• Nenhum resultado encontrado

COMPOSIÇÃO DO SISNAMA

No documento CADERNO DE DIREITO AMBIENTAL (páginas 57-61)

Composto por:

1) Órgão Superior (Conselho de Governo); 2) Órgão Consultivo e Deliberativo (CONAMA); 3) Órgão Central (Ministério do Meio Ambiente); 4) Órgãos Executores (IBAMA e ICMBIO);

5) Órgãos Seccionais (órgãos estaduais e outros entes); 6) Órgãos Locais.

2.1. ÓRGÃO SUPERIOR (CONSELHO DE GOVERNO)

Tem como função assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes do meio ambiente e os recursos ambientais. É composto por Ministros de estado e Secretários-Gerais.

2.2. ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO (CONAMA)

2.2.1. Atos do CONAMA

O CONAMA tem competência para os seguintes atos:

1) Resolução: Ato típico de Conselho. Aqui se criam as normas gerais do meio ambiente.

2) Recomendação: São editadas quando o CONAMA orienta os órgãos ambientais estaduais e municipais sobre a implementação de políticas e programas ambientais. Normalmente é usado quando se dirige ao Poder Executivo Federal (Presidente da República) sugerindo algo (recomendar).

3) Proposição: Quando as Comissões de Meio Ambiente do Congresso Nacional se dirigem ao Conselho de Governo.

4) Moção: É para assuntos diversificados (com caráter aberto). Exemplo: Reclamação sobre o Código Ambiental de Santa Catarina.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 57 5) Julgar recursos: (art. 8º, III L.6938/81): COMPETIA ao CONAMA decidir, como

última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA.

Lei 6938/81 Art. 8º Compete ao CONAMA:

III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

2.2.2. Composição do CONAMA Composto pelo:

1) Plenário;

2) CIPAM (Comitê de Integração de Política Ambiental); 3) Câmaras Temáticas;

4) Grupos Assessores. 1) Plenário

Composto por 108 Conselheiros. Há 05 grupos: ● Representantes do Governo Federal;

● Representantes dos Governos Estaduais; ● Representantes dos Governos Municipais; ● Representantes da Sociedade Civil; ● Representantes do Setor Empresarial.

2) CIPAM (Comitê de Integração de Política Ambiental)

Tem a função de atuar como Secretaria Executiva do CONAMA. 3) Câmaras Temáticas

São nas Câmaras Temáticas que se inicia o debate sobre um determinado assunto que fora abordado anteriormente pelos grupos assessores.

4) Grupos Assessores

Os grupos assessores debatem sobre um determinado assunto e envia às Câmaras Temáticas que irão relatar/elaborar um projeto e encaminhará ao CIPAM.

2.2.3. Competência do CONAMA

Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;

Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, dos Conselheiros do CONAMA e dos órgãos ambientais estaduais, normas e critérios para o licenciamento de atividades ou potencialmente

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 58 poluidores. Quem define normas gerais de licenciamento ambiental é o CONAMA (Resolução 237/97).

Obs.: A parte final do art. 8º, I encontra-se desatualizada, tendo em vista há licenciamento federal, estadual e municipal.

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.

Determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos e privados, requisitando as informações indispensáveis ao exame da matéria. Assim sendo, pode o CONAMA pedir autorização do EPIA/RIMA se este projeto for em áreas de patrimônio nacional, em especial.

Obs.: A função de realização de estudos e projetos, atualmente é feita pelos órgãos ambientais que fazem o licenciamento ambiental (na esfera federal, o IBAMA). Isso não é mais feito pelo CONAMA V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais. Isto porque no Brasil, boa parte dos empresários vive de financiamento de órgãos estatais (ex.: BNDES), que podem conceder a elas benéficos fiscais, desde que as empresas possuam consciência ecológica (cumpre com a legislação ambiental — art. 12 L. 6938/81). Ex.: Se um banco privado ao liberar os benefícios através de financiamento, não verifica se a empresa cumpre com a legislação e esta gera danos ao meio ambiente, o banco privado passará para o polo passivo da ação civil pública (responsabilidade subjetiva).

Art. 12 L. 6938/81 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.

Parágrafo único - As entidades e órgãos referidos no " caput " deste artigo deverão fazer constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.

VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 59

VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

A doutrina considera a competência mais importante, pois é a ampla, dando margem para a sua atuação em diversas áreas não mencionadas nos demais incisos.

Por fim, apesar de parte da doutrina defender que as resoluções do CONAMA extrapolam sua competência, o STF as aceita, a exemplo da ADPF dos pneus usados, em que se manteve as resoluções do CONAMA que vedam a importação, exceto de países do MERCOSUL.

Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do CONAMA. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990) 2.3. ÓRGÃO CENTRAL (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE)

Tem a função de planejar, coordenar, supervisionar e controlar como órgão federal a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente.

Órgãos auxiliares: IBAMA, ICMBIO, ANA (Agência Nacional das Águas – agência reguladora) e Instituto Jardim Botânico.

2.4. ÓRGÃOS EXECUTORES

IBAMA — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e ICMBIO — Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

2.4.1. IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Tem a função de implementar a política nacional do meio ambiente. É uma autarquia federal. Cuida dos recursos renováveis (quem cuida dos recursos não renováveis é o Ministério de Minas e Energia).

Possui competência para:

• Exercer poder de polícia (aplicação de multas).

• Para realizar licenciamento de obras e atividades de impacto nacional (é aquele que ultrapassa as fronteiras do Brasil) ou regional (é aquele que abrange dois ou mais Estados-membros).

2.4.2. ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Dec. 99274/90) Foi incluído como órgão executor do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) pela L. 9985/00.

Possui a finalidade de realizar a gestão das unidades de conservação criadas no âmbito federal.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 60

2.5. ÓRGÃOS SECCIONAIS (ÓRGÃOS ESTADUAIS E OUTROS ENTES)

De caráter executivo, essa instância do SISNAMA é composta por órgãos (em geral, são as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente) e entidades estaduais (FUNAI, Fundação Palmares, etc.) responsáveis pela execução de programas e projetos, assim como pelo controle e fiscalização de atividades degradadoras do meio ambiente.

2.6. ÓRGÃOS LOCAIS

Trata-se da instância composta por órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades em suas respectivas jurisdições. São, quando elas existem, as Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Pode um órgão local ambiental efetuar licenciamento ambiental, desde que possua Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo e plano diretor (este último, com cidades com mais de 20 mil habitantes).

Exemplo: Shopping Center pode ser licenciado (verifica-se o impacto local que não poderá abranger outros Municípios).

No documento CADERNO DE DIREITO AMBIENTAL (páginas 57-61)