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Composição das equipes do PSF no Município do Crato

Seção 1 O Programa Saúde da Família: aproximação com a

2 Composição das equipes do PSF no Município do Crato

Com relação aos profissionais existentes no PSF desse Município, encontra-se conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.

QUADRO 3 – Distribuição dos profissionais existente no PSF. Crato-CE, 2006.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

PROFISSIONAIS NÚMERO COORDENADORES 02 SECRETÁRIA 01 MÉDICOS 24 ENFERMEIROS 24 ODONTÓLOGOS 12 AUXILIARES DE CONSULTÓRIO DENTÁRIO 12 AUXILIARES DE ENFERMAGEM 24

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 128

TOTAL GERAL 227

FONTE: Secretaria de Saúde do Município do Crato-CE/Coordenação do PSF.

O Município, conforme expresso há pouco, dispõe dos profissionais de saúde para o funcionamento do Programa Saúde da Família. A equipe de Saúde da Família deve ser constituída, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de

enfermagem, que, juntamente com os agentes de saúde, (de quatro a seis), prestarão assistência às necessidades de saúde da população (BRASIL, 2000a).

Cada equipe do PSF é responsável por determinada área, ou seja, um território, conforme normatiza o Ministério da Saúde. As atividades exercidas são territorialização (reconhecimento da população e seus problemas de saúde, mediante o diagnóstico da comunidade), atendimento ambulatorial com visitas domiciliares, Educação em Saúde, vigilâncias epidemiológica, articulação com os demais setores do município, entre outras. A dedicação da equipe deve ser integral e seus profissionais precisam residir no município onde trabalham. A equipe deve estar vinculada a uma unidade de saúde, devidamente adequada à nova dinâmica do trabalho e atendendo satisfatoriamente a clientela da sua área de abrangência, que pode ser de 600 a 1000 famílias, com limite máximo de 4500 habitantes (BRASIL, 2001a).

No Município estudado, cada equipe está composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, quatro agentes comunitários de saúde e, para cada duas equipes, um odontólogo e um atendente de consultório dentário, atendendo em média 1000 famílias na zona urbana e de 800 a 900 na zona rural. Portanto atende a norma do Ministério da Saúde no que se refere à composição e à organização das equipes. A dinâmica dada no atendimento às famílias pelas equipes, acontece conforme um cronograma estabelecido por equipe, procurando atender por ciclo de vida (criança, adolescente, adulto e idoso) e demanda. Assim, cada equipe estabelece um dia para cada tipo de atendimento, como, por exemplo, adulto (hipertensão/diabetes), mulher(gestante,planejamento familiar e prevenção do câncer ginecológico), criança(puericultura e agravos), atenção ao adolescente, atividades de Educação em Saúde e ainda atendimento à demanda espontânea da clientela.

As equipes selecionadas para o estudo estão organizadas conforme quadro a seguir.

QUADRO 4 – Distribuição dos profissionais segundo as equipes de Saúde da Família investigadas. Crato-CE, 2006.

PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

PROFISSIONAIS NÚMERO

MÉDICOS 05

ENFERMEIROS 05

AUXILIARES DE ENFERMAGEM 05

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 16

TOTAL GERAL 31

FONTE: dados da pesquisa

Encontramos junto às equipes um número de profissionais compatível com o preconizado pelo Ministério da Saúde, conforme já destacado nesta seção do estudo, no entanto ressaltamos o número de ACS encontrado nas equipes, que, como demonstrado no quadro 04 é de 16, representando um déficit de quatro profissionais, levando em conta que cada equipe deve contar no mínimo com quatro profissionais desta categoria. Três das ESF se encontravam com o número de profissionais ACS incompleto, uma equipe possuía apenas dois e duas três profissionais. Não podemos esquecer da importância deste profissional na equipe e do seu papel junto às famílias, pois um número insuficiente de ACS pode representar a não-cobertura das famílias adstrita ao Programa, e, conseqüentemente, a não-execução das atividades necessárias para o bom êxito do trabalho a ser desenvolvido pelas equipes. Dada a importância do papel desse profissional, destacamos que este fato representa uma dificuldade a ser superada para o êxito do PSF no Município do Crato.

O agente comunitário de saúde deve trabalhar fora da unidade de saúde, fazendo a ligação entre a comunidade e os serviços de saúde (OLIVEIRA; BERGER, 1996). Esse elo sucede principalmente na visita domiciliar, quando o ACS tem a oportunidade de conhecer os agravos que acometem a população, percebidos ou explicitados pelas pessoas, comunicar à equipe a sua percepção e retornar à comunidade com encaminhamentos, juntamente com os demais profissionais da equipe (ARAUJO; ASSUNÇÃO, 2004). Assim, se torna um articulador do trabalho da equipe,

exatamente por morar na sua área de atuação, conhecer muito bem a comunidade em que vive e ter maior facilidade de acesso aos domicílios; daí a importância de um número adequado desses profissionais para cada equipe.

O trabalho dos agentes comunitários de saúde passou a ser reconhecido como profissão pela Lei nº 10.507, de 10 de julho de 2002. Explica Maria Helena Machado que, para se tornar uma profissão, uma área precisa ter conhecimento intelectual próprio que seja usado a serviço de uma dada realidade visando transformá-la (MACHADO, 2005). No caso específico dos ACS, para a autora, houve um equivoco quando se criou uma categoria, para, posteriormente, definir sua formação, função e autonomia.

Diante dessa realidade, o Ministério da Saúde investe na formação dessa categoria, resultando na proposta da habilitação técnica, que tem, dentre seus objetivos, a promoção do ensino integrado ao trabalho. No caso dos ACS do estudo, todos referiram ter recebido capacitação para o desenvolvimento de sua função (Curso de Formação em ACS), e, das cinco equipes, quatro estavam contempladas com a inclusão dos ACS no Curso Técnico de ACS, cuja aplicação do primeiro módulo estava acontecendo no Município, no momento da coleta dos dados.