• Nenhum resultado encontrado

Fixação do Preço de Venda e Decisão sobre Compra ou Produção

4.2 COMPRAR OU PRODUZIR

Suponhamos que uma empresa esteja produzindo determinado componente que usa na elaboração de um certo produto. Apropria ela os Custos Indiretos à base de hora-máquina às 800 unidades que fabrica (tanto de componentes como de produto); são eles todos fixos. Dados de custos:

Componentes:

Material e Mão-de-obra Diretos: $73 / un.

$140.000 X 0,5 hm / un. = $35 / un. Custos Indiretos de Produção: 2.000 hm

Custo unitário total: $108

Produto:

Material e Mão-de-obra Diretos: $360 / un.

$140.000 X 2,0 hm / un. = $140 / un. Custos Indiretos de Produção: 2.000 hm

Custo Total: $360 + $140 + $180 = $608

A empresa está estudando uma oferta de um fornecedor que lhe propõe entregar o componente por $80 / un. Deve aceitar?

A essa altura, já não deve mais haver problemas quanto ao cálculo, não deve ser comparado o custo total interno de $108 contra o externo de $80. Deve ser feita uma análise mais profunda.

Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não lhe altera em nada os custos fixos, já que estes talvez sejam comuns tanto para o componente quanto para o produto, não haverá interesse na aquisição. O custo variável do componente é de $73 / um. e, caso passe a comprá-lo, desembolsará $80 / un., e terá os mesmos custos fixos que tinha quando o fabricava.

Considerações que podemos fazer adicionalmente:

Talvez exista a possibilidade de a empresa, se comprar o componente, eliminar grande parte dos seus custos fixos pela desativação de parte da fábrica; se ela conseguisse eliminar certos custos fixos que atualmente estão sendo imputados aos componentes, então teríamos que decidir pela aquisição dos mesmos. Vejamos: os custos variáveis hoje são de $58.400. A compra dos componentes custaria $64.000 (800 un. X $80 / un.); assim, só valerá a pena a decisão de compra se a empresa conseguir nos custos fixos redução maior do que $5.600 ($64.000 - $58.400). Dessa forma o custo total da compra seria menor que o total da produção.

A decisão depende, pois, não só da atual estrutura de custos, mas da que existirá após o momento da decisão.

Por outro lado, talvez exista a possibilidade também de ser viável o uso das instalações que hoje servem à fabricação dos componentes para a produção do produto final. Nesse caso, haveria o acréscimo do volume de unidades elaboradas (partindo-se da hipótese de que o mercado as absorveria, inclusive aos mesmos preços). Como deveria agora ser discutida a decisão?

Se a empresa não produz maior número hoje, é porque está com sua capacidade limitada (neste caso, não há o cálculo de Margem de Contribuição por fator de limitação, já que não há dois produtos, mas um único; o componente não é vendido, mas agregado ao produto final). Parando de fabricar o componente, poderia adicionar um volume de 200 un. do produto, passando então a 1.000. Vejamos:

800 un. de componentes X 0,5 hm / un. = 400 hm usadas na fabricação dos componentes 400 hm ÷ 2 hm / un. do produto = 200 un. do produto com o uso das 400 hm

Hoje, antes da compra, a empresa produz 800 un. completas do produto ao custo total de $608 /un., no total de $486.400. Se produzir mil, comprando os componentes, terá um custo total de:

Custo Variável do Componente comprado: $ 80 / un. Custo Variável do Produto: $ 360 / un.

Custo Variável Total: $440 / un. X 1.000 un. = $440.000 Custo Fixo Total: $140.000

Custo Total: $580.000

Logo, o custo unitário passará a $580, com redução de $28 em relação ao anterior. Isso porque o custo variável unitário aumentará, passando de $433 ($73 + $360) para $440 ($80 + $360); mas com o aumento do volume de produção haverá uma redução do custo fixo por unidade.

Raciocinando em termos de Margem de Contribuição fica bastante fácil o entendimento. Suponhamos que o preço do produto final seja de $650 / un. A M.C. anterior era de $217 / un. ($650 - $433), mas o volume de 800 un. propiciava M.C. Total de:

800 un. X $217 / un. = $173.600

A nova M.C. seria de $210 / un. ($650 - $440), e a total de $210.000.

Como em uma ou outra alternativa o custo fixo é o mesmo, interessa a que maximiza a M.C. Total. Logo, não há dúvidas de que se deverá decidir pela compra; poderíamos mesmo fixar um valor máximo até o qual valeria a pena, nessa hipótese, pagar pelo componente.

Esse máximo seria:

A M.C. Total era de $173.600, e o máximo que interessaria pagar seria um preço tal que, na pior das hipóteses, não houvesse redução dessa margem. Assim, a M.C. deveria ser, em última instância, não menor do que $173,60 / un.

Como o preço de venda é de $650, o custo variável máximo deveria ser de $476,40 ($650 - $173,60), e, como já existe um custo variável do produto de $360, o máximo que se poderia adicionar seria de $116,40 ($476,40 - $360).

Assim, se a liberação da parte da fábrica usada nos componentes propiciar aumento do volume dos produtos finais em 200 unidades e estas puderem ser vendidas ao mesmo preço, valerá a pena a decisão de compra, desde que não seja por um preço unitário superior a $116,40. (Compare com o custo total hoje, que é $108!)

Claro está que, para as decisões, várias informações foram necessárias, além dos elementos de custos, como manutenção do preço de venda, absorção pelo mercado do acréscimo de volume elaborado etc. Outras ponderações ainda precisariam ser feitas, tais como: tem a empresa capital circulante suficiente para suportar um acréscimo de volume de produção? Existe grande risco no fato de passarmos a depender de um fornecedor para a obtenção de um componente de nosso produto? A qualidade desse componente é de fato igual à do nosso? Etc. Essas hipóteses todas precisam ser muito bem analisadas, e nossa finalidade neste momento é ajudar a administrar, a tomar decisões, evidenciando como os dados de Custos, se bem elaborados e analisados, são de vital importância para o processo decisório; não totalmente suficientes, mas absolutamente necessários.

ATIVIDADES PRÁTICAS

CAPITULO 5

1 – O Colégio Maria da Conceição cobra mensalidade no valor de $600 e conta com um total de 450 alunos matriculados. Ao fazer uma pesquisa de mercado, incluindo os próprios alunos atuais, verificou que precisaria diminuir o valor da mensalidade para $540 para aumentar o número de alunos ao máximo de sua capacidade, que é de 600 alunos.

O colégio verificou ainda que, caso baixasse o valor da mensalidade para $500, poderia matricular 700 alunos por período. Entretanto, para isso, necessitaria de um investimento em novas instalações, no valor de $3.000.000, que teriam uma vida útil de 20 anos, e um valor residual de $240.000, e ainda teria um acréscimo nos demais custos fixos de 15%.

Considerando que:

a) Os tributos incidentes sobre a receita são de 6%.

b) Os custos e despesas variáveis com material didático, impressos, xérox, lanches etc. são de $80 por aluno.

c) Os custos e despesas fixos, incluindo o salário dos professores, totalizam $150.000 por período letivo.

d)

Pede-se para calcular: a) O lucro atual, por mês.

b) O lucro com mensalidade de $540. c) O lucro com mensalidade de $500.

d) Qual dos três valores de mensalidade deve o colégio adotar para maximizar o seu lucro? a) Lucro atual (em $):

DRE Receita (-) Tributos = Receita Líquida (-) Custos Variáveis = MCT (-) Custos Fixos = Lucro

b) Lucro com mensalidade de $ 540 (em $) Receita (-) Tributos = Receita Líquida (-) Custos Variáveis = MCT (-) Custos Fixos = Lucro

c) Lucro com mensalidade de $ 500 (em $): Receita (-) Tributos = Receita Líquida (-) Custos Variáveis = MCT (-) Custos Fixos

(-) Depreciação da nova instalação = Lucro

2 – A Panificadora Industrial Luanda, acompanhando e registrando o movimento de vendas, verificou que, quando cobra $3,00 / Kg por determinado produto, vende um total de 2.400 Kg por mês, e quando cobra $3,20, vende 2.100 Kg. Cada quilo produzido lhe causa um acréscimo imediato de custo variável de $1,60 / Kg (dos quais 50% é farinha de trigo); além disso há, também, $1.200 mensais de custos fixos diretos (identificados).

Desconsiderando a incidência de tributos sobre a receita, PEDE-SE PARA CALCULAR: a) O valor do lucro mensal, quando praticado o preço de $3,00.

b) Idem, cobrando $3,20.

c) O lucro mensal caso a farinha de trigo tenha aumento de 30% e o preço de venda seja $3,00.

d) Idem, ao preço de $3,20.

a) Lucro mensal, ao preço de $ 3,00 (em $): Receita

(-) Custos Variáveis = MCT

(-) Custos Fixos = Lucro

b) Lucro mensal, ao preço de $ 3,20 ( em $): Receita

(-) Custos Variáveis = MCT

(-) Custos Fixos = Lucro

c) Lucro mensal caso a matéria-prima tenha aumento de 30%, ao preço de $ 3,00 (em $): Receita

(-) Custos Variáveis = MCT

(-) Custos Fixos = Lucro

d) Lucro mensal caso a matéria-prima tenha aumento de 30%, ao preço de $ 3,20 (em $): Receita

(-) Custos Variáveis = MCT

(-) Custos Fixos = Lucro

No documento FUPAC FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS (páginas 53-59)

Documentos relacionados