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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.3 Comportamento Financeiro

Conhecer a dinâmica do dinheiro e dos bens materiais é fundamental para conquistar, aumentar e manter a prosperidade financeira, pessoal e profissional. Nesse sentido é que a amostra selecionada foi indagada sobre determinados fatores e decisões financeiras que fazem parte do seu dia-a-dia.

Os gráficos 4 e 5 apresentam resultados aparentemente similares, mas que geram informações com dados diferentes. O gráfico 4 apresenta o resultado do questionamento quanto às prioridades dos indivíduos na utilização do salário.

Fonte: Dados da Pesquisa

23 3 13 74 91 49 45 3 Fund.

Incomp. CompletoFund. Incomp.Médio Completo Médio Superior Incomp. CompletoSuperior GraduadoPós Outro: Curso Técnico Gráfico 3 - Nível de Escolaridade

Gráfico 4 - Prioridades na utilização do salário

20% 14% 11% 17% 15% 10% 9% 4%

Alimentação Habitação Lazer Saúde

49

Conforme os dados obtidos na pesquisa, a prioridade dos moradores crissiumalenses numa escala de 1 à 8, conforme grau de importância é a alimentação com 20%, seguida da saúde com 17% e da educação com 15%. As prioridades médias são a habitação com 14%, lazer com 11% e transporte com 10%. Como prioridades mínimas, seguindo uma ordem de preferência, têm-se os investimentos com 9% e a opção outros com 4%.

O gráfico 5 remete à informações pertinentes ao que a pessoa realmente gasta, considerando que nem tudo aquilo que é prioridade desprende valores do bolso. Ou seja, são dados sobre os gastos reais que a pessoa desembolsa no mês.

Fonte: Dados da Pesquisa

Semelhante às prioridades dos munícipes estudados, a alimentação é também o item principal no que se refere aos gastos, assim para 19% dos respondentes este é o fator de maior impacto no orçamento familiar mensal. Habitação é o segundo item mais assinalado, totalizando 15%.

Considerando que atualmente as pessoas estão se importando mais com a qualidade de vida, o lazer aparece em terceiro lugar nas classificações com 12%. Seguido da saúde e da educação, ambas com 14%. O transporte aparece em sexto lugar com 12%. Por fim os investimentos em sétimo lugar com 9%, e a opção outro por último com 5%

Após conhecer as prioridades e a ordem dos principais gastos do indivíduo da cidade de Crissiumal, a proposta foi analisar o comportamento financeiro dos mesmos. Para isso foram questionados quanto à existência ou não de um método de controle de suas finanças pessoais. Conforme dados apresentados no gráfico 6, 212 pessoas responderam

19% 15% 12% 14% 14% 12% 9% 5%

Alimentação Habitação Lazer Saúde

Educação Transporte Investimentos Outros

positivamente, que sim se utilizam de algum método de controle, as outras 89 informaram que não possuem forma alguma de controle.

Fonte: Dados da Pesquisa

A todo o momento o indivíduo tem que tomar decisões financeiras que podem impactar consideravelmente na sua vida pessoal. Não tendo um método de controle a probabilidade e o risco de tomar decisões incompatíveis com a realidade são maiores. Para Martins (2004) a incapacidade de ler e entender demonstrações financeiras são responsáveis por fracassos e por erros que podem ser fatais.

Os métodos de controles utilizados pelos 212 indivíduos que responderam positivamente estão destacados no gráfico 7. Percebe-se que a maioria deles, mais precisamente 83%, opta pelo método mais simples e convencional, utilizando o controle manual (papel) como recurso. Enquanto, 13% controlam suas entradas e desembolsos por meio de planilhas eletrônicas. Em menor quantidade, 2%, utilizam um método mais avançado de controle, o software específico para acompanhamento das finanças pessoais. E os 2% restantes responderam que utilizam outro método de controle.

Fonte: Dados da Pesquisa

176 83% 28 13% 5 2% 3 2%

Controle Manual (Papel) Planilha Eletrônica Software Outro

Gráfico 6 - Controle dos Gastos

51

O controle pode ser feito em várias periodicidades, quanto mais curto o intervalo de tempo, mais satisfatórios poderão ser os resultados. O correto seria analisá-lo diariamente, pois permite repassar constantemente os valores a receber e a pagar, como também, os lançamentos das movimentações financeiras são feitos instantaneamente, tornando o índice de esquecimento praticamente nulo.

Conforme apresenta o gráfico 8, esse perfil é o que obteve menos adeptos, apenas 17 pessoas realizam o seu controle dia-a-dia. Semanalmente, são 46 pessoas que registram seus controles de entradas e desembolsos. A grande maioria se utiliza do controle mensal, mais precisamente 148 pessoas. Isso tende a demonstrar que a maioria das pessoas controla as suas finanças somente no momento do recebimento do seu salário

Fonte: Dados da Pesquisa

A questão 11 do Apêndice A interrogou a amostra selecionada quanto à porcentagem dos rendimentos mensais consideradas sobras de recursos. Conforme a tabela 3, grande quantidade dos respondentes alega ter sobras nulas no mês, totalizando 23,59% dos respondentes. 35,55% conseguem fazer sobrar uma pequena parte dos seus rendimentos, cerca de 5% à 10%.

Um pouco mais econômicos, cerca de 8% dos entrevistados guardam de 11 à 15% das suas entradas. Outros 10,30% guardam de 16 à 20%. Há quem vá mais além, estes podem ser considerados bom poupadores, são os 12,29% que resguardam 21% ou mais do seu salário. Cerca de 10% das pessoas questionadas afirmam não saber a porcentagem de sobra do seu salário, confirmando assim a falta de controle das suas finanças pessoais.

Gráfico 8 - Periodicidade do Controle

17

46

148

1

Tabela 3 - Porcentagem de Sobra do Salário

% Sobra de Salário Quantidade %

0% 71 23,59% 5 a 10% 107 35,55% 11 a 15% 24 7,97% 16 a 20% 31 10,30% 21% ou mais 37 12,29% Não sei 31 10,30%

Fonte: Dados da Pesquisa

Os que responderam possuir sobras no mês foram questionados quanto à destinação das suas sobras, Conforme o gráfico 9, é possível verificar que a maioria, 82%, opta por um caminho de menor retorno, porém também de menor risco, que é a caderneta de poupança.

Cerca de 5% dos respondentes aplicam seus excedentes no CDB, que é um fundo de investimento com maior rendimento que a caderneta de poupança e com risco de mesma intensidade. Um pouco mais ousados e em menor quantidade, 2% dos entrevistados destinam seus recursos em ações na bolsa de valores. Os 11% restantes encaminham suas sobras para outros meios não especificados.

Fonte: Dados da Pesquisa

Paralela às questões sobre sobras e investimentos, a questão 13 traz outro extremo, o fator comprometimento com dívidas, assim 191 pessoas afirmam não possuir recursos emprestados de instituições financeiras. Os outros 110 indivíduos interrogados afirmam possuir recursos provenientes de bancos e afins.

Gráfico 9 - Destinação das possíveis sobras

188 82% 6 2% 11 5% 25 11%

53

Fonte: Dados da Pesquisa

A tabela 4 evidencia os resultados quanto à porcentagem de endividamento sobre o salário. Sendo assim, 63% afirmam possuir endividamento zero. 14% comprometem em até 10% seu salário no pagamento de parcelas sobre capital emprestado. Cerca de 8% compromete 11% a 20% e outros 8,% compromissa de 21% a 30% em empréstimos e financiamentos. 7% obtiveram em algum momento dinheiro emprestado de alguma instituição, somando 31% ou mais do seu salário mensal.

Tabela 4 - Porcentagem de Endividamento sobre Salário

% de Endividamento Quantidade % 0% 191 63% Até 10% 41 14% 11% a 20% 25 8% 21% à 30% 23 8% 31% ou mais 21 7%

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de Janeiro de 2014 realizada pela CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, os dados sobre o endividamento do consumidor brasileiro traçam uma linha contrária ao comportamento do munícipe crissiumalense. O percentual de famílias com dívidas aumentou em janeiro de 2014 ante ao mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2013, também houve alta em relação a dezembro e ligeira queda em relação ao mesmo período de 2013.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro

alcançou 63,4% em janeiro de 2014, aumentando em relação aos 62,2% observados em dezembro de 2013, como também em relação aos 60,2% de janeiro de 2013.

Quando questionados quanto à similaridade do comportamento financeiro ao de seus pais, os resultados não foram irregulares. Como demonstra o gráfico 11, um total de 179 pessoas afirma que sim, possui comportamento semelhante ao de seus genitores. Os outros 122 respondentes construíram seus métodos de controle financeiro por outras maneiras.

Fonte: Dados da Pesquisa

Com a finalidade de analisar o comportamento preventivo dos entrevistados que possuem filhos, os mesmos foram questionados se guardam ou não recursos para os seus herdeiros. O gráfico 12 demonstra que 51% dos entrevistados não possuem filhos. Dos que possuem, a maioria destina parte de seus recursos para uma reserva, cerca de 31%. Os outros 18% tem filhos, porém não costumam reservar valores.

Fonte: Dados da Pesquisa

Em um último momento os munícipes crissiumalenses foram indagados quanto às principais formas de pagamento das suas compras. Os resultados estão apresentados na tabela

Gráfico 11- Comportamento Financeiro similar ao dos Pais

Gráfico 12 - Guarda Recursos para os Filhos

94 31% 55 18% 152 51%

55

5, onde o modo mais utilizado é o tradicional pagamento por dinheiro, totalizando quase 75% das respostas da questão 17 do Apêndice A. A segunda forma mais utilizada é o cartão de crédito com 12,96% seguida do cartão de débito com 6,98%. O método menos utilizado é o crédito lojista com 5,65%.

Tabela 5 - Forma de Pagamento de Compras

Forma de Pagamento de Compras Quantidade %

Dinheiro 224 74,42%

Crédito Lojista 17 5,65%

Cartão de Crédito 39 12,96%

Cartão de Débito 21 6,98%

Fonte: Dados da Pesquisa

Percebe-se com isso, a predominância do pagamento em dinheiro na pequena cidade de Crissiumal, o que diverge de alguns dados nacionais, pois no Brasil existe crescimento do uso do cartão de crédito.

Segundo Luca (2014) o faturamento dos cartões de crédito e débito cresceu no país nada menos do que 210% em sete anos. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, o volume passou de R$ 265,9 bilhões para R$ 826,9 bilhões, entre 2007 e 2013. No crédito o faturamento foi de R$ 534 bilhões e no débito R$ 293 bilhões, o que significa crescimento, respectivamente, de 14,7% e 23,4% em relação ao ano anterior.

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