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Como você avalia a quantidade de resíduo/lixo, produzida em sua casa: a) grande, b) média, c) pequena ou d) não sabe ?

Padrão de resposta para a pergunta

Questão 8 Como você avalia a quantidade de resíduo/lixo, produzida em sua casa: a) grande, b) média, c) pequena ou d) não sabe ?

Esta questão tem por objetivo identificar a percepção dos entrevistados sobre a quantidade de resíduo/lixo produzido em suas residências, despertando-os para nova relação com os objetos apresentados para a coleta domiciliar.

Padrão de resposta para a pergunta 7

(a)

(b)

(c)

Considerando a totalidade dos respondentes, a tabulação dos dados demonstrou que 68,3% avaliam como ‘grande’ a quantidade de resíduo/lixo produzida, 25% a aceita como ‘média’, apenas 5% consideram-na ‘pequena’ e 1,7%, alegaram não saber avaliar o montante que produzem desses dejetos.

Os resultados mostraram que a ampla maioria dos indivíduos classificou como ‘grande’ a quantidade de resíduo/lixo que produz.

A situação concorda com os dados apresentados na TABELA 5 em que, das trinta cidades ou áreas metropolitanas da América Latina e Caribe, a taxa de geração de resíduo/lixo em Ribeirão Preto, representada por 0,78 kg/pessoa/dia, situa-se em patamar igual ou acima de 13, ou seja, quase metade delas (43%), cujos volumes gerados variam entre 0,50 (Medellin) e 0,74 kg/pessoa/dia (Bogotá).

Diante dessa posição, pode-se dizer que, os valores culturais, os processos tecnológicos e as metas de ‘progresso’ e ‘modernização’ da chamada sociedade moderna, influenciam diretamente a geração quantitativa e qualitativa desses detritos, também em Ribeirão Preto e condicionam os legisladores e os formuladores das políticas públicas municipais em adotar técnicas funcionais e de caráter econômico-ambiental, nem sempre eficientes para os fins a que se propõem.

É certo que uma ação política que resulte no combate à origem da problemática ambiental do resíduo/lixo, pode parecer utópica, pois existem, não só intelectuais e pesquisadores, mas também grandes contingentes populacionais, integrados na ordem técnico- socio-econômica. Diante disso, parece improvável que a mobilização necessária, para desintegrar a ordem existente virá das elites e sua tese em defesa do progresso material (para si).

Nesse sentido, o caso de Braz Juliano mostra bem a dificuldade para mudar a ordem da sociedade moderna. No prefácio da obra de Ward e Dubos (1973:11), ele manifestou, como técnico, uma posição clara em defesa do progresso material e do desenvolvimento industrial, empregando a seguinte expressão: “não se trata ... de extinguir a poluição ambiental, mas de mantê-la sob o controle humano”. O que, como vimos em tópicos deste estudo, infelizmente está muito longo de acontecer.

Ainda nessa linha de raciocínio, cumpre destacar algumas afirmações que retratavam a situação existente há 21 anos mais ou menos e, por sua vez, continuam atuais. Naquela época, Dorst (1981:18-19), por exemplo, dizia que os melhoramentos “são ainda bastante superficiais (...)” “as medidas em vigor contra efeitos nocivos ao ambiente (...)” “aumentam custos (...)” “muitas decisões já tomadas foram adiadas para diminuir a pressão,

considerada excessiva, sobre a economia em crise”. Vê-se que, ainda hoje, os interesses econômicos falam mais alto que os ambientais, dando-nos a falsa idéia de que a economia sobrevive independentemente do ambiente. Pensar dessa forma, ao tratar questões decorrentes das inter-relações sócio-espaciais é, a nosso ver, uma aberração.

Quanto ao gerenciamento, as anormalidades que se apresentam desafiam a competência dos administradores: nos dias de coleta, o cenário das ruas é mais ou menos assim: sacos de lixo de tamanhos, cores e volumes diversos, abarrotados com resíduo/lixo orgânico e inorgânico; embalagens de papelão, madeira etc., são amontoadas nas calçadas, geralmente muito antes do horário previsto para a passagem do caminhão coletor.

Sem dizer da parcela de moradores que colocam os sacos de resíduo/lixo, na rua, de um dia para o outro. Parte destes sacos, às vezes deixam vazar o líquido resultante da decomposição dos restos de alimentos, exalam mau cheiro, atraem vetores de doenças; ainda, são rasgados por cães famintos, outrora chamados ‘vira latas’ pelo motivo de as fontes geradoras, na época, acomodarem o resíduo/lixo em latas, e, hoje ‘rasga sacos’, em razão de se usar sacos plásticos para o acondicionamento desses materiais. Além disso, os sacos são revirados pela ação de garimpagem de recicláveis dos catadores de rua.

A situação que acabamos de descrever é ainda pior se considerarmos que a cidade está localizada numa região onde a temperatura anual média é de 21,5 °C, mas nos meses mais quentes alcança 30 °C, mais ou menos. Este fato é suficiente para acelerar a ação biológica das bactérias, na fração orgânica do resíduo/lixo. Aliás, o processo de decomposição destes restos vegetais e animais inicia antes mesmo de serem apresentados para a coleta municipal.

FIGURA 43 - Representação gráfica dos percentuais obtidos na questão 8

Padrão de resposta para a pergunta 8

(a)

(b)

(c)

(d)

Questão 9 - Você sabe para onde vai o resíduo/lixo recolhido na sua casa ? a) sim, b) não.

No total 53,3% dos sujeitos responderam que sim e 46,7% que não.

Estes dados indicam que há uma ligeira vantagem percentual para os que responderam sim. Entretanto, deve-se considerar que entre os que disseram sim (64), 65,7% mencionaram que vai para o "lixão"; 21,9% para o "aterro"; 7,3% responderam que o resíduo/lixo vai para o aterro ou para o incinerador, demonstrando dúvidas quanto ao destino e 5,1% alegaram que tais detritos vão para um terreno a céu aberto.

Esses resultados demonstram que apenas 21,9% acertaram e 78,1% (somatória de todos os demais percentuais que responderam incorretamente) erraram a resposta.

Tal situação talvez seja reflexa do hábito que as pessoas possuem de considerar o resíduo/lixo como “aquilo que se joga fora, que é sujo, inútil, velho, que não tem mais valor” (São Paulo, 1998:11), ou, ainda, como algo nojento que deve ser jogado longe das vistas das pessoas.

Aliás, supõe-se que essa atitude, perante os detritos domésticos, seja responsável pelo fato de terrenos vazios, praças, ruas, calçadas e a beirada do meio fio, situado em frente das casas, quase sempre estarem sujas e com detritos acumulados, à espera do serviço de limpeza pública, que, nesse particular, parece mais preocupado em cuidar das áreas mais dinâmicas e de geração de imagem, como as do comércio de rua, artérias do entorno dos

shoppings centers e vias expressas, por exemplo.

Fora dessas áreas, o serviço de varrição e coleta do lixo público é precário e descuidado. Sequer existem lixeiras para a população descartar o resíduo/lixo, resultante do consumo fora de casa, sendo este, o equivalente a dez por cento do total gerado diariamente (Berríos, 1991).

Por essa razão, a maneira de agir dos moradores pode ajudar a explicar o motivo pelo qual, depois de recolhido, o destino final dos detritos não mais seja uma preocupação dos seus geradores, como ficou demonstrado. Todavia, se levarmos em conta que o resíduo/lixo é destinado em aterro, localizado nas proximidades da área urbana, era de se esperar que a maioria dos entrevistados soubesse responder à questão, o que não ocorreu.

Desse modo, podemos pressupor que as pessoas ainda não incorporaram esta preocupação em seu cotidiano. Logo, torna-se muito mais difícil, conseguir conscientizá-las de que o resíduo/lixo e os problemas ambientais resultam de processo produtivo, ou seja, do modelo de produção e de consumo.

Em decorrência, percebe-se que a amplitude e a complexidade que envolve essa problemática é maior do que se poderia imaginar.

FIGURA 44 – Representação gráfica dos percentuais obtidos na questão 9

Questão 10 - Você sabe o que aconteceu com o resíduo/lixo recolhido de sua casa