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2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO

2.2.3 Conceito e finalidade da Gestão do Conhecimento

A construção e a utilização do conhecimento compreende um desafio para as empresas atuais. Tanto o conhecimento quanto as experiências se encontram dispersos em meio à organização e se concentram, comumente, em determinados indivíduos ou unidades de trabalho. Para que uma empresa obtenha sucesso, ela necessita saber localizar esse conhecimento especializado para transformá-lo em ação (CHOO, 2003).

Segundo Drucker (2001), o que hodiernamente significa conhecimento é a informação que se efetiva em ação, a informação focalizada nos resultados. Destarte, incumbe às empresas localizar e transformar o conhecimento em ação e, por conseguinte, em resultados.

Com base nessa necessidade das organizações, tem-se o desenvolvimento da Gestão do Conhecimento que, segundo Silva Filho e Silva (2005), objetiva, fundamentalmente, criar, compartilhar e disseminar o conhecimento para que a organização possa enfrentar melhor as forças que o ambiente exerce sobre a organização.

A gestão desse conhecimento é fundamental para que as empresas obtenham vantagens ao empregar o mesmo. De acordo com Caldas e Amaral (2001), pode-se conceituar a gestão do conhecimento como uma metodologia empresarial que engloba todo o processo organizacional com o fim de alcançar a combinação sinérgica do processamento de dados e informações, da tecnologia da informática e da criatividade do ser humano para maximizar o uso de seu acervo tecnológico.

Essa metodologia deve proporcionar à empresa sua constante adaptação a um meio ambiente em evolução permanente, com a finalidade de formatar esse acervo, disponibilizar as informações ou as experiências acumuladas e estar permeável a adicionar novos patamares do saber para aprimorar o seu processo decisório. Desse modo, a Gestão do Conhecimento pressupõe a identificação, análise, interpretação e avaliação dos conhecimentos específicos para empregá-los na otimização dos recursos da empresa, no atendimento às necessidades do seu mercado e com um direcionamento que vise uma adequação às atuais circunstâncias e às futuras mudanças do seu meio ambiente (CALDAS; AMARAL, 2001).

Fialho et al. (2006, p. 114), em sua abordagem da Gestão do Conhecimento, sustenta que esta compreende “o gerenciamento inteligente, ordenado, sistematizado e eficaz de tudo aquilo que a empresa sabe e que agrega valor ao negócio”. Por sua vez, o conhecimento da empresa diz respeito aos processos, produtos, matérias-primas, informações contidas nos

documentos, nas publicações, a experiência, a criatividade, as habilidades, que fazem parte do conhecimento tácito, etc.

Fialho et al. (2006), ao considerar que as culturas organizacionais desenvolvem configurações de sistemas operacionais e processos a partir das próprias habilidades, procura compreender a Gestão do Conhecimento a partir da abordagem de que pessoas e processos são os ativos mais importantes da empresa. Dessarte, o desenvolvimento de habilidades pessoais, como a criatividade e a formação de competências técnicas profissionais, possibilita à organização responder por posições competitivas à medida que estas reconhecem que o fator formação de competências pode ser um diferencial que ocupa pela de destaque para alavancar as estratégias de competitividade.

Colimando que a informação pura e simples não garante um diferencial competitivo, para assegurar um lugar de destaque no mercado, as organizações precisam aprender a transformar as informações em conhecimento, e empregá-lo para constituir um conjunto de mecanismos e instrumentos que permitem a otimização do processo decisório em níveis diversos, propiciando a elevação da flexibilidade, a diferenciação de produtos e a agregação de valor. Por isso, o conhecimento se transformou no principal fator de produção.

Faz-se mister, destarte, identificar e disseminar o conhecimento gerado dentro da organização, promovendo a transformação de material intelectual bruto gerado pelos integrantes da organização em capital, intelectual. O desafio da Gestão do Conhecimento, nesse contexto, consiste em “indicar o caminho para que as organizações resgatem seu conhecimento a aprendam a explorá-lo para gerar mais valor para si e seus parceiros garantindo uma trajetória de desenvolvimento” (FIALHO et al, 2006, p. 115).

A Gestão do Conhecimento envolve, num primeiro momento, o gerenciamento do processo de criação de conhecimento dentro de uma organização. A criação do conhecimento é conceituada por Zabot e Silva (2002, p. 71), como “a capacidade que uma empresa possui de criar conhecimento, disseminá-lo na organização e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas”.

Em suma, emerge que a Gestão do Conhecimento diz respeito a uma diversidade de atividades que focam o capital intelectual e os ativos intangíveis da empresa, com a finalidade de trabalhar e organizar dados e informações, transformando-os em conhecimento para que a empresa alcance os objetivos traçados. Esse conhecimento que é criado necessita ser compartilhado e multiplicado dentro da organização, o que só possível por meio de seu uso.

Uma vez clarificado o construto de Gestão do Conhecimento, importa salientar, como bem observa Martins (2001), que ela não corresponde a uma disciplina pronta e acabada, de

modo que não existe receita única para aplicação em diferentes organizações. Embora seja sempre possível aproveitar a experiência alheia, cada organização precisa criar seu modelo “sob medida”, visto que cada contexto reveste-se de peculiaridades e, por conseguinte, demanda ingerência específica. O funcionamento de um projeto de Gestão de Conhecimento sempre vai depender de valores, costumes e do sistema ideológico do grupo social.

Em um primeiro momento, faz-se mister internalizar os conceitos da Gestão do Conhecimento e preparar os recursos humanos. E o repto da implantação da Gestão do Conhecimento se configura gigantesco por ser indispensável a participação e o envolvimento das pessoas, sobretudo ao se levar em conta o contexto de aceleradas mudanças organizacionais e tecnológicas, juntamente com as crescentes demandas do dia-a-dia (MARTINS, 2001).

Por fim, a Proposta de Mapeamento Conceitual Integrativo da Gestão do Conhecimento infra exarada exibe poderosa faculdade cognitiva:

Figura 4 – Mapa interativo de GC Fonte: Alvarenge Neto, 2005