• Nenhum resultado encontrado

As TAB. 17 e 18 apresentam a comparação dos índices pelas equipes. Dessa forma, pode-se destacar que:

 a equipe D. J. apresentou uma maior média do índice de Comunicação, enquantoa equipe S.T. apresentou a menor, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. M: Cruzeiro apresentou uma maior média do índice de Interdependência, enquanto a equipe Atletas: Criciúma e Botafogo apresentaram as menores, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. J. apresentou uma maior média do índice de Conflito, enquanto a equipe Atletas: Descenso 2 apresentou a menor, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. J. apresentou uma maior média do índice de Potência, enquanto a equipe Atletas: Descenso 3 apresentou a menor, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. J . apresentou uma maior média do índice de autoeficácia, enquanto a equipe Atletas: Descenso 2 apresentou a menor, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. J. apresentou uma maior média do índice de Coesão, enquanto a equipe D.P. apresentou a menor, sendo essa diferença significativa;

 a equipe D. M.: Cruzeiro apresentou uma maior média do índice de Resultado, enquanto a os atletas do Botafogo apresentou a menor, sendo essa diferença significativa.

TABELA 17

Comparação dos Índices por equipe - Parte 1

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Índices Comunicação Interdependência Conflito Potência

Média I.C. - 95% Média I.C. - 95% Média I.C. - 95% Média I.C. - 95%

D. J. 9,503 [9,24; 9,70] 9,237 [8,90; 9,55] 9,373 [8,87; 9,72] 9,515 [8,84; 9,92] Adm. 7,846 [7,22; 8,41] 7,784 [7,25; 8,25] 6,917 [6,26; 7,50] 8,544 [8,11; 8,94] D. P. 6,840 [6,43; 7,28] 6,283 [5,96; 6,62] 6,031 [5,72; 6,33] 7,459 [6,99; 8,03] G. 7,276 [6,04; 8,45] 7,607 [6,43; 8,87] 6,628 [5,10; 7,85] 7,191 [5,94; 8,44] MKT 8,673 [8,32; 9,00] 8,583 [8,15; 8,99] 7,696 [7,26; 8,18] 8,960 [8,59; 9,31] S.T 4,911 [3,59; 6,77] 7,102 [6,06; 7,90] 4,838 [2,73; 6,66] 6,008 [4,88; 7,99] S. Tim 7,567 [7,12; 7,98] 8,150 [7,78; 8,5] 7,420 [7,00; 7,84] 8,089 [7,69; 8,47] Atletas: A 8,766 [7,44; 10,00] 8,631 [8,39; 8,83] 8,932 [8,53; 9,27] 8,796 [8,00; 9,59] Atletas: Descenso 1 7,320 [6,83; 7,85] 6,878 [6,10; 7,68] 6,644 [6,16; 7,10] 7,909 [7,44; 8,51] Atletas: Descenso 2 5,773 [4,44; 7,08] 5,953 [5,19; 6,83] 4,077 [3,11; 5,42] 6,482 [5,92; 7,04] Atletas: Descenso 3 5,403 [4,51; 6,40] 5,659 [4,48; 7,56] 5,377 [4,28; 6,95] 5,871 [4,93; 7,28] Atletas: Cruzeiro 8,556 [8,15; 8,95] 9,376 [9,13; 9,58] 8,324 [8,00; 8,63] 9,170 [8,78; 9,51] Atletas: B 6,703 [6,25; 7,24] 8,726 [8,43; 9,02] 7,325 [7,00; 7,58] 9,231 [8,38; 9,92] D.M.: Cruzeiro 8,757 [8,02; 9,38] 9,412 [9,07; 9,74] 8,467 [7,89; 8,99] 9,599 [9,3; 9,87] Junior: Cruzeiro 7,222 [6,74; 7,70] 8,262 [7,89; 8,58] 7,186 [6,71; 7,68] 8,449 [8,11; 8,77] Juvenil: Cruzeiro 6,815 [6,23; 7,38] 8,340 [7,99; 8,70] 6,857 [6,23; 7,46] 7,972 [7,43; 8,53] Preparação Física: Cruzeiro 8,096 [6,55; 9,23] 8,750 [7,95; 9,34] 7,599 [5,90; 8,87] 9,055 [8,02; 9,83]

TABELA 18

Comparação dos Índices por equipe - Parte 2

Índices Eficácia Coesão Resultado

Média I.C. - 95% Média I.C. - 95% Média I.C. - 95%

D.J 9,725 [9,47; 9,96] 9,821 [9,69; 9,94] 8,737 [7,31; 9,81] Adm 8,754 [8,30; 9,15] 8,306 [7,86; 8,72] 7,918 [7,47; 8,41] D.P 7,684 [7,24; 8,18] 5,620 [5,24; 6,00] 8,271 [7,61; 8,77] G. 7,658 [6,92; 8,18] 7,605 [6,64; 8,66] 7,384 [6,80; 7,95] MKT 9,064 [8,69; 9,40] 8,994 [8,56; 9,38] 8,813 [8,47; 9,16] S.T. 8,136 [7,47; 9,01] 6,470 [5,59; 7,55] 8,091 [7,40; 8,79] S.Tim 8,317 [7,94; 8,66] 8,051 [7,69; 8,39] 8,090 [7,74; 8,45] Atletas: A. 8,868 [8,00; 10,00] 9,634 [9,46; 9,77] 7,248 [6,57; 7,61] Atletas: Descenso 1 7,878 [7,32; 8,52] 7,881 [7,00; 8,74] 4,813 [4,31; 5,16] Atletas: Descenso 2 6,600 [6,00; 7,40] 6,879 [5,80; 7,96] 4,347 [2,97; 5,60] Atletas: Descenso 3 6,900 [6,20; 7,84] 5,620 [4,41; 7,43] 5,524 [4,76; 6,49] Atletas: Cruzeiro 9,381 [9,11; 9,60] 9,347 [9,03; 9,65] 9,310 [8,89; 9,61] Atletas: B 9,138 [8,85; 9,59] 9,366 [8,78; 9,91] 8,525 [6,92; 9,62] D.M.: Cruzeiro 9,651 [9,35; 9,90] 9,833 [9,58; 10,00] 9,626 [9,23; 9,93] Junior: Cruzeiro 8,872 [8,52; 9,21] 8,855 [8,55; 9,13] 7,584 [7,28; 7,91] Juvenil: Cruzeiro 8,859 [8,49; 9,17] 8,446 [7,98; 8,80] 4,448 [3,61; 5,14]

Preparação Física: Cruzeiro 9,194 [8,24; 9,87] 8,314 [6,11; 9,69] 9,251 [8,59; 9,81]

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação ao Modelo de Mensuração, os índices dos constructos Comunicação, Interdependência, Conflito, Potência, Eficácia, Coesão e Resultado alcançaram os critérios de validação, uma vez que apresentaram unidimensionalidade e altos indicadores de confiabilidade, validade convergente e discriminante (ver TAB. 9, 10 e 11).

O Modelo Estrutural possibilitou analisar e confirmar as hipóteses (H1-H2-H3-H4-H5) desse estudo que considera os construtos investigados como mediadores e antecedentes da Coesão, ou seja, as variáveis independentes (Comunicação, Conflito, Potência, Autoeficácia e Interdependência) influenciaram de forma significativa e positiva a variável dependente (Coesão). Dessa forma, quanto maior a Comunicação, a Interdependência,o conflito,a Potência e a Autoeficácia, maior tende a ser a Coesão da equipe.

O Modelo Estrutural estabelecido para esta pesquisa apresentou boa qualidade e validade dos resultados apresentados. Em relação à qualidade, o modelo apresentou um Gof de 57,63% indicando um bom ajuste do modelo (TAB. 12). O intervalo de confiança via Bootstrap está de acordo com os resultados encontrados pelo valor-p, indicando uma maior validade segundo osresultados apresentados.

Dentre os constructos investigados, a Potência e a Interdependência exerceram um maior impacto na coesão, enquanto o constructo Comunicação apresentou o menor impacto. As variáveis independentes (Comunicação, Conflito, Potência, Autoeficácia e Interdependência) foram capazes de explicar 76,0% da variabilidade de Coesão (TAB. 12).

A variável Interdependência relaciona-se com o compartilhamento das tarefas e/ou dos resultados, exigindo uma maior interação entre os membros da equipe. Sobre esse assunto, Wildman et al. (2012a, p. 120), sugerem que "o que as equipes fazem dizem pouco sobre a maneira como eles interagem como uma entidade social, mas como interagem proporciona uma compreensão mais profunda sobre as características singulares que as distinguem". Dessa forma, presume-se que equipes com elevados índices de Interdependência apresentem também índices mais elevados de Coesão.

Os índices menores encontrados no constructo (Variável) Comunicação podem ser explicados pelos modelos cognitivos. Wildman et al. (20012b), destacam quatro modelos cognitivos: Compartilhamento mental, Memória transacional, Estratégia de consenso e Consciência situacional. O Modelo mental é definido como uma representação mental dos conhecimentos compartilhados entre os membros da equipe sobre os principais componentes do ambiente envolvidos na tarefa (MOHAMMED; KLIMOSKI; RENTSCH, 2000). Austin (2003, p. 866), define Memória Transacional como "a combinação de conhecimento processado por cada indivíduo e a consciência coletiva de Quem Sabe o Que”. A estratégia por consenso é definida “como a compreensão compartilhada das prioridades estratégicas nos níveis superior, médio e operacionais da organização” (KELLERMANNS et al., 2005, p. 721). O modelo de Consciência situacional é definido como “a representação mental associada com a compreensão dinâmica da situação atual que é desenvolvida pelos membros da equipe momento a momento”(RICO et al., 2008citados WILDMAN et al., 2012, p. 90). Portanto, os modelos explicam o aprendizado tácito sobre a realização da tarefa, instrumentos, consciência dos membros, conhecimentos e crença sobre os processos mais adequados e eficientes no trabalho coletivo.

O constructo Conflito foi investigado por meio dos itens que procuraram medir a presença do conflito dentro da equipe e da capacidade de seus integrantes em gerenciá-lo. Os itensforam desenvolvidos de forma que os índices mais altos obtidos nas respostas significam um nível baixo de conflito intragrupo e uma alta capacidade de gerenciamento do conflito (ver TAB. 12). Os valores das médias, do desvio padrão e dos pesos atribuídos a cada item do grupo de perguntas do construto sugerem que o conflito de tarefa e de resultado estavam presentes nos grupos investigados, contudo, os resultados evidenciaram também que os que exerceram o maior impacto sobre a Coesão foram constituídos pelos quesitos que mensuravam o gerenciamento do conflito. Desse modo, os resultados encontrados nessa pesquisa corroboram pesquisas prévias (TECKLEAB; QUIGLEY; TESLUK, 2009; GREER;CARUSO; JEHN, 2011; JEHN, 1995, ao estabelecer que as equipes com alto nível de gerenciamento de Conflito são mais propensas a desenvolver a Coesão do que as equipes que apresentam baixo nível de gerenciamento do Conflito. O efetivo gerenciamento do Conflito favorece o clima de confiança e melhora as relações interpessoais.

Os resultados obtidos nesta pesquisa evidenciaram também que a Coesão influencia de forma significativa e positiva o resultado alcançado. Sendo assim, quanto maior a Coesão, maior tende a ser o resultado obtido pela equipe. A coesão foi capaz de explicar 23,1% da variabilidade do resultado da equipe. Confirmando, portanto, a hipótese 6 (H-6) (TAB. 12). A Coesão apresentou uma influência significativa e positiva sobre o resultado em todos os grupos, confirmando a Hipótese H-6 deste estudo, que considera a Coesão um antecedente do resultado da equipe. Este resultado corrobora os estudos anteriores de Carron, Brawley (2000); Vesković, ValdeviteIlić(2008); Evans, Eys e Bruner (2012); Harun e Mohmood (2012), que encontraram uma associação positiva entre a Coesão e o Resultado de equipes. Embora, sem haver diferenças significativas, cabe ressaltar que no grupo Esporte, a influência da Coesão foi menor do que no grupo Polícia Militar. Dessa forma, uma melhora na Coesão na Polícia Militar tende a aumentar mais rapidamente o Resultado que no grupo Esporte. Isso possivelmente ocorre porque os níveis de Coesão na Polícia Militar foram significativamente menores que no Esporte; isto é, o potencial de crescimento da Coesão no grupo Polícia Militar é maior do que o potencial de crescimento da Coesão no grupo.

Os respondentes do questionário da pesquisa foram compostos por atletas de futebol, policiais militares e funcionários do setor administrativo e, portanto, com natureza muito diversa. Uma preocupação inicial desta pesquisa foi a possível influência da diferença no entendimento dos itens elaborados para o questionário, ou seja, as questões poderiam ser entendidas de forma diferente entre os grupos investigados. Porém, após a análise Multigrupo (Modelo de Mensuração), pôde-se observar que os pesos atribuídos aos itensdos constructos foram estatisticamente iguais entre os grupos, indicando que a forma de entender e medir os constructos não variou por grupo. Além disso, os intervalos de confiança para o R² se sobrepõem, o que indica que o modelo se adequa igualmente e razoavelmente bem para os três grupos. Considerando as variáveis estudadas, verificou-se que o Gof apresentou valores consideravelmente satisfatórios para os três grupos (TAB 15). Sendo assim, os resultados indicam que o instrumento de medida (questionário) foi apropriado para os grupos investigados e que pode ser utilizado em investigações futuras.

A proposta inicial desta pesquisa foi de investigar a influência das variáveis nas equipes do mesmo grupo (intragrupo) e nos grupos com natureza diversa (intergrupo), ou seja, identificar quais foram as variáveis que melhor predisseram o resultado das equipes nos três grupos: a) Esporte; b) Polícia Militar e c) ADM; e, posteriormente, comparar as equipes com natureza distinta; isto é, verificar as similaridades e diferenças entre as equipes esportivas com a Polícia Militar e ADM. Entretanto, ao serem recebidos os questionários respondidos, observou-se que as equipes da Polícia Militar e da ADM foram agrupados de forma que não foi possível a identificação correta das equipes de trabalho; e que a perfeita identificação das equipes ocorreu apenas no grupo formado pelos atletas.

Para a resolução desse problema, os respondentes foram agrupados de acordo com sua capacidade de trabalho em equipe, baseados em dois construtos: a Coesão e a Interdependência. Os critérios adotados para a seleção da Coesão para representar a capacidade de trabalho em equipe, pautaram-se no estudo de Carron e Brawley (2000), que consideram a Coesão como um construto multidimensional, incluindo a viabilidade e a satisfação dos seus membros; enquanto a escolha do constructo Interdependência baseou-se nos estudos de Gully, Devine e Whitney (1992); Campion, Medsker e Higgs (1993); Wildman

et al. (2012), que encontraram em seus estudos uma forte associação entre Interdependência,

Coesão e Desempenho de equipes.

Após o agrupamento de acordo com a capacidade de trabalho em equipe (baseado nos constructos Coesão e Interdependência) verificou-se que o grupo do Esporte foi altamente associado ao grupo de alta capacidade de trabalho em equipe, enquanto que a Polícia Militar, foi fortemente associada ao grupo de baixa capacidade de trabalho em equipe. O grupo ADM foi associado ao grupo de capacidade intermediária de trabalho em equipe (ver GRAF. 1 e TAB. 16). Isso significa que o grupo Esporte apresentou as maiores médias de Interdependência e de coesão comparando com os demais grupos.

Os dados do grupo Esporte foram coletados com atletas de futebol de alto rendimento. Por meio da análise dos dados, observou-se que as equipes que obtiveram um resultado insatisfatório, apresentaram também índices muito baixos em todos os constructos investigados; das 10 equipes identificadas, 3 sofreram descenso da SÉRIE A para a SÉRIE B do campeonato Brasileiro. Essas equipes apresentaram os piores índices de Interdependência

e Coesão comparados com todas as outras equipes investigadas nesta pesquisa (TAB. 17 - parte 1 e TAB. 18 - parte 2). Em contrapartida, as equipes que obtiveram resultados muito satisfatórios (como a equipe formada por atletas do Cruzeiro) apresentaram os melhores índices em todos os constructos investigados. Os constructos Coesão e Interdependência apresentaram índices elevados (TAB. 17 - parte 1 e TAB. 18- parte 2), quando comparados com as demais equipes do grupo.

Sendo assim, os resultados desta pesquisa trazem uma contribuição gerencial ao estabelecer uma relação entre conceitos teóricos com os resultados práticos. Com base nos critérios e dados desta pesquisa, pôde-se concluir que as equipes que sofreram o descenso da SÉRIE A para a SÉRIE B eram compostas por indivíduos que não trabalharam em equipe, isto é, não houve uma sinergia positiva que permitisse criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. Diametralmente oposto, as equipes compostas por indivíduos que obtiveram resultados satisfatórios trabalharam como equipe, ou seja, apresentaram uma boa interação social, interdependência, identidade, satisfação e viabilidade, gerando uma sinergia positiva de desempenho maior do que a somatória de suas contribuições individuais.

O modelo estabelecido para esta pesquisa corrobora os estudos de Ilgen et al. (2005) e Mathieu et al. (2008) ao estabelecer os mediadores como antecedentes do desempenho das equipes. Após a análise dos dados, pode-se concluir que as variáveis Comunicação, Conflito, Interdependência, Potência e Autoeficácia influenciaram significativamente e positivamente na Coesão da equipe; e que a Coesão da equipe influenciou significativamente e positivamente o Resultado obtido pela mesma. Dessa forma, os dados obtidos confirmam as hipóteses elaboradas no modelo proposto para esta pesquisa e atenderam aos objetivos desta investigação.

Apesar de ter havido uma contribuição deste estudo, a impossibilidade de distinguir as equipes nos grupos formados por policiais militares e funcionários do setor administrativo trouxe uma importante limitação ao estudo, inviabilizando a análise e comparação entre as equipes destes grupos, fazendo, assim, com que um dos objetivos subjacentes não pudesse ser alcançado.

Para pesquisas futuras, sugere-se incorporar ao modelo apresentado, outras variáveis tais como: liderança e perfil sociodemográfico. Considerando a natureza dinâmica das equipes, a realização de estudos longitudinais e multiníveis forneceriam importantes contribuições sobre o funcionamento e o comportamento das equipes ao longo do tempo.

Documentos relacionados