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5 ANÁLISE DOS DADOS E DAS ENTREVISTAS

5.5 COMPARAÇÕES ENTRE OS CASOS

Sobre o Consórcio de Exportação de Maringá e o Projeto Setorial Integrado de Apucarana, ao confrontar-se com as características conceituais sobre redes, reconhece-se que estas são redes flexíveis, porque são empresas que cooperam e permanecem independentes. Também costumam utilizar o modelo de redes de subcontratação (CASTELLS, 2000), pois usam a terceirização para complementar a produção, oferecendo emprego a pessoas aposentadas, donas de casa. A geração deste emprego visa à melhoria do orçamento familiar destas pessoas, contribuindo para o desenvolvimento individual e econômico.

Nos dois arranjos produtivos, percebe-se o fortalecimento das atividades, participante, porque sem a finalidade única de laços financeiros entre si, procuram complementar-se técnica e mercadologicamente. No caso destes arranjos encontramos a rede vertical e a rede horizontal; no primeiro momento quando existe integração entre os elos da cadeia produtiva, como por exemplo, a terceirização e fornecimento de um para outro, e no sentido horizontal, no momento em que as empresas são do mesmo ramo e lançam um produto em conjunto para exportar.

Também percebeu-se que há preocupação no aumento da escala com a busca do comércio exterior, porque dessa forma podem melhorar e desenvolver

melhorando seu potencial industrial.

Em cada uma das associações pesquisadas existe apenas uma mulher entrevistada, sendo que as mesmas comentaram sobre a questão da aceitação dos homens tanto na gerência quanto na participação. O que para elas no primeiro momento parecia ser constrangedor, já não existe mais esta visão, porque as relações se mostraram favoráveis e que os homens faziam questão da participação das mesmas.

Dessa maneira o tratamento percebido por elas era de valorização com relação a presença feminina. Na entrevista, foi possível sentir que a presença feminina permite uma relação que contribui no sentido emocional, pois que a valorização dos relacionamentos foi percebido muito mais por elas do que por eles.

O Projeto Setorial Integrado tem seus pontos positivos:

1. As empresas que fazem parte do projeto são do mesmo ramo, e cada uma delas já está no mercado há algum tempo de forma que sua estrutura técnica administrativa estão bem capacitadas. Neste sentido coerência da cadeia de valor. O propósito do grupo associar-se foi pela proposta de conseguir melhores formas de negociações com fornecedores e também melhorar o estoque de matéria-prima. Essa idéia possibilitou a diminuição de espaço nas empresas e o reaproveitamento dessa área para outras atividades. A estocagem de tecido e de produtos mais comuns usados está na associação e à medida que as fábricas necessitam do tecido, são feitos os pedidos e são fornecidos ao empresário, fazendo acerto no final do mês.

2. O uso do comércio eletrônico, por parte da empresas entrevistadas desse projeto facilita nas vendas. Cada uma possui um site informativo sobre a sua empresa na internet, no qual é possível fazer a cotação de um pedido por meio deste, podendo as pessoas utilizar o programa que monta o modelo, de acordo com suas intenções e seus gostos.

3. Todas as empresas tem reconhecimento da ISO 9002 passando pelo processo de revisão dessa certificação, pois já está próxima a expirar o prazo de validade.

mudando ou se mudaram para localizações melhores e maiores e que atendem ao volume de produção atual.

5. A concorrência aumenta porque tanto na Cidade quanto em outros Estados existe a formação de outras associações que expandem sua produção, tanto a nível local quanto nacional, exigindo desta associação muito mais compromisso e competência.

6. O potencial de conquistar o cliente é muito semelhante; o que as diferencia são situações como: prazo de pagamento, condições de pagamento, diferencial no atendimento e na disponibilidade, assim como alguns aspectos subjetivos, como simpatia, presteza, indicações, etc.

7. A propagação da cultura exportadora pode permitir aos funcionários sentirem-se responsáveis pelo ganho da empresa, e também melhorar a auto-estima dos mesmos, possibilitando a melhoria da qualidade.

8. A divulgação das empresas por meio de representantes em outros Estados facilita e melhora o contato com clientes e pode aumentar o interesse de cliente em potencial.

Os pontos críticos:

1. O comércio eletrônico nem sempre é garantia de venda com absoluta idoneidade.

2. A diferença de preço entre os participantes do projeto leva o cliente em potencial a questionar a associação.

3. O Nordeste do país se apresenta como um grande competidor no mercado nacional, que gera barreira de custo, pois a mão-de-obra nessa região é mais barata.

4. É necessário procurar no mercado meios de diminuir os custos, seja com relação ao material utilizado, seja as metodologias de operação, devido à competição existente no mercado externo, principalmente no que se refere à China, Vietnã, Coréia do Sul, entre outros países que produzem a custo baixo.

No caso do Consórcio, os pontos positivos são:

1. Os empresários têm o propósito e muita motivação para as exportações devido às possibilidades de lucro.

empresários a melhorarem sua produção.

3. A moda feminina é um mercado bastante dinâmico, por isso existe necessidade de se conhecerem os gostos e a cultura do país no qual se quer entrar, porém alguns design deste segmento são muito bem aceitos.

4. O apoio da grande empresa ajuda as micro e pequenas a conseguirem melhor estrutura corporativa na competição externa.

5. A exploração do meio eletrônico permite encurtar as distâncias e facilitar os contatos com o exterior.

6. A expansão para a moda masculina pode garantir um novo mercado.

7. A BR CIA, como representante e divulgadora do grupo, abre no mercado externo condições de negociar outros produtos além daquele pelo qual é responsável.

Pontos críticos:

1. No Consórcio, as empresas participantes poderiam procurar a certificação de qualidade.

2. As empresas que têm mercado interno poderiam criar na internet um site, para que compradores interessados possam acessar de outros Estados e conhecer suas empresas.

3. Existem fatores econômicos e políticos que podem acarretar variação no custo do produto e levar à dificuldade para negociação de venda.