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COMERCIALIZAÇÃO PROIBIDA POR TERCEIROSACÓRDÃO

No documento EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL (páginas 126-200)

Acordam os membros da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais não conhecer do pedido de uniformi- zação.

Brasília, 16 de junho de 2016.

SUSANA SBROGIO'GALIA

Juíza Federal Relatora PROCESSO: 0001784-68.2006.4.03.6309

ORIGEM: Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo REQUERENTE: DÁRIO OLIVEIRA LÍRIO

PROC./ADV.: ISAC ALBONETI DOS SANTOS OAB: SP-228624

REQUERIDO(A): INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

E M E N TA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL INADMITIDO. AGRAVO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO. DECLARAÇÃO EXTEMPORÂNEA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A JURIS- PRUDÊNCIA DA TNU E DO STJ. QUESTÃO DE ORDEM 13. INCIDENTE NÃO CONHECIDO.

1. A parte autora interpõe agravo contra decisão, proferida pela MMª. Juíza Federal Coordenadora das Turmas Recursais da Seção Judi- ciária de São Paulo, que inadmitiu Pedido de Uniformização de In- terpretação da Legislação Federal, porque o acórdão recorrido en- contra-se em conformidade com a jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização (questão de ordem n. 13, da TNU), ressaltando que a declaração apresentada pelo autor para comprovação do período que pretende ver reconhecido (fevereiro de 1952 a fevereiro de 1956) foi firmada apenas em 10 de setembro de 1982 (fls. 32 do arquivo "provas.pdf") sendo, portanto, extemporânea aos fatos alegados. 2. Nas suas razões recursais, o requerente afirma que o acórdão, prolatado em julgamento de recurso inominado, diverge de enten- dimento do Superior Tribunal de Justiça (AR n. 3217/RN, EREsp n. 292759/SP e REsp n. 500.929/SP). Aduz que a Segunda Turma Re- cursal da Seção Judiciária de São Paulo teria mantido julgamento de improcedência de pedido para condenar o INSS a averbar tempo de serviço não registrado no Cadastro Nacional de Informações Social - CNIS, embora tenha sido apresentada declaração firmada pelo em- pregado, ao passo que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a apresentação da referida declaração é suficiente para comprovação do tempo de contribuição/serviço prestado pelo segurado.

3. Os autos foram-me distribuídos por decisão do MM. Ministro Presidente da Turma Nacional de Uniformização.

4. Em análise do recurso, verifico que a hipótese é de aplicação da orientação da questão de ordem n. 13, da Turma Nacional de Uni- formização: "Não cabe Pedido de Uniformização, quando a juris- prudência da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais se firmou no mesmo sentido do acórdão recorrido".

5. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais posi- ciona-se no sentido de que "as simples declarações prestadas em favor do segurado, sem guardar contemporaneidade com o fato de- clarado, careceriam de condição de prova material, exteriorizando, apenas, simples testemunho escrito que legalmente não se mostraria apto a comprovar a atividade laborativa para fins previdenciários" (AgRg no REsp 1181875/SC e PEDILEF n. 2002.61.84.001076-8). No caso dos autos, a declaração apresentada pelo autor, único do- cumento juntado, é extemporânea aos fatos alegados, o que infirma o dissídio jurisprudencial alegado.

6. Posto isso, voto pelo não conhecimento do PEDILEF, de acordo com a questão de ordem n. 13, da Turma Nacional de Uniformi- zação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Nacional de Uniformização de Jurispru- dência dos Juizados Especiais Federais NÃO CONHECER O IN- CIDENTE NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRU- DÊNCIA veiculado pela parte autora, nos termos do voto/ementa do R e l a t o r.

Brasília/DF, 16 de junho de 2016.

FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

Juiz Federal Relator PROCESSO: 0001924-55.2008.4.03.6302

ORIGEM: Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo REQUERENTE: WALDECI DE OLIVEIRA

PROC./ADV.: FABIANO T. ZINADER OAB: SP-116 261

REQUERIDO(A): INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

E M E N TA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. PETIÇÃO QUE NÃO IMPUGNA A FUNDAMENTA- ÇÃO DECLINADA EM ACÓRDÃO QUE NÃO EXERCEU JUÍZO DE RETRATAÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO.

1. A parte autora interpõe Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal contra acórdão, prolatado pela 1ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo, que manteve a sentença que julgou

improcedente pedido para condenar o INSS a conceder benefício de auxílio-doença e convertê-lo em aposentadoria por invalidez. 2. O recorrente aduz que é portador de doença incapacitante e que o seu efetivo exercício profissional não é possível devido às suas con- dições de saúde e pessoais. Alega que o acórdão impugnado diverge do entendimento perfilhado pela Turma Nacional de Uniformização (PEDILEF n. 2007.70.53.004060-5), no sentido de que o julgador deve analisar as condições pessoais do segurado, para fins de con- cessão de benefício previdenciário por incapacidade.

3. O Pedido de Uniformização foi admitido pelo MM. Juiz Presidente da Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo. Com base no enunciado n. 47, da súmula da jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização, foi determinado o retorno dos autos ao Juiz Relator para exercer juízo de retratação, se entendesse cabível.

4. Os autos foram-me distribuídos por decisão do MM. Ministro Presidente da Turma Nacional de Uniformização.

5. Em juízo de admissibilidade do Pedido de Uniformização, destaco que a 1ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo não exerceu juízo de retratação, tendo em vista que, ao analisar as con- dições pessoais da parte autora, considerou que não há incapacidade para sua atividade habitual.

6. Contudo, as razões declinadas no Pedido de Uniformização não impugnam os fundamentos do acórdão prolatado em sede de juízo de retratação, o qual integra o acórdão recorrido, tendo a parte autora se limitado a requerer a remessa do PEDILEF para Turma Nacional de Uniformização.

7. Portanto, constato a existência de completa dissociação entre os fundamentos expendidos no Pedido de Uniformização e aqueles declinados no acórdão que não exerceu juízo de retratação, uma vez que o recorrente não impugnou es- pecificamente os fundamentos vertidos na mencionada decisão. Nesses termos, o Pedido e Uniformização não deve ser conhecido, conforme entendimento consolidado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (enunciado n. 284: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua funda- mentação não permitir a exata compreensão da sua controvérsia) e do Superior Tribunal de Justiça (enunciado n. 162: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada"). 8. Posto isso, voto pelo não conhecimento do Pedido de Unifor- mização, pois a parte autora não impugnou especificamente os fun- damentos adotados no acórdão que deixou de exercer o juízo de retratação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Nacional de Uniformização de Jurispru- dência dos Juizados Especiais Federais NÃO CONHECER O PE- DIDO DE UNIFORMIZAÇÃO veiculado pela parte autora, nos ter- mos do voto/ementa do Relator.

Brasília/DF, 16 de junho de 2016.

FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

Juiz Federal Relator PROCESSO: 0002463-70.2012.4.01.3801

ORIGEM: MG - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS REQUERENTE: INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL REQUERIDO(A): MAXUEL CAMPOS JULIO PROC./ADV.: ANDERSON MACOHIN OAB: SC-23056

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL ANGELA CRISTINA MON- TEIRO

VOTO - EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. ACORDO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE ÓBICE AO AJUIZAMENTO DE AÇÃO IN- DIVIDUAL. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DO STJ E DA TNU. INCI- DENTE NÃO CONHECIDO. QUESTÕES DE ORDEM 24 E 13/TNU.

1. Prolatado acórdão por Turma Recursal de Minas Gerais, mantendo parcial procedência do pedido de revisão de RMI de benefício pre- videnciário, conforme artigo 29, II, da Lei 8.213/91, respeitada a prescrição quinquenal.

2. Incidente de Uniformização de Jurisprudência interposto pelo INSS, com fundamento no art. 14, § 2º, da Lei nº 10.259/2001, alegando divergência quanto ao entendimento adotado pelo STJ e pela Turma Recursal do Estado de Mato Grosso, que reconheceu a ausência de interesse processual, diante do acordo efetuado em ação civil pública para a revisão buscada. Ao final, requereu uniformização nos seguintes termos:

"(...) o acordo homologado na ACP 0002320-59.2012.4.03.6183 vin- cula as ações individuais que visam à revisão de benefícios com base no art. 29, II, da Lei 8.213/91, o que acarreta a extinção de tais demandas individuais".

3. O incidente não comporta conhecimento.

4. Primeiramente, conforme artigos 103 e 104 da Lei nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor - o particular não será atingido pelos efeitos da coisa julgada formada na ação coletiva, a não ser que opte pela execução do julgado de procedência, nos termos do § 3º do artigo 103 do CDC.

5. Pacífica, por sua vez, a jurisprudência do STJ no sentido de que a ação civil pública não impede o ajuizamento da ação individual (Resp 200801016826, 2ª Turma, DJ 10.09.2008 e Resp 200401683508, 4ª Turma, DJ 09.06.08). Questão de Ordem 24 desta TNU.

6. Da mesma forma, o entendimento deste Colegiado. A título de ilustração: PEDILEF 05093120520144058300, Rel. Juiz Federal Wil- son José Witzel, DOU 07/03/15; PEDILEF 05015488120134058306, Rel. Juiz Federal Daniel Machado da Rocha, DOU 23/10/2015; PE- DILEF 00462942220124013300, Rel. Juiz Federal José Henrique Guaracy Rebêlo, DOU 19/02/2016.

7. Incidente não conhecido. Questões de ordem 24 e 13 desta TNU.

ACÓRDÃO

Acordam os membros da TNU - Turma Nacional de Uniformização, por unanimidade, NÃO CONHECER do Incidente de Uniformização de Jurisprudência interposto, nos termos do voto-ementa da Juíza Federal Relatora.

Brasília/DF, 16 de junho de 2016.

ÂNGELA CRISTINA MONTEIRO

Juíza Federal Relatora PROCESSO: 0002504-04.2007.4.03.6308

ORIGEM: Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo REQUERENTE: INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL REQUERIDO(A): CLEUSA FRANCO CARDOSO PROC./ADV.: NÃO CONSTITUÍDO

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

E M E N TA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL INADMITIDO. AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. REE- XAME DE MATÉRIA DE FATO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE. INCIDENTE NÃO CONHECIDO.

1. O INSS interpõe agravo contra decisão, proferida pela MMa. Juíza Federal Coordenadora das Turmas Recursais da Seção Judiciária de São Paulo, que inadmitiu Pedido de Uniformização de Interpretação da Legislação Federal, com base na questão de ordem n. 13, da Turma Nacional de Uniformização, e porque o requerimento, nele veiculado, visava à nova apreciação de questão fática.

2. Nas suas razões recursais, o INSS afirma que o acórdão, prolatado em julgamento de recurso inominado, diverge de entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Aduz que a Primeira Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo teria mantido julgamento de proce- dência de pedido para concessão de benefício de aposentadoria por invalidez, embora a perícia judicial tenha constatado incapacidade laborativa parcial da parte autora, ao passo que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a aposentadoria por invalidez não deve ser concedida se o laudo pericial aponta a in- capacidade parcial do segurado.

3. Os autos foram-me distribuídos por decisão do MM. Ministro Presidente da Turma Nacional de Uniformização.

4. Em análise do recurso, verifico que a decisão agravada observou corretamente a orientação do enunciado n. 42, da súmula da ju- risprudência da TNU, uma vez que o acórdão prolatado, em jul- gamento de recurso inominado, aplicou o princípio do livre con- vencimento do magistrado diante das provas apresentadas e concluiu pela existência de incapacidade laborativa da parte autora, sem pos- sibilidade de reabilitação, em razão das condições pessoais do se- gurado. A propósito, transcrevo o voto-ementa do julgado: [# I - RELATÓRIO

Trata-se de recurso de sentença interposto pela autarquia previden- ciária em face de sentença que julgou procedente o pedido formulado por CLEUSA FRANCO CARDOSO para condenar o INSS a im- plantar a APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, tendo como data de início do benefício (DIB) o dia 12/05/2007 (primeiro dia posterior à data da cessação do benefício (DCB) em relação ao benefício de "auxílio-doença" - NB. 139.953.069-8).

Requer a reforma da sentença para que seja julgado improcedente o pedido. Preliminarmente, requer que o presente recurso seja recebido no duplo efeito. No mérito, alega a ausência da incapacidade total e permanente. Que os juros sejam limitados ao percentual de 0,5% ao mês.

É o relatório. II - VOTO

Primeiramente, quanto ao duplo efeito, aplico o artigo 43 da Lei 9.099/95: "O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte". Quanto à alegação da ausência da incapacidade total, segue a súmula nº 47 - TNU de 15/03/2012 - "Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por inva- lidez".

Na fundamentação da r. sentença constou que:

No presente caso considero que o laudo é conclusivo quanto ao fato de que a parte autora encontra-se INCAPACITADA para o exercício de atividade laborativa.

Nesse sentido, verificando-se o Laudo Pericial apresentado aos Autos, consubstanciado no exame realizado em 19/07/2007, extrai-se que a parte Autora está acometida de "fibromialgia - CID M79.1". A in- capacidade para o trabalho ocorre de forma "parcial" e "permanente". Conforme depreende-se do Laudo Pericial, o Sr. Perito Judicial as- severou que a doença teve início (DID) em março de 2005. O início da incapacidade (DII) para o trabalho deu-se em fevereiro de 2007. Caminhando na análise dos autos, observa-se que a parte Autora, por três vezes, usufruiu de benefício de "auxílio-doença" (NB. 127.288.823-9; NB. 505.375.484-1 e NB. 139.953.069-8), sendo que o último benefício teve como data de início (DIB) o dia 11/05/2006 e data de cessação (DCB) o dia 11/05/2007, devido a chegada de limite médico informado pela Perícia. Observa-se mais, a parte Au- tora, requereu administrativamente o benefício de "auxílio-doença" (NB. 128.270.878-0), com data de entrada de requerimento admi- nistrativo (DER) em 05/05/2003.

Seguindo-se o acima explicitado, verifica-se que à data da cessação do benefício (DCB), aos 11/05/2007, em referência ao benefício de "auxílio-doença" (NB. 139.953.069-8), além da evidente "incapaci- dade" que ocorre de forma "total" e "permanente", a parte Autora, também preencheu os demais requisitos constantes na Lei para ocor- rência do restabelecimento benefício de "auxílio-doença" e conversão em benefício de "aposentadoria por invalidez".

ISSN 1677-7042

EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html , Documento assinado digitalmente conforme MP no-2.200-2 de 24/08/2001, que institui a

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Destarte, concluo, repisando o raciocínio anterior, que a parte Autora preenche todos os requisitos legais, para conversão do benefício, a saber: "incapacidade", "qualidade de segurado" e "cumprimento de carência".

Quanto aos juros de mora, aplica-se o disposto no artigo 1º-F, da Lei n.º 9.494/1997, na redação dada pela Lei n.º 11.960/2009, com juros de mora de 6% ao ano após 30/06/2009, independentemente da data na qual a demanda foi ajuizada.

Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso do INSS apenas para aplicar os juros de mora, nos temos da Lei 11.960/2009. 5. Posto isso, voto pelo não conhecimento do PEDILEF, de acordo com o enunciado n. 42, da súmula da jurisprudência da TNU.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Nacional de Uniformização de Jurispru- dência dos Juizados Especiais Federais NÃO CONHECER O IN- CIDENTE NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRU- DÊNCIA veiculado pelo INSS, nos termos do voto/ementa do Re- l a t o r.

Brasília/DF, 16 de junho de 2016.

FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

Juiz Federal Relator PROCESSO: 0002680-20.2006.4.03.6307

ORIGEM: Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo REQUERENTE: INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL REQUERIDO(A): JOSE RENAO OTTOBONI

PROC./ADV.: LAUREÂNGELA M. BOTELHO ANDRADE FRAN- CISCO

OAB: SP-75 015

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

E M E N TA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL INADMITIDO. AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. REE- XAME DE MATÉRIA DE FATO. INCIDENTE NÃO CONHECI- DO.

1. O INSS interpõe agravo contra decisão, proferida pela MMª. Juíza Federal Coordenadora das Turmas Recursais da Seção Judiciária de São Paulo, que inadmitiu Pedido de Uniformização de Interpretação da Legislação Federal, porque o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização.

2. Nas suas razões recursais, a autarquia afirma que o acórdão, pro- latado em julgamento de recurso inominado, diverge de entendimento da Turma Nacional de Uniformização (PEDILEF n. 2004.35.00.721856-4). Aduz que a Turma Recursal da Seção Ju- diciária de São Paulo teria mantido a sentença que julgou procedente pedido de revisão de benefício de aposentadoria por tempo de con- tribuição, considerando tempo de serviço prestado como aluno-apren- diz, sem que houvesse elementos nos autos capazes de demonstrar o vínculo empregatício, bem como a percepção de remuneração, ainda que indireta. Contudo, o entendimento da Turma Nacional de Uni- formização é no sentido de que a consideração do tempo como aluno aprendiz, para fins de contagem de aposentadoria, depende da com- provação do vínculo empregatício, porque o regulamento da pre- vidência social somente permite a contagem como tempo de serviço do período de aprendizagem do empregado, isto é, daquele que era remunerado.

3. Os autos foram-me distribuídos por decisão do MM. Ministro Presidente da Turma Nacional de Uniformização.

4. Em análise do recurso, verifico que a hipótese é de aplicação da orientação do enunciado n. 42, da súmula da jurisprudência da TNU, uma vez que o acórdão prolatado, em julgamento de recurso ino- minado, aplicou o princípio do livre convencimento do magistrado diante das provas apresentadas e concluiu que "o autor recebia da escola, em substituição à remuneração, prestações in natura, repre- sentadas por ensino e alimentação, como consta da certidão apre- sentada com a inicial, documento que goza de fé pública", o que se ajusta ao enunciado n. 18, da súmula da jurisprudência da TNU. A propósito, transcrevo a sentença, mantida por seus próprios funda- mentos pela Turma Recursal:

(...)

Reconheço como prescritas as prestações vencidas em períodos an- teriores ao qüinqüênio que precede a propositura do pedido, nos termos do que dispõe o Decreto nº 20.910, de 1932, e da Súmula nº 85 do Superior Tribunal de Justiça: "Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à pro- positura da ação."

O autor pleiteia a revisão de seu benefício de aposentadoria por tempo de serviço NB nº 107.052.258-6, mediante o reconhecimento do período de 15/02/1971 a 20/12/1973, laborado como aluno-apren- diz da Escola Técnica Estadual Joaquim Ferreira do Amaral. A fim de comprovar o exercício de atividade de aluno aprendiz, o autor trouxe aos autos "certidão de tempo de serviço" expedida pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, vinculado e associado à UNESP.

Em audiência realizada neste Juizado em 28/06/2007, foi ouvida a testemunha João Francisco Vicari, que assim esclareceu haver es- tudado e laborado com o autor, na referida Escola Técnica. Disse a testemunha que as aulas começavam as 7h30 e terminavam às 17h30. Que lá estudou nos anos de 1971, 1972 e 1973, quando tinha 17 anos de idade. Afirmou que o autor estudou no mesmo período em que o depoente. Que pela manhã tinham aula teórica, e das 13h00 às 17h00 as aulas eram em oficina, onde os alunos faziam peças em um torno.

Os alunos eram orientados pelo professor a como elaborar as peças. Tanto o depoente quanto o autor residiam na cidade de Jaú, e via- javam todos os dias para Barra Bonita, onde se localizava a escola. Disse ainda que a escola não fornecia aos alunos uniforme; os alunos pagavam por ele. Disse também que a alimentação era fornecida pela escola; os alunos não recebiam qualquer salário durante o período de formação. A testemunha ressaltou que o período em questão constava de nota de "rodapé" do diploma.

Desse modo, a vinculação da atividade exercida pelo autor entre 15/02/1971 a 20/12/1973, decorre da presunção estabelecida pelo Decreto 31.546/52, pois o autor apresentou prova cabal de que foi aluno da Escola Técnica Estadual Joaquim Ferreira do Amaral, atual- mente denominada Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, no período mencionado, com formação em metalurgia. Dispunha o artigo 58, inciso XXI do Decreto nº 611/92 que o côm- puto de período de aprendizado profissional prestado nas escolas técnicas, com base no Decreto-lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942, só seria admissível nas seguintes hipóteses, previstas nas alíneas "a" e "b" daquele inciso:

No documento EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL (páginas 126-200)