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O conceito de desempenho escolar e sua relação com o perfil do gestor

dizer que é algo relativo ao que se quer medir, ou seja, compreende o desempenho de quem ou de que?

Assim, somente após definição aludida é possível buscar um conceito para o desempenho específico. No âmbito do indivíduo, o desempenho refere-se ao “(...) modo como alguém ou alguma coisa se comporta tendo em conta sua eficiência, seu rendimento: o desempenho de uma gestão, um cantor ou atleta” (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, 2017). Já no âmbito da organização, parece não existir uma fórmula única para medição do desempenho. Para Klann et al., (2012, p.72) expressam que:

A questão da avaliação de desempenho das organizações tem sido alvo de diversas discussões nos últimos anos. De indicadores puramente financeiros para um conjunto de indicadores que incluem informações não financeiras, o debate gira em torno de quais indicadores seriam mais adequados para mensurar o desempenho das organizações.

Em relação ao desempenho escolar ou acadêmico, os autores Dias, Enumo e Turini (2006), Mello (2010) e Souza (2007), mencionam o Sistema Nacional de Avaliação de Educação Básica (SAEB) como um dos instrumentos de avaliação, ou seja, o desempenho é medido por meio dessa avaliação de aprendizagem aplicada aos alunos.

Apontado pelo INEP (2017a), como uma medida do desempenho escolar, o SAEB instituído em 1990 e realizado a cada dois anos em nível nacional, é composto por um conjunto de avaliações externas em larga escala e possui como

principal objetivo “(...) realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de alguns fatores que possam interferir no desempenho do estudante” (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 2017a). Atualmente o SAEB, incorpora a Avaliação Nacional de Educação Básica (ANEB), a Avaliação Nacional do Rendimento escolar (ANRESC), popularmente conhecida como Prova Brasil, e a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). A partir de 2019, todas as avaliações serão denominadas SAEB, sem a mencionada divisão.

Registre que o SAEB, apresentou diversas estruturas no decorrer de sua história, conforme apresentado no site do INEP:

• de 1990 à 1995, a avaliação teve uma abrangência amostral e foi aplicada aos alunos de 1ª, 3ª, 5ª e 7ª séries do ensino fundamental da rede pública, avaliando língua portuguesa, matemática, ciências naturais e redação. No ano de 1995 a avaliação foi estruturada a partir da Teoria de Resposta ao Item (TRI), possibilitando a comparação dos resultados ao longo dos anos, neste mesmo ano foram inseridos os questionários para levantamentos de dados contextuais.

• em 1997, a abrangência continuou amostral, porém aplicada para alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio da rede pública e privada, avaliando língua portuguesa, matemática, ciências naturais, física, química e biologia;

• em 1999 modificou apenas as matérias avaliadas, sendo agregando ao conjunto de 1997 as matérias história e geografia;

• de 2001 à 2003 – manteve-se a mesmas séries avaliadas, a amostragem, porém, passou a avaliar somente as disciplinas de língua portuguesa e matemática;

• em 2005 o SAEB passou a ser composto por 2 avaliações a Aneb que se manteve como uma avaliação amostral para escolas, públicas e privadas, com no mínimo 10 estudantes da rede pública ou privada e a Anresc (Prova Brasil) que passou a avaliar as escolas públicas de forma censitária, considerando o mínimo 30 alunos nas turmas de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Os componentes avaliados foram mantidos;

• de 2007 à 2011- se manteve a estrutura implantada em 2005 , ou seja, Aneb amostras para escolas públicas e privadas e Anresc censitária para escolas públicas. Alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, disciplinas de língua portuguesa e matemática;

• em 2013, com a nova estrutura do ensino fundamental, a 4ª e 8ª séries passaram a ser consideradas 5º e 9º anos, além deste fato, iniciou-se a 3ª avaliação do SAEB, a Avaliação Nacional de Alfabetização – ANA aplicada aos alunos do 3º ano do ensino fundamental e foi realizada a inclusão da avaliação de ciências para os estudantes do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano de Ensino médio em caráter experimental.

• em 2015 manteve-se a estrutura de provas de 2013 e passou a ser disponibilizado uma plataforma de devolutivas pedagógicas.

• em 2019 será aplicada pela primeira vez a prova de alfabetização para o 2º ano e as siglas ANA, Prova Brasil e demais, deixam de existir, sendo todas identificadas com o nome SAEB. Nesta versão os estudantes do 9º ano serão avaliados também com questões de ciências da natureza e ciências humanas, além de matemática e português. Ainda neste ano o MEC pretende iniciar a aplicação do teste de forma eletrônica.

ANRESC ou Prova Brasil, é uma avaliação censitária, realizadas com alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental de escolas públicas, com 20 alunos ou mais matriculados. A avaliação produz informações sobre o ensino de português e matemática. O resultado é fornecido por unidade escolar. A ANEB tem características semelhantes a ANRESC, porém é uma avaliação amostral, realizada com alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio, de escolas que possuam de 10 a 19 alunos, tanto do ensino público quanto do privado.

A ANA ou provinha Brasil é aplicada para alunos do 3º ano do ensino fundamental avaliando os alunos em português e matemática. Participam dessa avaliação todas as escolas públicas que tenham registrado em suas turmas regulares no mínimo 10 alunos. Uma característica diferente desta avaliação para as anteriormente mencionadas é que seus resultados não são divulgados para o público em geral, ou seja, são fornecidos para cada escola, não sendo possível, neste caso, uma comparação entre escolas.

Deve ainda se ater que dezoito estados brasileiros também possuem avaliações em larga escala e em nível estadual, como por exemplo, os: Sistema

Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE, Sistema de Avaliação Baiano de Educação – SABE e Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP (OLIVEIRA, s.d.).

De forma geral, tomando como referência a abordagem do INEP sobre o SAEB, o desempenho do aluno pode ser avaliado através de avaliações de larga escala, a qual produz informações que possibilitam o monitoramento de políticas públicas em todas as esferas, com o intuito de contribuir com a melhoria de qualidade (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS, 2017a). Por outro lado, o IDEB, tem o objetivo de facilitar o entendimento do desempenho, por todas as escolas utilizando uma escala de zero a dez. Nesse sentido, a partir do uso desse instrumento, o Ministério da Educação traçou metas bianuais para as escolas até o ano de 2022. Assim, o IDEB funciona como um “indicador nacional de monitoramento da qualidade da Educação por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017c) referindo-se, portanto, ao desempenho da unidade escolar.

A primeira medição do IDEB utilizou dados de 2005 e apresentou nota média nacional de 3,8 pontos nos primeiros anos do ensino fundamental. Com base nestes dados projetou-se um crescimento da nota medida para 3,9 pontos, em 2007, porém essa projeção foi superada, chegando-se a uma média nacional de 4,2 pontos que era esperada apenas para 2009. Mantendo-se este ritmo, em 2022 a média tende a superar a nota média de 6,0 pontos, o que deixaria o Brasil com uma educação compatível à países do primeiro mundo. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018) .

Apenas a título de complementação dos sistemas de avaliação na educação básica, no âmbito do ensino médio, a avaliação é realizada por meio da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com ocorrência anual sob a responsabilidade do INEP/MEC (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2017b).

Segundo o INEP, o cálculo da nota do Enem é diferente de uma prova comum, pois não considera apenas o número de erros e acertos de cada pessoa, mas, sim, o grau de dificuldade de cada questão correta ou errada. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2018).

Neste trabalho, o IDEB foi selecionado como o indicador de referência para mensuração do desempenho escolar, visto sua abrangência e disponibilidade nacional, contemplando todas as unidades escolares do País, viabilizando, portanto,

a sua utilização no âmbito de cada unidade escolar integrante da amostra de escolas do aglomerado da Região do Grande ABC, na sua variação 2017-2015.

2.2 Detalhamento do Perfil do Gestor: Seleção dos Possíveis Fatores