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Nesta subseção faz-se uma análise comparativa do resultados das percepções dos especialistas e dos empresários das MPEs, considerados no processo de cooperação para a inovação.

Os resultados quanto à percepção dos especialistas acadêmicos sobre o conceito da inovação pode ser uma inovação radical ou disruptiva, mas no contexto das MPEs são inovações incrementais. Para os empresários, a inovação faz algo diferente ou adaptado/adequa o produto ou o serviço. As duas percepções são complementares, de acordo com os acadêmicos, as MPEs só fazem melhorias no produto, no processo. Mas a inovação

deveria ser entendida como um conjunto de ideias que conduz às iniciativas, as quais resultam na criação ou em melhorias em produtos/serviços ou processos.

Quanto à definição da cooperação, para os acadêmicos, é atuar conjuntamente entre empresas, conseguindo compras coletivas em função dos volumes que se conseguem com os fornecedores; o compartilhamento de conhecimento para fazer troca de gestão da empresa, gestão financeira e gestão de recursos humanos; ou ainda, o trabalho com inovação e a busca por um diferencial competitivo no mercado para obter benefícios. No caso dos empresários, cooperação é a troca de informações, a troca de competências, para criar um produto com outra empresa.

Para os tipos de inovação, segundo a percepção dos acadêmicos, têm-se a inovação de produto, a de processo e a organizacional. Cada um deles tem suas perspectivas e opiniões que divergem entre si por não apresentar certeza se funciona dentro do contexto das MPEs. Já os empresários reconhecem ter inovação de produto e de processo, tendo dois deles mencionado a inovação de serviço.

Sobre a inovação como estratégia formalizada nas MPEs, para os acadêmicos, não se tem estratégia de inovação formalizada, a maioria das MPEs que inova é pela exigência do mercado, existindo uma inovação interna apenas de melhoramento, seja de produtos, seja de processos. As respostas dos empresários revelaram que nas MPEs a inovação é formalizada se elas estão inseridas em um parque tecnológico ou numa rede; e somente uma delas nasceu como estratégia de inovação, pois a maioria das MPEs só copia, o que, para eles, não é uma estratégia formalizada.

Quanto aos fatores negativos internos e externos para a inovação, os acadêmicos percebem que se têm obstáculos interempresariais e macroeconômicos, comportamento do empresário e mentalidade empresarial. Às vezes alguns empresários não querem mudar, não possuem perspectiva de visão, perfil cultural de gestor. Sobre os fatores externos, as MPEs não têm paciência ou não estão preparadas para entender essa lógica e conseguir esses apoios, como o acesso a um financiamento, a um regime tributário. Os empresários explicaram que se apresentam muitas dificuldades para inovar e, frequentemente, as empresas são taxadas de lentas, burocráticas, inibidoras da criatividade, do risco e da experimentação. As dificuldades nesse campo são resultado do maior comprometimento das organizações com os produtos, a melhoria e a geração de lucro.

Em relação aos fatores positivos internos e externos para a inovação, a flexibilidade é uma característica das micro e pequenas empresas muito importante para o processo da inovação, além dos órgãos e mecanismos de fomento, principalmente para os

recursos. Como fatores externos, quando as MPEs se associam, sobretudo com as instituições de pesquisa ou universidades, surgem os projetos de pesquisa para inovar, porque para as empresas desse porte montar projetos sozinhas se torna difícil. As parcerias com os programas de inovação com instituições ou identidades de classe são vistas como um fator de grande benefício, segundo os especialistas e os acadêmicos. Para os empresários, os órgãos de fomentos, como FINEP, CNPq, SEBRAE etc., são os que patrocinam a inovação no país, ajudam as empresas a crescerem. O fator interno que facilita a inovação está relacionado à adaptação rápida ao mercado com os seus produtos.

Com relação aos fatores motivadores da cooperação nas empresas, para os acadêmicos, as empresas cooperam por questão de sobrevivência, medo da competição e dificuldade de competir, o que leva as micro e pequenas empresas a cooperarem para sobreviver. Para os empresários, a necessidade e o baixo recurso fazem com que as empresas cooperem.

No que diz respeito aos principais atores (parceiros) com os quais as MPEs cooperam, segundo as respostas dos especialistas e dos acadêmicos, o Quadro 23 indica que o principal parceiro nas micro e pequenas empresas são as agências de desenvolvimento e as entidades de classe. E, de acordo com as respostas dos empresários, os principais parceiros são os clientes e os fornecedores.

Sobre as principais características da cooperação nas MPEs, como demonstraram todos os especialistas e acadêmicos entrevistados, encontra-se a confiança, sendo possível trocar recursos e informações; a confiança é necessária para poder funcionar a cooperação. E a troca de informações também é necessária para conseguir essa resolução conjunta de problemas. Na percepção dos empresários, suas atividades de cooperação são a participação da maioria em rede, composta de empresas parceiras e não concorrentes que trocam clientes e fornecedores (especialmente serviços). Todas essas empresas participam do sindicato cujo diretor coopera com uma central de compras, a gestão do meio ambiente e o controle dos resíduos, além dos recursos humanos.

Finalmente, como resultados da influência das relações de cooperação para a inovação, a cooperação entre empresas tem a capacidade de facilitar a realização de ações conjuntas e a transação de recursos para alcançar objetivos organizacionais. Dessa maneira, a cooperação interorganizacional apresenta outros benefícios, não só em inovação, como o caso das redes, segundo especialistas e acadêmicos, e as relações de cooperação para inovar, porque servem de exemplo próprio da união com a qual se conseguem as soluções das necessidades para as MPEs, de acordo com os empresários.

Em conclusão se pode perceber nesta pesquisa que tanto especialistas acadêmicos como empresários, na maioria das categorias pesquisadas, não diferem muito em suas opiniões. Somente algumas categorias, como por exemplo, referente aos principais atores envolvidos na cooperação interganizacional das MPEs. Porém, de modo geral, as suas opiniões são complementares, já que os acadêmicos estão dentro de universidades e os profissionais em entidades de classe e os empresários são os gestores de estes processos tanto a cooperação como a inovação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo apresenta as conclusões, implicações gerenciais e acadêmicas, limitações da pesquisa e sugestões para estudos futuros.