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Como cães, gatos e seres humanos percebem as cores e suas reações psicológicas

3 A PERCEPÇÃO DO AMBIENTE PELOS SERES HUMANOS E ANIMAIS DE

2.1 Como cães, gatos e seres humanos percebem as cores e suas reações psicológicas

Assim como aconteceu com os seres humanos e animais de diversas espécies, a visão foi adaptando-se e evoluindo de acordo com a modificação das suas maneiras de sobrevivências, e por esse motivo as diferentes espécies possuem formas diferentes de enxergar o mundo. Com os cães e os gatos acontecem da mesma forma, e seus sentidos foram adaptados a sua necessidade de caçar, pois são animais predadores.

Segundo o Centro de Oftalmologia Veterinária Visão Vet, 2010, a visão é o resultado de uma combinação de diversos fatores como: Campo visual e percepção de profundidade, acuidade visual (capacidade de focar objetos), percepção do movimento e diferenciação da cor.

A diferenciação de cor depende de algo que na fisiologia da medicina veterinária é chamada de: Geração do Potencial Receptor (DUKES, 1973). Em relação a anatomia ocular, a

visão é o resultado da união de diversas “peças” que preenchem nosso globo ocular e possuem ligação ao cérebro:

 Córnea: É a primeira estrutura do olho que a luz atinge;

 Íris: Possui a função de aumentar ou diminuir a pupila, com o intuito de que o olho possa receber mais ou menos luz, conforme as condições de luminosidade do ambiente;

 Pupila: É a abertura central da íris, por onde a luz entra para atingir o cristalino;

 Cristalino: Tem a função de ajustar a retina ao foco da luz que vem atrás da pupila. Consegue discretamente aumentar ou diminuir sua superfície curva anterior, a fim de se ajustar às diferentes necessidades de focalização das imagens que estão mais próximas ou mais distantes;

 Retina: É a membrana que preenche a parede interna em volta do olho, que recebe a luz focalizada pelo cristalino. Contém fotorreceptores que transformam a luz em impulsos elétricos, que o cérebro pode interpretar como imagens. Na retina existem dois tipos de receptores que são os bastonetes e os cones;

 Nervo óptico: É responsável por transportar os impulsos elétricos do olho para o centro de processamento do cérebro, para a devida interpretação;

 Esclera: É o nome da capa externa que envolve o olho, e continua com a córnea. É ela que da forma ao globo ocular.

Figura 2: Anatomia Ocular

Os fotorreceptores localizados na retina são denominados bastonetes e cones. Segundo Dukes (1973), os Bastonetes são sensíveis à baixos níveis de iluminação, chamada de visão escotópica, sendo responsáveis por distinguir os tons de cinza. Já os cones recebem estímulos luminosos brilhantes, sendo sensíveis a altos níveis de iluminação, chamado de visão fotópica, responsável pela visão em cores. “Os bastonetes são adaptados a visão noturna. [...] Os cones, encontrados em muitos animais, são adaptados para a visão em cores diurna intensa.” (CUNNINGHAM, 1997).

Figura 3: Formato dos Cones e Bastonetes2

Fonte: http://otcjosealves.blogspot.com.br/

Figura 4: Conexão entre células receptoras3

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Fonte: http://cienciadiaria.com.br/

A geração do potencial receptor dos bastonetes e cones é resultado de reações iniciadas pela luz absorvida por substâncias químicas denominadas pigmentos visuais. Cada pigmento visual absorve apenas a luz de alguns comprimentos de onda.

Thomas Young no século XIX, através de suas pesquisas e experimentos com superposição de luzes, conseguiu provar que todas as cores visíveis poderiam ser representadas com uma soma de três cores primárias. Ele chegou a conclusão que isso acontecia não em função das características do raio luminosos, mas da composição do sistema visual humano. Ele concluiu então que o raio luminoso era transportado ao cérebro através de três diferentes tipos de nervos, que transportavam respectivamente a cor vermelha, verde e azul-violeta.

Mais tarde o cientista alemão Hermann Von Helmholtz (apud CUNNINGHAM, 1997) continuou os estudos da teoria de Thomas Young, e propôs que o olho humano continha apenas três tipos de receptores de cor que respondiam mais intensamente a três comprimentos de onda que viriam a ser o vermelho (em inglês Red), o verde (em inglês Green) e o azul- violeta (em inglês Blue), o que viria a ser o R:G:B. Ele propôs ainda que cada tipo de receptor deveria possuir grande sensibilidade a incidência luminosa, porém com diferentes pontos máximos. Exemplificou então que exposta a certo nível de comprimento de onda a resposta média do R:G:B poderia dar uma sensação de azul-ciano, e quando aumentado o comprimento de onda poderia dar uma sensação de amarelo. A teoria tricromática de Young- Helmholts foi mais tarde verificada por James Clerk Maxwell, com seus discos rotativos.

De acordo com a Teoria de Young-Helmholtz, animais com visão em cores herdaram no mínimo dois, e em mamíferos superiores, três tipos diferentes de cones. Cada um deles é sensível de modo máximo a umas três cores primárias: vermelho, verde e azul. Qualquer cor percebida pode ser interpretada como composta de alguma proporção destas três cores primarias. (CUNNINGHAM, 1997)

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Fonte: http://cienciadiaria.com.br/2010/10/07/conexoes-entre-neuronios-e-celulas-receptoras-na-retina-sao- mapeadas-pela-primeira-vez/

Figura 5: Espectro da Visão Canina e Humana4

Fonte:http://holywestie.com.br/

De modo semelhante aos humanos, os cães e gatos possuem apenas dois tipos de receptores de cor, e são capazes de discriminar comprimentos de onda diferentes. Acredita-se que estes animais são capazes de diferenciar as cores violeta e azul, e que enxergam um tom de amarelo ao olharem para as cores vermelha, verde e amarelo, não conseguindo então diferenciar as mesmas.

Com relação à percepção de cores, animais como cães e gatos têm visão bicromática, no entanto eles discriminam centenas de tonalidades de cinza que, para nós, humanos, nos parecem apenas um tom. Típica característica da visão de

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