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Análise da influência do período (T), da altura de onda (H), do ângulo de incidência (θ) e do nível de maré

4.3.6 Comentários

Da análise dos gráficos anteriores pode-se concluir que a introdução do recife leva a alteração da localização da zona de rebentação. As ondas rebentam em pontos mais distantes da costa.

De uma forma geral o nível de maré, o período e o ângulo de incidência introduzem pequenas alterações na altura de onda e na zona de rebentação.

Das condições iniciais analisadas, as condições que resultam em melhores condições de rebentação e para a prática de surf são:

• Nível de maré 0 (nível médio da superfície do mar); • Período de 12 segundos;

• Direcção de incidência de -22.5º; • Amplitude de onda de 1.5 metros

Para estas condições, o número de Iribarren tem valores próximos de 0.4 que corresponde a uma onda com rebentação do tipo progressiva. Este tipo de rebentação não é o ideal para a prática de surf mas, para os valores testados (valores típicos para a praia de Macumba), são as condições mais próximas das ideais.

As dimensões do recife permitem que se obtenha uma linha de rebentação que se prolonga, para estes parâmetros, 70 m para a esquerda do ponto central do recife e 80 m para a direita deste mesmo ponto. Esta dimensão pode ser alterada aumentando ou diminuindo a extensão do recife.

Nota-se que a linha de rebentação na batimetria natural é praticamente paralela à linha de costa, e que com a introdução do recife artificial a linha de rebentação é alterada para uma forma em V, que se deve à geometria do recife. O ângulo de rebentação ao longo das faces laterais do recife é de 40º para a face esquerda e 42º para a face direita. Estes valores são adequados para praticantes que consigam realizar manobras regulares do surf numa única onda de forma consecutiva.

A forma deste recife permite uma amplificação das ondas incidentes nos primeiros 50 metros de distância em relação ao ponto inicial da interacção da onda com o recife. Após esta distância a altura de onda é inferior à altura de onda inicial. O efeito de decaimento da altura de onda é normal quando existe rebentação e tem como efeito a deterioração das condições da onda para a prática do surf tornando esta prática mais difícil à medida que se caminha na linha de rebentação.

Capítulo 5 - Conclusão

Neste trabalho foi apresentado um simulador de fluidos. Este simulador foi desenvolvido o a intenção de desenvolver uma aplicação capaz de reporduzir o comportamento da interacção entre fluidos. Este trabalho foi feito e apresenta resultados que se podem considerar, dentro das aproximações feitas e das limitações exigidas, funcional. Desenvolvimentos futuros que se podem considerar são a introdução de algoritmos que introduzam menos aproximações e que tenham menos limitações (limites de velocidades, interacções entre fluidos e objectos e capacidade de representar correctamente a rebentação das ondas).

O editor de mapas desenvolvido apresenta as funcionalidades básicas de alteração de batimetrias permitindo a introdução de formas geométricas e consequente visualização. Melhorias a implementar serão a capacidade de introdução das mesmas formas geométricas de forma mais dinâmica e precisa e de introdução de outras formas. Adicionalmente poderse-á desenvolver um editor de formas geométricas que permitirá a construção de perfis mais precisos evitando a construção por adição de múltiplas formas.

Foi apresentado o funcionamento do modelo REF/DIF, este modelo foi aplicado a um caso de teste, à praia de Macumba, Brasil. Apresentou-se os resultados do modelo para diferentes condições de agitação. Procedeu-se também a uma análise do funcionamento do recife artificial para a prática de surf a ser implementado na praia de Macumba.

Da aplicação do modelo REF/DIF ao caso de teste confirmou-se que as ondas resultantes da interacção com o recife apresentam como características número de Iribarren inferior a 0.4, ou seja, rebentação do tipo progressiva, com um ângulo de cerca de 40º e extensão da linha de rebentação para ambos os lados do centro recife em cerca de 70m, com uma amplificação máxima que atinge os 10%. Em comparação com os resultados obtidos para a praia sem recife, conclui-se que a inclusão do recife melhora significativamente as condições para a prática do surf, ainda que as condições não sejam as ideais.

Em suma, para o recife estudado verifica-se que a presença deste altera significativamente quer as alturas de onda quer as direcções das ondas nessa zona. Ou seja, verifica-se um aumento da altura de onda ao longo do recife, contrariamente ao que se verificava na situação sem recife e que é consequência da diminuição da profundidade que ocorre devido à presença do recife. Após este aumento na altura de onda, ocorre a rebentação das ondas e consequentemente a diminuição da altura de onda. A presença do recife induz a rebentação das ondas mais afastada da costa em comparação com a que ocorre sem recife. Verifica-se, também, que a direcção das ondas é alterada pelo efeito da refracção no recife.

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