• Nenhum resultado encontrado

4.1 Atividade econômica

4.4 Comércio mundial

4.4.1

Commodities

Embora aspectos conjunturais relacionados à crise no mercado subprime tenham exercido, em agosto, pressão temporária baixista sobre os preços das principais

commodities, a dinâmica da economia mundial, as restrições

ao aumento da oferta de alguns produtos e o enfraquecimento do dólar norte-americano frente às principais moedas seguem determinando o aumento dessas cotações.

Os preços das commodities agrícolas aumentaram 9% entre 31 de agosto e 16 de novembro, apresentando 70 80 90 100 110 120 30.11 2005 28.2 2006 29.5 25.8 23.11 21.2 2007 22.5 20.8 16.11

Rand/ dólar Real/dólar Lira/dólar

Gráfico 4.19 – Moedas de países emergentes

África do Sul, Brasil, Turquia 1.6.2005=100 Fonte: Bloomberg 0,00% 0,10% 0,20% 0,30% 0,40% 0,50% 0,60% 0,70% 0,80% 0,90% Ago 2005 Nov Fev 2006

Mai Ago Nov Fev 2007

Mai Ago Nov

Variação média mensal

Gráfico 4.20 – Valorização média mensal do

renminbi ante o dólar 1/

Fonte: Bloomberg 1/ Até 16 de novembro de 2007 . 200 225 250 275 300 325 350 375 400 20.11 2006 3.1 2007 16.2 3.4 17.5 2.7 15.8 28.9 13.11 Agrícolas Fonte: S&P GSCI Thomson

Gráfico 4.21 – S&P GSCI Índice spot de commodities agrícolas

relativa estabilidade a partir do início de outubro, quando registraram cotações mais elevadas. As cotações da soja e do milho subiram mais de 15%, beneficiadas, na ordem, pelo desempenho dos preços do óleo de soja e pela intensa demanda para a produção de etanol, principalmente nos EUA. As cotações do café seguem evidenciando os baixos estoques mundiais e a oferta relativamente contida frente às perspectivas de consumo, reflexo, em parte, do longo período de estiagem no Brasil. A perspectiva para a evolução dos preços das commodities agrícolas nos próximos meses é de alta moderada, em linha tanto com limitações de oferta determinadas pela ocorrência de problemas climáticos e pelos baixos estoques mundiais, quanto pela continuidade das pressões de demanda.

O dinamismo da economia mundial continua pressionando os preços das commodities metálicas, que mesmo recuando 1,1% de 31 de agosto a 16 de novembro, mantém-se em patamar historicamente elevado. Registraram-se, no período, reduções nos preços do zinco, 19,1%, e do cobre, 6,2%, reflexo, em parte, da contração no segmento imobiliário norte-americano, e aumentos nos relativos ao ouro, 16,4%; níquel, 4,9%; e chumbo, 5,8%.

4.4.2

Petróleo

Após breve período de retração em agosto, os preços internacionais do petróleo apresentaram forte elevação entre 31 de agosto e 16 de novembro, traduzida em aumentos respectivos de 28% e 28,4% nas cotações dos barris tipo Brent e West Texas Intermediate (WTI), patamar próximo, em termos reais, às suas cotações recordes. Esse comportamento reflete tanto a continuidade do dinamismo da demanda mundial, com ênfase para o aumento da demanda chinesa, em cenário de crescimento apenas moderado da oferta de petróleo, quanto à perspectiva de que a demanda pela commodity continuará elevada no último trimestre do ano e em 2008. Adicionalmente, pressiona o preço do petróleo o enfraquecimento do dólar frente às principais moedas e a persistência de conflitos geopolíticos.

4.5 Conclusão

A economia mundial continua sustentando altas taxas de crescimento em 2007, evolução que, mesmo registrando desaceleração, deverá persistir no próximo ano. Nos EUA, espera-se crescimento mais lento em 2008, em linha com as repercussões, mais intensas e prolongadas do

Gráfico 4.22 – Petróleo – Mercado à vista

US$ por barril

44 50 56 62 68 74 80 86 92 98 5.5 2006 14.7 22.9 1.12 9.2 2007 20.4 29.6 7.9 16.11 Brent WTI Fonte: Bloomberg

que previsto anteriormente, da crise do setor imobiliário, que poderá afetar negativamente a capacidade de investimento das empresas e o nível de consumo das famílias. A expressiva depreciação do dólar frente às moedas da Área do Euro e do Japão deverá exercer influência negativa sobre a expansão dos respectivos setores exportadores, com desdobramentos sobre o dinamismo das economias desses países, assinalando-se, que, na Área do Euro, somam-se os efeitos negativos da exposição do setor bancário à crise financeira.

Por outro lado, as principais economias emergentes parecem não ter sido afetadas significantemente pela turbulência nos mercados financeiros, continuando a registrar expansão robusta da demanda doméstica e constituindo-se em fonte de absorção de bens e serviços no mercado internacional. Para 2008, espera-se que as economias emergentes sigam sustentando o crescimento global.

Cabe, contudo, a ressalva de que o cenário prospectivo moderadamente favorável para a atividade econômica global em 2008, incorporado por exemplo nas últimas projeções divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), parece depender sensivelmente de três questões, sobre as quais persiste considerável incerteza: quão intensos serão os efeitos da crise imobiliária sobre a economia dos EUA, quão forte será o impacto da desaceleração americana sobre outras economias maduras e quão resistentes serão as economias emergentes a um cenário de desaceleração potencialmente pronunciada nos EUA, Europa e Japão.

Por outro lado, as pressões inflacionárias recrudesceram nos últimos meses, principalmente em razão das elevações dos preços do petróleo e das commodities agrícolas, enquanto nos EUA, a expressiva depreciação do dólar frente às demais moedas se constitui em elemento adicional aos riscos de alta da inflação. Os bancos centrais permanecem com a conflitante tarefa de evitar o agravamento da crise na oferta de crédito, acomodando o recuo do crescimento econômico, e ancorar as expectativas inflacionárias. O dilema atual do Fed consiste em contrabalançar crescimento e inflação, enquanto na Área do Euro, a despeito da inflação estar acima do desejado, a forte depreciação do dólar frente ao euro, a flexibilização da política monetária adotada pelo Fed e as incertezas provenientes da turbulência financeira internacional têm levado o BCE a atrasar a retomada do ciclo de alta dos juros. No Japão, a apreciação do iene e a relevância do

setor exportador para o dinamismo da economia têm retardado a decisão do BoJ em relação a alterações na condução da política monetária.

Os desdobramentos sobre o setor de crédito derivados da crise no mercado subprime ainda persistirão por algum tempo. A recente turbulência nos mercados financeiros, embora favoreça a maior disciplina nos mercados de crédito a médio prazo, atua como elemento restritivo, no curto prazo, ao crescimento econômico mundial, devendo contribuir, por algum tempo, para o aumento da volatilidade.