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CUSTO REAL E CUSTO PADRÃO

No documento FUPAC FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS (páginas 80-83)

8.1 SISTEMAS DE CUSTEIO

Sistema de custeio é a forma de registrar os custos. Pode ser por custo histórico ou por custo - padrão.

Os sistemas de custeio podem ser usados com qualquer sistema de acumulação de custos e com qualquer método de custeio.

8.2 CUSTO HISTÓRICO

Nesse sistema, os custos são apropriados à medida que ocorrem, e os resultados só poderão ser apurados no final período.

8.3 CUSTO PADRÃO

Os custos, nesse sistema, são predeterminados antes da produção. São custos estabelecidos pela empresa como meta para seus produtos, levando em consideração as características tecnológicas do processo produtivo, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume. São utilizadas contas para registrar os custos reais (históricos) e contas para registrar os custos - padrões. As variações entre essas contas são apropriadas às contas de estoques e ao CPV. O custo – padrão tem grande utilidade na contabilidade de custos e é usado para fins gerenciais. Desde que, usado juntamente com o custeio por absorção, é aceito para fins legais.

8.3.1 Objetivo:

Sua finalidade básica é proporcionar um instrumento de controle à administração da empresa. Nesse sentido, podemos dizer que controle significa tomar conhecimento de determinada realidade, compará-la com aquilo que deveria ser, em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e tomar providencias no sentido da correção de tais desvios.

8.3.2 Conceito

Custo - padrão ou custo standard é aquele determinado a priori como sendo os custo normal de produto.

O valor padrão de um custo é determinado com base em padrões técnicos de produção, que são definidos mediante a qualificação do consumo de materiais, mão-de-obra e outros gastos necessários à fabricação de uma unidade de produto.

A quantificação do consumo de materiais engloba todos os materiais necessários tais como matéria-prima propriamente dita, materiais auxiliares que compõem o produto, e ainda material de embalagem normal. É feita por meio de pesagem e /ou medição desses materiais para uma unidade de produto, levando em conta as quebras e perdas normais do processo.

Os padrões técnicos de mão de obra são quantificados por cronometragem de tempo das operações produtivas, segundo princípios estatísticos de amostragem, tendentes a conferir a esses tempos elevados grau de exatidão.

Em vista dos custos elevados que um setor de cronometragem acarreta em certas empresas, pode-se optar por tempos reais apontados em operações de produção no passado, tornando-se as medias desses tempos como padrões para o futuro, desde que esses tempos reais sejam cuidadosamente examinados quanto a sua representatividade.

Os padrões técnicos de produção devem ser revisados sempre que ocorrerem mudanças no processo de fabricação.

Os valores - padrões de custo são obtidos valorizando-se os padrões técnicos, isto é, multiplicando-se as quantidades pelos respectivos custos - padrões.

Dependendo de fatores de política ou de disponibilidade de informações, as taxas aplicáveis aos padrões de materiais, para obtenção dos valores de custo – padrões respectivos poderão ser os preços pagos nas últimas compras efetuadas de cada material, ou os preços pagos em vigor no início do exercício.

As taxas horárias aplicáveis aos padrões técnicos de mão-de-obra baseiam-se na expectativa de horas – homens de trabalhos normais, ou de calendário, no exercício, levando-se naturalmente em conta uma margem para férias e absenteísmo, por cento de custo. Essas taxas horárias são de dois tipos:

 Taxa horária de mão-de-obra e encargos, geralmente por centro de custo produtivo;  Taxa horária de custos indiretos de fabricação, geralmente também por centro de custo produtivo.

A primeira é calculada computando-se o custo normal de mão-de-obra e encargos, por centro de custo, o que implica seu desdobramento em tantas taxas horárias, quantos forem os centros de custos produtivos.

A segunda deriva do cômputo de custos indiretos de fabricação, tais como a depreciação do equipamento industrial, a manutenção normal desses equipamentos por centro de custo, bem como a parte proporcional, que cabe a cada cento, de gastos, como a supervisão geral da fabrica, o custo de programação e controle, o custo de centros auxiliares e depreciação de edifícios e instalações. Também desdobrá-se na quantidade de centro de custos produtivos.

Todas as taxas de custo–padrão são atualizadas, em geral, no início de cada exercício. Em sua determinação, é levada em conta, muitas vezes, a condição inflacionária da economia, definindo-se taxas–padrão correspondentes ao custo normal do meio do exercício. Essas taxas geram, então, um custo de produção mais alto do que o custo real do início do exercício e, portanto, diferenças (variações), favoráveis entre o custo real e o custo – padrão.

Apresenta, contudo, a tendência de gerar variações desfavoráveis (custo real mais alto do que o custo-padrão) no fim do exercício, compensando as variações negativas do primeiro semestre. Essa técnica pressupõe naturalmente, um desenvolvimento linear da inflação.

O custo da produção nesse sistema desdobra-se em três componentes:  Padrão de materiais;

 Padrão de mão-de-obra;

As variações entre o custo-padrão e o custo real da produção são estabelecidas também separadamente:

 Variação de materiais: entre o custo - padrão de materiais e o consumo real de materiais;

 Variação de mão-de-obra: entre o custo-padrão de mão-de-obra e o custo real de mão- de-obra;

 Variação de custos indiretos de fabricação - entre o custo-padrão e o custo real desses gastos.

O custo-padrão, o custo real e as variações são, em geral, apurados mensalmente.

Embora seja determinado a priori como sendo o custo normal de um produto, o custo- padrão é apurado por meio de sistemática muito semelhante à de outros sistemas de apuração de custo industrial, incluindo, naturalmente, detalhes necessários ao cálculo de um custo antecipado.

Os passos da sistemática de apuração são:

 Determinação dos tempos-padrões de fabricação, por produto, por centro de custo;  Determinação de quantidade-padrão e do valor dos materiais, na forma já indicada, por produto;

 Orçamento de custos para o exercício, em totais separados para a mão-de-obra e custos indiretos de fabricação;

 Distribuição dos custos de mão-de-obra e encargos e de outros gastos de fabricação separadamente, aos centros de custos, tanto auxiliares como produtivos ;

 Apropriação dos custos dos centros auxiliares aos custos dos centros produtivos, separadamente;

 Estimativas das horas-homens de força de trabalho no exercício, por centro de custo produtivo;

 Determinação do custo-padrão por produto, mediante multiplicação dos tempos- padrões de cada produto, em cada centro de custo, pelas respectivas taxas, separadamente, por componente, e soma dos custos assim calculados, de todos os centros.

Dessa forma, obtém-se o custo-padrão de cada produto, separado para cada um de seus três componentes.

O custo-padrão de cada produto é lançado numa ficha de que é emitida para todos os produtos da empresa e compõem o livro de padrões.

Por outro lado, a fim de determinar, nesse sistema, o custo real da produção e as variações dos três componentes, há necessidade de apurara:

 a quantidade efetivamente produzida;  a mão-de-obra e os encargos;

 o consumo real de materiais;

 os gastos reais de fabricação, por natureza.

Multiplicadas as quantidades reais de fabricação de cada produto pelos respectivos custos-padrões, componente a componente, determina-se o custo-padrão da produção global acabada.

A soma do custo-padrão global de cada componente da produção acabada e da produção em processo é cotejada com o consumo real de materiais, a mão-de-obra e os encargos, bem como o total de outros gastos de fabricação do período. Desse cotejo são extraídas variações de materiais, de mão-de-obra e de outros gastos de fabricação.

8.3.3 Tipos de custo-padrão

8.3.3.1 Custo-padrão ideal: supõem a utilização com máxima eficiência dos recursos produtivos (MD, MOD, CIF) e não leva em consideração desperdícios normais de materiais diretos, diminuições no ritmo de trabalho dos funcionários, possíveis quebras de equipamentos (na prática, é difícil de ser atingido).

8.3.3.2 Custo-padrão corrente: leva em consideração um desempenho passível de ser alcançado, considerando perdas de materiais diretos, queda na produtividade dos funcionários, possíveis quebras nos equipamentos. (esse método é usado na prática).

8.3.4 Dimensões do custo-padrão

Para a contabilização, todos os dados devem ser expressos em termos monetários. A conversão para custo-padrão, expresso em termos monetários, é feita pela multiplicação do padrão físico pelo padrão de custo.

As variações entre custo-padrão e o custo histórico são obtidas da seguinte maneira:  Variação do Material Direto: Variação no preço do Material Direto + Variação na quantidade de Material Direto.

 Variação da Mão-de-Obra: Variação na taxa de Mão-de-Obra + Variação do tempo de MOD;

 Variação do CIF: Variação no custo do CIF + Variação no volume do CIF.

No documento FUPAC FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS (páginas 80-83)

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