários, nunca a encontrou aberta. No entanto, foram conseguidos os dados das acadêmicas a partir dos catálogos da Academia. Da Academia de Letras de Biguaçu, localizada no Centro de Biguaçu, também se obteve o contato com as escritoras e seus respectivos dados.

Ainda em 2008, visitou-se a Biblioteca Pública Professor Barreiros Filho, localizada na Rua João Evangelista da Costa, no Bairro de Fátima – Estreito. Pode-se dizer que a maior parte dos dados da pesquisa foram conseguidos nesse local. Tal biblioteca abriga um número bem razoável de obras de Santa Catarina e, ainda, promove eventos culturais sendo, inclusive, sede do Grupo de Poetas Livres.

Em 2009, após uma visita à Feira de Livros, a pesquisadora manteve contato com os poetas da ALIFLOR (Associação Literária Florianopolitana) e graças à gentileza da senhora Janice Pavan, poeta e secretária da Associação, pôde assistir a uma reunião do grupo, na qual manteve contato com as escritoras, que se mostraram muito atenciosas para com a pesquisa. Graças à intervenção de Janice Pavan, foram obtidos os dados, a partir de e-mails, de outras escritoras que não puderam estar presentes na reunião.

Também nesse mesmo ano, no lançamento da antologia Presença da literatura infantil e juvenil em Santa Catarina (Blumenau, FURB; Florianópolis, Insular, 2009), de Yedda de Castro Goulart, no Shopping Iguatemi, de Florianópolis, a pesquisadora manteve contato com diversas escritoras que estavam no local, bem como conseguiu contatos de e-mails de outras, por indicação das próprias autoras.

A rede mundial de computadores, internet, também foi uma ferramenta valiosíssima para o trabalho; a partir dela, conseguiram-se muitos contatos e informações sobre os autores, Academias, instituições culturais e associações das quais foi extraída uma grande quantidade de material para a pesquisa.

O endereço eletrônico, e-mail, foi outra fonte importantíssima na coleta de dados; a partir dele, entrou-se em contato com diversas escritoras que, gentilmente, cederam seu currículo para colaborar com a pesquisa. Mas, infelizmente, não foi possível conseguir respostas de tantas outras escritoras, pois, muitas delas não responderam às mensagens, provavelmente por motivos variados como mudança de endereço eletrônico ou por pensarem se tratar de vírus e, assim, apagarem as mensagens mandadas, uma vez que vinha de pessoa desconhecida. A poeta Maria das Dores Conceição Langhammer, a Dona Dodô, em um encontro casual com a pesquisadora, a qual lhe relatara sobre a tese, lembrou que havia deletado o e-mail mandado, pensando se tratar de vírus. Apesar de se ter colocado identificação completa sobre a natureza da pesquisa, o endereço de trabalho da pesquisadora, telefone, etc., muitas delas desconfiaram, e algumas até, como a senhora Ilka Bosse, de Blumenau – SC, telefonou à pesquisadora a fim de verificar a seriedade daquele e-mail – a partir daí ela colaborou muito com a pesquisa, indicando-a, inclusive, para outras autoras.

Outra fonte de pesquisa muito importante para a coleta de dados foi a visita a Editoras. Em Florianópolis, essas visitas ocorreram muito mais via internet, pois os responsáveis solicitavam que fossem olhados os catálogos. Assim, foram pesquisados os catálogos das seguintes editoras: Editora da UFSC, Editora Garapuvu, Editora Insular, Editora Mulheres, Editora Moderna, Editora Sophos, Editora Girassol, Editora Secco, Editora Expressão, Editora Letras Brasileiras, Editora Letras Contemporânea, Editora Visual Book, Hermann Baumgarten Editora, de propriedade da escritora Christina Elisa Baumgarten, e Câmara Catarinense do Livro.

No ano de 2010, outras bibliotecas de Florianópolis foram visitadas: a Biblioteca da UFSC, na qual se encontrou um acervo muito pobre da literatura catarinense, a Biblioteca Barca dos Livros, localizada na Lagoa da Conceição, e a Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina, localizada no Centro de Florianópolis. É válido afirmar que a pesquisa realizada em bibliotecas foi muito minuciosa e demandou um longo período de tempo, uma vez que foi pesquisado livro por livro nas prateleiras do setor de Santa Catarina.

Um acervo particular, gentilmente cedido pela professora orientadora deste trabalho, a professora Zahidé L. Muzart, também foi local de investigação do qual se extraíram vários nomes de escritoras para este trabalho.

Esgotadas as fontes de pesquisa na Grande Florianópolis, partiu- se para viagens particulares a algumas cidades do Estado. Durante o mês de julho, na cidade de Blumenau, foram visitadas a Biblioteca Municipal Dr. Fritz Müller, a Biblioteca Universitária Martinho Cardoso da Veiga, localizada na FURB – Campus I e a Fundação Cultural Blumenau. Também visitaram-se várias editoras, dentre elas, a Hemisfério Sul, de propriedade da escritora Urda Alice Klueger, a qual colaborou muito com os dados deste trabalho, Editora Todolivro, Editora SBN, Editora Vale das Letras e Editora da FURB. Procuramos visitar, ainda, outras editoras em Blumenau, mas o que chamou a atenção foi a falta delas, ou seja, muitas editoras trocaram várias vezes de lugar, não deixaram seus endereços e a vizinhança desconhecia o local para onde teria sido feita a mudança.

Outro ambiente muito importante de pesquisa nessa cidade foi o site da Sociedade Escritores de Blumenau, SEB. Também se procurou visitar a Academia de Letras Blumenauense, mas não foi encontrado seu endereço. Em conversa informal com o escritor e historiador Viegas Fernandes da Costa, da FURB, ele relatou que a Academia não tem endereço fixo, portanto, foi inviável a visita, mas foi possível apreciá-la a partir de endereço eletrônico. Finalmente, na visita à cidade, um local em que se encontrou mais de 20 novas autoras foi nas livrarias que vendem livros usados, os sebos. Em Blumenau, diferente de muitas outras cidades do país, os sebos são muito organizados e a Literatura Catarinense fica em estantes à parte – aliás, existe um acervo de obras catarinenses muito expressivo nesses sebos, um número bem maior que nas bibliotecas da cidade.

Ainda no mês de julho, foram visitadas outras três cidades do sul do estado: Criciúma, Tubarão e Laguna. Em Criciúma, a pesquisadora visitou a Casa da Cultura Professora Neuza Nunes Vieira, a Biblioteca Pública Municipal Donatila Borba e, ainda, a biblioteca da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Infelizmente, também não foi possível visitar a Academia Criciumense de Letras, uma vez que não se conseguiu seu endereço – segundo a bibliotecária, provavelmente eles não possuem uma sede, mas o acesso às escritoras foi obtido graças a uma antologia que possuía endereço e telefones dos autores. Em Tubarão, a visita se deu no Acervo Histórico da cidade, no qual nada foi encontrado, na Biblioteca Pública Municipal Olavo Bilac e na biblioteca da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Também não foi possível conversar com nenhum representante da Academia Tubaronense de Letras, mas os nomes das autoras foram conseguidos a partir de antologias publicadas pela Academia. Já em Laguna, foi realizada uma visita à Biblioteca Pública Municipal Professor Romeu Ulisséa, bem como o Centro Cultural e Social Santo Antônio dos Anjos no qual se fizeram contatos com alguns escritores do local.

Neste ano de 2011, em janeiro, foram visitadas as cidades do planalto catarinense: Lauro Muller, Urussanga, Orleans, São Joaquim e Lages. Dentre esses lugares, o que mais contribuiu para a pesquisa foi Lages. Ao visitar a sede da Associação Lageana de Escritores (ALE), a pesquisadora manteve contato com a vice-presidente e escritora Eva de Lourdes C. da Silva a qual gentilmente transmitiu preciosas informações sobre a ALE e forneceu contato com outras escritoras da cidade. Em Orleans, o contato foi com a presidente da Academia Orleanense de Letras, Sueli Mazzucco Mazzurana, a qual se mostrou muito solícita para com a pesquisa e colaborou a partir do envio de e-mails com informações sobre escritoras locais.

Em fevereiro foram visitadas as cidades de Joinville, Itajaí, Camboriú e Tijucas de onde se extraiu um material significativo para compor o dicionário, especialmente em Itajaí, na Biblioteca Municipal Silveira Júnior. Em Joinville, o contato se deu por intermédio da escritora Rita de Cássia Alves, a qual trabalha na Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin, que forneceu contatos valiosos com outros escritores locais.

Paralelo a isso, a coleta de dados se deu ainda a partir de buscas em livros e dicionários de mulheres. Foram primordiais para esta pesquisa os livros de alguns críticos, tais como, Celestino Sachet, Lauro

Junkes, Zahidé L. Muzart, Iaponan Soares, Walter Piazza, Silveira de Souza, Schuma Schumaher, Fábio Brüggeman, Regina Carvalho, Afrânio Coutinho, Nelly Novaes Coelho, Arnaldo S. Thiago, Luiz Carlos Amorim, Janete Gaspar Machado, Yedda de Castro Goulart, Hilda Agnes Hübner Flores, Antonio Hohlfeldt, Raimundo de Menezes, Constância Lima Duarte e tantos outros. Não se pode esquecer também das antologias de grupos literários ou das próprias Academias que muito contribuíram para a realização dos verbetes.

No documento Dicionário de escritoras catarinenses (páginas 84-89)