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! A INDÚSTRIA DA MÚSICA

2.1 CONCEITO DE WEB 2

2.1.1 Introdução Histórica

O termo e conceito de Web 2.0 surgiram em 2004 numa conferência, durante uma sessão de brainstorming entre Tim O’Reilly e Dale Dougherty - co-fundadores da O’Reilly Media - e a empresa MediaLive. Ambas as empresas se dedicavam à organização de eventos e publicações na área dos média digitais. Apuraram que, com o surgimento de novas aplicações web como a Wikipedia ou o Blogger, assistíamos a uma transição para uma nova era na Internet, onde se verificava as primeiras noções de escrita colaborativa, inteligência colectiva, a web enquanto plataforma, etc. Então, mais tarde, nesse ano, o termo Web 2.0 foi divulgado na Conferência Web 2.0 “Web 2.0 Summit, organizada pela O’Reilly Media. Em 2005, Tim O’Reiley publicou o artigo “What Is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software”. Neste artigo, assentava as noções de Web 2.0 a partir das quais se organizaram mais conferências onde o conceito foi sendo desenvolvido até aos dias de hoje (O’Reilly, 2005).

2.1.2 CARACTERÍSTICAS

A Web 2.0 não representa uma nova versão da Internet. Representa sim uma nova abordagem às suas potencialidades, abordagem essa que se distingue da anterior não só a nível técnico como também a nível de interacção de utilizadores, produção de conteúdos, serviços disponíveis e até modelos de negócio. Não foi um estádio planeado, mas sim uma evolução sociológica e tecnológica nesse sentido, que eventualmente transformou a Internet num espaço consideravelmente diferente daquele que era 7 ou 8 anos antes. As características principais em que assenta são as seguintes:

User-Generated Content

Na Web 1.0, os conteúdos eram gerados pelos responsáveis de cada página. A interacção do utilizador comum reduzia-se quase exclusivamente a comentários e/ou o preencher de formulários de contacto ou registo. A partilha de ideias ou conteúdos entre utilizadores reduzia-se meramente a foros de discussão ou chatrooms, onde o termo “publicação de conteúdos” dificilmente será aplicável. A Internet era assim uma plataforma de acesso a informação diversa,

mas em que a participação e colaboração por parte dos utilizadores na produção de conteúdos era reduzida. A produção e publicação destes era, pois, centralizada.

Na Web 2.0 no entanto, assistimos ao surgir do User-Generated Content, isto é, a rede promove a produção e publicação de conteúdos por parte do utilizador comum, descentralizando- a. Assim, os formatos de publicação de conteúdos da Web 2.0 provocaram uma co-existência nivelada entre o mass media (produção de conteúdos por empresas ) e os social media (produção de conteúdos por parte do indivíduo comum), atingindo um ponto em que a publicação parte de diversas fontes descentralizadas, que usufruindo da discussão e colaboração para obter o resultado final.

Web como plataforma

Um dos conceitos em que assenta a Web 2.0 é a utilização da rede enquanto plataforma. Nos tempos da Web 1.0, as plataformas funcionavam apenas no desktop, e o browser com acesso à Internet era a plataforma geral de acesso à informação na rede, composta por páginas estáticas de conteúdos. Actualmente, o browser funciona como o acesso às diversas plataformas existentes na web, desenvolvendo, assim, o conceito de webtop. Na Web 2.0 os softwares funcionam a partir da Internet, não apenas instalados no computador, de forma a que vários programas possam integrar-se, formando uma grande plataforma.

Inteligência colectiva

Plataformas como a Wikipedia, procuram, através da inserção e modificação de conteúdos por parte dos utilizadores, compor artigos e informações detalhados e credíveis sobre os mais variados temas e tópicos, de forma enciclopédica. Perguntas e respostas de uns utilizadores para outros na plataforma em plataformas como Yahoo! Answers. Estas plataformas geram inteligência colectiva. O objectivo é a contribuição global de todos os utilizadores, para que a consequente consulta dos conteúdos seja o mais fiável possível, fundamentada em referências, e usufruia do hipertexto para interligar artigos e facilitar o aprofundamento da aprendizagem.

Um estigma que se desenvolve ainda actualmente em relação a estas plataformas é a falta de credibilidade que se atribui a informação que pode ser alterada de livre-vontade por qualquer utilizador. No entanto, há que ter em conta que, para cada indivíduo que coloque propositadamente ou não informações erradas num artigo, existem mais utilizadores com o interesse em manter intacta a veracidade do mesmo. De acordo com Henry Jenkins, professor norte-americano e teórico reputado dos novos média, a inteligência colectiva não é apenas uma contribuição quantitativa de informação de várias culturas mas também qualitativa (Flew, 2008).

Software gratuito e Open-Source

A abordagem que permitiu que as plataformas e conteúdos Web 2.0 crescessem em popularidade parte dos modelos de negócio. A grande maioria das plataformas principais são de acesso gratuito. Ao contrário da Web 1.0, em que os serviços eram pagos, na Web 2.0 o utilizador

paga por “luxos” como maior facilidade de acesso ou algumas ferramentas extra. Esta abordagem faz com que as plataformas cresçam em popularidade e grau de usabilidade.

Outra abordagem também significativa no crescimento da Web 2.0, surge por parte de programadores que disponibilizam os seus códigos e aplicações gratuitamente para uso de outros programadores. Esta abordagem incentiva a maior criação de software web, acelerando o desenvolvimento de novas plataformas e portais de conteúdos.

Beta Eterno

Uma das características comuns entre as plataformas Web 2.0, provocada pelo surgir dos serviços gratuitos, é o estado de Beta Eterno. Isto é, a aplicação nunca se torna um produto finalizado. A plataforma está sempre sujeita a alterações numa lógica de “tentativa e erro”. Está em constante estado de actualização tecnológica e melhoramento de serviço, incorporando novas opções e privilégios ou melhorando a navegação, entre outros. Com o avançar das tecnologias e especialmente com as mudanças na mentalidade dos utilizadores e a utilização que fazem dos serviços Web, é necessário procurar que a plataforma esteja sempre no topo das suas potencialidades, tanto a nível técnico como criativo. É estudado, de forma muitas vezes automatizada, o grau de uso das várias dimensões da plataforma, e é recolhida uma avaliação por parte do utilizador, o que permite averiguar que ferramentas devem ou não ser melhoradas ou removidas.

2.2 PRINCIPAIS APLICAÇÕES E SERVIÇOS