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ESTUDO DAS ESPÉCIES DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (quanto ao seu objetivo,

No documento CADERNO DE DIREITO AMBIENTAL (páginas 112-116)

3. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (L 9985/00 – LEI DO SISTEMA NACIONAL DAS

3.4. ESTUDO DAS ESPÉCIES DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (quanto ao seu objetivo,

Estudaremos aqui o seguinte:

1) Unidades de Proteção Integral (UPI - art. 8º da LSNUC) 1.1) Estação Ecológica (EE);

1.2) Reserva Biológica (RB); 1.3) Parque Nacional (PN); 1.4) Monumento Natural (MN); 1.5) Refúgio de Vida Silvestre (RVS).

2) Unidades de Uso Sustentável (UUS - art. 14 da LSNUC) 2.1) Área de Proteção Ambiental (APA);

2.2) Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); 2.3) Floresta Nacional (FN);

2.4) Reserva Extrativista (RE); 2.5) Reserva de Fauna (RF);

2.6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS); 2.7) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

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Obs.: A diferença entre estas duas espécies de unidade de conservação é que na de Proteção Integral, admite-se apenas o uso indireto de recursos naturais, salvo em alguns casos. Não se admite a atividade econômica. Já na de Uso Sustentável, utiliza-se parcela de recursos naturais cumulativamente com a proteção ambiental, compatibilizando com a atividade econômica.

3.4.1. Das Unidades de Conservação de Proteção Integral

1) Estação Ecológica (EE)

I) Objetivo: Preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.

II) Domínio: Posse e domínio PÚBLICO, ou seja, as áreas particulares no seu interior deverão ser desapropriadas.

III) Características: possibilidade de realização de pesquisas científicas, permitindo apenas, no máximo, 3% da área, desde que os 3% não exceda a 1.500 hectares.

2) Reserva Biológica (RB)

I) Objetivo: Preservação integral da biota e dos demais elementos naturais em seus limites (não se permite qualquer pesquisa científica).

II) Domínio: posse e domínio PÚBLICO, ou seja, a área particular no seu interior deverá ser desapropriada.

3) Parque Nacional (PN)

I) Objetivo: Preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica.

II) Domínio: Domínio PÚBLICO e áreas privadas que deverão ser desapropriadas.

III) Características: permite-se a realização de pesquisa científica, atividade de interpretação e educação ambiental, atividade de recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.

4) Monumento Natural (MN)

I) Objetivo: Preservar ambientes naturais raros, singulares e de grande beleza cênica. II) Domínio: Admite-se a existência de áreas PARTICULARES, desde que sejam compatíveis com a unidade de conservação e com a anuência dos proprietários. Caso haja discordâncias destes, será realizada a desapropriação.

5) Refúgio de Vida Silvestre (RVS)

I) Objetivo: Proteger ambientes naturais em que se asseguram condições para a existência e reprodução de espécies e comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

II) Domínio: Posse e domínio PÚBLICO, ou seja, as áreas particulares no seu interior deverão ser desapropriadas.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 113 Admite-se a existência de áreas PARTICULARES, desde que sejam compatíveis com a unidade de conservação e com a anuência dos proprietários. Caso haja discordâncias destes, será realizada a desapropriação.

3.4.2. Das Unidades de Conservação de Uso Sustentável

1) Área de Proteção Ambiental (APA)

I) Objetivo: Disciplinar o processo de ocupação da unidade, assegurar a sustentabilidade no uso dos recursos naturais e proteger a diversidade biológica.

II) Domínio: Domínio PÚBLICO e áreas PRIVADAS.

III) Características: É uma área de GRANDE EXTENSÃO, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos bióticos, abióticos, estéticos e culturais, importantes para o bem-estar e qualidade de vida das populações. Respeitados os limites constitucionais é possível ter restrições à propriedade privada.

2) Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE)

I) Objetivo: manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível destas áreas.

II) Domínio: terras PÚBLICAS e PRIVADAS.

III) Características: é uma APA de pequena extensão (diminutiva), com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional.

3) Floresta Nacional (FN)

I) Objetivo: é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e possui como objetivo básico e uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas (ex.: ecoturismo).

II) Domínio: posse e domínio PÚBLICO, onde as áreas particulares devem ser desapropriadas.

III) Características: Se houver população tradicional no momento da sua criação, elas poderão ficar, desde que compatíveis à floresta nacional. A pesquisa científica é permitida e incentivada.

4) Reserva Extrativista (RE)

I) Objetivo: proteger os meios de vida e a cultura das populações extrativistas e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. A subsistência se dá com o extrativismo e a complementação da sua renda é com a agricultura de subsistência e criação de animais de pequeno porte.

II) Domínio: Domínio PÚBLICO. A população assina o contrato de concessão de direito real de uso. As áreas privadas devem ser desapropriadas.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 114 III) Características: É proibida a exploração de recursos minerais (ao contrário da RDS – ver abaixo), bem como a caça (seja a armadora como a profissional). A pesquisa científica é permitida e incentivada.

5) Reserva de Fauna (RF)

I) Objetivo: área natural com populações, animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias adequadas para estudos técnico-científicos para o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

II) Domínio: posse e domínio PÚBLICO, com possibilidade de áreas particulares desapropriadas.

III) Características: não pode ter caça, seja armadora ou profissional. 6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS - art. 20 da L.9985/00)

Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações (pelo menor nº de geração: pai-filho) e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

I) Objetivo: Preservar a natureza e ao mesmo tempo assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida das populações tradicionais e a exploração dos recursos naturais por estas (§1º do art. 20 da L.9985/00).

II) Domínio: Domínio PÚBLICO e terras particulares devem ser desapropriadas, apesar do §2º,art. 20 não ter sido incisivo.

Art. 20§ 2º da L.9985/00.A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.

III) Características: é permitida e incentivada a visitação pública e a pesquisa científica voltada para a conservação da natureza (§5º do art. 20 da L.9985/00).

Obs.: A L.9985/00 não aborda a vedação de exploração de recursos minerais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

Vale dizer que no Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável definirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade (§6º do art. 20 da L.9985/00).

7) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPDN - art. 21 da L.9985/00)

I) Objetivo: é uma área privada gravada com perpetuidade com o objetivo de conservar a diversidade biológica.

CS - DIREITO AMBIENTAL 2018.1 115 III) Características: É permitida a pesquisa científica, bem como a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; o gravame de perpetuidade constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis (§1º, art. 21 L.9985/00); são isentas de ITR; pode ser encontrada em âmbito estadual e municipal.

Obs.: De acordo com art. 21, §3º da L.9985/00, os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.

Art. 21. § 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.

3.5. PLANO DE MANEJO

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