• Nenhum resultado encontrado

COMPLETITUDE DOS CAMPOS ESSENCIAIS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE DE

18. GESTÃO EM SAÚDE

18.1 COMPLETITUDE DOS CAMPOS ESSENCIAIS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE DE

ESTADO DE ALAGOAS – 2006 A 2010.

A informação é essencial à tomada de decisões. As informações são imprescindíveis ao atendimento individual e à abordagem de problemas coletivos, utilizando-se o conhecimento que gera desde a assistência direta nas unidades de saúde até o estabelecimento de políticas específicas e formulação de planos e programas (MOTA; CARVALHO, 1999).

A evolução do Sistema de Saúde no Brasil foi acompanhada do desenvolvimento de vários Sistemas de Informação em Saúde (SIS) voltados para diferentes dimensões: epidemiológica, demográfica, logístico e outras funcionalidades.

Dentre os SIS de abrangência nacional, três deles podem ser classificados como de racionalidade epidemiológica: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

O SIM foi o primeiro deles criado em 1975, dispõe de dados informatizados desde 1979 (BRASIL, 2005) e, atualmente, o seu órgão gestor é a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Os dados de mortalidade são fundamentais para a elaboração de políticas de saúde e para a organização dos serviços, além de servirem como base para a prevenção de doenças. As informações sobre mortalidade fetal e perinatal são também de importância fundamental para o planejamento local de saúde. As causas de morte são indicadores de tendência quando comparadas em relação ao tempo, (ROUQUAYROL, 1999).

O Sinasc foi implantado em todo o país em 1990, visa informar os nascimentos ocorridos no país e representa uma fonte de informação relevante para as estatísticas de saúde, análises epidemiológicas e demográficas. As informações desse sistema são fundamentalmente importantes na área materno-infantil, pois fornece estimativas das taxas de natalidade, de fecundidade e de mortalidade para menores de um ano, contribuindo, ainda, para a qualificação do Sistema de Informação sobre Mortalidade (BRASIL, 2009), como também variáveis que

183

permitem obter informações da assistência pré-natal, parto e condições de nascimento.

O Sinan foi desenvolvido entre 1990 e 1993, visando sanar as dificuldades do Sistema de Notificação Compulsória de Doenças (SNCD) e substituí-lo considerando o razoável grau de informatização do país. É considerado o mais importante sistema para a vigilância epidemiológica (BRASIL, 2005). Foi concebido para ser usado como a principal fonte de informação para analisar a história natural de um agravo ou doença e estimar a sua magnitude como problema de saúde; detectar surtos ou epidemias; bem como elaborar hipóteses epidemiológicas a serem testadas em estudos específicos (LAGUARDIA et al., 2004).

No Sinan, o sistema é composto de um instrumento de coleta de dados e base única referente a notificação individual dos casos e contem as informações sócio-demográficas inerentes a qualquer agravo e, um instrumento de coleta de dados e base específica de investigação para cada agravo de notificação compulsória.

Desde 2007, o Sinan funciona numa plataforma denominada Net, o que ocasionou não só mudança de ambiente de programação, como também dos instrumentos de coleta. Entre as modificações na notificação está a inclusão da variável gestante, devido a importância dessa informação na prevenção de complicações como desencadeamento oportuno de intervenções.

Um dos grandes problemas enfrentados na utilização desses sistemas refere-se à qualidade dos dados. Em 2005 na 58ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi instituído a Rede Métrica da Saúde (Health Metrics Network), a primeira parceria global que tem o intuito de apoiar os países menos desenvolvidos a aprimorar a qualidade da informação em saúde. No Brasil, o monitoramento da qualidade dos dados dos SIS não segue um plano regular de avaliação, existem algumas iniciativas não sistemáticas e isoladas.

Lima et al. (2009) revisando estudos que se propuseram avaliar as dimensões de qualidade dos dados dos SIS analisaram nove dimensões: acessibilidade; clareza metodológica; cobertura; completitude; confiabilidade; consistência; não– duplicidade; oportunidade e validade.

A metodologia criada pela Rede Métrica da Saúde propõe para avaliação da qualidade de dados de SIS e indicadores provenientes desses sistemas, critérios semelhantes às dimensões ressaltadas acima, e acrescentam outros: desagregação

184

(disponibilidade de estatísticas estratificada por sexo, idade, status socioeconômico, região geográfica ou administrativa importante e etnia, conforme o caso); confidencialidade; e segurança no acesso de dados (na medida em que as práticas são em conformidade com as rotinas e outras normas estabelecidas para o armazenamento, backup, transporte de informações – especialmente através da Internet – e recuperação) (Organização Mundial da Saúde, 2008).

O documento A Construção da Política de Informação e Informática em Saúde no SUS enfatiza a importância e completitude das variáveis idade, gênero, raça ou etnia, escolaridade, ocupação e classe social, por serem características sócio-demográficas e que podem ser utilizadas para a realização de estudos que objetivem as reduções das desigualdades em saúde e ampliação do acesso aos serviços de qualidade (BRASIL,2003).

Esse estudo se propõe a analisar a dimensão completitude dos três sistemas de informação de racionalidade epidemiológica (Sinasc, SIM e Sinan) que no estado de Alagoas estão sob a gestão da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, subordinada a Superintendência de Vigilância em Saúde.

Realizado um estudo observacional, transversal a partir de dados secundários do período de 2006 a 2010, do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (282.956 registros), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (253.840 registros) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (87.324 registros) da Secretaria do Estado da Saúde de Alagoas.

A definição utilizada para completitude foi: grau em que os registros possuem valores válidos ou estejam presentes (não se encontrando em branco). Para estratificação da análise utilizou-se a divisão do estado em Regiões de Saúde (cinco regiões).

Para a avaliação foram considera das as variáveis demográficas e as de maior significado epidemiológico. Na análise dos três sistemas foram analisadas as variáveis sócio-demográficas: raça/cor, escolaridade e ocupação (no caso específico do Sinasc, a primeira referente a mãe e RN e as duas últimas referentes a mãe). Também foi analisada a variável nome da mãe por ser um campo essencial para eliminação de duplicidades. No SIM e Sinasc também foi avaliada a variável sócio- demográfica estado civil.

As outras variáveis foram selecionadas de acordo com cada sistema, sendo assim discriminado:

185

Sinasc – variáveis referentes a assistência pré-natal (número de consultas pré-natal), história reprodutiva, da gestação e do parto (idade materna, total de filhos nascidos vivos e natimortos, tipo de parto, sexo do recém nascido, peso ao nascer e presença de anomalia ou malformação congênita).

Sinan– o campo gestante para os casos de doenças notificados em mulheres em idade reprodutiva (10 a 49 anos), sendo neste caso excluído os casos de sífilis congênita, síndrome da rubéola congênita, gestante com HIV e sífilis em gestante.

SIM – variáveis relativas aos óbitos fetais ou menor de 1 ano: idade da mãe, escolaridade, duração da gestação, tipo de gravidez, duração da gestação, tipo de parto, peso ao nascer , morte em relação ao parto.

Foi calculada a proporção de completitude sendo considerado como completo quando o preenchimento não estava em branco ou com a alternativa ignorado (9). Utilizou-se como parâmetro para classificação da completitude os seguintes graus de avaliação: excelente (>95%), bom (90 a 95%), regular (80 a <90%), ruim (50 a <80%) e muito ruim (<50% ou menos)(Romero; Cunha, 2007).

Sistema de Informação de Nascidos Vivos –Sinasc

Segundo os dados do Sinasc, no período analisado, o ano onde ocorreu o maior número de nascidos vivos no estado de Alagoas foi no ano de 2008. A 1ª RS foi a responsável pelo maior número de nascimentos e a 5ª RS pelo menor número (Figura 01).

Fonte: Sinasc/SES/AL

Figura 01 – Frequência de nascidos vivos segundo Região de Saúde, estado e ano de ocorrência, Alagoas, 2006 a 2010.

186

Observa-se que as variáveis: escolaridade, estado civil, raça/cor do RN, número de consultas pré-natal, tipo de parto, peso ao nascer, presença de anomalia congênita e nome da mãe, apresentam excelente completitude em todo o período, com exceção apenas da 2ª Região de Saúde que apresentou um desempenho classificado como bom na variável escolaridade em 2006 e, na variável estado civil regular nos anos 2006 a 2008 e 2010 e bom no ano de 2009.

Quando comparada a completitude da variável ocupação de 2006 com a observada em 2010, verifica-se que houve uma melhoria na classificação do estado, passando de ruim para boa. No entanto são observadas diferenças interregionais na melhoria do preenchimento no sistema, sendo a 2ª e 4ª RS as que apresentaram melhor evolução na classificação (ruim em 2006 para excelente em 2010). Na 3ª RS observou-se uma queda no desempenho da completitude, passando a mesma de bom para ruim. A 5ª RS se mantendo na classificação de grau ruim de completitude no período avaliado (Tabela 01).

187

Tabela 01 – Proporção da completitude das variáveis* do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos segundo região de saúde e estado, Alagoas e Regiões de Saúde, 2006 a 2010.

Variável Estado e regiões 2006 2007 2008 2009 2010

Escolaridade da mãe 1ª RS 97.0 97.6 98.4 99.2 99.0 2ª RS 94.2 94.7 95.9 96.6 96.8 3ª RS 98.6 99.2 99.3 99.3 98.7 4ª RS 98.8 98.9 98.7 97.4 97.6 5ª RS 95.9 95.5 97.2 98.3 97.9 Alagoas 97.2 97.6 98.2 98.4 98.4 Ocupação da mãe 1ª RS 93.7 94.6 95.3 96.5 96.9 2ª RS 76.8 91.3 92.6 95.4 97.2 3ª RS 87.4 83.7 82.8 68.8 66.6 4ª RS 79.7 94.6 97.1 97.4 97.0 5ª RS 72.5 83.5 83.3 78.5 79.4 Alagoas 86.3 92.4 93.5 92.9 93.2 Raça da mãe 1ª RS 98.8 98.7 99.1 99.7 99.7 2ª RS 95.8 96.4 96.6 97.0 97.5 3ª RS 99.4 99.5 99.7 99.5 99.4 4ª RS 99.2 99.4 99.8 99.7 99.6 5ª RS 97.2 96.3 97.5 98.5 98.5 Alagoas 98.5 98.5 98.9 99.3 99.4 Estado civil 1ª RS 99.2 98.8 99.2 99.4 96.5 2ª RS 87.8 88.0 90.5 92.4 90.9 3ª RS 99.1 99.3 99.7 99.3 96.4 4ª RS 98.8 99.2 98.8 97.9 96.8 5ª RS 98.5 97.7 98.1 98.8 97.0 Alagoas 97.7 97.6 98.1 98.3 96.0 Filhos vivos 1ª RS 94.0 94.1 93.9 96.2 98.4 2ª RS 83.4 83.1 83.3 81.6 79.3 3ª RS 81.8 84.8 83.5 88.7 93.3 4ª RS 68.0 68.4 65.6 66.9 65.4 5ª RS 90.2 91.1 91.6 94.5 77.3 Alagoas 85.0 85.6 84.8 86.7 87.0 Filhos mortos 1ª RS 88.5 88.1 87.5 91.0 96.4 2ª RS 54.9 55.4 60.2 58.5 58.0 3ª RS 49.3 57.2 56.3 61.1 73.8 4ª RS 37.0 38.8 36.1 37.0 35.1 5ª RS 81.1 83.6 86.2 88.8 41.0 Alagoas 67.5 69.0 69.0 71.4 72.8 Fonte: Sinasc/SES/AL

*Apenas as variáveis que apresentaram alterações na classificação do grau de completitude.** A variável raça/cor da mãe foi incluída no Sistema no ano de 2010.

188

As variáveis “filhos vivos e filhos mortos” apresentaram melhoria no seu preenchimento no decorrer do período, entretanto o estado permanece com completitude regular e ruim respectivamente durante todo o período. Dentre as regiões, observa-se que 5ª RS tem decaído no período saindo do bom grau de completitude para ruim na variável filhos vivos e da classificação regular para muito ruim em filhos mortos. A4ª RS é quem apresentou o pior grau de completitude, sendo classificada como ruim e muito ruim respectivamente durante todo o período.

A variável Raça/cor da mãe foi uma das inseridas na ultima modificação feita no instrumento de coleta e sistema de informação no ano de 2010, sendo assim, a mesma não foi considerada para análise.

Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM

No estado de Alagoas e regiões observa-se o registro de óbitos não fetais crescente e óbitos fetais e em menores de um ano decrescendo com exceção do ano de 2008 que no estado e na maioria das regiões ocorre decréscimo nas duas categorias (Tabela 02).

Tabela 02 – Frequência de tipo de óbitos segundo regiões de saúde, estado e ano da ocorrência. Alagoas, 2006 a 2010.

Estado e regiões Tipo de óbito 2006 2007 2008 2009 2010

Alagoas Não fetal 15390 16468 16170 16876 17486

Fetal e < de 1 ano 1827 1774 1654 1693 1474 1ª RS Não fetal 8811 9282 9330 9492 9984 Fetal e < de 1 ano 1022 1001 997 965 908 2ª RS Não fetal 1339 1551 1447 1475 1645 Fetal e < de 1 ano 148 157 115 116 78 3ª RS Não fetal 1218 1267 1329 1327 1275 Fetal e < de 1 ano 135 100 105 100 72 4ª RS Não fetal 3235 3478 3297 3747 3757 Fetal e < de 1 ano 463 454 398 460 384 5ª RS Não fetal 787 890 767 835 825 Fetal e < de 1 ano 59 62 39 52 32 Fonte: SIM/SES/AL

Analisando as variáveis do SIM relacionadas ao total de óbitos não fetais (Tabela 03), observa-se:

189

Nome da mãe- única variável que durante todo o período tem excelente grau de completitude, provavelmente explicado pela exigência da apresentação de documentos para emissão da Declaração de óbito.

Estado civil - segunda variável com melhor preenchimento. Em 2006, a maioria das RS apresentavam grau de completitude classificado como ruim (exceto a 3ª RS classificada como regular), evoluindo para regular no término do período de análise. A 3ª RS que evoluiu de regular para bom grau de completitude.

Raça - demonstra crescimento da completitude na maioria das regiões, apresentando no último ano da avaliação grau excelente na 2ª e 3ª RS, bom na 4ª RS e na 1ª RS completitude regular. No entanto na 5ª RS que no período 2007-2008 chega a alcançar bom grau de completitude, apresenta evolução desfavorável e, no ano de 2010 passa a ser classificada como ruim.

Escolaridade e ocupação – são duas variáveis que apresentam uma evolução percentual positiva no preenchimento, porém ainda não conseguem ultrapassar a classificação de grau ruim em sua completitude em nenhuma das RS. Observa-se ainda que durante todo o período a 5ª RS permanece com grau muito ruim de preenchimento para escolaridade e a 1ª RS também evoluiu desfavoravelmente para ocupação.

190

Tabela 03 – Proporção de completitude das variáveis do Sistema de Informação sobre Mortalidade, segundo região de saúde e estado. Alagoas, 2006 a 2010.

Variável Estado e Regiões Proporção de completitude das variáveis (%)

2006 2007 2008 2009 2010 Raça/cor 1ª RS 57,2 61,8 69,3 65,3 65,1 2ª RS 73,7 78,8 93,7 94,2 95,4 3ª RS 92,8 97,0 97,8 96,7 97,6 4ª RS 50,1 57,6 72,6 77,7 83,5 5ª RS 86,9 90,8 93,5 87,5 74,4 Alagoas 61,5 66,8 75,7 74,1 74,7 Escolaridade 1ª RS 10,6 21,0 38,1 54,5 53,6 2ª RS 36,1 42,0 60,3 62,0 68,8 3ª RS 54,2 60,5 68,5 70,2 73,2 4ª RS 17,2 27,8 47,9 51,9 57,0 5ª RS 49,3 46,7 46,0 44,3 43,4 Alagoas 19,7 28,9 44,9 55,3 56,7 Ocupação 1ª RS 46,0 48,4 57,4 56,3 46,9 2ª RS 39,9 46,7 57,4 53,5 55,4 3ª RS 66,7 76,5 75,8 76,3 73,6 4ª RS 74,2 64,3 67,3 72,9 76,4 5ª RS 49,4 59,1 59,7 57,4 58,1 Alagoas 53,2 54,4 61,1 61,3 56,5 Estado civil 1ª RS 55,0 58,4 74,2 83,1 80,9 2ª RS 73,3 73,7 85,8 86,7 87,0 3ª RS 85,5 88,8 89,6 90,9 90,5 4ª RS 67,4 67,3 75,6 78,4 81,3 5ª RS 82,7 82,0 81,7 85,4 81,7 Alagoas 63,1 65,3 77,2 83,1 82,3 Nome da mãe 1ª RS 98,4 98,7 98,7 98,8 99,0 2ª RS 99,0 99,1 98,8 99,0 99,2 3ª RS 99,5 99,7 98,1 98,9 99,5 4ª RS 90,4 92,5 94,3 96,6 98,2 5ª RS 98,0 99,3 98,3 98,7 98,1 Alagoas 96,8 97,5 97,7 98,3 98,9 Fonte: SIM/SES/AL

191

As variáveis do SIM relacionadas a história materna dos óbitos fetais e menores de um ano apresentaram a seguinte evolução (Tabela 04):

Idade, escolaridade e ocupação da mãe, quando comparada o início e o final do período avaliado nas 1ª e 3ª observa-se que não houve melhoria na completitude das informações, permanecendo a classificação destas variáveis como ruim. A 2ª RS evoluiu do grau de completitude ruim (2006) para bom (2010) em relação à idade da mãe, e de ruim (2006) para regular (2010) em relação à escolaridade. A 4ª RS apresentou melhoria na variável escolaridade da mãe de muito ruim (2006) para ruim (2010).

Filhos vivos e filhos mortos não apresentaram melhora na sua classificação no estado, apresentando respectivamente grau ruim e muito ruim, entretanto com diferenças entre as regiões: a 1ª RS e a 3ª RS apresentam classificação regular nas duas variáveis em todo o período, a 4ª RS apresenta a pior classificação nas duas variáveis sendo classificada como muito ruim e sem demonstrar nenhuma melhoria percentual, a 5ª RS evoluiu negativamente, passando da classificação ruim para muito ruim e, a 2ª RS apresentou o mesmo comportamento do estado.

192

Tabela 04 – Proporção de completitude das variáveis do Sistema de Informação sobre Mortalidade dos óbitos fetais e menores de um ano, referentes a história materna, segundo região de saúde e estado. Alagoas, 2006 a 2010.

Variável Estado e regiões Proporção de completitude das variáveis (%)

2006 2007 2008 2009 2010 Idade da mãe 1ª RS 75,2 76,3 81,0 77,2 78,4 2ª RS 79,7 74,5 83,5 88,8 94,9 3ª RS 66,7 73,0 77,1 88,0 76,4 4ª RS 58,3 56,8 59,8 62,2 61,5 5ª RS 64,4 59,7 51,3 59,6 56,3 Alagoas 70,3 70,4 75,2 74,0 74,3 Escolaridade da mãe 1ª RS 57,2 63,6 64,8 64,0 64,6 2ª RS 63,5 47,1 75,7 81,0 87,2 3ª RS 68,1 70,0 76,2 71,0 63,9 4ª RS 37,1 38,1 47,7 92,4 64,8 5ª RS 52,5 54,8 51,3 50,0 50,0 Alagoas 53,3 55,7 61,9 72,9 65,5 Ocupação da mãe 1ª RS 62,7 67,8 69,7 66,9 64,8 2ª RS 63,5 63,7 71,3 85,3 69,2 3ª RS 52,6 66,0 67,6 64,0 61,1 4ª RS 54,4 52,6 57,0 95,2 68,2 5ª RS 42,4 43,5 38,5 44,2 50,0 Alagoas 59,3 62,6 65,9 75,0 65,4 Filhos vivos 1ª RS 62,0 66,5 70,5 67,7 66,1 2ª RS 61,5 58,6 65,2 63,8 59,0 3ª RS 53,3 67,0 63,8 76,0 75,0 4ª RS 24,2 20,9 21,4 16,1 20,3 5ª RS 69,5 48,4 53,8 50,0 46,9 Alagoas 52,0 53,6 57,5 53,3 53,8 Filhos mortos 1ª RS 58,4 58,8 64,6 61,3 60,1 2ª RS 48,6 48,4 53,9 53,4 42,3 3ª RS 40,0 51,0 48,6 65,0 72,2 4ª RS 9,9 9,0 11,6 15,2 13,0 5ª RS 59,3 48,4 51,3 38,5 37,5 Alagoas 44,0 44,4 49,8 47,8 47,0 Fonte: SIM/SES/AL

Seguindo a divisão adotada na análise das variáveis dos óbitos fetais e em menores de 1 ano que são relacionados a gestação, parto e condições do RN observa-se o seguinte comportamento (Tabela 05):

193

1ª RS apresentou completitude regular para todas estas variáveis durante todo o período;

2ª RS para as variáveis Tipo de gravidez e Tipo de parto evoluiu de regular para bom e, nas outras apesar da melhoria percentual do preenchimento, permaneceu como regular;

3ª RS apresentou uma evolução positiva, chegando ao ano de 2009 para as variáveis Tipo de gravidez, Duração da gestação e Tipo de parto a serem classificadas de grau bom de completitude, em 2010 as variáveis tipo de gravidez e tipo de parto voltaram a ser classificados como sendo de grau regular e as demais para grau ruim;

4ª RS apenas no ano de 2009 foi classificada como grau bom em todas variáveis e no restante do período como grau ruim de completitude;

5ª RS apresentou o pior grau de completitude sendo classificada como ruim em todo período de análise.

194

Tabela 05 - Proporção de completitude das variáveis do Sistema de Informação sobre Mortalidade dos óbitos fetais e menores de um ano, referentes à gestação, parto e condições do RN, segundo região de saúde e estado. Alagoas, 2006 a 2010.

Variável Estado e regiões 2006 2007 2008 2009 2010

Tipo de gravidez 1ª RS 80,8 83,2 86,9 85,8 86,6 2ª RS 82,4 80,9 87,0 93,1 93,6 3ª RS 76,3 82,0 79,0 92,0 81,9 4ª RS 56,8 53,3 62,1 94,1 73,7 5ª RS 72,9 67,7 64,1 69,2 71,9 Alagoas 74,3 74,7 79,9 88,4 83,0 Duração da gestação 1ª RS 78,6 81,4 85,2 85,0 84,6 2ª RS 66,9 62,4 60,9 73,3 85,9 3ª RS 73,3 81,0 77,1 92,0 79,2 4ª RS 51,4 49,3 53,3 90,0 67,7 5ª RS 72,9 62,9 56,4 67,3 65,6 Alagoas 70,2 70,9 74,6 85,4 79,6 Tipo do parto 1ª RS 79,6 81,9 86,3 83,5 84,6 2ª RS 81,8 81,5 87,8 92,2 92,3 3ª RS 74,1 80,0 78,1 92,0 81,9 4ª RS 58,3 55,7 63,8 94,3 73,2 5ª RS 67,8 69,4 61,5 69,2 71,9 Alagoas 73,6 74,6 79,9 87,1 81,6 Peso ao nascer 1ª RS 73,9 78,2 83,6 82,5 81,7 2ª RS 67,6 65,0 74,8 86,2 88,5 3ª RS 65,2 70,0 70,5 79,0 76,4 4ª RS 56,2 53,3 54,0 96,7 68,0 5ª RS 61,0 66,1 53,8 55,8 53,1 Alagoas 67,8 69,8 74,3 85,6 77,6 Óbito no parto 1ª RS 72,8 76,8 83,8 83,3 83,9 2ª RS 66,9 63,7 68,7 81,9 82,1 3ª RS 63,7 75,0 71,4 86,0 72,2 4ª RS 57,7 55,7 62,6 94,6 73,2 5ª RS 57,6 67,7 53,8 59,6 65,6 Alagoas 67,3 69,8 76,1 85,7 80,1 Fonte: SIM/SES/AL Sinan

Observa-se uma tendência crescente nas notificações do estado no período 2006 a 2008, com decréscimo dessa notificação no ano de 2009 e posterior elevação no ano de 2010, correspondendo a um acréscimo de128% no volume de notificação do

195

ano anterior. Esse comportamento foi semelhante na 1ª e 4ª RS (Figura 02).

Figura 02 – Frequência de notificações no Sinan, segundo regiões de saúde e estado. Alagoas, 2006 a 2010.

Na análise da completitude das variáveis analisadas, observa-se (Tabela 06):

Escolaridade – todas as regiões e estado tiveram uma acentuada queda no grau de completitude nesta variável. No ano de 2006 a 2ª e 3ª RS estavam classificados no grau regular de completitude e terminaram o período de avaliação com o grau muito ruim. As 1ª, 4ª e 5ª e o estado passam do grau ruim para Muito ruim.

Raça – com exceção da 3ª RS que permanece em todo o período com excelente grau de completitude, todas as outras regiões e estado também apresentam diminuição no grau de completitude dessa variável, tendo no término do período apresentado grau ruim de completitude.

Nome da mãe – dentre as variáveis analisadas, essa é a que apresenta melhor grau de completitude, entretanto com diferenças entre as regiões. Observa-se que a 3ª RS atinge o grau excelente, a 1ªRS com grau bom, as outras RS e o estado com grau regular de completitude.

Ocupação – variável presente em todas as fichas de investigação e que apresenta uma completitude muito ruim no estado e nas regiões em todo o período da análise, inclusive com uma acentuada piora nesse percentual. Gestante – variável que no ano que foi introduzida na ficha (2007) apresentou

grau muito ruim (estado e 1ª RS) e ruim no restante das regiões, tem

Alagoas Regiao 01 Regiao 02 Regiao 03 Regiao 04 Regiao 05

2006 33472 19921 4653 2378 4698 1822

2007 46792 24124 7822 3820 8229 2797

2008 49203 25973 5353 4247 11889 1741

2009 36527 19561 3943 2363 9037 1623

196

apresentado melhoria no seu preenchimento, mas a 4ª RS ainda permanece classificada como muito ruim.

Tabela 06 – Proporção de completitude das variáveis do Sistema de Informação dos Agravos de Notificação segundo região de saúde e estado. Alagoas, 2006 a 2010.

Variável Estado e regiões 2006 2007 2008 2009 2010

Escolaridade 1ª RS 75,6 61,0 54,0 57,4 36,3 2ª RS 82,2 54,2 65,5 64,0 52,6 3ª RS 86,8 55,7 69,0 77,2 64,8 4ª RS 74,1 54,8 48,0 41,5 28,7 5ª RS 78,3 56,5 56,0 49,0 41,4 Alagoas 77,3 58,1 55,1 55,1 37,0 Raça 1ª RS 81,4 68,8 62,8 71,7 56,0 2ª RS 90,4 67,6 83,4 81,7 77,4 3ª RS 97,9 69,5 98,9 99,2 95,3 4ª RS 85,9 66,1 62,2 53,3 57,4 5ª RS 88,2 74,2 94,1 85,2 75,7 Alagoas 84,8 68,5 69,1 70,6 60,9 Ocupação1 1ª RS --- 40,0 31,3 36,2 17,5 2ª RS --- 23,3 26,0 28,3 39,1 3ª RS --- 20,9 19,5 15,8 13,9 4ª RS --- 30,3 14,9 12,3 8,0 5ª RS --- 23,8 14,6 14,0 16,1 Alagoas --- 33,9 25,5 27,2 16,0 Nome da mãe 1ª RS 89,8 92,0 92,7 95,9 93,9 2ª RS 91,1 94,7 90,9 93,4 86,3 3ª RS 93,0 96,4 93,7 92,1 98,9 4ª RS 80,9 88,4 82,3 90,0 79,8 5ª RS 91,1 94,7 93,2 93,1 87,1 Alagoas 89,0 92,3 90,1 93,8 89,1 Gestante2,3 1ª RS --- 32,3 62,7 70,7 72,1 2ª RS --- 50,6 73,7 73,4 74,3 3ª RS --- 62,3 96,0 96,0 92,4 4ª RS --- 58,6 51,4 47,9 37,5 5ª RS --- 77,2 89,0 96,1 89,3 Alagoas --- 43,8 64,8 66,5 62,4 Fonte: Sinan/SES/AL

Nota 1: A variável ocupação só a partir do ano de 2007 encontra-se disponível na base única DBF de todos os agravos.

Nota 2: A variável gestante foi incluída no Sinan a partir da implantação do Sinan net (2007)

Nota 3: Para tabulação da variável gestante foram incluído apenas os registros do sexo feminino na idade de 10 a 49 anos e, excluída os casos de sífilis em gestante, sífilis congênita, síndrome da rubéola congênita, gestante com HIV e crianças expostas.

197

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A garantia de uma informação de qualidade é condição essencial para a análise objetiva da situação sanitária, para a tomada de decisões baseadas em evidencias e para a programação de ações de saúde (RIPSA, 2002).

Dos sistemas de informação analisados observamos que o Sinasc apresentou expressiva melhora no preenchimento das suas variáveis no decorrer do período, no entanto corrobora estudos realizados em períodos anteriores (BRASIL, 2005; ROMERO; CUNHA, 2007) que as variáveis sobre história reprodutiva materna são as que apresentam maior grau de incompletitude o que dificulta o monitoramento de possíveis associações entre alta parturição e excesso de risco morbidade e mortalidade infantil e materna. Na análise por regiões observa-se que a 5ª RS é quem apresenta pior evolução no preenchimento dos dados.

No SIM o aumento da cobertura de registro dos óbitos não tem sido acompanhado de uma melhoria na completitude das variáveis, situação também já detectada em estudos anteriores (BRASIL, 2005; BRASIL, 2009), o que deixa vulnerável algumas análises e intervenções baseada nesse sistema. As regionais apresentam um comportamento heterogêneo em relação a completitude de variáveis, porém a 5ª RS juntamente com a 4ª RS demonstrou mais uma vez maior grau de incompletitude.

O Sinan apresentou um desempenho preocupante, visto que a evolução de sua completitude foi em grau decrescente para o estado e na maioria das regionais. Algumas prováveis explicações para esses resultados são: alteração e ampliação da categorização da variável escolaridade, o aumento no número e mudança do perfil dos agravos de notificação, visto que até 2006 os agravos notificados eram as em sua maioria as doenças infecto-contagiosas que já possuíam uma vigilância já estruturada e assimilada e, atualmente inclui agravos relacionados a saúde do

Documentos relacionados