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Competências do Quadro Europeu Comum de Referência

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.2. ANÁLISE DA ESTRATÉGIA DA POLÍTICA LINGUÍSTICA

2.2.6. Competências do Quadro Europeu Comum de Referência

Com o objetivo de melhor se compreender, como funciona o Ensino de línguas estrangeiras na Europa, de seguida apresentar-se-á os níveis existentes de competências referenciados no QECR. Este Quadro Europeu, já traduzido em 18 línguas, determinando os 6 níveis de competências (A1 ao C2), com a descrição das competências a atingir, para as línguas europeias, conforme indica a Figura 13.

Figura 13 – Competências do Quadro Europeu Comum de Referência Fonte: Edição Asa 2001 – QECR para as Línguas - Aprendizagem, ensino, avaliação

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Estes 6 níveis são decompostos em 11, eles mesmos subdivididos em “sub- competências”. Cada um pode ser objeto de uma análise que permite determinar o teor das sessões de aprendizagem. Uma lista de especificação descreve o que se pode aprender face ao contacto de uma língua estrangeira europeia como por exemplo os (conteúdos), (conhecimento) e (capacidades) linguística.

Com vista ao enquadramento da temática concernente ao “Desenvolvimento da

Linguagem” iremos identificar e classificar as componentes da competência linguística

segundo o instrumento orientador já referido anteriormente, o QECR. Identifica-se nesta lista as seguintes competências:

 Competência lexical;  Competência gramatical;  Competência semântica;  Competência fonológica;  Competência ortográfica;  Competência ortoépica.

Fonte: Conselho da Europa: Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, Porto, ASA Editores, 2001 no dia 07 de março de 2013

No intuito de clarificar os componentes linguísticos será feito uma abordagem individual de cada um deles, clarificando sua importância na aquisição do PLE.

Destaca-se na mesma ordem de apresentação:

1. Competência lexical - que se expressa na utilização de expressões bem elaboradas ou

no uso de palavras isoladas, por outro lado, “consiste no conhecimento e na capacidade de utilizar o vocabulário de uma língua e compreende elementos lexicais e gramaticais” (QECR, 2001:159);

2. Competência gramatical - na habilidade de classificar segundo as classes de palavras e

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rege a língua. Abarca a especificação dos elementos, das categorias, das classes, das estruturas e processos e a próprias relações;

3. Competência semântica - que se traduz na capacidade de produzir com sentido

respeitando a forma, algo que é tratado com consciência e que o aprendente detém na organização do significado conforme e citado (QECR, 2001:165) na citação seguinte: “da consciência e do controlo que o aprendente possui sobre a organização do significado”;

4. Competência fonológica - baseado na capacidade de perceber, reconhecer, discriminar

as unidades sonoras da língua (fonemas) e de as reproduzir e produzi-las em contextos específicos. Por outro lado, na capacidade de produzir variantes ou realizações fonéticas de um fonema sendo conhecido por alofones;

5. Competência ortográfica - na capacidade de reconhecer e produzir diferentes tipos de

escrita respeitando de forma correta todas a palavras, e sua pontuação e as convenções tipográficas tendo por base os sistemas alfabéticos;

6. Competência ortoépica – na capacidade e pronunciar corretamente palavras inéditas e

resolver ambiguidades aplicando assim, um conhecimento prévio das convenções ortográficas, em diversas situações insólitas.

Para além das referidas anteriormente, o QECR faz alusão a outras competências, que não deixam de ter sua importância no contexto da aquisição da linguagem de línguas estrangeiras que valerá a pena aqui mencionar, por exemplo:

Competência sociolinguística – na capacidade do aprendente saber lidar com situação

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situacional. Na maioria dos casos, deve-se ter em conta as regras de delicadeza, as expressões populares, os dialetos e sotaques distintos, as próprias diferencias de registo e culturais;

Competência pragmática - quando se trata da realização dos atos de fala concernente

ao ambiente decorrido do discurso. Ao aprender uma língua estrangeira, é provável que o aprendente comece com pequenas intervenções, normalmente com a pronunciação de palavras isoladas e posteriormente na extensão de uma única frase;

Competência funcional - no que diz respeito à capacidade de reconhecer e produzir

enunciados e textos escritos na comunicação para fins funcionais específicos por exemplo relativamente (questões, argumentação,dar/receber conselho…).

Além disso, o instrumento QECR menciona a vital importância da competência da comunicação, para atingir competência linguística, importa destacar os elementos visíveis na competência da comunicação: receção, produção e interação quando: “A comunicação é parte integrante das tarefas, envolvendo-se os participantes na interacção, na produção, na recepção ou na mediação, ou combinando duas ou mais destas actividades,..”

Assim como defende Maurais (1987:507), sem um conhecimento apropriado da língua oficial, administrativo ou nacional, será talvez difícil, a um indivíduo aceder ao poder, de participar na vida politica, de esperar obter um nível de educação superior ou de obter um empreso almejado e satisfatório. Na realidade, um conhecimento muito reduzido de uma língua pode privar um indivíduo de concorrer a certos concursos públicos, impedido de participar em pleno na via social, económica e política de uma coletividade.

Em conclusão, resume-se que é preciso um grande investimento pessoal por parte dos aprendentes de PLE, isto é, um empreendimento total na tentativa de atingir a competência linguística, englobando todas a competências mencionadas em detalhe anteriormente.

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Brito considera que as “as TIC permitem leituras variadas, pelo que alfabetizar hoje é muito mais que saber apenas ler e escrever; é sobretudo interpretar os vários tipos de informação disponibilizada pelas tecnologias. Lê-se hoje por várias razões, havendo necessidade de se cruzar a informação a que temos acesso” Fonte: www.ese.ips.pt/nonio/esp_aberto/santiago.doc, pág 1.

Nesse caso, a exigência de dominar tais competências, podendo ser articulado em paralelo, com a cooperação dos meios virtuais, das TIC e dos elementos de Multimédia mencionados, de forma a permitirem, ao indivíduo, o desenvolvimento de uma personalidade mais rica e complexa, por consequência proporcionará uma maior capacidade de aprendizagem linguística e também uma maior abertura a novas experiências culturais.