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Coleta de sangue: era feita através de sistema fechado (a vácuo) e com o jovem deitado em uma maca Os tubos de coleta eram etiquetados com

Relatório do Trabalho de Campo

o 4 de abril de 2016: Entrevista com a pesquisadora Ana Menezes do Jornal do Almoço (RBS TV).

8) Coleta de sangue: era feita através de sistema fechado (a vácuo) e com o jovem deitado em uma maca Os tubos de coleta eram etiquetados com

uma etiqueta branca contendo o ID da coorte, além de ser escrito à mão o nome do participante. Eram preparados:

a) 1 tubo de 8,5mL com gel separador para coleta de soro (BD);

b) 1 tubos de 4mL com EDTA (BD) para coleta de plasma e extração de DNA;

c) 1 tubo de 4,5mL com citrato (BD) para coleta de plasma.

Os tubos eram colocados numa grade de suporte (Figura 2) e encaminhados ao laboratório.

Uma maior descrição dos equipamentos utilizados durante o acompanhamento encontra-se no item “Equipamentos”.

3.9.1.3 Acelerometria

Ao término de todos os procedimentos, o jovem era encaminhado à recepção onde era colocado um acelerômetro no punho de seu braço não dominante, o qual deveria permanecer durante sete dias. Tal aparelho era utilizado para mensuração objetiva de atividade física, sendo responsável pela captação de movimentos corporais para estimar os padrões de atividade física dos participantes.

 Logística da acelerometria

A preparação dos acelerômetros era realizada pelos funcionários Christian Lourenço e Bruno Iorio Könsgen e a busca dos acelerômetros na residência dos jovens por Lindomar Almeida Pires e Andrei Lieven, sob a coordenação da doutoranda Andrea Wendt e do pesquisador Inácio Crochemore Mohnsam da Silva. Os acelerômetros utilizados neste trabalho de campo foram da marca ActiGraph, modelos wGT3X-BT, wGT3X e ActiSleep (Figura 3a). Todos os modelos desempenham as mesmas funções. Durante o acompanhamento estavam disponíveis um total de 476 acelerômetros (Figura 3b). No entanto, semanalmente, eram utilizados, em média, 25 acelerômetros.

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A preparação dos acelerômetros foi realizada através do software Actilife

6.13.2, assim como a conferência inicial dos dados.

Os aparelhos eram programados para captar dados a partir da zero hora do dia posterior ao dia de colocação até a zero hora do dia de coleta, totalizando seis dias completos de captação de dados. Por exemplo: se a colocação estava agendada para quarta-feira, o acelerômetro era programado para captar dados da zero hora de quinta-feira até a zero hora da quarta-feira da semana seguinte. Os acelerômetros eram preparados para captar os dados com uma frequência de detalhamento das informações de 60Hz. Para identificação dos dados e registro dos usuários, eram usadas na preparação do acelerômetro as seguintes informações: (a) número identificador da Coorte e (b) primeiro nome e as iniciais do sobrenome. Além destas práticas, cabe ressaltar que para a preparação dos acelerômetros a bateria dos mesmos eram carregadas até 100% de sua capacidade antes de serem acionados.

Diariamente, a lista de agendamentos referente a cada turno era enviada para os responsáveis pela acelerometria. Com o ID e iniciais do nome do jovem, o aparelho era configurado em um software e, depois de ativado para uso, era levado para recepção a fim de ser colocado no pulso dos jovens. Caso o jovem chegasse à clínica para ser atendido sem agendamento prévio, realizava-se a programação enquanto eram realizados os exames e as entrevistas.

Na recepção, o jovem era orientado sobre o uso do acelerômetro e era entregue a ele um guia de orientações sobre a utilização do equipamento. Era questionado ao participante qual era a sua mão dominante, sendo o aparelho colocado no braço não dominante e com os pinos voltados para a direção dos dedos. O(A) recepcionista orientava sobre a necessidade de utilizar o equipamento durante as 24 horas do dia, inclusive no banho, para dormir ou em qualquer outra atividade. A necessidade de que o monitor de atividade física fosse utilizado o máximo de tempo possível dentro do período determinado era sempre ressaltada.

Após colocar o aparelho no jovem, o(a) recepcionista explicava o uso e entregava as instruções. Ainda, registrava em uma planilha específica a data, a hora, o número de identificação do acelerômetro, um telefone para contato e o local para coleta do monitor após o período de uso. Depois deste processo, o

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responsável pela acelerometria preparava uma planilha de coleta que era entregue aos coletores (motoqueiros) para a busca dos aparelhos no local e horário marcado previamente. Esta planilha era entregue aos coletores um dia antes das coletas, que eram orientados a retirar o aparelho do pulso do jovem sempre que possível. Esta era a logística mais comum.

Algumas exceções ocorriam quando o participante não poderia colocar o acelerômetro na semana que visitou a clínica. Isto ocasionava uma pendência. Nestes casos, o participante recebia uma ligação para agendar um horário em que o acelerômetro pudesse ser levado em sua casa para colocação. Nesta situação, a colocação era feita por meio dos mesmos funcionários que coletavam os aparelhos de outros participantes. Alguns participantes que se recusaram a comparecer à clínica tiveram suas entrevistas realizadas em domicílio e, ainda assim, o acelerômetro era colocado. Entrevistados por telefone também não utilizaram o acelerômetro.

Posteriormente ao recolhimento do aparelho pelo motoboy e chegada do acelerômetro na clínica do CPE, eram iniciados os procedimentos de download dos arquivos com os registros contidos nos monitores em um computador exclusivo para este fim (Figura 5), sendo os arquivos gerados e armazenados nesta máquina e no serviço de armazenamento e partilha de arquivos Dropbox®. Os dados eram armazenados em dois formatos distintos, AGD e GT3X. Os arquivos em formato AGD eram gerados com uma epoch de cinco segundos. Sempre após o download, o acelerômetro era colocado para carregar sua bateria e era disponibilizado para uso novamente.

Ao fazer o download do dado, o software utilizado permitia ver quantos dias o adolescente havia utilizado o acelerômetro. Para o dado ser considerado válido neste momento, o participante deveria ter mantido o aparelho fixado no pulso por um período equivalente a, no mínimo, três dias, do contrário este dado precisaria ser novamente coletado. Nestes casos, era realizado um novo contato telefônico com o(a) participante, explicando a necessidade de recolocação do aparelho. Caso o indivíduo não aceitasse recolocar, ele passava a ser contabilizado como perda.

Os acelerômetros não eram colocados em participantes em algumas situações específicas, sendo as seguintes: (a) ter alguma limitação física ou mental que impedisse o uso do monitor; (b) estar grávida; (c) jovens que

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trabalhavam em locais onde não era permitido o uso de qualquer tipo de pulseira, relógios, etc. (ex.: algumas fábricas, padarias, etc.); (d) residir na zona rural do município ou em outra cidade; (e) entrevista realizada por telefone. Este procedimento foi necessário devido a dificuldades logísticas para recolhimento do aparelho (situações c, d ou e) ou questões éticas (situações a e b). Os casos a,b e c foram considerados critérios de exclusão para o exame, enquanto que os casos d/e foram considerados perdas para a Coorte. No acompanhamento dos 18 anos, os casos d/e eram considerados critérios de exclusão, mas durante o acompanhamento dos 22 anos foi decidido que seriam considerados como perda para o estudo.

Para fins de controle de qualidade, o banco de dados da acelerometria era verificado periodicamente, juntamente com a planilha de controle. A partir dessa rotina, eram identificados e corrigidos possíveis problemas na programação dos acelerômetros (acelerômetros programados para captar mais ou menos de sete dias), pendências e inconsistências. Além disso, semanalmente, era realizado um monitoramento em relação ao número de elegíveis, dados coletados, acelerômetros em uso no momento, pendências de colocação, perdas e recusas.

3.9.1.3 Encerramento dos procedimentos

Antes de deixar a clínica o jovem recebia uma ajuda de custo pelo tempo dispensado por sua participação no estudo (R$50,00 ou este valor somado ao valor de passagens de ônibus, quando residiam fora de Pelotas), mediante assinatura de um recibo do valor pago. Para confecção do recibo era necessário que o participante apresentasse o RG e CPF (necessidade informada no agendamento), caso o jovem não os trouxesse no momento do acompanhamento, deveria retornar em outro momento portando os documentos para que a ajuda de custo fosse liberada. Em casos de impossibilidade de o jovem apresentar seus documentos, foi aceito que os pais ou responsáveis recebessem em nome do jovem. O jovem poderia solicitar atestados para comprovar falta na escola/universidade ou no trabalho, o qual era prontamente fornecido. Tais documentos ficavam à disposição na recepção e eram assinados pela supervisora de campo.

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Alguns resultados de exames também eram fornecidos ao final, como o percentual de gordura medido pelo BOD POD e a força apresentada na dinamometria, conforme documento. Também foi entregue o resultado do exame de sangue dos 18 anos de idade para aqueles que o realizaram. Os exames dos 18 anos ficaram prontos pouco antes do acompanhamento de 22 anos.

3.9.1.4 Tempo de permanência do jovem na clínica

O tempo de permanência dos jovens na clínica variou bastante durante o trabalho de campo. Inicialmente os jovens ficavam cerca de 4 horas na clínica. Conforme a equipe e fluxo tornaram-se mais familiarizadas com o acompanhamento este tempo foi reduzido para em média, 3 horas. Na Tabela 2 são apresentadas as médias de tempo gastas em cada estação.

Tabela 2. Tempo médio gasto por estação na clínica do CPE.

ESTAÇÃO MÉDIA DE

TEMPO