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Competências apontadas como contempladas de forma satisfatória no processo

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.4 DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES DAS COMPETÊNCIAS DO PERFIL

4.4.1 Competências apontadas como contempladas de forma satisfatória no processo

pesquisa.

Para analisar os resultados obtidos nas pesquisas, será utilizada uma classificação por faixa de pontuação, conforme apresentado na Tabela 05, atribuindo às competências classificadas com pontuação inferior a 4,00, como não atendidas de forma satisfatória.

PONTUAÇÃO CLASSIFICAÇÃO

De 4,01 a 5,00 Competência está presente de forma satisfatória De 3,51 a 4,00 Competência está presente de forma razoável De 1,00 a 3,50 Competência está presente de forma insatisfatória

Quadro 11 – Classificação da pontuação do formulário de pesquisa. Fonte: Elaborado pelo autor.

4.4.1. Competências apontadas como contempladas de forma satisfatória no processo de formação profissional

Na apuração dos resultados da pesquisa, considera-se competências apontadas como atendidas de forma satisfatória no processo de formação profissional, as que atingiram pontuação superior a 4,01 na avaliação pelo mercado de trabalho, e que desta forma não farão parte das proposições de melhorias, sendo elas:

COMPETÊNCIA

DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES

Universidade -> Pontos Mercado de Trabalho -> Pontos 2 – Formação

humanista

Forma um profissional com visão humanista

4,33 O profissional preza pelo cuidado do outro

4,33

7 – Aprender continuamente

Agente motivador 4,33 Buscam qualificação quando motivados pela

instituição

4,33

8 – Saber avaliar O conhecimento teórico é repassado

4,00 Tem este conhecimento, mas precisa melhorar

4,11

9 – Saber decidir O conhecimento teórico é repassado 3,89 Melhoram com a experiência 4,33 13 – Responsabilidade Presa pela responsabilidade profissional 4,44 Profissionais são responsáveis devido a atividade que exercem

4,33

14 – Empatia Forma profissionais comunicativos

4,44 Sabem interagir com o público/paciente

4,11

16 – Ser ético Preza pela ética 4,56 O profissional tem conhecimento e aplica

17 – Ser profissional

Preza pelo profissionalismo

4,56 São profissionais em suas ações 4,22 19 – Ter atenção à saúde Muito trabalhado no processo de formação

4,89 O profissional preza pelo cuidado do outro

4,11

Quadro 12 – Competências apontadas como contempladas de forma satisfatória no processo de formação profissional.

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Estas competências são contempladas de forma satisfatória durante o processo de formação profissional e são percebidas nas atividades e no comportamento dos profissionais da saúde. Cinco competências alcançaram 4,33 pontos na avaliação pelo mercado de trabalho, avaliando melhor os aspectos relacionados a humanização no atendimento as demandas da saúde, a ética e a responsabilidade profissional.

Mesmo sendo identificadas algumas fragilidades, entende-se que não há a necessidade de estabelecer estratégias de ajustes no processo de formação profissional destas competências, já que atendem ao que se espera em suas atividades.

A formação humanista (Universidade = 4,33 e mercado de trabalho = 4,33) está contemplada de forma satisfatória e mesmo com alguns apontamentos, entende-se que não compromete o processo de formação do profissional e a entrega de seus serviços ao mercado de trabalho.

O aprender continuamente (Universidade = 4,33 e mercado de trabalho = 4,33) está inserido após o processo de formação profissional, pela conclusão de sua graduação e ofertado sob a forma de especialização em áreas específicas de interesse destes profissionais ou das instituições de saúde as quais estão vinculados.

A Universidade motiva seus egressos a continuarem a busca por conhecimentos, mas isso depende muito de uma iniciativa individual, quando o mercado de trabalho não os obriga. As instituições de saúde pesquisadas ponderam que os cursos ainda são muito teóricos e que existe uma restrição à procura por especializações, pois depende da vontade do profissional em buscar se qualificar de forma permanente, mas quem tem interesse consegue manter-se atualizado.

Saber avaliar (Universidade = 4,00 e mercado de trabalho = 4,11) e saber decidir (Universidade = 3,89 e mercado de trabalho = 4,33) são habilidades que estão relacionadas entre si. As coordenações dos cursos entendem que as disciplinas atendem ao que foi proposto, porém a cultura da autoavaliação ainda não é uma realidade no ambiente de trabalho e que se limita a uma avalição de 180º, que é avaliar somente o outro.

O mercado de trabalho concorda afirmando que a avaliação dos resultados demora a ocorrer, pois depende de um amadurecimento profissional e o saber decidir limita-se a profissão de enfermagem, que nas instituições de saúde estão dentro de um processo hierárquico que muitas vezes define os limites de decisão.

A responsabilidade (Universidade = 4,44 e mercado de trabalho = 4,33), tida como uma das principais habilidades, é um dos grandes nortes no processo de formação profissional nos cursos da saúde e está totalmente atendida.

As instituições de ensino entendem que formam profissionais responsáveis em suas ações, e o mercado de trabalho atesta isso fazendo elogios ao comportamento de seus profissionais.

Outra competência que está totalmente atendida é a empatia (Universidade = 4,44 e mercado de trabalho = 4,11), porque tanto a Universidade como o mercado de trabalho não fazem apontamentos.

A capacidade de ser ético (Universidade = 3,56 e mercado de trabalho = 4,33) está contemplada de forma completa pela Universidade em seu processo de formação, pois está integrada às entidades reguladoras de cada profissão. Mesmo a ética sendo considerada aqui como uma competência de atitude, ela é trabalhada como um conhecimento pela Universidade e no mercado de trabalho é muito bem regulada. Esta é uma competência que não precisa de considerações.

Ser profissional (Universidade = 4,56 e mercado de trabalho = 4,22) é outra competência do grupo de atitudes que é bem avaliada pelas instituições de ensino e de saúde e, em grande parte, é fruto da ética exigida nestas profissões. Por se tratar de atividades relacionadas diretamente à saúde e à vida do ser humano, esta competência exclui do mercado de trabalho se o aluno não a tiver.

Ter atenção à saúde (Universidade = 4,89 e mercado de trabalho = 4,11) é uma competência classificada como atitude e bem avaliada pelas Coordenações dos cursos e pelo mercado de trabalho, pois se trata da essência do ser profissional na área da saúde.

Ambas as instituições, de ensino e de saúde, entendem que esta competência é atendida de forma eficiente, ressaltando-se apenas a necessidade de intensificar um pouco mais a preocupação com a saúde preventiva no processo de formação acadêmica.

4.4.2. Competências apontadas como contempladas de forma razoável no processo de formação profissional

Na apuração dos resultados da pesquisa, considera-se competências apontadas como atendidas de forma razoável no processo de formação profissional, as que atingiram pontuação entre 3,51 e 4,00 e que farão parte das proposições de melhorias.

COMPETÊNCIA

DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES

Universidade -> Pontos Mercado de Trabalho -> Pontos 1 – Formação

generalista

É trabalhada nas disciplinas sob forma de

conhecimento.

4,44

O profissional que atua na saúde pública não tem esta

preocupação.

3 – Formação reflexiva

Metodologias tradicionais não são

eficientes.

3,89

Falta analisar os resultados obtidos em suas atividades. 3,67 4 – Formação crítica Metodologias tradicionais não são

eficientes. 3,78 Falta a realização da autocrítica e de críticas propositivas. 3,67 5 – Dimensões biopsicossociais Contemplam a proposta de formação, mas com

dificuldade. 3,56 Identifica problemas de relacionamento e insegurança. 3,78 6 – Responsabilidade social

Contempla sob forma de conhecimento.

4,11

Falta a atitude de se envolver com ações, mesmo conhecendo os conceitos. 3,78 10 – Comunicação É trabalhada intensamente durante o curso. 4,11 Alguns profissionais têm dificuldade de se expressar. 3,78 11 – Escrita e leitura Fragilizada no processo de formação

3,67 Exige apenas o básico para as atividades diárias

4,00

12 – Liderança É trabalhada de forma

parcial. 3,33 Os profissionais não apresentam esta capacidade. 3,56 20 – Ser promotor da saúde integral do ser humano Trabalhado no curso como forma de conhecimento 4,78 É de conhecimento do profissional 4,00

Quadro 13 – Competências apontadas como contempladas de forma razoável no processo de formação profissional.

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Estas competências são contempladas durante o processo de formação profissional, mas são percebidas como razoáveis nas atividades e no comportamento dos profissionais da saúde no mercado de trabalho. Aspectos como a liderança, a formação generalista, critica e reflexiva, são enfatizadas nas entrevistas como preocupantes.

Em alguns pontos a Universidade e o mercado de trabalho concordam que há a necessidade de ser repensado o processo de formação profissional, como é o caso da competência “12 – Liderança”, porém em alguns casos a Universidade e o mercado de trabalho divergem como é o caso da competência “1 – Formação generalista”.

Identifica-se algumas fragilidades e entende-se que há a necessidade de estabelecer estratégias de ajustes no processo de formação profissional destas competências.

A formação generalista (Universidade = 4,44 e mercado de trabalho = 3,67) está contemplada de forma satisfatória no processo de formação, porém as instituições de saúde, principalmente as públicas, entendem que o profissional poderia vir mais preparado para o ambiente de trabalho.

A formação reflexiva (Universidade = 3,89 e mercado de trabalho = 3,67) e formação crítica (Universidade = 3,78 e mercado de trabalho = 3,67) recebem diversas considerações,

tanto das Coordenações dos cursos como do mercado de trabalho, sendo que a universidade aponta que o aluno tem restrições ainda em relação à construção de proposições de melhorias e o mercado de trabalho identifica fragilidades no momento de compreender o significado dos resultados alcançados.

Estas duas competências caminham juntas e são compreendidas como simplesmente um apontamento negativo, mas a proposta destas competências é da construção de uma crítica propositiva a partir de uma análise científica, eliminando as opiniões conclusivas. Destas duas competências, deve-se gerar uma estratégia de melhoria.

A dimensão biopsicossocial (Universidade = 3,56 e mercado de trabalho = 3,78) foi apontada como um problema a ser enfrentado, tanto pela Universidade como pelo mercado de trabalho, e impacta diretamente na capacidade destes profissionais em estarem equilibrados emocionalmente para as atividades que se propõem a desempenhar.

As Coordenações dos cursos compreendem que contemplam a proposta de formação como conhecimento sobre compreender o próximo, mas reconhecem que cada vez mais seus alunos demonstram esta necessidade neles mesmos, necessitando de um acompanhamento mais individual sobre seus medos e inseguranças.

O mercado de trabalho avalia esta competência como deficiente, identificando problemas de relacionamento e de insegurança frente a situações mais complexas. Em resumo, esta competência demanda um trabalho mais aprofundado pela Universidade e talvez até implementar metodologias que atendam estas necessidades em sala de aula.

A responsabilidade social (Universidade = 4,11 e mercado de trabalho = 3,78) é avaliada pelas instituições de ensino como satisfatórias no processo de formação profissional, pois tem suas teorias inseridas na estrutura curricular, mas o mercado de trabalho não avalia desta forma, apontando que faltam iniciativas por parte dos profissionais em ações sociais e em participar de atividades além das contratadas.

Pode-se considerar que na teoria, como um conhecimento, o profissional recebe a orientação sobre seu papel e sua importância no mercado de trabalho, mas as energias dispensadas são limitadas as atividades a eles atribuídas e, nesse momento, esta competência passa a ser uma questão de atitude.

A comunicação (Universidade = 4,11 e mercado de trabalho = 3,78), como uma competência de habilidade, é trabalhada de forma satisfatória pelos cursos da área da saúde e é consequência direta de outra competência, a da escrita e leitura. Compreende-se que, a partir desta nova geração que está na Universidade, a definição do que é uma forma aceitável de comunicação mudou.

O mercado de trabalho entende que esta competência pode ser melhor trabalhada no processo de formação profissional, pois sente deficiências na forma do profissional se expressar no ambiente profissional.

A capacidade de escrita e leitura (Universidade = 3,67 e mercado de trabalho = 4,00) continua sendo criticada pelas Universidades como um fator que restringe o desenvolver das disciplinas, atribuindo à formação do ensino fundamental e médio esta responsabilidade.

A Universidade não tem implementado ferramentas de nivelamento para esta competência e entende que existe restrições por parte dos estudantes, mas os efeitos desta deficiência recaem sobre as demais capacidades. Esta é, sem dúvida, uma preocupação no processo de ensino e aprendizagem e anseia por novas metodologias, mas o mercado de trabalho entende que atende ao essencial no ambiente profissional.

A liderança (Universidade = 3,33 e mercado de trabalho = 3,56) é uma habilidade contemplada de forma parcial no processo de formação dos profissionais da área da saúde, por representar uma necessidade relativamente nova em uma realidade que demanda grande conhecimento técnico.

As Universidades estão implementando aos poucos disciplinas que atendam esta nova demanda, mas ainda necessitam de uma atenção maior. O mercado de trabalho aponta esta necessidade também e identifica a incapacidade de liderar em seus profissionais. Fica bem claro que os cursos da área da saúde precisam encontrar metodologias que trabalhem de forma mais aprofundada esta competência.

Ser promotor da saúde integral do ser humano (Universidade = 4,78 e mercado de trabalho = 4,00) é uma competência essencial, a partir das novas diretrizes do SUS, e tem sido enfatizada pelos programas governamentais. Esta competência é classificada como uma atitude, mas muito trabalhada nos cursos como um conhecimento.

As instituições de saúde apontam que falta interesse dos profissionais em atuar na saúde da família, pois veem como uma atividade desconfortável. As estratégias de saúde da família do Governo Federal transcorrem sobre a saúde curativa e as etapas anteriores e posteriores, como a prevenção e ações sociais e educativas realizadas nas comunidades e, para isso, os profissionais devem estar dispostos a se envolverem com estas ações.

O conhecimento repassado sob forma de teoria aos alunos é essencial para o processo de formação, porém é necessário promover o envolvimento em ações sociais com metodologias ativas e que atendem também a competência da responsabilidade social.

4.4.3. Competências apontadas como contempladas de forma insatisfatória no processo de

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