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3.2 Modelos de Maturidade para o Negócio Electrónico

3.2.10 Comparação dos Modelos

Para comparação dos modelos foi utilizado o Framework de Jones et al. (2006) para avaliar modelos de maturidade de negócio electrónico. Na tabela 3.11 estão listados os resultados da aplicação do Framework.

Modelo Perspectiva Desenvol-

vimento Ênfase Verifi-cação Constrangi-mentos Foco Origem Nº Estádios

KPMG Negócio Linear Não refere

Não Não CE Sector

Privado 3

Poon e

Strom Tecnologia Linear PME Não Não NE Academia 4 Modelo de

Grant Negócio Linear PME Sim Não NE Academia 5 Modelo de

McKay Tecnologia Linear Não refere Não Não NE Academia 6

Modelo de

Earl Negócio Linear Não refere Não NE Academia 6

SOGe Tecnologia Linear Não

refere Sim Não NE Academia 6

Rayport e

Jaworski Tecnologia Linear Não refere

Não Não NE Academia 4

Modelo de

Rao Tecnologia Linear Não refere

Não Não NE Academia 4

Chan e

Swatman Negócio Linear Não refere

Sim Não NE Academia 4

Tabela 3.11 - Comparação entre os vários modelos segundo o Framework de Jones et al (2006)

Este framework contém oito elementos, descritos a seguir:

Perspectiva. Os autores identificaram quatro perspectivas: tecnológica,

indústria, negócio e desenvolvimento evolucionário.

Desenvolvimento. Este elemento identifica a estrutura, se é ou não linear. Ênfase. Este factor identifica a dimensão do negócio: grandes empresas,

pequenas e médias empresas ou sem referência.

Verificação. Este elemento identifica a verificação empírica do modelo. Constrangimentos. Este factor reconhece a existência de constrangimentos

ao crescimento do negócio electrónico.

Foco. Identifica se o foco é o comércio electrónico (CE), o negócio

Origem do sector. Identifica se o modelo é do sector público, privado ou da

academia.

Estádios. Este factor quantifica o total de estádios do modelo.

Da análise destes modelos ressalta que todos eles são modelos lineares e que nenhum prevê constrangimentos ao desenvolvimento. O número de estádios varia entre três e seis.

Da comparação dos modelos ressalta que a maior diferença entre eles é a perspectiva, que nuns casos é mais orientada para o negócio e noutros mais para a tecnologia. O foco é maioritariamente o negócio electrónico, o que se poderá justificar pelo facto do único modelo, cujo foco é o comércio electrónico, ser o modelo mais antigo (1997), altura em que o termo negócio electrónico ainda não era muito comummente utilizado. Como referido anteriormente, o termo negócio electrónico foi utilizado pela primeira vez, precisamente, em 1997 pela IBM. O número de estádios varia entre 3 e 6, situação também comum relativamente aos modelos de maturidade orientados à gestão e planeamento de SI. No que respeita à origem, a maior parte dos modelos têm origem académica e todos eles têm um desenvolvimento linear. Existem dois modelos cuja ênfase são as PME, sendo que os restantes modelos não especificam a sua ênfase. Mas, com a utilização deste

Framework ressalta também que nenhum dos modelos, na sua essência, têm

explicitados constrangimentos ao desenvolvimento, o que poderá ser considerado uma lacuna, uma vez que na prática será quase impossível que não surjam constrangimentos durante o processo evolutivo do negócio electrónico.

Síntese do capítulo

O objectivo deste capítulo foi o de realizar uma revisão da literatura sobre modelos de maturidade. Foi feita uma revisão do estado da arte dos modelos de maturidade orientados à gestão e planeamento de SI assim como dos modelos de maturidade orientados para o negócio electrónico. Posteriormente foi também efectuada a comparação dos vários modelos de maturidade para o negócio electrónico estudados utilizando o Framework de Jones et al.

4 Projecto de Investigação

A prática metodológica da investigação pode ser compreendida, de acordo com Crotty (1998), em quatro níveis de complexidade e abrangência crescente que interagem entre si. O nível dos métodos, que inclui técnicas para recolher e analisar dados; o nível da metodologia, processo de desenho da investigação em que se articula a escolha dos métodos com o problema e os objectivos da investigação; o nível da perspectiva teórica ou do paradigma de investigação, que fundamenta, contextualiza e suporta logicamente as opções metodológicas e o nível da epistemologia, que oferece a base filosófica de compreensão do processo de produção de conhecimento, subjacente ao trabalho de investigação.

A selecção da metodologia de investigação mais adequada a um determinado projecto de investigação tem sido, e, provavelmente, continuará a ser, um assunto polémico e em constante discussão e evolução (Stolen, 1993; Gable, 1994; Amaral, 1994; Pires, 2001; Varajão, 2002; Gonçalves, 2005; Rijo, 2008).

O método de investigação deverá ser o adequado ao problema em investigação (Amaral, 1994; Pires, 2001; Varajão, 2002; Gonçalves, 2005; Rijo, 2008).

Conforme apresentado na figura 4.1, o projecto partiu de uma fase preliminar de definição dos objectivos do estudo, após a qual se procedeu à concepção do projecto de investigação. Os trabalhos das fases seguintes foram desenvolvidos de

acordo com o plano estabelecido, tendo por referência o método de investigação definido. Numa fase final, os resultados alcançados foram revistos e sintetizados na presente tese. Nas secções subsequentes são explicitadas individualmente as diferentes etapas do processo.

Figura 4.1 – Projecto de Investigação

Na sequência de uma análise detalhada do problema, dos aspectos relevantes na elaboração de um trabalho científico, das diferentes abordagens e métodos, concluiu-se que um método de investigação que possibilitasse a verificação de um

1. Definição dos Objectivos do Estudo 2. Concepção do Projecto de Investigação 4. Conclusão do Projecto de Investigação 3. Método de Investigação 3.1 Formulação de Hipóteses 3.2 Amostragem 3.3 Recolha de Dados 3.4 Análise de Dados

conjunto de hipóteses seria particularmente adequado aos objectivos pretendidos neste trabalho, uma vez que, entre outros objectivos, se pretendem avaliar quais os constrangimentos associados à evolução do negócio electrónico.