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Comunicação da Comissão, de 21 de Dezembro de 2005, "Avançar para uma utilização sustentável dos recursos: Estratégia Temática de Prevenção e

No documento UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA (páginas 32-35)

C APÍTULO 2 R EVISÃO DAS POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

2.2.3 Comunicação da Comissão, de 21 de Dezembro de 2005, "Avançar para uma utilização sustentável dos recursos: Estratégia Temática de Prevenção e

Reciclagem de Resíduos" [COM (2005) 0666]

Esta estratégia estabelece as orientações para a acção da UE e descreve os meios que permitirão melhorar a gestão de resíduos.

O objectivo é reduzir os impactes ambientais negativos gerados pelos resíduos ao longo do seu ciclo de vida, desde que são produzidos até à sua eliminação, passando pela reciclagem. Esta abordagem permite considerar cada resíduo, não apenas como uma fonte de poluição a reduzir, mas também como um recurso potencial a explorar.

Os objectivos da legislação comunitária definidos antes da adopção desta estratégia continuam válidos: limitar a produção de resíduos e promover a sua reutilização, reciclagem e valorização. Esses objectivos estão integrados numa abordagem assente no impacte ambiental e no ciclo de vida dos recursos.

Esta estratégia prevê a simplificação do quadro legal em vigor. Passa, nomeadamente, pela fusão da directiva-quadro relativa aos resíduos (Directiva 2006/12/CE até ao final de 2010, e posteriormente Directiva 2008/98/CE) com as directivas sobre resíduos perigosos e óleos usados, pela eliminação das sobreposições existentes na directiva-quadro relativa aos resíduos e na Directiva IPPC (Directiva 2008/1/CE), nomeadamente no que diz respeito à atribuição de licenças, bem como pela consolidação das três directivas sobre os resíduos produzidos pela indústria do dióxido de titânio.

São clarificadas algumas noções, nomeadamente:

 Definição de critérios ambientais para determinar o fim do ciclo de vida de um resíduo. Esses critérios serão definidos para certos tipos de resíduos em relação aos quais a actual definição gera dúvidas jurídicas e custos administrativos;

 É proposta uma nova definição para as actividades de valorização e de eliminação, de modo a promover as melhores práticas ambientais. Neste contexto, são introduzidos níveis de eficácia, com vista a estabelecer a distinção entre as actividades de valorização e as actividades de eliminação;

 Definição de reciclagem.

2.2.3.1 Prevenção do impacte negativo dos resíduos

Embora preveja a redução da produção de resíduos, esta estratégia não inclui qualquer objectivo quantitativo global nesta área pois este tipo de objectivos não conduz necessariamente a melhorias ambientais. Com efeito, ainda que permitam uma diminuição mais significativa em termos de volume, certas técnicas de redução do volume de resíduos revelam-se mais poluentes que outras.

A estratégia no domínio da prevenção da produção de resíduos incide essencialmente na redução do impacte ambiental dos resíduos e produtos destinados a converterem-se em resíduos. Para ser eficaz, a redução do impacte deve aplicar-se a todo o ciclo de vida dos recursos. A aplicação dos instrumentos criados no âmbito da legislação comunitária em vigor, nomeadamente a difusão das melhores técnicas disponíveis e a concepção ecológica dos produtos é, por conseguinte, uma condição importante do seu sucesso.

Além disso, a estratégia oferece um quadro coordenado para acções nacionais específicas. Assim, a nova proposta de directiva-quadro relativa aos resíduos prevê a obrigação de os Estados-Membros elaborarem programas de prevenção da produção de resíduos. Estes programas compreendem objectivos específicos de prevenção, a atingir ao nível mais adequado, e devem ser colocados à disposição do público.

Esta abordagem, baseada no ciclo de vida dos produtos e dos resíduos, implica o reforço dos conhecimentos sobre o impacte da utilização dos recursos na produção e gestão de resíduos, além de recorrer de forma mais sistemática a projecções e modelizações.

Esta abordagem vem complementar as abordagens constantes, nomeadamente, da Directiva IPPC, da directiva relativa à política integrada dos produtos (Livro Verde de

07/02/2001) e da estratégia de utilização dos recursos naturais [COM (2005) 670]. Permite reduzir as pressões ambientais (esgotamento e poluição) em cada etapa do ciclo de vida dos recursos, incluindo a produção ou colecta, a utilização e a eliminação final.

2.2.3.2 Promoção da reciclagem de resíduos

A estratégia prevê a concessão de incentivos ao sector da reciclagem, tendo em vista a reintrodução dos resíduos no ciclo económico, sob a forma de produtos de qualidade, minimizando simultaneamente o impacte ambiental negativo dessa reintrodução.

A prazo poderão ser fixados objectivos quantificados de reciclagem a níveis adequados, tendo em conta as características de cada material e as várias possibilidades de reciclagem de cada um deles.

A reciclagem poderá ser incentivada por meio de uma alteração do quadro regulamentar, que compreenderá, nomeadamente, a possibilidade de introduzir critérios de eficácia no caso das operações de valorização, bem como critérios que permitam estabelecer a distinção entre resíduos e produtos, uma vez que esses critérios permitirão definir normas mínimas de qualidade e difundir as melhores práticas entre os Estados-Membros.

A estratégia prevê outras medidas como o intercâmbio de informações sobre as taxas nacionais de deposição em aterro, bem como, a prazo, medidas baseadas na natureza dos materiais e, eventualmente, medidas destinadas a completar os mecanismos de mercado, caso estes se revelem insuficientes para assegurar o desenvolvimento da reciclagem.

A estratégia atribui especial importância aos resíduos biodegradáveis: a Directiva 1999/31/CE prevê o redireccionamento de dois terços desses resíduos para outros modos de tratamento, que não a deposição em aterro. A estratégia prevê, nomeadamente, a adopção de linhas directrizes pela Comissão, a adopção de estratégias de gestão pelos Estados-Membros e a integração desta temática no âmbito da revisão da Directiva IPPC e da utilização agrícola de lamas de depuração.

2.2.4 Directiva 2006/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril

No documento UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA (páginas 32-35)