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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA-EMPÍRICA

2.1 TEORIAS E CONHECIMENTOS RELACIONADOS AO PROBLEMA

2.1.7 Pequenas e Médias Empresas do Paraná

Segundo a definição que consta no trabalho de Gonçalves, apud Colossi e Duarte (2000),

as pequenas e médias empresas, de modo geral, são definidas como aquelas que, não ocupando uma posição de domínio ou monopólio no mercado, são dirigidas por seus próprios donos, que assumem o risco do negócio e não estão vinculadas a outras grandes empresas ou grupos financeiros.

Atualmente, as pequenas e médias empresas encontram diversas barreiras e limites para a consolidação e desempenho em alguns setores produtivos. Encontram dificuldades em crédito, tecnologia, mercado, matéria-prima, qualificação de mão-de-obra, distribuição, entre outros problemas, que são difíceis de se equacionar, quando solitariamente administrados.

Segundo Farias; Castanha e Porto (2001), no Brasil, os incentivos e fomentos à pesquisa e ao desenvolvimento são fragmentados e as empresas de pequeno porte têm baixo peso específico, quando em negociações com fornecedores, tanto em matéria-prima, como nos demais insumos.

Porém ao mesmo tempo, as pequenas e médias empresas têm significativa importância já que têm alcançado um alto grau no valor de desenvolvimento econômico e na geração de empregos.

Conforme dados do IBGE7, do SEBRAE8 e do IPARDES9, no ano de 2001, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Paraná chegou a R$ 77 bilhões, ou seja, o PIB paranaense subiu 6,7% em relação a 2000, enquanto a média brasileira foi de 1,7%. De acordo com Gilmar Mendes Lourenço10, coordenador do IPARDES, este crescimento foi dado por cinco bases articuladas: o pólo automobilístico, a modernização do agronegócio, a ampliação do complexo madeireiro e papeleiro, a expansão da fronteira internacional e o melhor aproveitamento das vocações regionais.

Este crescimento gerou cerca de 155 mil empregos diretos e cerca de 550 mil indiretos em 2001. A expansão econômica do Paraná foi um dos reflexos deste aumento. Também os investimentos na formulação de política de desenvolvimento do Estado definiram áreas para a implantação de unidades industriais, otimizando o uso da infra-estrutura instalada associada ao desenvolvimento urbano e geração de emprego e renda para população local.

Também as relações entre as pequenas e médias empresas têm-se modificado ao longo do tempo devido ao desenvolvimento das redes, permitindo que as empresas se comuniquem e consigam criar um meio de negociar mais justo, diante da concorrência.

7 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

8 SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio para as Micro, Pequenas e Médias Empresas

9 IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

Segundo Fleury e Fleury (2001), as empresas pequenas, em geral, têm conhecimento “embutido nas cabeças” de seus proprietários; estas são empresas que realizam as diferentes fases do processo, desde o desenvolvimento do produto às atividades de operação, à colocação no mercado consumidor. Na realidade todo o processo organizacional está nas mãos de um ou de muitos poucos responsáveis e que estes são recursos criativos.

Segundo Bulgacov (1997), a habilidade do gerente ou grupo organizacional em obter vantagem competitiva e mantê-la é reconhecida como o único ativo não disponível em todas as organizações ou grupos gerenciais.

Neste aspecto, quando Gimenez (1990) comenta que a percepção do gerente sobre as transformações ambientais são fundamentais ao comportamento estratégico das empresas, ele percebe que as mudanças devem ser percebidas pelos empresários e isto se torna uma forte realidade para a pequena e média empresa.

Sendo que modelos e arquiteturas organizacionais com base em parcerias corporativas e atuação associativa possibilitam a inserção de alternativa para a resolução de problemas que afetam a competitividade em pequenas e médias empresas. Algumas destas soluções podem ser vistas como compartilhamento de informações e projetos gerenciais, diluição de riscos tecnológicos e flexibilidade industrial, logística e comercial. (RITA; SBRAGIA11).

Solomon (1986) comenta que o conjunto de pequenas e médias empresas podem ser uma espécie de poderosa força complementar para a grande empresa, governo e sindicatos de trabalhadores, na economia moderna. Pois, conforme Amato Neto (2000) coloca, as PMEs têm suas funções e virtudes:

• facilitar o processo de mudanças estruturais;

• propiciar o suporte de estabilidade da economia;

• manter os valores do ambiente socioeconômico de livre mercado.

As pequenas e médias empresas, em períodos de incertezas e em reflexos das atividades econômicas, servem de verdadeiros colchões amortecedores, conforme destaque de AMATO NETO (2000). Neste sentido, os impactos da crise

10 Comentário feito para o Diário da Manhã, acessado em www.diariodamanha.com.br/

edicoesanteriores/020317/geral4.htm

11 texto acessado em www.campus-oei.org/salactsi/santarita.pdf.

diminuem os efeitos negativos sobre as grandes empresas. E justamente aquelas sofrem baixa rentabilidade e alta taxa de índice de mortalidade.

Esse mesmo autor diz que é possível perceber-se nas pequenas e médias empresas algumas características que as destacam:

• desempenham atividades de baixa intensidade de capital e com alta intensidade de mão-de-obra;

• apresentam melhor desempenho quando solicitadas nas atividades que requerem habilidades ou serviços especializados;

• sobrevivem por estarem mais próximas do mercado e responderem mais rapidamente às mudanças;

• sobrevivem criando seus próprios meios para contrabalançar economias de escala.

Assim Hoffmann e Schlosser (2001) comentam que a colaboração entre empresas tem sido importante instrumento para melhorarem a competitividade entre as mesmas, principalmente em ambientes complexos e turbulentos.

As micro, pequenas e médias empresas também agora têm um grande empenho e se desenvolvem para a exportação, conforme Veiga e Markwald (1998).

Estas empresas classificadas como de segunda categoria, conquistaram seu espaço quando foram reconhecidas suas cidadanias empresariais, a partir da constatação de (i) seu dinamismo como pólo gerador de empregos na década de 80 e 90; (ii) da emergência de uma nova funcionalidade econômica, relacionada ao advento do pós-fordismo ou “especialização flexível”, pois sua conformação permite assimilar melhor o dinamismo do mercado e das possibilidades abertas (iii) pela introdução de tecnologias micro-eletrônicas e de informação na produção industrial, (iv) pelas oscilações qualitativas e quantitativas da demanda e (v) pela crescente agregação de serviços à produção de bens.

As análises e os estudos feitos sobre o tema foram capazes de mostrar que as MPMEs12 possibilitavam a desconcentração produtiva das grandes empresas. As novas e diversificadas formas de articulação entre as MPMEs e também a dinâmica na consolidação de redes ou federações destas empresas, tanto em setores industriais difusos de progresso técnico, quanto em indústrias tradicionais.

12 MPMEs – Micro, Pequenas e Médias Empresas.

Conforme Maciel e Lima (2002), o desenvolvimento e apoio dos pequenos e médios empresários contribuirão para alcançar as metas dos planos de estabilização econômica e da reforma administrativa que os países latino-americanos se impõem atualmente.