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5. ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE AS COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS E

5.3. Competências de Mestre

De acordo com o Decreto-Lei N.º 115/2013 de 7 de agosto, do Ministério da Educação, que regulamenta o regime jurídico dos graus académicos e dos diplomas do ensino superior, o grau de mestre pode ser conferido numa área de especialidade a quem possuir e souber aplicar um elevado nível de conhecimentos e de capacidade de compreensão, ter a capacidade para integrar conhecimentos, deter da capacidade para comunicar as suas conclusões e os seus conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, e possuir competências que lhe permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo.

No decorrer da Unidade Curricular Estágio Final, todas as atividades e estratégias desenvolvidas contribuíram para a aquisição de competências de mestre, que se consideram globalmente adquiridas.

106 Desenvolveu-se um exercício profissional de enfermagem que, pela observância sistemática do regulamento de competências específicas do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação e do regulamento de competências comuns do enfermeiro especialista, procurou respeitar permanentemente as etapas do processo de enfermagem, com vista a uma tomada de decisão fundamentada que permitiu a aquisição de competências clínicas de conceção, prestação, gestão e supervisão dos cuidados na área especializada de enfermagem de reabilitação, ou seja, permitiu a aquisição da primeira competência de mestre (Regulamento n.º 122/2011 de 18 de fevereiro da Ordem dos Enfermeiros; Regulamento n.º 125/2011 de 18 de fevereiro da Ordem dos Enfermeiros).

O desenvolvimento do projeto de mobilização articular precoce da pessoa submetida a ventilação mecânica invasiva e os resultados que se obtiveram da sua implementação no contexto da prática de cuidados, possibilitaram a aquisição da segunda competência de mestre, uma vez que contribuíram para o desenvolvimento da investigação numa área específica da enfermagem de reabilitação, em especial da área da reeducação funcional motora e dos exercícios terapêuticos de mobilização articular. Conforme já foi mencionado anteriormente, os resultados obtidos revelam-se limitados em virtude da dimensão da população que foi alvo do projeto de intervenção, consequência do tempo disponível para a realização da Unidade Curricular e da restrita população que obedeceu aos critérios de inclusão no projeto. Apesar dessa limitação, com a segurança de que os resultados obtidos vão de encontro aos resultados de outros estudos que serviram de suporte para o desenvolvimento do projeto, no que respeita à efetividade das intervenções desenvolvidas para a prevenção de diminuição da amplitude articular (Cameron et al., 2015; Dammeyer et al., 2013; Denehy et al., 2017; Hashem et al., 2016a; Kisner & Colby, 2005; Kisner & Colby, 2007; McWilliams et al., 2015; Ntoumenopoulos, 2015; Schober & Thornton, 2013) e à exequibilidade e segurança das intervenções de enfermagem de reabilitação (Azevedo & Gomes, 2015; Cameron et al., 2015; Davis et al., 2013; Denehy et al., 2017; Hashem et al., 2016a; Hodgson et al. 2013; Hodgson et al., 2016; Holdsworth et al., 2015; Ntoumenopoulos, 2015; Schmidt et al., 2016; Schober & Thornton, 2013; Taito et al. 2016), antecipa-se a divulgação dos resultados alcançados, com vista à disseminação e à promoção do papel do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação e à promoção das suas intervenções especializadas, nomeadamente as intervenções que incluem os exercícios terapêuticos de mobilização articular.

107 Pela habitual complexidade dos cuidados de enfermagem de reabilitação exigidos pela pessoa em situação crítica e pela frequência com que surge a necessidade de se realizar uma prática reflexiva sobre as implicações e as responsabilidades éticas, profissionais e sociais, promoveu-se a aquisição de conhecimentos que visou a melhoria da capacidade para a integração, tomada de decisão e gestão de situações complexas, compatível com a terceira competência de mestre.

No que respeita à quarta competência de mestre, o desenvolvimento autónomo de conhecimentos, aptidões e competências ao longo da vida, considera-se que esta é uma competência que tem vindo a ser desenvolvida desde o início do exercício profissional de enfermagem, para a qual tem contribuído uma atitude de permanente busca pelo conhecimento e pela mais recente evidência científica, com o principal objetivo de realizar e de promover uma prestação de cuidados de enfermagem que respeite o estado da arte. No decorrer do Curso de Mestrado em Enfermagem, esta atitude intensificou-se, pela necessidade de adquirir conhecimentos para a resolução de problemas e de novas situações na área da especialidade em enfermagem. Com a convicção de que com o título de mestre aumentam as responsabilidades profissionais e com a certeza de que a excelência dos cuidados será um objetivo permanentemente presente, em todo o exercício profissional, prevê-se que o desenvolvimento de conhecimentos, aptidões e competências continuará a ser um objetivo sistematicamente procurado.

A integração em equipas multidisciplinares na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, E.P.E., onde se inclui a equipa de desenvolvimento do sistema de informação em enfermagem do contexto da prática de cuidados e o grupo de enfermeiros dinamizadores da qualidade da instituição, é reflexo de uma atitude de permanente participação e vontade em contribuir para a melhoria dos cuidados de enfermagem em diferentes contextos da prática de cuidados. A integração nestas equipas, assim como todas as atividades desenvolvidas no decorrer da Unidade Curricular Estágio Final, ofereceram um elevado contributo para a aquisição da quinta competência de mestre, que se refere à participação de forma proativa em equipas e projetos em contextos multidisciplinares e intersectoriais.

Pelas competências adquiridas nas áreas da enfermagem de reabilitação e nos domínios de competências comuns do enfermeiro especialista, tornou-se possível a aquisição da sexta competência de mestre, ou seja, a aquisição de capacidades para a análise diagnóstica, para o

108 planeamento, para a intervenção e para a avaliação da formação dos enfermeiros e dos colaboradores do contexto da prática de cuidados.

O processo de desenvolvimento das competências específicas do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação e das competências comuns do enfermeiro especialista, descrito de forma detalhada nos subcapítulos 5.1. e 5.2., contribuiu para aquisição plena da sétima competência de mestre.

Por todas as estratégias e atividades desenvolvidas no decorrer da Unidade Curricular e por todas as oportunidades de desenvolvimento de uma prática de cuidados de enfermagem de reabilitação, é com segurança que se afirma que se conseguiram atingir as competências de mestre propostas para a Unidade Curricular, nomeadamente as competências que implicam um conhecimento no domínio da especialidade em enfermagem de reabilitação.

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6. ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO